This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 90
Capítulo 90




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/90

Capítulo 90 - Daniel no País das Maravilhas - Parte 3

  Vou repassar a minha situação: estou em um universo esquisito onde fui forçado a jogar baseball em um time cujo uniforme, por uma infeliz coincidência. é igual ao pijama que estou vestido e, caso perca, serei forçado a permanecer numa detenção tendo aulas chatas de Geografia sabe-se lá por quanto tempo. E a melhor parte é que eu não tenho a menor ideia de como jogar baseball. Minto. A melhor parte é que o time que iremos enfrentar parece ser bem mais forte que a gente...pelo menos é o que parece, vendo o Montanha amassando mais uma latinha de refrigerante com as mãos sem nenhum esforço.

- Não se assustem - gritou Cássio Camundongo, nosso treinador de 12 cm de altura - Eles só fazem cena.

- Hehe..isso vai ser divertido - gritou Jonathan, o capitão do outro time - Eu juro que mando levar uns salgadinhos quando estiverem na detenção!

- Jura mesmo? - pergunta Jorjão Lebre com os olhos brilhando. Wilson o cutuca com o cotovelo.

- Heh! Não mesmo! - exclama Wilson Chapeleiro - Nem que a gente chore sangue, mas vamos vencer vocês!

- Olha...eu não tô muito a fim de chorar sangue - falei.

- E então? Está confiante? - ele perguntou.

- Eu nem sei jogar baseball! - retruquei.

- Ah! Relaxa! Eles vão dar uma explicação para a gente!

- Como você sabe?

 Nisso, ouço a narradora Demi White Rabbit falar alguma coisa.

- Bem, caros espectadores, primeiro vamos dar uma revisada nas regras do baseball antes de iniciarmos a partida.

- Ai, precisa mesmo fazer isso? - reclamou a Duquesa Patrícia, logo ao lado dela (era a comentarista).

- Bom...talvez haja pessoas não famialirazadas com o esporte presentes, não? - respondeu ela.

- Se não são familiarizadas com esporte o que vieram fazer aqui? - perguntou a Duquesa.

- Ordens da rainha que todos desfrutem do esporte nacional - explicou Demi.

- E lembre-se de falar que quem não apresentar um relatório sobre a partida até o fim do mês ganha detenção! - gritou a Rainha Silvia, que também estava ali perto dos microfones.

- C-Como quiser, Majestade - falou Demi, respeitosamente.

 Que raio de rainha pede relatórios a seus súditos ao invés de impostos? Onde diabos eu vim parar? Olhei ao redor e vi meus adversários usando uniforme de baseball profissional, enquanto do meu lado todos usavam..pijamas? Lá em cima, podia ouvir o professor Denis, ainda vestido de pássaro e vendendo amendoim. E, o mais esquisito, vi um carrinho cheio de maçãs e laranjas. E não pareciam ser usadas para comer.

- Bem, retomando as regras do baseball - continuou Demi - Cada time alterna papeis. O  time no ataque manda um arremessador, enquanto os outros do mesmo time ficam em campo tentando pegar a maçã ou laranja rebatida pelo rebatedor do outro time. Se o rebatedor não conseguir rebater a fruta em três tentativas, ele está fora e troca pelo outro rebatedor. Caso consiga, deve correr pelas quatro bases espalhadas pelo campo em no sentido anti-horário contando da posição de rebatimento até que um dos jogadores da outra equipe consiga pegar a bola rebatida no campo. Quando um deles pegar a bola, o jogador deve estar em uma das bases. Caso não esteja, vai para fora. Caso esteja, outro rebatedor entra e o último rebatedor só poderá continuar correndo caso o próximo consiga rebater. Cada vez que um rebatedor consegue completar uma volta, a equipe ganha um ponto. Ganha a primeira equipe que alcançar nove pontos.

- E o que acontece se o rebatedor não pegar nenhuma? - perguntou Patrícia.

