This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 184
Capítulo 184




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/184

Capítulo 184 - Visitando o Dentista

Como bons amigos que somos, renunciamos nosso almoço e fomos atrás de algum dentista para Jorjão. Por sorte, a mãe de Wilson parecia ser uma boa conhecedora de profissionais nessa área. Ela disse que nos levaria a um profissional confiável e depois todos almoçaríamos na casa de Wilson, em comemoração à recuperação dental de nosso guloso amigo. De qualquer forma, ela não poupou perguntas.

– Mas você não acha melhor ir no dentista que sua mãe costuma te levar, Jorge? - perguntou ela - Essas coisas é sempre bom resolver com quem temos mais confiança.

– Aí é que tá! Não confio nada nele...ai! - disse Jorjão - Aquela broca, aquele ar sádico...não posso com aquele lugar.

– Mas a maioria dos consultórios de dentista tem essas coisas - falou a mãe de Wilson sem tirar os olhos da rua enquanto dirigia.

– Não se preocupe, Jorjão. Dessa vez nós iremos te acompanhar. Afinal, uma visita ao dentista fica mais empolgante com amigos por perto - disse Wilson, todo animado, embora quatro pessoas apertadas no banco de trás de um carro não fosse o melhor contexto para animação. Eu até estaria mais animado se estivesse mais perto da Demi, mas acabei apertado na janela ao lado de Wilson.

– E essa dentista é mesmo boazinha? - perguntou Demi.

– Super - disse a mãe de Wilson - Sempre levo o Wilson lá. Ele mesmo pode falar.

– Sim. É a melhor dentista de todas. É uma profissional que contrataria para implante de chips rastreadores no dente de pessoas suspeitas - disse ele.

Isso não é muito confortante, você sabe. Mas Wilson sempre exagerava tudo, então preferia acreditar na versão da mãe dele, que era muito mais coerente com a realidade. Bom, sempre achei que dentistas fossem pessoas perversas que sentem prazer em torturar pessoas. Por via das dúvidas, sempre procuro escovar bem os dentes para não precisar visitar o dentista mais do que o necessário para fazer alguma limpeza ou algo assim. E mesmo assim é desagradável. Você deve saber o quanto é horrível aquela raspagem dos seus dentes! Me arrepio todo só de lembrar! Mas no caso de Jorjão talvez seja necessário uma obturação. Ele comia tantos doces que certamente as cáries devem ter aparecido muitas vezes. E deve ter ido ao dentista várias vezes também. Bom, não sei. Não costumo olhar na boca dele...acho que isso não é o tipo de coisa que valha a pena ficar olhando.

– Chegamos - disse a mãe de Wilson - Bom, deixarei vocês aqui, meninos. Vou fazer algumas compras no mercado enquanto isso. Como era urgente, consegui agendar o horário logo, então é só subirem.

– Obrigada - disse Demi.

– Tome conta deles, viu, Demi? - disse a mãe de Wilson, já entrando no carro. Bem, ela tinha cara de mãe do grupo mesmo. De qualquer forma, incrível como ela conseguiu marcar logo o horário. Normalmente isso demora bastante. Mas como era alguém relacionada ao Wilson, ela deve ter marcado o horário logo para evitar problemas irritantes no futuro. Sim, moça da recepção, eu te entendo muito bem.

Subimos as escadas do prédio, enquanto Jorjão continuava segurando sua bochecha em dor pela cárie ou seja lá o que fosse. Entramos no salão do dentista e nos deparamos com algumas crianças, alguns pais lendo revistas velhas (afinal, não é um consultório odontológico sem revistas velhas) e poucas cadeiras vagas. Karina logo se sentou em uma e pegou uma das revistas. Ela começou a ler sem esboçar nenhuma emoção, como esperado. Demi foi até a recepção confirmar nossa consulta.

– Ah, sim. Conhecemos a família...

– E aí? - disse Wilson, cumprimentando a atendente com seu típico sorriso no rosto.

– Conhecemos bem a família - reafirmou a moça - Err...a consulta é para aquele rapaz ali?

– Sim - disse Demi - Acho que é...Dra. Cibele.

– Hmm. Infelizmente...tivemos um imprevisto - falou a moça.

Imprevisto? Aquilo não estava cheirando bem. E não estou falando daquele cheiro de álcool utilizado para esterilizar o ambiente que todo consultório tem.

