Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 27
Nada Poderia Estar Melhor


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi difícil, mein Gott... Eu olhava para o Word o Word para mim e nada. E quando comecei a escrever ele tomou vida própria se tornando essa coisa imensa que vocês verão abaixo.Espero sinceramente que gostem. Eu não sou uma pessoa romântica, e nem sei pensar como uma...Ah, escutem a musiquinha.



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You Got Me – Colbie Caillat

Sempre me importei só comigo e comigo mesma

Eu pensava que relacionamento fosse perda de tempo

Eu nunca quis ser a cara metade de ninguém

Eu estava feliz dizendo que o nosso amor não duraria

Era só isso que eu sabia antes de conhecer você

Você me faz querer dizer sim

É siiiimmm

Eu acho que senti meu coração pular uma batida

Eu estou parada aqui e mal posso respirar

Você me tem, você me tem

O jeito que você pega minha mão é tão doce

E aquele seu sorriso desajeitado, me derruba

Oh eu não consigo me satisfazer

Quanto eu preciso para me preencher?

A sensação é tão boa, deve ser amor

É tudo que eu sonhei

Eu desisto, me entrego. Deixo ir em frente. Vamos começar

Pois não importa o que eu faça

Meu coração está preenchido com você

Eu não consigo imaginar como seria

Viver cada dia dessa vida

Sem você, sem você

I Do & You Got Me – Colbie Caillat

   - Quer casar comigo?

  O mundo pareceu parar de girar por infinitos segundos. Meus olhos se arregalaram viajando freneticamente por cada lugar daquela paisagem parando finalmente no pôr do sol alaranjado no mar. Meu coração foi voltando a bater conforme eu começava a digerir as coisas. Fechei os olhos respirando vagarosamente tentando oxigenar meu cérebro para que ele mostrasse o que Bill realmente havia dito e não o que eu pensei ter ouvido.

  - Carol, – ouvi-o me chamando e direcionei meu olhar para ele. – você quer? – perguntou com o tom de voz receoso e olhar meio perdido. Então eu não tinha ouvido errado, ele tinha mesmo me pedido em casamento. Um sorriso tomou conta da minha face, meus olhos ficaram embaçados de tantas lágrimas enquanto eu tentava murmurar alguma coisa.

  - Si, sim... – me ajoelhei, tentando abraça-lo, mas ele não permitiu que eu fizesse, me empurrando para cima com aquela cara de “fica quieta!”. Ele pegou a concha da minha mão e tirou o anel de lá de dentro.

  - Então você aceita ser a minha esposa Carol Louise Ford LeMarchand? – as lágrimas quentes escorreram pelo meu rosto neste momento, e apesar de achar que isso não seria possível, meu sorriso aumentou. Os olhos de Bill, pequenos, extremamente brilhantes e também molhados me deram tamanha felicidade que eu nem sabia poder existir. Bem, eu nunca pensei que fosse aceitar um pedido de casamento na minha vida. Casar estava totalmente fora dos meus planos.

  - Eu aceito, Bill Kaulitz. – falei com uma sofisticada calma fingida e estiquei a mão para ele. Sua mão fria segurou a minha, que tremia mais do que um celular no vibracall. O anel pareceu ser feito para mim, se encaixava perfeitamente.

  Enquanto empurrava o anel para o lugar correto, Bill decidiu explicar o significado, para que eu me derretesse mais ainda. – Os gregos acreditavam que o ônix – apontou para a pedra preta do anel – tinha fortes poderes de proteção sobre o parceiro amoroso.  – deu um sorrisinho olhando para o lado. – Espero que funcione.

  Meu sorriso morreu um pouco com isso, mas eu preferi não deixar que nada atrapalhasse aquilo e antes que qualquer racionalidade se apossasse de mim, deixei que a emoção me dominasse. Praticamente pulei sobre o meu namorado - ops, noivo - e o beijei, como eu achava que ele deveria ser beijado depois de ter feito tudo isso.

  - Nós temos que ir agora. – Bill sussurrou na minha nuca, deixando todos os pelinhos daquele local eriçados.

  - Na... – resmunguei, apertando mais os braços dele em volta de mim. – Deixa ao menos o sol se pôr totalmente. – e isso nem iria demorar, ele já estava quase sendo engolido completamente pelo mar. Nós havíamos ficado ali abraçados, trocando carícias durante todo o crepúsculo. E eu não queria que aquilo acabasse tão cedo.

  - Não, se não vamos nos atrasar.

  Virei-me de costas, o encarando com a testa enrugada. – Atrasar para o quê?

  Arqueou a sobrancelha direita, me desafiando. – Não vou contar.

