Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 13
A Espera De Que A Porcaria Da Briga Comece


Notas iniciais do capítulo

Esse título é só por causa do fim do capítulo passado.

Capítulo pequeno, tosco, ridículo. Então eu vou entender se mais pessoas deixarem de ler. Mas eu promento que recompenso no próximo. Bill's Pov todinho pra vocês.



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   Os olhos que me encontraram tinham um misto de raiva, dor e decepção. Com certeza iria ser muito pior do que eu imaginava. Mas assim que os olhos dele se aperceberam de que era em mim que repousavam sua feição se transformou completamente. Ele sorriu, mas não um sorriso triste como os que eu presenciei ultimamente, um sorriso singelo e feliz que atingiu até mesmo os seus olhos, que brilhavam como duas estrelas. Corri como uma criança ao seu encontro, afundei minha cabeça em seu peito sentindo o cheiro bom de pai enquanto seus braços me envolviam. Isso me acalmou tanto, ele não precisava dizer nada, apenas aquele abraço já me fazia sentir uma ótima paz interior. Ele era um homem de poucas palavras mesmo, e não seria melhor se de outro jeito fosse.

  - Eu pensei que você fosse brigar comigo. – levantei os olhos até os dele fazendo beicinho.

  - Por que eu brigaria com você?

  Dei de ombros e coloquei minha cabeça em seu peito novamente. – Pelo histórico das últimas conversas era só isso o que eu esperava de vocês. – disse meio ressentida, mas a última coisa que eu queria neste momento era que eles se sentissem culpados. – Desculpa, é – olhei para os lados procurando algum assunto para o qual eu pudesse desviar, contudo eu acabei dando falta de algo. – onde está o Lewis?

  - Ele foi para o hotel dele – Benjamin se jogou no sofá – e disse que qualquer coisa é para você ligar para ele.

  - Vocês não acham que nós deveríamos sair para fazer alguma coisa? – Christopher voltou da cozinha com uma maçã na boca e sacudindo a cabeça para tirar o cabelo dos olhos.

  - Agora que eu acabei de sentar? Dá para vocês relaxarem um pouco? – Benjamin resmungou esparramado no sofá. – Eu ‘tô cansado.

  - Cansado de quê seu idiota!? – ele foi atacado por uma almofada aérea provinda de Jared. E então eles começaram uma briguinha boba na qual Christopher se meteu também.

  Eu fiquei rindo daquilo tudo. Era tão bom ver meus três gêmeos aqui agindo tão normalmente como se nada tivesse acontecido. Por mais que eu tivesse desejado o contrário, eu estava feliz, me sentia em casa novamente. Além do mais, eu acho que não conseguiria suportar tudo isso sozinha. Soltei-me do meu pai e me joguei sobre eles três no sofá, tentando abraçar todos ao mesmo tempo. Eles pararam de brigar no mesmo instante e me abraçaram também, sorrindo tanto quanto ou mais do que eu.

  - E então, vamos ou não? – Jeremy abriu a porta fazendo um gesto com a mão para que saíssemos logo.

  - Espera né, eu tenho que me trocar. – corri para o quarto e rapidamente me meti em uma calça jeans, camiseta branca e num casaco grosso preto.

  - Vamos, vocês estão esperando o quê? – passei por eles fazendo careta e fui até o elevador, sendo seguida por eles.

  Ficamos andando à toa por ruas aleatórias do bairro em que eu morava. Em silêncio, apenas aproveitando o momento de estarmos todos juntos novamente. Eu tentava de todas as formas apenas me concentrar naquele momento e evitar que pensamentos dolorosos sobre o dia de ontem e sobre certa pessoa tomassem conta da minha mente.

  Depois de darmos uma passada pelo Museu do Schloss Charlottenburg - com toda aquela arquitetura barroca, detalhes dourados, uma imensa coleção de porcelanas e quadros, uma dimensão do século XIX - decidimos passar o resto do dia no Schlosspark, deitados na relva macia observando a arquitetura geométrica daqueles jardins, respirando o ar puro e fresco proveniente das árvores e nos esquentando com os fracos raios de sol daquela fria manhã.

  Todos eles continuavam os mesmos de um ano atrás, quando me abandonaram. Meu pai, sério e protetor, observando-nos a todo o momento como se ainda fôssemos bebês indefesos. Alto, forte com ombros largos, os cabelos loiros já estavam começando a ceder lugar a uns poucos fios brancos.

  Jeremy era a cópia perfeita do Mr. William Ford, tanto fisicamente quanto na personalidade, o único irmão mais velho que eu tinha de fato, e consequentemente o mais maduro. Assim como o meu pai ele era loiro com os olhos azuis claros e bronzeado, o que lembrava um surfista californiano.

  Christopher tinha a cara emburrada de menino irritado. Sempre foi o mais marrento de todos. E também o mais baixo. Assim como Jared, Benjamin e eu; tinha a pele mais clara e cabelos mais escuros, - coisa esta que havíamos herdado de nossa mãe - e olhos azuis escuros. Ele tinha o nariz mais fino e o cabelo liso caía pelos seus olhos.

