This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 183
Capítulo 183


Notas iniciais do capítulo

Estamos em março e o que tem em março? Sim, nova temporada de This Is My Gang! A má notícia é que, muito provavelmente, essa é a última temporada (afinal, já temos muitos capítulos). Mas não fique triste: é só o começo dessa última. Temos um ano inteiro pela frente com as confusões dessa turminha.

Um feliz 2014 se falo pela primeira vez com você este ano e boa leitura!

Até! ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/183

Capítulo 183 - Acidentes e Dentes

Ufa. Eu precisava de um descanso. Duas semanas atrás encerramos um caso nada fácil. Bem, simplesmente desmascaramos o Troll responsável por inúmeras pegadinhas dentro do colégio. Tá certo que não conseguiríamos sem uma ajudinha do Cássio, mas certamente foi o pior desafio que tivemos. A coordenação da escola nos elogiou pelo serviço, mas nada mais do que isso. A diretora bem que podia nos liberar do resto do semestre por ter feito um bem para o colégio, não é? Todas as nossas faltas abonadas...não seria nada mal. Mas a realidade é bem diferente. O fato é que foi um trabalho duro. Ainda bem que eu não era o único cansado e nossa "gangue" (por mais que ainda não tenha me acostumado a chamá-la assim) não se meteu em mais nenhuma encrenca desde aqueles incidentes. Para mim isso era ótimo. Wilson parecia estar sem ideias malucas. Parece que finalmente poderia curtir um cotidiano comum de novo.

– A vida no Megatec é bem chata sem um Troll aprontando coisas - comentou Wilson em um intervalo comum - Acho que...devíamos reviver as pegadinhas. Seria legal.

– Nem ferrando! - retruquei - Dessa vez vão suspeitar na hora da gente!

– Ah, a gente podia combinar alguma coisa - sugeriu Demi - Ouvi dizer que terá um musical novo no teatro da cidade.

– Criar um musical...não seria uma má ideia - disse Wilson.

– Não, eu só sugeri assistir - falou Demi.

– Já fizemos um musical, lembram? - disse Jorjão, enquanto saboreava uma barra de chocolate gigantesca (sem se importar em oferecer, é claro, mas já estávamos acostumados com isso) - Apresentamos até na festa junina e...

– Não precisa lembrar - interrompi - Wilson, por que não podemos fazer algo tranquilo, só para variar um pouco?

– Foi mal - disse ele - Mas meu impulso criativo grita por novidades! Me sinto...como o personagem de uma história onde o autor não tem mais ideias novas, entende?

Que ideia. De onde ele imagina essas coisas? Bem, tudo que estou fazendo é narrar todas as encrencas em que você me mete, Wilson. Talvez possa usar isso para processá-lo no futuro por danos morais. Mas isso verei com meu advogado. Advogados existem para resolver coisas chatas. É pra isso que inventaram o direito.

– Bom, enquanto não decidimos...podemos ver o que está passando no cinema. Acho que pelo nosso orçamento sai mais barato que teatro - disse Wilson.

– Ah, é. Infelizmente teatro ainda é uma coisa muito cara - lamentou Demi.

– Iirc! - Jorjão gritou alguma coisa.

– O que foi, Jorjão? - estranhou Wilson - O que aconteceu?

Nosso grande amigo (ou amigo grande) colocava a mão na bochecha e se queixava por alguma coisa. O que poderia ser?

– Não...é nada - falou ele - Acho que só mordi a língua sem querer..hehe.

Mas ele ainda não tirava a mão da bochecha.

– Bom, se é assim - disse Wilson - Vamos combinar o que fazer nesse fim de semana, vai? Economize para os lanches, Jorjão.

– Com certeza - falou ele.

Karina, que acompanhava toda a conversa, embora estivesse entretida com alguma leitura (como sempre), retirou os olhos dos livros e atentou para Jorjão. Como se tivesse percebido algo que todo mundo tivesse deixado escapar (como sempre).

Durante a aula, Jorjão se manteve bastante quieto. Nem cheguei a vê-lo comendo escondido como costuma fazer em quase todas as aulas. Alguma coisa estava errada e, na hora da saída, pudemos confirmar isso.

