Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 16
Tudo Se Resume A Amar Você


Notas iniciais do capítulo

Estava morta virtualmente, mas fui ressuscitada!
Desculpem a demora, mas eu tenho minhas explicações. Bom, no começo eu não postei pq eu estava desistindo da fic, mas aí eu fiquei sem internet e consequentemente sem nada pra fazer e recomecei a escrever, e mais uma semana se passou, e mais outra e eu acabei recuperando a inspiração e – glória a Deus – eu estou aqui de volta com um mini capítulo.
Leiam com esta música ok? Vai fazer toda a diferença. http://www.youtube.com/watch?v=F-4wUfZD6oc&feature=related
Yiruma - River Flows In You



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 Bill's Pov

  “ - Eu tenho a mesma doença que ela, Bill. A mesma coisa que matou ela está me matando. – não, não, não... era a única coisa que circulava em minha mente. Não, não ela, não a minha Carol. Sem que eu sequer notasse, meu rosto foi lavado pelo oceano salgado que escapava por meus olhos. Grossas e pesadas gotas de minha dor líquida misturavam-se silenciosamente ao fluxo de água que já corria por minhas bochechas, enquanto eu apenas deixava o choro escapar por meus olhos e os soluços que eu até então prendia fugirem por minha garganta. A dor era tão intensa e se alastrava tão rapidamente por meu corpo que este se contraiu por inteiro, tentando lutar contra aquele sentimento pavoroso que o dominava. Por um tempo que fui incapaz de calcular, permaneci inerte, sem sequer me preocupar com fatores básicos como respirar. As lágrimas continuavam a cair, mas todo o resto parecia estar retesado, imobilizado.

  - Bill... – meus braços que já haviam se afrouxado em volta dela, voltaram a apertá-la, ainda mais. Carol tremia inteira sob eles, eu podia escutar um muxoxo devido ao choro que ela tentava prender.

  Ela levantou a cabeça, olhou em meus olhos profundamente e acariciou meu rosto. – Bill, por favor, não... – fechou os olhos como se buscasse forças ou palavras para continuar. – Não faça isso. Não fique assim. – abaixou a cabeça, balançando-a negativamente. – Você não sabe o quanto eu lutei para que isso nunca acontecesse. – olhou-me novamente, voltando a acariciar meu rosto desolado, molhado pelas lágrimas que insistiam em cair. – Não faça com que tudo isso tenha sido em vão.

  Eu me negava a acreditar nisso, mas cada vez mais começava a pensar que poderia ser real. Tudo fazia sentido. Todas as coisas que ela me dizia, o que ela vinha sentindo ultimamente... Eu não tinha forças para nada, muito menos para lutar contra ela. O medo era tão grande que eu preferia aceitar as coisas que ela dizia, eu não conseguia arranjar coragem para contrariar ela agora.

  - Bill, eu tenho que ir.

  - Não, não, não. – a abracei ainda mais forte, sentindo o choro se intensificar cada vez mais. Pensar em a deixar ir me dava agonia, um medo de... – Eu não vou te perder nunca mais.

  - Vai... Eu simplesmente não posso deixar que aconteça. Você não entende? – se desvencilhou de meus braços e ficou em pé, se preparando para sair. – Isso é demais para mim. Eu não aguentaria tudo aquilo de novo. – Eu preciso ir. – ir... Ela tinha que parar de dizer essas coisas. Cada vez que eu ouvia ou penava nisso algum ácido corroia minhas entranhas e nada que eu fizesse podia fazer com que isso melhorasse.

  Ela se reaproximou da mesa abrindo a boca diversas vezes para dizer algo, se ajoelhou em minha frente se segurou minhas mãos entre as suas. – Só me prometa que vai ficar bem, que não vai ficar chorando, nem perder o desejo de auto-preservação, nem nada do tipo. Por favor.

  - Só se você me prometer o mesmo, que vai ficar bem, que não vai deixar nada acontecer a você. – ela fitou o chão, balançando a cabeça negativamente, por um longo tempo. – Me prometa... – nem ela acreditava que pudesse conseguir isso. – Prometa logo, droga! – gritei e soquei a mesa, pouco me importando se as pessoas estavam reparando ou não. Eu estava perdendo a mulher da minha vida. Que importância tinha o resto?