  - Então eu não vou. – cruzei meus braços, ficando parada no mesmo lugar enquanto ele levantava. Bill também cruzou os braços, me encarando. Desviei meu olhar antes que eu me sentisse tentada a ceder tão facilmente.

  - Anda Carol, vamos, não estrague as coisas. – resmungava parecendo o Chaves, e tentava me puxar a todo custo.  – Vamos? – perguntou com uma carinha fofa, chegando a fazer beicinho.

  Ergui meus dois braços para cima em sinal de rendição.

  Refizemos todo o percurso de há pouco, só que desta vez eu não estava praticamente tendo um infarto do miocárdio. Pelo contrário, estava transbordando de felicidade. Eu tinha conseguido ficar um bom tempo sem pensar no futuro próximo que não dava sinais de ser tão bom, já fazia muito tempo que eu não conseguia ficar com a mente tão aliviada assim.

  Nós entramos na sala e Tom estava sentado com o Benjamin no sofá. Eu não sei por que, mas eu notei uma leve semelhança entre ele e o vulto que eu havia visto antes. Olhei para Tom desconfiada, mas desisti de falar alguma coisa quando vi que ele e Bill estavam numa comunicação muda, gargalhando e trocando olhares marotos. Benji estava escutando música e batucando na sua perna, mas mesmo assim olhava para mim de lado e ria, eu abaixei minha cabeça sem graça e rindo também. Possivelmente eu tinha sido a última pessoa a saber do pedido. Para evitar comentários e zoações desnecessárias as quais eu já previa que iriam acontecer logo em breve, me dirigi ao meu quarto.

  Entrei no closet observando as roupas, mas como eu iria escolher alguma se eu não fazia ideia de para onde ia? Voltei ao quarto, porém Bill ainda não havia chegado lá. Entrei no chuveiro para tomar um banho bem rápido, já que ele tinha dito que íamos chegar atrasados em algum lugar que eu não sei qual é. Enrolei-me na toalha que parecia mais ser de rosto do que de banho por ser tão pequena. Saí do banheiro e encostei-me na beirada da porta, observando Bill deitado na cama folheando um dos livros que estavam no meu criado mudo. – Bill?

  Meu noivo virou a cabeça na minha direção e pelo jeito que ele passou a me olhar ficou parecendo que ele nunca havia me visto de toalha, muito menos que já havia me visto sem ela. – Bill... – ele continuou sem dar atenção ao que eu falava, com o olhar concentrado em minhas coxas. – Bill! – praticamente gritei e ele finalmente me deu atenção.

  - Hum?

  - Para onde nós vamos?

  Ele arqueou a sobrancelha direita olhando furtivamente para mim. – Você acha mesmo que eu vou dizer?

  Decidi me aproveitar do momento anterior fazendo uma cara sexy, deixando minha perna mais ainda a mostra e sussurrando as palavras seguintes. – Tem certeza que não vai me falar?

  - Não vou te dizer mesmo assim. – voltou a fingir que lia o livro.

  - Chato. – rosnei, parecendo mais um cachorro velho engasgado. – Como eu vou me vestir se eu não sei para onde eu vou?

  - Vista qualquer coisa. – falou sem tirar os olhos do livro. – Você fica linda de qualquer jeito. – rosnei de novo, e voltei para o closet. Mas antes dei uma olhada no que ele estava vestindo para poder me basear na minha escolha. Calça e blazer pretos, uma camiseta de algodão branca com gola V e sapatos pretos de verniz. – E rápido, senão nós vamos perder o... o que vai acontecer aonde nós vamos.

  Murmurei um ‘chato’ de novo e parei em frente às calças jeans, mas achando-as informais demais me virei para os vestidos. Escolhi um de Poá branco e preto e peguei uma jaqueta de couro vermelha caso esfriasse. Fiz um rabo de cavalo e uma maquiagem rápida. Fui até o quarto e parei na frente dele com as mãos na cintura e dando um giro em seguida.

  - Viu, eu disse que você ia ficar linda. – sorriu jogando o livro de lá e veio até mim, me abraçando e me beijando.

  - Para, você vai estragar a minha maquiagem. – olhei para ele. – E a sua. – não segurei o riso depois disso, principalmente depois da careta de falso irritado que Bill fez.

  - Vamos, futura senhora Kaulitz.

  - Onde está o carro? – perguntei quando já estávamos no meio da rua e eu não via nenhum sinal de nenhum automóvel.

  - Que carro? Nós não vamos de carro.

  - Só se nós estivermos atrasados para ir à casa do vizinho. – debochei.

