Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 22
L.A Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Mano, que pau no nyah hein? Será que agora vai?
Eu to até com medo de postar, pq vai que o capítulo some com tudo, mas eu sinto que devo mais um capítulo a vocês, so...

Só tenho uma coisa há dizer: a fic está acontecendo, tipo em fevereiro né? Pois é, a anta aqui falou no capítulo passado do verão de San Franciso, ah é. Bem verão em fevereiro... ¬¬
Então agora, eu vou corrigir. É FEVEREIRO e INVERNO na fic.



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  Coloquei um maço de papel higiênico no nariz, virei minha cabeça para cima e esperei alguns segundos sentada na tampa do vaso até que o fluxo sanguíneo fosse interrompido. Garanti que o sangue naquela região não havia deixado rastros e voltei para a sala, onde não havia mais ninguém. Ouvi algumas vozes vindas do corredor e fui até lá, encontrando a sala de onde o burburinho surgia

  Abri uma fresta da porta e coloquei minha cabeça para o lado de dentro. – Vem. – Bill me indicou a cadeira ao seu lado com a mão. A sala era como uma sala de reuniões qualquer - com uma mesa comprida e cadeiras espalhada ao longo dela - exceto pelos instrumentos musicais que ali se encontravam

  Vi nos papéis rabiscados que Bill segurava, algo sobre vivo e morto; dor, ferida e aura; furacões e sóis. Eles estavam decidindo coisas da melodia da tal música que eu não entendia. Coisas complexas demais para mim. Eu mal sabia tocar violão e havia feito umas aulas de piano quando criança.

  Eles continuaram discutindo, mudando algo na melodia, refazendo-a, e mudando-a novamente por um longo tempo.

  - Okay, esta nós terminamos. – Jost falou visivelmente cansado. – Pausa para o café. Vocês merecem. – sorriu orgulhoso e deu um tapinha nas costas dos meninos que estavam próximos dele.

  Todos seguiram para a cozinha do estúdio. Que a meu ver só faltavam os quartos para ser uma casa normal. – A sala de gravações fica lá em cima. – Bill disse vendo que eu olhava estranhamente ao meu redor.

  - Hum... é que eu nunca havia entrado em estúdio antes e achava que eram somente como se vê nos clips. – me expliquei, dando de ombros.

  - Quando você ver a sala, vai achá-la familiar, dos clips.

  Chegamos à copa, onde todos já se aglomeravam em volta da cafeteira. Porém Bill pareceu não dar muita importância para o café. Colocou-me contra o balcão, beijando delicadamente a pele visível do meu pescoço. Gustav, que foi o primeiro a pegar o café ficou reparando no que estávamos fazendo ali, a vista de todos. Logo eu deixei de me importar com isso devido às sensações que já dominavam meu corpo. Com as mãos, levantei a cabeça do meu namorado deixando a boca dele livre para que eu pudesse ocupá-la com a minha.

  -... café... – alguém pigarreou alto – o seu café Bill. – nós erguemos os olhos e vimos Natalie com a xícara estendida. – só faltava o seu. – sorriu e dirigiu o olhar a mim.  – E você, vai querer alguma coisa?

  - Não, obrigada. – sorri também e revirei os olhos discretamente quando ela virou as costas. O que ela estava fazendo aqui mesmo? Quem precisa ser maquiado agora? Respirei fundo, com toda a certeza eu não estava normal ultimamente.

  - Já é noite. – Gustav resmungou, fazendo todos nós olharmos para a janela e contemplar o crepúsculo leitoso da noite que se iniciava.

  - Por que não vamos para a minha casa e terminamos lá? – Bill sugeriu. – Pelo menos a gente se liberta disso aqui um pouco.

  Georg olhou-o, concordando com a cabeça. – Acho melhor mesmo. Só este lugar já me faz sentir pressionado.

  - Não... – desta vez Tom resmungou. – quando se leva trabalho para casa o trabalho nunca acaba. E eu tenho compromisso para hoje à noite. – deu um sorriso tarado e seu celular começou a tocar.

  - Falando em compromisso... – Georg sorriu incentivando Tom a continuar se achando o motherfucker da parada. Pelo mínimo que eu pude ouvir da conversa ele estava dispensando alguma garota, dizendo que durante essa próxima semana estaria fora da cidade a trabalho. Mentiroso. Isto me revoltou. Como se eu nunca tivesse o visto fazer isto. Como se eu não tivesse crescido cercada de pessoas que faziam isto. Como se eu não soubesse que todos os homens fazem isso. Menos o Bill, é claro.

  - Mano, eu não sei o que dá nessas mulheres, sinceramente. Só porque você lutou dois dias pra levar ela pra cama tem que estar eternamente apaixonado?

  - Calma Tom, é o pós-coito. – O que o Georg estava falando? Pós-coito? Gott, as coisas estavam piores do que eu pensava e eu só me revoltava cada vez mais. – Todas as mulheres ficam melosas depois da transa.

