Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 21
L.A Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora. É que uma amiga minha foi embora (buá) e eu passei a semana toda curtindo com ela...

E esse capítulo não ficou lá todas essas coisas, mas espero que gostem. E vou fazer o máximo para postar a parte 2 logo, logo. Ah, e não se preocupem com o final, é só pq eu tinha q parar em algum lugar, okay?



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   - Eu já disse que posso fazer as coisas sozinha.

  - E se você desmaiasse no meio do caminho, hein? – revirei meus olhos e apenas meti mais uma barra de alcaçuz na boca enquanto meu pai ficava argumentando sobre a minha ida até Los Angeles. – O... – observou ao redor da sala procurando ou talvez tentando lembrar-se qual dos filhos ainda estava em casa, olhou para o Christopher e ignorou a idéia. – Benjamin te leva.

  - Desculpa, mas – Benji apareceu na sala com o skate embaixo do braço. – tenho reunião com os patrocinadores hoje, e já estou atrasado. – subiu no skate e saiu.

  - Eu já disse que não é para ficar andando de skate dentro de casa. – meu pai gritou sem nem ao menos olhar para ele. – Quantos anos você tem?

  - Tchau pai! – me desliguei da conversa e fiquei observando e ‘brincando’ com o pingente de bailarina que Bill havia me dado. Coisa que eu fazia quando ficava com saudade dele.

  - Ouviu? – meu pai perguntou me fazendo olhar para ele – Você vai com o Christopher. – apontou com a cabeça para o menino que estava dormindo no sofá.

  - COMIGO? – ao que parece ele estava fingindo que dormia. Sentou-se no sofá olhando incredulamente para o pai. – Pede para qualquer outra pessoa, menos para mim.

  - Você por acaso vê mais alguém por aqui? – ele olhou para todos os lados da sala. - Se achar tudo bem, se não, leve ela.

  - Depois não me responsabilize pelo que eu venha a fazer, o senhor conhece muito bem os meus motivos. – eu estava me sentindo como uma mercadoria que ninguém quer transportar.

  - Eu sei, mas agora as coisas mudaram. Eu só preciso que você cuide dela hoje, pode ser?

  Olhou para ele sério. – Fazer o quê...

  - Bom menino. – meu pai beijou a cabeça dele e a minha e saiu para mais um dia de trabalho.

  - Desculpa ser um fardo para você. – olhei magoada para ele, que apenas sustentou o meu olhar – mas você não precisa ir. É só dizer para o pai que foi, e pronto.

  - Vai se arrumar logo antes que eu desista. – apertou minha bochecha e subiu para o quarto. Que pessoa mais bipolar.

  Tomei um bom banho, enrolei meus finos cabelos com o baby-liss tentando dar um pouco de movimento aquele cabelo comprido e liso. Vesti uma minissaia jeans, blusa cinza gola V com um blazer preto por cima, - por que apesar de estarmos no verão, havia uma densa névoa lá fora - um boné preto e amarelo com as inscrições NYPD e um all star, peguei minha mochila e desci. No meio do caminho me senti enjoada e me enfiei no primeiro banheiro que vi, mas não vomitei como pensava, logo o enjôo passou. Antes de sair, vi uma coisinha brilhando no chão e peguei as chaves do carro do Benji.

  Christopher já estava na garagem, começando a abrir o seu carro. – Que tal irmos no do Ben? – Tudo bem que o do Totti era um Mustang GT500 preto e lindo - uma versão bem atualizada do meu Mustang antigo - mas o Hummer do Benjamin era bem mais... impactante. Um ex carro de guerra, em tom de vinho, com rodas grandes e cromadas, assim como os pára-choques.

  - Se você tivesse a coragem de pegar o carro dele, ainda haveria um problema, a chave. – olhei para ele prepotente e me preparei para balançar a chave na frente dele. – Ele sempre guarda ela junto com o pinto dele. – quando disse isso eu soltei a chave imediatamente, fazendo cara de nojo.

  - Onde você achou isso? – olhou com nojo para a chave no chão.

  - No banheiro. – olhei da chave para o carro algumas vezes, considerando a opção. – Ah, quer saber? Eu não quero saber.

  Peguei a chave com a manga do blazer e me pendurei para poder subir naquele carro exageradamente alto. – Eu dirijo. – Totti disse puxando meu braço.

  - Não. – olhei brava para ele. – Você já vai voltar dirigindo, me deixa ir pelo menos né. – me olhou vencido e foi para o lado do carona.

  Saímos da garagem e fomos em direção da saída. O portão foi aberto, mas não pudemos sair por causa do anão de jardim que se encontrava em meio à saída.

