Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 11
Olhos Vermelhos e Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Eu estou realmente muito triste por que várias pessoas deixaram de comentar, e justo no capítulo que eu estava mais preocupada com a reação de vocês. Isso é... desestimulante.Então, às pessoas que ainda lêem, muito obrigada, de verdade. E eu espero que gostem deste capítulo, por que ele fou muito muito difícil de escrever.E uma coisa muito importante, ouçam com essa música: http://www.youtube.com/watch?v=jCSe66pWNmc desde o começo, por favor, isso vai fazer toda a diferença.



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– O que foi? – Lewis se levantou e apertou fortemente minhas mãos.


Eu sentia seus olhos preocupados em mim enquanto eu fitava fixamente o nada com os olhos arregalados. – Carol – o polegar quente dele fazia pequenos círculos em minha bochecha. Fechei meus olhos tentando evitar a ardência que tomava conta deles. Respirei fundo várias vezes para que o choro ficasse onde deveria e para que aquela dor em minha garganta desaparecesse. Estiquei o envelope para que Lewis pudesse vê-lo e o observei até que terminasse de ler.


– Carol... – disse com a voz carregada de pesar e me aconchegou em seus braços balançando-me como um bebê para que eu sentisse algum conforto.


Meu coração parecia bater mais lento a cada segundo e o chão abaixo de mim tinha se desfeito. Eu caía sem parar com um coração quase parando de bater.A única coisa que eu conseguia lembrar era minha mãe, e toda a sua força. Eu tinha que ser assim agora.

Depois de um longo tempo juntei alguma força e fiz com que ele entendesse tudo.


– E o que você planeja fazer agora? – me questionou, ainda abraçado a mim, com os olhos confusos e um tanto turvos de tristeza.


Encostei-me a ele, tentando fazer com que a fraqueza fosse embora e cedesse lugar a força que antes me habitava. – Fugir, de tudo e de... todos. – ao dizer isso meu coração se apertou em uma pequena bola de dor. – Lewis, eu preciso que você me ajude a fazer uma coisa. – ele me olhou preocupado. – Que sozinha eu jamais conseguiria fazer.


Entramos no carro e enquanto passávamos pela estrada eu olhava angustiada para fora, mas sem realmente ver nada. Abri a janela na vã ilusão de que o vento pudesse carregar de mim toda angústia. Chegamos à residência que eu tanto conhecia. Lewis estacionou o carro bem em frente à porta da casa.


– Você tem certeza de que é isso o que quer fazer?


– Não, mas é o que eu tenho que fazer. – reuni toda coragem que ainda me restava e desci do carro em direção àquela casa com a mesma sensação de que se estivesse indo para a forca.


Bati na porta algumas vezes e ouvi alguém gritando: - Já vai! – e resmungando para si mesmo enquanto abria a porta. – Onde estão as empregadas dessa casa? – Tom olhou-me surpreso e me abraçou. – Carol, o que faz aqui?

– Eu vim falar com o seu irmão, onde ele está?


– Lá em cima. – ficou me olhando desconfiado conforme eu saía.


Cada degrau que eu subia fazia-me vacilar. Mas eu tinha que prosseguir. Respirei fundo, puxei mais ainda o capuz sobre o rosto e bati na porta.


– Carol? – Bill disse sorrindo radiante enquanto abria a porta. Abraçou-me fortemente, o que fez com que a dor aumentasse ainda mais em meu peito. Eu tive que me controlar fortemente para não cair aos prantos ali mesmo. Afastei-me dele e cocei nervosamente minha cabeça com a mão trêmula.


– O que foi? – seu olhar pousava confuso e preocupado sobre mim. Sua mão se aproximou de mim mas eu a impedi com a minha.



– Bill nós precisamos conversar. Eu... – minha voz estava embargada. Eu não estava conseguindo continuar. Busquei forças onde eu nem imaginava que poderia ter. – Eu... quero acabar com isso de uma vez.


– Isso o quê? – franziu o cenho, ficando com uma careta de dor, provavelmente já temendo o que viria a seguir.


– Isso... – mostrei o ar com as mãos e cruzei meus braços sobre o peito para que ele não pudesse os ver tremendo. – esse... namoro. – desdenhei ao máximo estas últimas palavras. Eu tinha que fazê-lo acreditar, mesmo que o meu desejo fosse me atirar nos braços dele e dizer que era tudo mentira. Bill ficou incrédulo e soltou um alto riso debochado.


– Você só pode estar brincando. – afirmou, talvez mais para si mesmo do que para mim.


– Por que eu brincaria com isso? – tentei passar o máximo de firmeza que eu podia. – Você já entendeu não é? Agora eu já posso ir.


Fui saindo do quarto para me livrar logo daquilo tudo, mas antes que eu chegasse até a porta Bill puxou-me pelo braço fortemente, fazendo-me virar e encará-lo.


– Por quê? – questionou com os dentes cerrados, como se prendesse o choro entre eles, e uma expressão angustiada de dor e desespero.



Ele não fazia idéia do quanto estava doendo em mim fazer isso e eu com certeza não fazia idéia do quanto estava doendo nele.


– Por nada, Bill. Eu não preciso de um motivo para isso, eu apenas cansei, enjoei.