  Jared, o sentimental. Doce e amável como sempre. Nunca vi uma pessoa se entregar tanto a tudo o que faz e sente quanto ele, sem falar que ele tinha o olhar mais profundo que eu já vi. Ele tinha o rosto um pouco mais arredondado, cabelos mais curtos e bagunçados e uma cara de homem de verdade.

  E por fim, Benjamin, o bebezão. Ele parecia uma verdadeira criança ambulante. Fazendo piadas o tempo inteiro e não deixando ninguém parar de rir por nem um minuto. E ele realmente tinha a feição de gurizinho, de menino caçula. Com o cabelo mais curto de todos e a bochecha naturalmente mais rosada.

  Essa era a minha família. Eu estava sentindo uma coisa tão boa dentro de mim que eu até já tinha esquecido como era.

  - Eu sei que nós tínhamos combinado não tocar neste assunto. – a frase dita de repente, despejada de uma só vez, chamou a atenção de todos fazendo-nos olhar diretamente para Jared. – Mas eu não consigo, eu não posso evitar que isso fique martelando na minha cabeça e muito menos simplesmente fingir que nada de errado aconteceu. – ele olhou atenta e nervosamente para as mãos que estavam apoiadas nos seus joelhos dobrados. Abriu a boca algumas vezes tentando proferir algo que explicasse aquilo. Os outros pareciam não estar felizes com a reação que Jared estava tendo, porém não tentavam o impedir que continuasse. Ele então olhou para mim pesarosamente e prosseguiu: - Eu não consigo parar de pensar que isso tudo é culpa nossa, que se nós não tivéssemos feito aquilo com você as coisas não estariam desse jeito agora. Que direito nós temos de querer mandar na tua vida? E pior ainda, só por que você não acatou as nossas decisões, simplesmente parar de falar com você. Por um ano, por um ano... – estava me sufocando ouvir aquilo, ele não tinha por que se sentir assim. Eles não tinham culpa de nada, de nada.

  - Jared...

  - É verdade. Eu sei que nós tínhamos os nossos motivos, e motivos muito fortes, mas nem isso justifica nossos atos. Você tem que nos perdoar. – todos - os que estavam de cabeça baixa, constrangidos ou os que olhavam para o lado para não prestar atenção no que se passava - olharam para mim neste momento esperando uma resposta que se encaixaria a todos.

  Levantei-me e fui até o seu lado, sentando-me abraçada a ele. – Jared você não precisa se preocupar com isso, nenhum de vocês é culpado por nada e por isso não há nada que precise ser desculpado. – eu percebi que com essas palavras tanto ele como os outros se acalmaram e talvez até estranharam um pouco. Até eu estava estranhando essa minha reação. Eu achava que quando a oportunidade me chegasse iria jogar tudo na cara deles e fazê-los se sentirem tão mal quanto eu. Mas não, ontem eu passei por tanta coisa ruim que hoje eu preferia apenas sentir o bem que a companhia deles me fazia.

  - Quanto tempo vocês vão ficar aqui? – perguntei, apenas tentando puxar algum assunto e torcendo para que eles dissessem “para sempre”.

  - Só até semana que vem. – Jimmy respondeu com um sorriso triste.

  - Mas nós não vamos sozinhos. – arqueando as sobrancelhas e com um sorriso de lado esperto no rosto, Christopher disse.

  - O quê? Vocês não acham que eu... – meu pai me interrompeu antes que eu pudesse terminar minha frase.

  - Não; você acha que nós te deixaríamos sozinha aqui agora? – é, olhando por esse lado até que não parecia uma coisa absurda. É que com todo esse tempo aqui eu não considerava mais de maneira alguma deixar a Alemanha e deixar... sacudi minha cabeça para que meus pensamentos se dissipassem.

  - E nós iremos para os Estados Unidos. – William Ford prosseguiu. – Lá certamente será melhor para você. – Fiz uma careta. Droga, Estados Unidos não.

  - Eu sei por que você está com essa cara, mas não precisa ficar assim, tenho certeza que o seu namoradinho não vai reclamar disso.

  Minha cabeça começou a pesar, devo ter prendido a respiração para tentar evitar que alguma dor aparecesse. Merda, por que alguém tinha que me fazer pensar nisso. Eu consegui evitar que qualquer lembrança viesse a minha mente durante todo o dia e agora Christopher tinha que fazer com que isso viesse à tona. Apoiei minha cabeça nos joelhos começando a respirar novamente, lentamente.

 

  - Você não contou para ele né? – ouvi a voz de Jerry ao mesmo tempo em que sentia seus braços me envolvendo. Balancei a cabeça negativamente.

  - E o que você fez?

  - Eu só... – minha garganta começou a ser pressionada fazendo com que minha voz saísse esganiçada. E de novo, meu coração diminuiu seu ritmo, ele estava farto de ter que bater sem Bill – acabou, pronto.


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Notas finais do capítulo

Se alguém se confundir com alguém da família dela, com os apelidos podem perguntar.

Beijo pras guriazinhas fofas que ainda acompanham, muito obtigada.