  - O que é aquilo? – Christopher apontou para o mesmo local que eu olhava, tentando decifrar o que era aquela coisa pequena.

  - Uma... criança?

  - Isso eu já percebi, - me olhou como se isso fosse óbvio – quero saber o que ela está fazendo aqui.

  - Por que eu saberia? – abri o vidro e fiz sinal para que a criança se aproximasse. Ele veio vindo, um menino lindo, pele e cabelos claros, mas não muito e feições bem familiares. – O que você está fazendo aqui? – perguntei com a voz mais doce que eu consegui.

  - Vim ver o meu pai. – falou cabisbaixo e esticou um envelope branco para mim. Eu e o Totti nos entreolhamos, tentando entender o que estava acontecendo por aqui.

  - Você tem certeza de que o seu pai está aqui? – ele fez que sim com a cabeça ainda olhando para baixo. Desci do carro e peguei o envelope em minha mão. Na parte de trás havia escrito o nome da pessoa a quem ele havia sido destinado. Jared. – O Jared é o seu pai? – a pergunta saiu carregada com o espanto que havia se instalado em mim.

  - A mama disse que sim. – me ajoelhei na frente dele, vendo suas bochechas coradas e o nariz bonitinho que ele tinha.

  - E onde sua mãe está?

  - Ela teve que ir embora. – sorri do jeito bonitinho que ele falou. Devia ter uns três, quatro anos e ainda falava como um bebezinho. Olhei para o envelope, mas decidi não abri-lo, melhor deixá-lo para o pai da criança.

  - Quantos anos você tem? – ouvi o meu irmão perguntando dentro do carro. Ele estirou a mãozinha com apenas três dedos erguidos. Mein Gott, o Jared teve um filho com dezoito anos e nem fazia idéia disso. E eu achando que ele era o mais ajuizado dos meus irmãos.

  - Ela quer que você fique aqui?

  Ele balançou a cabeça afirmativamente finalmente levantando seus olhos para mim. É, ele era filho do Jared. – A vovó ‘tá doente e a mama precisa cuidar dela.

  Olhei para a casa que agora estava apenas sendo habitada por empregados. Eu não podia deixar a pobre criança ao relento. – Sobe aí. – abri a porta de trás para ele, mas ele apenas a observava, receoso. Aproximei-me dele. – Está tudo bem, eu vou cuidar de você até o seu pai aparecer, tudo bem? – ele fez que sim e olhou para o carro, percebendo que era alto demais para ele, por isso estendeu os braços para mim. O peguei no colo e o coloquei dentro do carro, subindo no mesmo também.

  - Você vai levar ele? – Christopher perguntou estranhando a minha atitude e eu apenas enviei um olhar para que ele calasse a boca.

  - Qual o seu nome? – perguntei enquanto colocava o cinto no pequeno.

  - Jaled. Jaled Júnior. – WTF? Ele já se chamava Jared Júnior?

  - Posso te chamar de JJ? – ele sorriu pela primeira vez e fez que sim, repetindo baixinho o novo apelido. Belisquei sua bochecha, e voltei para o meu lugar, passando entre os dois bancos da frente. Recebendo um olhar de reprovação do meu irmão. O ignorei e iniciei, finalmente, a nossa viagem.

  - Tem certeza que vai continuar dirigindo? – ouvi a voz do meu irmão quase  como um sussurro, e as imagens em minha frente estavam um pouco desfocadas. O meu orgulho queria me fazer continuar ali, mas a sensação de cabeça pesada e os sentidos meio desestabilizados me fizeram encostar. Por que eu não tomei o analgésico mesmo?

  Troquei de lugar com o Totti e dei uma olhada para trás onde o meu pequeno “sobrinho” cochilava tranquilamente. – Você acha que ele é mesmo filho do Jared? – Meu irmão perguntou, eu fiz que sim e sorri com a idéia de ter uma criança fofinha fazendo parte da família agora.

  Antes que ele ligasse o carro percebi onde estávamos parados. – Starbucks! – meus olhos brilharam repentinamente. Eu nem percebi que já havíamos entrado na área metropolitana de Los Angeles e parei justamente em frente ao Starbucks. Meu irmão olhou e sorriu com a constatação. Descemos rapidamente do carro e atravessamos a rua. Quando eu ouvi o alarme do carro percebi que havia esquecido alguma coisa. – A criança! – voltei correndo para o carro e o peguei no colo. Ele era bem pesadinho. Entramos na cafeteria e fomos direto para o balcão. Totti já havia feito o seu pedido. – Eu quero um Frapuccino Blended Coffee grande e um normal pequeno, mas com o dobro de chantilly e todas as caldas que você puder colocar. – o menino em meu colo acordou e eu o coloquei em cima do balcão. – Você quer um desse? – mostrei-lhe a bebida quando a moça me entregou.