  - Relaxa, Carol. – me puxou pela mão e atravessou a rua em direção ao porto. – Nós vamos em uma coisa bem melhor que um carro. – apontou para o iate ancorado logo a nossa frente.

  Não consegui evitar que o meu queixo caísse e meus olhos se arregalassem. Olhei para Bill talvez para me certificar de que ele estava falando sério mesmo. E ele estava. O capitão, de boina e suéter listrado, me ofereceu a mão para que eu pudesse subir e logo em seguida ajudou Bill também.

  - Sejam bem vindos! – o capitão nos cumprimentou com um pesado sotaque latino. – Eu sou Alfredo Vasquez e conduzirei vocês esta noite até o...

  - Muito obrigada. – Bill o interrompeu, antes que ele pudesse dizer para onde nós iríamos. E isso ficou nítido para todos nós, visto que Alfredo desviou completamente do assunto.

  - Vocês gostariam de subir? – fizemos que sim com a cabeça e ele nos encaminhou até a escada de maneira envernizada e corrimões de metal. Fomos até o terceiro ‘andar’ e quase caímos quando Alfredo ligou o motor, e rimos muito disso.

  Apesar da paisagem ali de cima ser linda eu não pude reparar em muita coisa, se bem que o que eu estava fazendo era muito mais interessante do que ficar olhando o mar.

  Estava tocando uma música romântica total anos 80 na cabine e isso quase me impediu de ouvir o barulho da cidade assim que o barco foi desligado. Nós estávamos bem perto do centro, tentar adivinhar para onde iríamos dali era inútil, existiam tantas possibilidades.

  Bill me abraçou, praticamente me colocando embaixo do seu braço. Mais para me impossibilitar de ver para onde estávamos indo do que para qualquer outra coisa. – Não que seja algo “WOW” – ele começou a falar, num tom explicativo – eu só queria que tudo fosse uma surpresa para você.

  Levantei a cabeça e olhei para ele sorrindo como uma boba. – Bill, tudo está sendo uma surpresa para mim. E eu nem vejo uma maneira disso ficar melhor do que já está.

  Beijou o topo da minha cabeça. – Vai ficar.

  Eu sorri mais ainda, esfregando minhas mãos com ansiedade. – Bill. – o chamei e continuei, sem esperar uma resposta. – Você é o melhor. – ele gargalhou gostosamente e me apertou mais ainda. Ele diminuiu um pouco o nosso ritmo de caminhada, fazendo meu coração acelerar um pouquinho e meus olhos rapidamente fazerem uma busca não bem sucedida no local.

  Percebi que entramos em uma casa de espetáculos, daquelas de construção antiga e com colunas gregas na frente, só que meu querido homem não me deixou ver o que estava em cartaz. Passamos por algumas saletas e finalmente chegamos ao auditório principal onde Bill entregou as entradas para a moça de colete e gravata. Ela sorriu e abriu a porta para nós.

  - Viu, eu disse que íamos chegar atrasados. – Bill resmungou, visto que todos já estavam sentados e as luzes apagadas. – Olha, o Josh Hartnett. – ele conseguiu achar algum famoso enquanto procurava por nossos lugares. – ao menos não vão reparar em nós dois aqui, só nele. – disse achando aquilo realmente bom.

  - Em nós dois? Você quis dizer em você né? Quem é que se importa comigo? – olhou para mim e eu pude ler em seus olhos “espere e verá”.

  As cortinas começaram a se abrir e eu quase não consegui conter um gritinho de felicidade assim que ouvi umas notas musicais muito conhecidas. – Giseeeelle! – falei mais alto do que deveria fazendo com que algumas cabeças se virassem na minha direção. Sorri como se pedisse desculpas e me senti abraçada por trás e um beijo quente no meu pescoço.

  - Gostou? – olhei sorrindo para ele numa confirmação muda, e tenho certeza que isso teve mais significado do que muitas que palavras.  Nos sentamos enquanto eu mal me continha de prazer em ver um bailarino adentrando ao palco envolto numa capa preta.

  - Bill, não precisava disso. – um sorriso no meu rosto estava contradizendo as minhas palavras. – Você nem gosta.

  - É claro que eu gosto, do que você está falando? – beijou minha bochecha. – E também, mesmo que eu não gostasse eu faria de qualquer jeito. Eu sei que você deve estar morrendo de saudade disso.

  - Te amo. – o abracei rapidamente e voltei a minha completa atenção para o palco.

  Durante as quase uma hora e meia de espetáculo eu respondi as trocentas perguntas de Bill e tive que me segurar de verdade, pois os meus membros involuntariamente começavam a se movimentar com os bailarinos do palco. Pena que passou tão rápido.