- Bem, se a fruta for pega pelo pegador que pertence ao time atacante logo atrás do rebatedor, ele não pode rebater de novo e cai fora mesmo sem terminar de rebater três vezes.

- Eu lembrava de regras um pouco diferentes... - murmurou Patrícia - Bem, que seja. E se a fruta for tão longe que chegue a sair do castelo?

- Nesse caso é um home-run e o time rebatedor ganha um ponto sem precisar dar voltas.

- Eu juro que as regras eram um pouco diferentes disso...mas você explica mal pra caramba também, viu? Você falou, falou e não falou coisa nenhuma - reclamou Patrícia.

- Ah, quando a partida começar vocês entenderão melhor -concluiu Demi.

- Peraí..eu ouvi bem? Frutas? Vamos jogar atirando frutas? E onde estão as bolas? - perguntei a Wilson.

- Ué? Achei que você soubesse que as lojas de esporte estão de greve.

- E vão usar frutas? Vocês não tem bolas de outros jogos? - perguntei.

- Mas não podemos comer as bolas - explicou Jorjão - Pelo menos com frutas, podemos ficar com elas se as pegarmos.

- Bom ver que está motivado - interrompeu Cássio, enquanto eu ainda tentava digerir aquilo - E então? Quem será o primeiro a rebater?

- Sugiro alguém fraco para podermos surpreendê-los com nossa arma secreta! - falou Wilson.

- E quem é nossa arma secreta? - perguntou Cássio.

- Eu não sei. Para você ver o quanto é secreta - respondeu ele.

 Quando a gata Emília disse que todo mundo aqui era maluco, ela realmente não estava brincando. Aquele cara conseguia ser tão louco quanto o Wilson real. Mas, apesar disso, Cássio aprova a ideia.

- Que seja - falou ele - Ei, você, estrangeiro...vai lá e rebate

- Eu? - perguntei - Mas eu nem sei jogar direito!

- Por isso mesmo - falou ele - Vamos deixar os piores na frente e os melhores depois. Mas tente pelo menos rebater uma vez, vai? Lembre-se que vamos para a detenção se perdermos.

 "Por que tenho que fazer isso?", pensei. Mas mesmo assim, eu fui. Peguei o taco e vi Montanha pronto para arremessar.

- Vai lá, acaba com ele! - falou Jonathan, o capitão.

- Hihi. Você parece meio nervoso - disse Daisy, a  pegadora de bola (ou no caso, frutas) logo atrás de mim - Isso é bom...pelo menos para a gente.

 Mas que droga. Por que eu sempre tinha que me envolver com aqueles caras? Pelo menos basquete seria mais fácil. Montanha tenta arremessar uma vez, mas eu erro. Mas Deisy não chega a pegar a laranja que ele iria arremessar.

- Está com sorte, heim?

- Ai, droga - reclamei. Eu não estava com a mínima vontade de fazer aquilo, mas já que precisava, né? Montanha se preparava para lançar de novo. Nisso, ouço um miado atrás de mim.

- E aí, lindinho? - era a Emília, aparecendo de repente de novo.

- Aaah...o que está fazendo aqui? - perguntei - Isso não é trapaça?

- Está falando com quem? - estranha Deisy.

- Hã? Eu...não está vendo que..

- Ah, é que eu só apareço para quem eu quero - falou ela - Não quer umas dicas?

- Dicas? - perguntei.

- Falando sozinho? - estranha Deisy - Já vi gente louca, mas você...

- É que eu tenho uns ataques de esquizofrenia quando estou nervoso...é só me ignorar - falei.

- Relaxa - disse Emília - Você está fazendo errado. Vai. Eu te ajudo a rebater.

 Ela segura no meu braço e tenta rebater junto comigo. Claro que aquela situação me deixou bem nervoso (e arrepiado).

- Lá vai! - gritou Montanha. Eu me concentrei na laranja e tentei rebater o melhor que pude, mesmo com a Emília praticamente grudada ali em mim. E foi aí que algo extraordinário aconteceu. E quando digo extraordinário, não necessariamente foi bom.