– Você não pode ter se cansado, não de uma hora para outra. – soltou meu braço e levou as mãos à cabeça, balançando-a negativamente. – não depois de ontem.


– Não foi de uma hora para outra, há muito tempo eu venho pensando nisso e ontem foi a gota d’água. Ontem eu tentei fazer com que tudo fosse perfeito, mas não adiantou. – eu via Bill desmoronando em minha frente e isso só me fazia querer morrer. – Não é tão horrível assim quando eu estou com você, mas – Bill já estava começando a acreditar no que eu estava falando, mas eu tinha que prosseguir nem que tivesse que contar as mentiras mais ridículas. – quando você está longe eu me sinto bem melhor, e é assim que eu prefiro ficar.


– Não! – ele me abraçou fortemente, liberando as lágrimas presas e puxou minha mão junto com a dele próximo a seu peito. – Não, não...


– Tá vendo. – consegui com o máximo de força - tanto pelo modo como ele me apertava como por minha vontade de apenas ficar ali - me afastar dele. – Eu preciso de um homem forte, não de alguém que se desestabiliza totalmente só por que a namorada está terminando com ele. Nada dura para sempre, Bill. – cuspi as palavras e fitei seus olhos desolados uma última vez antes de sair correndo escada abaixo.


Passei o mais rápido que pude e Tom estava ao telefone no corredor. – Carol? – disse quando me viu aparecendo no corredor. – Bill? – falou depois de olhar para o topo das escadas onde, certamente, Bill estava. – O que está acontecendo? – foi a última coisa que eu pude ouvir ao passar correndo por ele.


Bati a porta daquela casa e fui direto para o carro que estava ali em frente, tentando não olhar para trás. Lewis estava encostado no carro e ao me ver saindo pela porta da casa tratou de ir logo abrindo a do carro.


– ENTÃO É POR ISSO? – escutei a voz de Bill ecoando pelos ares e isso me fez virar inconscientemente na sua direção, coisa que eu jamais deveria ter feito. Ao vê-lo ali parado - sob a porta ao lado de Tom, punhos cerrados, com uma expressão de dor, o olhar confuso vagando entre mim e Lewis e pousando finalmente doloroso em mim - senti minha vida se esvair e tomada de tanto sofrimento cheguei a dar um passo na sua direção, na vã tentativa de acabar com a dor de ambos. Porém, antes que o fizesse me lembrei do motivo de estar ali, do motivo de estar fazendo tudo isso. E então recuei. Deixando Bill desolado e entrei na ‘fortaleza’ do meu carro.


Mantive-me controlada dentro do carro até que meu amigo desse a partida e sumíssemos do campo de vista dos gêmeos, e pude finalmente me permitir sentir e liberar toda a dor que pulsava dentro de mim. Abracei-me aos meus joelhos e com o rosto sobre eles um choro contido começou a escorrer quente por minha face e braços.


Foi inevitável pensar em como Bill devia estar se sentindo agora. Por Deus, como eu pude ser capaz de fazer isso com ele. Era como um Déja-Vu, eu podia o ver sofrendo, chorando por minha causa, idêntico a minha lembrança. Eu não devia ter o direito de fazer isso com as pessoas. Mas agora, apesar de toda a dor e sofrimento, ao menos com uma pessoa as coisas estavam resolvidas.


Levantei meu rosto e reconheci a rua em que estávamos, a Kurfürstendamm, eu já estava chegando em casa. Enxuguei as lágrimas que ainda teimavam em cair pelo meu rosto e respirei profunda e pausadamente, o ar que entrava pelas minhas narinas parecia queimar tudo por onde passava.


Abri a porta e desci assim que o carro parou.


– Valeu Lewis, obrigada mesmo.


– Você não precisa me agradecer. – me abraçou acariciando minhas costas. E então olhou para mim. – Precisa de quê agora?


Sorri fraco e me afastei dele. – Eu – soltei o ar pesadamente – tenho que... sumir.


Percebi então que esse um ano de separação entre mim e minha família, apesar de só ter me feito mal, havia se tornado extremamente útil.


– Okay, mas vamos subir primeiro. – ele pegou minha mão e foi se dirigindo ao prédio.


– Lewis – o chamei – me desculpe, mesmo, por tudo isso.


– Pare com isso. – segurou minhas mãos entre as suas e me olhou piedosamente. – Você não está me obrigando a nada, eu estou fazendo isso por que eu quero, então, por favor, pare com isso.


Ele era a única pessoa que eu tinha coragem de fazer isso, mesmo sabendo ser pura maldade, por que de todos ele era o que menos se afetaria com isso. E depois que ele se fosse só me restaria a única pessoa que sempre esteve e sempre estará comigo. Minha mãe. Senti a presença dela ao meu lado, mais forte que nunca. E isso estava me dando forças para continuar respirando.


Entramos no elevador e assim que a porta dele se abriu no destino vi o que eu menos acreditava que podia ver.


– Vocês aqui?


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Notas finais do capítulo

Nothing Lasts Forever, Bill.
Ai, eu esperei tanto tempo por este capítulo e sinto que ele não chegou nem perto do que eu imaginava.E vocês, gostaram?Beijos e até sexta *-*