– Vamos nessa, Jorjão? - chamei ele, mas nosso amigo parecia estar muito preocupado com a própria bochecha.

– O que está acontecendo? - perguntou Wilson.

– Nada, nada. Tá tranquilo - disse ele - Vambora.

– Oi, gente - falou Demi, se aproximando de nós juntamente com Karina - Já estão indo?

– Sim - disse Wilson - Amanhã combinamos melhor o que iremos fazer no fim de semana. Não é, Jorjão? Jorjão?

Ele estava distraído com a bochecha de novo. Aquilo já estava estranho.

– Jorjão. Você tá assim desde o intervalo. O que tá havendo? - perguntou Wilson.

– Nada. Acho que a língua ainda tá doendo da mordida - falou ele.

– Língua? Mas por que está massageando a bochecha? O que tem haver? - perguntei.

– Jorjão - Demi chamou a atenção - Diga o que está havendo. A gente pode ajudar.

– Nada.. - ele iria negar de novo, mas foi interrompido por Karina.

– Dor de dente - disse a baixinha - Ele está com dor de dente, mas não quer falar porque acha que vamos mandá-lo a um dentista.

– Não! - negou Jorjão.

– Sim - disse Karina.

– Sim - Jorjão abaixou a cabeça - É verdade! Eu...eu tenho medo de dentistas!

Acho que quase todos nós temos.

– Quando era pequeno tive muitas cáries. E o dentista que minha mãe me levava era um carrasco. Até hoje tenho arrepios quando me lembro do barulhinho daquela broca. Faz tanto tempo que não tenho cáries ou dor de dente, mas hoje...ai...hoje parece que tive uma recaída.

– Mas não tem jeito - falou Demi - Só um dentista pode te ajudar.

– Não, não, por favor. Deve ter outro jeito. Tudo menos aquela sala de tortura - disse Jorjão, realmente apavorado.

– Escuta, você está com seu cartão do plano de saúde aí? - perguntou Demi.

– S-Sim - Jorjão pegou sua carteira e mostrou o cartão. Demi analisou.

– Ah, um plano de saúde pode cobrir vários dentistas. Só precisamos achar um dentista mais simpático para ele - disse a garota.

– Sim. É uma boa saída - disse Wilson animado - Eis a nossa missão de hoje: achar um dentista para o Jorjão!

– Nãããoo...por favor - Jorjão se lamentava - O ambiente do consultório odontológico já me dá medo.

– É isso ou ficar com essa dor de dente - disse Karina friamente - O que você prefere? Passar por um sofrimento passageiro ou sofrer com a dor para sempre?

– Para sempre? - lamentou Jorjão - Não, não, tá doendo muito.

– Então...não tem jeito. Precisa ir ao dentista - disse Demi - Não se preocupe. Vamos acompanhá-lo.

Parece que já tínhamos algo a fazer. Pelo menos agora não era nada muito maluco. Mas eu entendo o Jorjão. Dentistas podem ser bem assustadores. Por sorte, nunca tive muitos problemas com cáries. Só precisava fazer minha limpeza e arrancar meus dentes de leite quando criança. Dente de leite...aquela coisa que você ficava balançando com a língua na boca até sair. Por que a natureza nos faz passar por isso? Mas ainda bem que foi passageiro.

– Por falar em dentes, reparou uma coisa? - Karina me perguntou.

– O quê?

– Somos considerados uma gangue de nerds, mas nenhum de nós usa aparelho dental. Não seria também uma marca comum do estereótipo?

– Talvez...mas não acho que tenha muita relação. Quer dizer, meninos ficam com cara de nerd ao colocarem aparelho, mas pessoalmente acho que meninas até ficam bonitinhas de aparelho.

– Você tem um gosto estranho - disse Karina - Acho que aparelhos não ficam bem em nenhum gênero.

Tá. Pode ser um gosto estranho. Mas acho que a Demi ficaria uma gracinha de sorriso metálico. Ou será que não? De qualquer modo, a discussão sobre a estética dos aparelhos deveria ficar para depois. Agora precisaríamos levar Jorjão para algum dentista. E, de preferência, algum dentista que não seja assustador.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "This Is My Gang!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.