- Caraca! Ele rebateu lançando o taco junto! - gritou Jorjão.

- Ele é ruim mesmo, heim? - observou Jonathan.

 - Ai, mas que ótimo - falei.

- Desculpa...acho que exagerei na força que te emprestei - desculpou-se Emília, fazendo cara de gatinha arrependida.

- Onde esse negócio vai parar?! - exclamei preocupado. E tinha razões para isso.

- Qui ísso, jovem! Ele arremessou o taco! - narrou Demi - Isso pode, Arnaldo?

- Não só pode, como foi - falou a Duquesa Patrícia - E olha para onde está vindo!

- Vindo pra cá! Se abaixa! - gritou Demi. Mas a Rainha Silvia, que estava, por ironia (ou trollagem) do destino bem no meio da trajetório acabou recebendo o taco bem no meio da testa.

- Ai, isso deve ter doído - falou o rei (ou o diretor Ruy). Claro que isso não daria em boa coisa.

- Grrrrrrrr!!!! -  a rainha levanta-se irada.

- Q-Querida? Não quer um gelo para passar na testa? Esse galo está bem grande..

- Eu que não queria tá na pele de quem lançou o taco - falou Demi.

- E nem eu - concordou Patrícia - E olha que pra eu concordar com você não é fácil!

- Não precisam nem terminar a partida! - gritou a Rainha - Vocês do time Dorminhocos estão em detenção...PERPÉTUA!

- O QUÊ?! - gritei, junto com todos do meu time.

- Assistiremos aulas chatas para sempre! - descabelava-se Cássio - Por que ela não manda cortar nossas cabeças logo?

- Err...sabe...lembrei de um compromisso urgente agora - falou Emilia - Preciso alimentar o meu hamster..

- Ei, essa desculpa é minha! - retruquei, mas ela já tinha desaparecido no ar. Agora só me restava a fúria da Rainha e dos meus colegas.

- Grrrr....se a Rainha não vai cortar a sua cabeça... a gente corta - falou Cássio - Peguem ele!

- Coitado - disse Wilson, tirando o chapéu - É muito azar...

- Se não vai mais ter jogo, podemos ficar com o resto das frutas? - perguntou Jorjão, transbordando sua preocupação com o próximo.

- Oh, droga! - gritei, correndo desesperado pelo campo - Por que isso só acontece comigo?

- Será que a rainha dá uma recompensa se pegarmos o cara? - falou Jonathan.

- Parece divertido - gritou Beto, outro do time - Vamos lá!

 Quando dei por mim, quase o estádio inteiro estava correndo atrás de mim. Por que essas coisas só acontecem comigo? Por quê? Por quê? Por queeeeeee......

- Daniel? - ouço a voz da minha irmã que chegou mais cedo em casa por alguma razão.

- Hã? Não! Não me linchem, eu...ué? Ah, Marcela?

- É. Hoje consegui sair mais cedo da faculdade - falou ela - Com o que estava sonhando?

- Ah, não era sonho. Era pesadelo mesmo - expliquei. Mesmo assim, estava aliviado por ter acordado.

- Deixa eu ver - ela se aproxima de mim e coloca a mão na minha testa - Parece que a sua febre tá passando. Vou pegar o termômetro.

- É...não estou com o mesmo mal-estar de antes - falei - Ufa! Que bom!

- Não é? Talvez amanhã você já possa ir à escola.

 Joguei o peso da minha cabeça no travesseiro e bufei.

- Obrigado por lembrar.

- De nada. Hihi. Eu vou preparar alguma coisa para comer.

 Irmãs. Enchendo o seu saco eternamente. Bem, eu posso não estar dentro de um universo maluco, mas a Megatec é algo muito próximo disso. E nem nos dias que eu não vou para lá, eles me deixam em paz. Deus me proteja!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não sei se a paródia ficou boa, mas minha homenagem a Lewis Carrol está aí. XD
Bem, os próximos dois capítulos serão os últimos da temporada. Fique atento!
Até!