This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 155
Capítulo 155




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Capítulo 155 - Planejamentos e Pré-Produção

- Um filme? - perguntou nossa professora de Artes, Vitória, enquanto terminava de anotar algumas coisas em seu diário de classe na sala do grupo de artes.

- