Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 12
Monstro


Notas iniciais do capítulo

*-*-*-*-*OBRIGADA HOANNA!!! Own muito fofa tua recomendação, foi... linda. Brigada mesmo flor, tu me fez muito feliz XD Capítulo dedicado p ti, claro.E, esse foi mais um dos capítulos que deu umas dez páginas, então eu tive que dividir ele, por isso o fim ali tá TOTALMENTE sem sentido. A continuação vem sexta, aí vai dar p entender tudo diretinho ok?E, POR FAVOR escutem com essa música: http://www.youtube.com/watch?v=gsSBwykoF9g&feature=related



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95563/chapter/12

Música

   - Vocês aqui?

   - É... Eles... –Jeremy apontou para Benjamin, Jared e Christopher sentados no canto da parede – estavam sentindo que precisavam te ver, de qualquer maneira, eles estavam quase surtando.

   - E nós estávamos certos, não é? – os olhos cheios de pavor de Jared me interrogavam, temerosos de que suas dúvidas se confirmassem.

   Confirmei com a cabeça vendo após isso os três gêmeos meus enfiarem a cabeça entre os braços e soluçarem compulsivamente. Abaixei a cabeça evitando ver o desespero que eles se encontravam, mas mesmo assim sentindo a mesma dor deles, somada a de Bill e multiplicada a minha. Cada pedaço do meu corpo foi invadido por uma dor excruciante, cada batida que o meu coração dava parecia ser um punhal que rasgava tudo por onde passava, era como se o meu corpo preferisse que ele nem batesse mais.

   Antes que eu desabasse e caísse aos prantos como eles, os braços fortes de Jeremy me envolveram dando o apoio que eu necessitava naquele momento. Afundei minha cabeça na curva de seu pescoço, e as mesmas lágrimas fracas, lentas e doloridas voltaram a cair. Segurei-as o máximo que pude, não queria que percebessem que eu chorava. Eles não deviam estar ali de maneira alguma, porém eu não iria tomar nenhuma decisão ou reagir agora, só ficaria abraçada a ele, com cada vez mais força, matando as saudades que eu sentia.

   Os outros três se juntaram a nós, e deixaram suas lágrimas molharem meu ombro. O som do choro deles estava me destruindo, era isso o que eu mais tentava evitar e de nada adiantou. Eu estava ali, apenas presenciando o sofrimento deles sem poder fazer nada, absolutamente nada.

   - Nós devíamos entrar. – me afastei deles, abri a porta e esperei que eles entrassem para fechá-la. – É... eu tenho umas coisas para fazer, então se sintam em casa e... fiquem à vontade. – disse rapidamente e fui em direção ao meu quarto. Assim que lá cheguei tranquei a porta e me apoiei sobre ela, deixando-me escorregar até o chão e finalmente libertando o choro que havia prendido por tanto tempo. Por quê? Por que toda essa porra estava acontecendo comigo? Por que tudo o que eu mais temi durante toda a minha vida estava acontecendo agora? – POR QUÊ? – eu já não conseguia segurar, nem controlar mais nada. O rio de lágrimas que corria por todo o meu rosto já molhava até o meu peito e ele parecia ser composto por ácidos que queimavam tudo por onde passavam. A dor que pulsava no meu peito era bombeada junto com o sangue para todo o meu corpo e me fazia berrar como se com aquilo ela pudesse ser aliviada.

   - Você está bem? – ouvi uma voz do outro lado da porta, Christopher.

   - Sim, estou, não se preocupe. – esperei até ouvir os passos indo embora, fui até a cama e liguei o som para que ninguém mais escutasse meu choro.

   Abracei meu corpo e enfiei as unhas em meu braço, qualquer dor física seria melhor do que o que eu estava sentindo. Eu era a culpada pelo estado em que meus irmãos estavam lá fora. Eu era a culpada por ter deixado as coisas chegarem a este ponto com Bill e agora por estar o fazendo sofrer. E eu era a culpada por logo fazer meu pai passar por tudo isso de novo. – NÃO! Isso não vai acontecer. NÃO VAI! – atirei todas as coisas de cima da cama, urrando tanto de ódio de mim mesma como de dor.

   Eu era o pior monstro que já se teve notícia. Estava fazendo todas as pessoas que me amavam e se importavam comigo sofrerem. E apenas por culpa minha. Eu tinha que fazer alguma coisa, mas agora eu não conseguia pensar, a dor crescia cada vez mais. Eu não estava mais conseguindo respirar e minha cabeça estava doendo demais por isso. Deitei-me na cama, abraçada aos meus joelhos. O choro continuava queimando incessantemente. Toda a dor foi diminuindo enquanto tudo ao meu redor dançava e perdia a cor aos poucos.

   Preto, preto... Uma pequena luz branca, aumentando aos poucos até me despertar completamente. Abri meus olhos e os fechei imediatamente, devido ao ardor causado pela luz do sol e a súbita dor de cabeça que se fez presente apenas pela pequena presença de luz.

   Levantei, com a cabeça pesando toneladas, e fui cambaleando com os olhos fechados até o banheiro. Parei em frente a pia e me apoiei sobre ela, estiquei o pescoço e respirei fundo várias vezes para que o líquido que se revoltava em meu estômago não jorrasse todo para fora de uma só vez. Molhei meu rosto e a nuca e enfrentei o espelho. Eu tinha a verdadeira aparência de um monstro. Olhos totalmente inchados e vermelhos contornados por um tom roxo escuro das olheiras, a pele extremamente pálida e cabelos desgrenhados.

   Amarrei meus cabelos de qualquer jeito e fui para a cozinha ver se conseguia enfiar alguma coisa no estômago.

   Meu irmão estava encostado no fogão cozinhando alguma coisa. Fui caminhando na ponta dos pés e o abracei forte por trás.

   - Oi mana. – se virou, me abraçando também e deu um beijo no topo da minha cabeça. – Como você está?

   - Bem. – dei um sorriso triste e fiquei abraçada a ele de lado, para que ele pudesse continuar fazendo... fazendo... – Que merda é essa?

   - Omelete.

   - Omelete? – fiz uma cara de nojo ao ver um monte de coisas que pareciam mini-árvores boiando na manteiga.

   - É, omelete. – jogou o conteúdo de uma tigela, que me pareceu serem os ovos batidos. – E você vai comer tudo, tu-do.

   - Ah tá. – sentei-me no banco alto preso ao balcão, começando a sentir o cheiro da omelete e por incrível que pareça isso estava me abrindo o apetite. – Onde estão os outros?

   - Foram buscar o pai no aeroporto. – piscou para mim e deu um sorriso torto, provavelmente devido a careta que eu fiz. Fiquei negando com a cabeça e me apoiei sobre os braços em cima do balcão, suspirando pesadamente.

   - Relaxa, não vai ficar igual ontem, pelo amor de Deus. – disse com a voz sofrida e o rosto duro, sem emoções.

   - Me desculpa por isso, vocês devem ter se sentido tão mal ontem.

   - Não mais do que você. – apertou minha bochecha com força, me abraçou e prosseguiu com tom de repreensão: - E nada de fazer o que você estava planejando.

   - E o que eu estava planejando hein?

   - Fugir... – sorriu triste, o que mais pareceu uma careta e eu abaixei minha cabeça tentando esconder o fato descoberto. E o pior de tudo era que esse plano estava realmente indo por água abaixo, daqui a pouco meu pai iria chegar e depois disso não haveria mais nada a ser feito. Droga, por que tudo tinha que ser tão difícil? A única coisa que eu tinha vontade de fazer era ficar perto deles agora.

   - E como você pode ter tanta certeza de que era isso o que eu planejava fazer?

  - Eu te conheço oras. – me soltou e foi colocar os ovos em um prato. – Dezoito anos como seu irmão gêmeo serviram para alguma coisa. Agora come logo tudo isso aqui. – e jogou o prato em minha frente com cara de tirano.

   - Quem você acha que é?

   - Seu irmão mais velho, não importa quantos minutos sejam. Come logo vai, antes que esfria, se não vai ficar ruim. – fiz cara feia de criança emburrada e comi a omelete, que por sinal estava muito bom. Saudades do meu irmãozinho.

   - Pronto. – entreguei para ele o prato vazio. – Satisfeito? – antes que ele pudesse responder, o som da porta se abrindo irrompeu pela sala. Fiquei dura e fria como gelo no mesmo instante. A pior de todas as coisas que eu iria ter de enfrentar - depois de ter terminado com o Bill claro - era essa. O meu pai. O medo fazia meu coração disparar, minhas mãos suarem e tremerem. Eu não sabia o que fazia. Se saía correndo até ele ou esperava que ele viesse até mim. Fui até a parede e coloquei a cabeça para fora e o vi se aproximando. Os olhos que me encontraram tinham um misto de raiva, dor e decepção. Com certeza iria ser muito pior do que eu imaginava.

  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero muito agradecer a todo mundo que ainda deixa review. Como muita gente abandonou eu estou dando cada vez mais valor pra vocês... Brigada!Me digam, o que estão achando hein?Beijinhos *