  Uma mulher passou olhando para mim enquanto a garota que estava de mãos dadas com ela apontava para mim e falava: - Mãe, mãe é ela, eu disse! – sorri para as duas e me voltei para o meu noivo.

  - Brigada. – disse e o beijei pela décima vez desde que o ballet acabou.

  - Disponha. – sorriu e olhou para o relógio.

  - Que foi? Estamos atrasados? – debochei dele, não sei por que essa paranoia com hora se não iríamos mais a lugar nenhum.

  - Estamos. – ele disse sério e se levantou.

  - Ainda tem mais? – disse espantada. Não é possível que ainda fosse ter mais alguma coisa.

  - Sim. – sorriu prepotente. – Vamos?

  - Ah não! – Bill urrou de raiva da porta. Havia tantos paparazzi lá for que eu nem conseguia ver um espaço livre sequer.

  - E agora? – ele olhou para cima como se planejasse.

  - A gente espera o Josh Hartnett. – olhou para trás para se certificar de que ele não estava vindo. – Quando ele for sair nós passamos na frente, assim eles se esquecem de nós dois e vão para cima dele. Okay?

  - Okay. – mal acabei de falar e o ator apareceu atrás de nós com a sua namorada. Eu e Bill entramos na frente dos dois e saímos. Aquela quantidade enorme de flashes me cegou. Era tanta gente, tanta luz, tanto barulho. Mein Gott, como as pessoas conseguiam aguentar isso direto? Como Bill havia previsto a maioria dos paparazzi voou literalmente para cima do Josh, somente uns dois permaneceram focados em nós. Agarrei o braço dele e abaixei a cabeça até que tivéssemos conseguido passar por tudo aquilo. Viramos a esquina e finalmente estávamos livres. – Ufa!

    - Ela aceitou se casar comigo. – Bill disse sorridente para o garçom que veio nos atender. Levantei minha mão esquerda, mostrando o anel para o jovem rapaz.

  - O senhor é um homem de sorte. – o rapaz fez uma reverência para nós e Bill fez uma cara de “eu sei”. Ele anotou os nossos pedidos e foi para a cozinha, voltando rapidamente com os pratos já prontos, todos elaborados e a comida parecia mais uma escultura.

  Bill tinha reservado uma mesa em um restaurante Francês chamado Fleur de Lys, com uma atmosfera extremamente sofisticada e aconchegante. À meia luz havia lindos quadros pendurados na parede acompanhados de pequenas luminárias charmosas.

  - Obrigada Bill, foi tudo realmente incrível. – falei, com a mão no estômago, logo após terminar a sobremesa.

  - Você gostou mesmo? – fiz que sim com a cabeça, apreciando o toque dele em minha bochecha. – Então vamos? – balancei a cabeça afirmativamente de novo. Tomei o último gole de vinho e me levantei, esperando na porta até que ele pagasse a conta.

  Nós entramos em um táxi e eu me enganei feio quando achei que já iria para casa. – Dormir em casa é que você não vai.

   - Bill, eu tenha que dar aula amanhã cedo... – ele fez que não, olhando e sorrindo para mim. – Como não?

  - Eu liguei lá e disse que você não estava se sentindo muito bem, portanto não poderia trabalhar amanhã. – semicerrei os olhos – Vão passar ‘Barbie em O Lago Dos Cisnes’ para elas. – eu gargalhei alto, coitadinhas, elas já deviam ter visto esse filme tantas vezes que já sabiam todas as falas e todos os passos de dança decorados.

  - Você não presta. – isso saiu menos convincente do que eu queria.

  - Eu sei. – nos beijamos até que o motorista teve que nos interromper comunicando-nos que já havíamos chegado.

  Descemos em frente ao Omni, hotel que tinha a fachada toda coberta por paralelepípedos ao estilo florentino renascentista l. Eu não conseguia nem sequer imaginar um dia que pudesse ser melhor que esse. Tudo havia sido inexplicavelmente perfeito, nem sequer alguma dor ou mal estar havia se atrevido a chegar perto de mim. E eu sentia que a noite iria ser melhor ainda.


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Notas finais do capítulo

Acho que foi informação demais nesse capítulo né? Ficou meio... conturbado(?)Mas sei lá, me empolguei em pesquisar. Assisti a peça INTEIRA de Giselle, aliás, se alguém quiser eu passo o link, é linda. Visitei o site do restaurante vi o menu e tudo. Visitei também o site do hotel... ai ai, pesquisei tanta coisa e acabei não colocando nada. Mas foi legal.Até o próximo.=*