– Imprevisto? - perguntou Demi.

– Bom, a Dra. Cibele teve que sair mais cedo para levar o gato dela no veterinário - disse a atendente - Foi uma emergência. Parece que ele engoliu uma moeda.

– Oh, entendo. Então ela levou o gato ao veterinário para ver se consegue recuperar a moeda - comentou Wilson.

Acho que o mais razoável é supor que ela levou o gato pensando na saúde do bicho, mas, que seja. O que será do Jorjão então?

– Mas não se preocupem - disse a moça - Temos um substituto.

– Ah, que bom - disse Demi.

– Ei, espera aí - falou Jorjão, se levantando - Esse substituto não é um dentista malvado, é?

– Malvado? Não, não, ele é uma ótima pessoa. Dr. Severo...ah, sim, ele está com o horário vago. Daqui a uns quinze minutinhos ele já deve atender vocês.

– Ótimo. Viu, estamos com sorte, Jorjão - disse Wilson.

– Mas não é a dentista que a sua mãe falou - disse Jorjão, sem tirar as mãos da bochecha - E pessoas com nome de Severo não me inspiram muita confiança.

Sabe que eu senti a mesma coisa?

– Oh, sim, o Dr. Severo - um garoto de nove ou dez anos havia escutado nossa conversa - Ouvi dizer que ele já foi dentista oficial da polícia...

– Dentista da polícia? - perguntou Demi.

– É - continuou o garoto que, estranhamente, se expressava muito bem - Dizem que ele trabalhava no departamento de interrogatório. Ele torturava os suspeitos até eles confessarem.

– Ai, Jesus - reclamou Jorjão - Vambora, gente. Ainda dá tempo.

– Por favor, né? Você não acreditou nisso, acreditou? - perguntou Demi.

– Ele só quer te assustar - falou Wilson - Ei, garotinho. Só porque você não tem medo de dentista não quer dizer que possa assustar os que tem como o nosso amigo aqui.

– Bom, em outras circunstâncias, eu diria que alguém desse tamanho ter medo de dentista é ridículo - disse ele, ajeitando seus óculos.

– Ei! - reclamou Jorjão.

– Mas aqui...estamos falando do Dr. Severo, então...é mais do que compreensível o sentimento de medo e pavor que ele está sentindo.

– Onde você aprendeu a falar assim? - indagou Demi.

– Ah, eu leio muito - disse o garoto - Em especial, terminei de ler um Guia de Psicologia, então esse assunto está mais fresco na minha memória.

– É da Editora Mental? - perguntou Karina, entrando na conversa inesperadamente - Acabei de ler também. Muito bom.

– Sim. Esse mesmo - concordou o garotinho.

Aqueles dois pareciam familiares, não é? De qualquer forma, precisávamos manter Jorjão ali.

– Eu vou é cair fora daqui - disse ele.

– Nada disso! - reclamou Demi - Sente-se! Agora! Não vou deixar você continuar com dor de dente só por causa de um medo bobo! Pode ficar aí, quietinho!

– S-Sim senhora - gaguejou Jorjão, enquanto Demi arrumava o cabelo sem tirar a cara de brava. É, ela levava jeito para ser mãe.

Dez minutos depois escutamos um grito vindo da sala de cirurgia. Todos nos entreolhamos. Pouco tempo depois, o garoto saiu da sala com lágrimas nos olhos.

– Viu? Eu disse que só ia doer um pouquinho - falou o dentista, um homem careca e com cara de poucos amigos.

– Um pouquinho? Achei que fosse morrer! - reclamou o garoto.

– Vocês crianças são mais fortes do que pensam. Deixa de frescura e vai logo pra casa - disse ele.

– Mãããe!!! - chorou o garoto.

– Calma, filhinho, já passou - disse a mãe - Err...pelo menos o seu dente de leite saiu, né?

– Saiu...mas tá doendo.

– Tsc. Essa geração do Merthiolate que não arde, viu? Na minha época o dente de leite saía na marra. E a gente apanhava dos nossos pais se ficasse chorando por isso - reclamou o doutor - Fabiane, quem é o próximo?

– Ah, é esse garotinho ali - disse ela, apontando para Jorjão.

– Pode entrar, garoto - disse ele - Vamos ver o que você tem.

Jorjão parecia branco de medo. Será que ele vai mesmo encarar essa?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "This Is My Gang!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.