  - E vocês seus canalhas? O que vocês acham que nós somos para sermos tratadas desse jeito? – eu sentia minha voz embargada e algumas gotas salgadas escaparem pelos meus orifícios oculares. – Droga, o que está acontecendo comigo? – perguntei-me tentando secar as minhas lágrimas. Eles me olhavam perplexos, com cenhos franzidos e bocas abertas. – Me desculpem, eu estou descontrolada. – saí pela primeira porta que vi, chegando a um pequeno jardim de grama clara e pequenos arbustos.

  - O que aconteceu, Puppe? – Bill me perguntou olhando docemente em meus olhos encharcados e acariciando meus cabelos.

  - Nada, na-da. – exatamente isso. Nada havia acontecido e eu estava ali me debulhando em lágrimas. - Me desculpa.

  - Não por isso. – sorriu beijando meus lábios. – só da próxima vez não me inclua na raça de canalhas.

  - Eu não incluí, eu sei que você não é assim. – olhei desconfiada para o lado. – eu acho.

  - Você acha. – olhei para ele com os olhos quase totalmente cerrados. – ‘Tá bom, eu sou. – fez um biquinho lindo me obrigando a beijá-lo. – Agora vamos.

  Demos a volta pelo jardim até a entrada lateral onde os carros estavam estacionados. Gustav e Georg estavam dentro do carro do Tom, que estava apoiado na porta segurando a minha bolsa e a de Bill.

  - Dá esse boné para mim? – Gustav pediu, abrindo o vidro do banco de trás.

  - Não! – dei língua para ele. Meu boné do departamento de polícia? Nada disso.

  - Chata. – ele fez cara de criança emburrada. Meu namorado empurrou a cabeça dele.

  - Não fala assim dela.  – puxou a minha mão e fomos para o carro.

  Eu estava parecendo àquelas crianças que não importa quanto tempo passam dentro de um carro em movimento sempre dormem. Não eram nem sete horas da noite, já estava tudo totalmente escuro - a noite chega cedo por aqui - e eu já estava caindo de sono. Eu só lembro-me de chegar a casa deles e deitar no colo de Bill no sofá, mais nada.

  Acordei sem enxergar nada, sem me lembrar de nada e sem ter a mínima idéia de onde eu estava. Comecei a ficar ligeiramente assustada, passei as mãos pelo meu corpo sentindo a falta das minhas roupas. Subi mais um pouco as mãos e fiquei mais aliviada ao perceber que pelo menos eu estava de calcinha e camiseta. Tentei sentir se havia algo de estranho no meu corpo, mas nada, ainda bem. Tateei o lugar onde eu estava deitada. Era fofo e tinha uns panos, uma cama. Sentei-me e procurei por algo ao meu lado e achei o abajur. Acendi-o e vi uma grande televisão pendurada na parede em um tom café escuro metálico, do meu lado direito uma grande porta branca e do lado esquerdo duas lindas cortinas beges esvoaçantes que cobriam a parede desde o teto até o chão. Melhor dizendo, ao meu lado esquerdo estava a coisa mais bonita do quarto, muito mais do que as cortinas. Bill dormia serenamente, virado para o meu lado. Nada mais óbvio do que eu estar no quarto dele. Sentei-me com as pernas cruzadas e fiquei por horas fazendo o que eu mais sabia fazer: contemplar a perfeição.

  Depois de se passarem horas a meu ver, Bill abriu os olhos e os arregalou imediatamente ao me ver ali parada com os olhos fixos e semicerrados sobre ele. Senti todo o desejo a muito retesado vir à tona. – O que você diria se eu te atacasse agora?

  Olhou para cima por alguns segundos como se pensasse e me encarou novamente com a sobrancelha direita arqueada. – Por que demorou tanto?

(...)

  - São só oito horas da manhã? – Bill se espantou ao olhar para o relógio enquanto o colocava no pulso.

  - Uma pessoa normal diria: “Já são oito horas?” – eu ainda estava me vestindo, por que tinha saído por último do banho.

  - Você não deveria ter lavado o cabelo. Está meio frio lá fora.

  - E...? – terminei de me vestir e parei encostada na parede tentando pentear os meus cabelos.

  - E você pode ficar doente. – revirei os olhos e ele cruzou os braços parado em minha frente.

  - Eu não estou tão frágil assim. – coloquei o pente de volta no potinho sobre a pia e andei até ele. – Não tanto. – Arrumei a gola de sua camisa xadrez.  – Vamos?

  - Já? – jogou a cabeça para trás.

  - Sim, você quer chegar lá que horas? – peguei minha bolsa e o meu boné e puxei-o pela mão para fora do quarto. – Onde o Gustav está?

  Ele franziu o cenho. – Para quê?

  - Por que eu quero saber, oras. – continuei andando e tentando observar dentro dos cômodos por onde passávamos. Bill passou na minha frente e apontou para a porta entreaberta.