  Ela ergueu o rosto vermelho, molhado e contorcido de dor para mim e movimentou-o afirmativamente. Segurou meu rosto e deu um beijo rápido e forte em meus lábios fazendo com que meu coração quisesse voltar a bater. Neste segundo de alienação em que eu perdi meu controle ela se esvaiu de minhas mãos e quando eu tornei a abrir meus olhos ela já havia ido, e eu só pude ver suas costas por um milésimo antes de perdê-la de vista totalmente. Ver essa cena era certamente a coisa mais dolorosa pela qual eu já havia sido submetido. A idéia de que isto pudesse ser permanente esmagava qualquer vestígio de vida que ainda resistia em meu corpo.

  Um desespero começou a tomar conta de mim. O que eu estava fazendo parado ali? Eu não podia deixar ela sozinha justamente quando ela mais precisava de mim. Eu não podia me importar com a vontade dela, não agora...”

  O barulho da porta me despertou das lembranças dolorosas e irremediáveis.  – Já fez alguma coisa, Bill? – Tom entrou na saleta do estúdio, onde ele achava que eu estava - e eu deveria estar - compondo novas músicas. Como se eu conseguisse pensar em alguma outra coisa.

  - O que você acha? – disse cínico, arqueando a sobrancelha direita e mostrando o caderno em branco. Eu não estava agüentando mais nada disso. A inspiração era uma coisa que havia me abandonado desde aquele dia. Eu estava a beira de um ataque de nervos ou de choro a todo o momento.

 

  Ele bufou e se jogou no sofá ao meu lado. – Eu não queria ter que dizer, mas – começou hesitante, gesticulando com as mãos, com os cotovelos apoiados no joelho e coçando a testa esporadicamente. Eu nem precisava ser irmão gêmeo dele para perceber o nervosismo dele e prever que ele iria começar com toda aquela ladainha de novo. – você precisa começar com isso logo. Nós não podemos ficar perdendo tempo. – respirou fundo e olhou para mim piedosamente. – Eu sei como...

  - Não, você não sabe! – levantei alterado, gritando e jogando tudo em cima dele. Uma dor em forma de pontas crescia dentro do meu peito, queimando tudo onde encostava. Isso me fazia querer gritar, esmurrar, chorar... qualquer coisa que pudesse aliviar o que eu sentia. E infelizmente, neste momento, o ponto de descarrego era o meu irmão. – Dessa vez você não sabe. – apoiei minhas mãos no encosto do sofá de couro preto. Abaixei a minha cabeça e fiquei respirando calmamente até que o acesso de ira passasse. Porém a dor nunca passaria, ela nunca me abandonaria, muito menos a culpa. A culpa por ter sido um idiota, inútil e ter deixado a Carol ir embora sem nem ao menos lutar contra isso.

 

  - Bill, pára de ficar se culpando. – meu gêmeo olhou para mim por sobre o sofá, adivinhando meus pensamentos, como sempre. – O que aconteceu com ela não é culpa de ninguém. É muito ruim te ver desse jeito.

  - Eu mereço estar assim. – sentei-me ao seu lado, sentindo o choro começar a se formar em minha garganta. Os braços de meu irmão me enlaçaram, tentando passar alguma força ou conforto a mim, o que era de alguma ajuda. Mas eu teria que engolir tal choro, não o importava o esforça que eu tivesse de fazer, eu tinha prometido isso a minha garota e eu teria que cumprir essa promessa ou ela não cumpriria a dela. Eu me sentia apavorado de pensar nisso. Uma agonia de dor indizível me invadia ao pensar em sua provável condição.

  - Licença. – uma voz veio acompanhada de batidas e uma cabeça se mostrou pela porta aberta revelando um rapaz de cabelos negros e olhos azuis escuros estranhamente familiares. Meu coração parou quando reconheci o ser em questão. A expressão que ele trazia consigo me fez pensar no pior e após isso me permiti quebrar a minha promessa já que a dela também havia sido quebrada.


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Notas finais do capítulo

Saudades de vocês, sério mesmo. Nunca experimente ficar sem internet, é o inferno. Bom, se alguém ainda ler isso eu posto o próximo, ao menos isso eu posso garantir. Vocês querem que eu avise por MP quando a fic for atualizada?