  - O que é? – Totti pagou as bebidas e as pegou da minha mão para que eu pudesse levar a criança no colo para o carro.

  - Café gelado. – ele fez uma cara feia – Você vai gostar.

  Sentei-me no banco de trás junto com o gurizinho e entreguei o copo dele. Ele começou a beber meio desconfiado, mas logo que descobriu o sabor daquela maravilha começou a beber tudo rapidamente. Peguei o analgésico da minha bolsa e o tomei já no primeiro gole da bebida.

  Christopher voltou a dirigir e eu receosamente abracei a criança ao meu lado. Eu sentia que ele era meu sobrinho, e mesmo que não fosse. Ele havia sido abandonado pela mãe e precisava de algum conforto.

  - Onde é?

  - Não sei... espera um pouco. – peguei meu celular e abri a mensagem que Bill havia me mandado com o endereço do estúdio. Conferi o endereço e vi que pelo menos já estávamos no bairro certo. Disse a rua para ele, que logo a achou. Ao menos para isso ele servia.

  Chegamos em frente ao estúdio. Uma casa normal, com a frente de vidros espelhados. – Tem certeza que é aqui? Isso não parece um estúdio...

  - Vamos saber agora. – ele parou o carro em frente à porta e começou a apertar aquela buzina náutica loucamente.

  - Para Christopher! – eu gritava e tentava para-lo inutilmente. A criança ao meu lado decidiu tentar ajudar, mas não a mim. Voou para o banco da frente apertando a buzina junto com o ‘titio’ dele. Olhei para a porta e vi toda a banda e mais algumas pessoas que eu me lembro de ter visto algumas vezes olhando sem entender para o carro em que estávamos.

  - É, acho que é aqui mesmo. – Totti disse sem muita animação, parando de buzinar e tentando segurar as mãos da criancinha que ainda queria continuar fazendo a festa.

  - Vamos insuportáveis. – desci do carro - ou melhor, pulei - com a minha bolsa, e esperei que os dois seres me acompanhassem.

  - Para onde?

  - Você disse que só iria embora mais tarde. – fiz beicinho inconscientemente.

  - E eu vou. Só que isso não quer dizer que eu vá ter que ficar agüentando certos tipos de coisas. – disse sério e olhou para o banco do carona. – E eu acho que esta criatura merece um pouco de diversão.

  - ‘Tá bom então, tchau. – disse resignada e saí. Ouvi os pneus cantarem enquanto eu me aproximava do aglomerado de pessoas. – Desculpem às crianças da minha família, eles têm sérios problemas. – alguns me olharam ainda confusos, no entanto Gustav, Tom e Georg me olhavam com pena. Bill certamente havia contado para eles. Eles me abraçaram, mas Tom me deu um abraço consideravelmente mais forte e mais longo. Quando ele me soltou eu murmurei um ‘tudo bem’ e fui até Bill recriminado-o com o olhar por ter contado eles. Ter que aturar a dó dos outros não era muito agradável.

  - Como você está? – ele me perguntou, mordendo minha bochecha.

  - Bem. – apertei sua cintura enquanto entrávamos, acompanhando os demais. – Vocês devem estar felizes agora que estão morando entre “California gurls We're unforgettable Daisy Dukes Bikinis on top Sun-kissed skin So hot We'll melt your popsicle Oooooh Oh Oooooh”. – cantei a músiquinha com aquela voz melosa e imitando os passos de dança. Eles ficaram me olhando espantados e quando acabei, morreram de rir, todos dobrados sob o abdômen. – É, acho que não estou tão bem assim.

   Sentamos-nos no sofá e eu senti uma vontade incontrolável de fazer xixi. – Onde é o banheiro? – Bill já me olhou preocupado. – Não, eu não vou vomitar. – ele amenizou a expressão e me indicou a porta a sua direita. Fui rapidamente e fiz um pingo de xixi. O que houve comigo? Estou com incontinência urinária? Quando fui ao banheiro, me olhei no espelho e vi sangue escorrendo do meu nariz. Mais essa agora...


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Notas finais do capítulo

E aí?

Bom, o JJ ali se lê Jay-Jay e não Jota-Jota. Assim como Carol se lê Kéruol(?) e não Carol normal. Vocês me entendem né?