  - Aqui, eu acho.

  Cheguei até ele e olhei para dentro do quarto. – Isso é ele? – apontei para o bolo de cobertas na cama.

  - Deve ser. – ele voltou para o corredor. – Vá você lá se quiser.

  Dei apenas alguns passos para dentro do quarto e atirei o boné em cima da cama. Bill me olhava ainda com o cenho franzido. – Tudo bem, depois eu arranjo outro. – sorri e passei por ele.

  - Vai roubar de outro policial? – arqueou a sobrancelha, encostado na parede com os braços cruzados.

  - Não, vou pedir docemente. – olhei para ele e pisquei os olhos rapidamente. – Você diria não para mim?

  - Não. – começou a andar.

  - ‘Tá vendo? – sorri triunfante e comecei a descer as escadas.

  - ‘Tá vendo o quê? Eu acabei de te dizer não. – desta vez ele passou sorrindo.

  Descemos mais um lance de escadas, estas externas, até a garagem. Entramos no carro do Bill e voltamos para San Francisco. – Você tem alguma coisa para fazer hoje?

  - Exames, de rotina. – dei de ombros. – Mas eu preciso passar em casa antes, para ver o JJ.

  - Para ver quem? – olhou de lado, desconfiado.

  - O JJ, meu sobrinho.

  - Desde quando você é tia?

  - Desde... ontem. – balancei a cabeça afirmativamente e olhei para o mar abaixo de nós enquanto passávamos pela Golden Gate. Bill deve ter desistido de entender o que eu falava e voltou sua atenção ao trânsito em silêncio. Não por tanto tempo.

  - E aquele seu amigo?

  - Que amigo? – voltei a olhar para ele, com a testa enrugada.

  - Lu alguma coisa. – disse com desdém

  - Lewis?

  - Esse aí. – sacudiu os ombros, como se não desse importância alguma para o ser em questão. Então para que perguntar?

  - É meu vizinho. – sorri olhando ao longe profundamente. Ele olhou para mim com uma expressão mesclada de ódio e surpresa. Eu tive que me segurar para não rir. – Não, ele voltou para o Canadá né.

  - Acho bom. – disse ressentido e voltou-se para frente. – É aqui? – parou no cruzamento e apontou o lado esquerdo com a cabeça.

  - Aham. – entramos na rua da minha casa. – Pode esperar aqui que eu já volto. – dei um beijo nele, me demorando mais do que o necessário e entrei em casa.

  - Alguém em casa? – gritei assim que entrei e uma criancinha veio correndo até mim. Abracei-a desajeitadamente. Eu não tinha habilidade nenhuma com crianças, seres frágeis e desprotegidos. Christopher apareceu também. – Pelo jeito está tudo bem.

  - Sim, ninguém apareceu por aqui. – se aproximou e deu um beijo na minha bochecha. – Só o...

  - Eu. – Benji disse e o pequeno em meu colo pulou e saiu correndo na direção dele. – Ele gosta do titio aqui.

  - Claro, ele já percebeu que vocês têm a mesma idade mental. – ele soltou um riso debochado da minha afirmação. Ele sabe que é verdade. – Vocês vão comigo no médico? – os três fizeram que sim com a cabeça. – Você vai também JJ?

  - Uhum. – balançou a cabeça várias vezes, com uma carinha tão fofa que me deu vontade de morder.

  - Então vamos.

  Eles me seguiram até o carro e apenas Benji cumprimentou o Bill e todos permaneceram em um silêncio tenso até o hospital, exceto o JJ que ficou pentelhando o caminho inteiro. Eu também preferi me manter quieta. Se eu falasse com qualquer um ali iria ser acusada de dispensar minha atenção de forma irregular, de ambas as partes. Sendo assim, era melhor me manter imparcial.

  No hospital eu fui sozinha fazer o exame e quando voltei todos estavam no quarto onde eu ia realizar o outro exame. Até a recepcionista deve ter ficado com medo de mandar só um entrar. – Como foi? – meu namorado perguntou enquanto eu sentava ao lado dele no pequeno sofá.

  - Normal. – tirei a mão que instintivamente ficava apertando o lugar onde o sangue havia sido retirado. – Já estou acostumada. – ele passou o braço em volta do meu ombro me aninhando em seus braços e me fazendo apoiar a cabeça no ombro dele. Olhei para o lado e vi meus irmãos olhando nervosamente para nós dois do outro sofá. – É melhor eu sentar na cama. – levantei e me sentei na cama, impedindo crises de ciúmes.

  O Dr.Carlton entrou no quarto e sustentou seu olhar no meu seriamente por alguns segundos. Comecei a ficar com medo, e isso piorou quando ele chacoalhou o que parecia ser o resultado do exame de sangue na minha frente. – Por que a senhorita não me contou que estava grávida?


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Notas finais do capítulo

Eu sei muito bem que vocês gostaram disso. Espero que estejam felizes agora. *-*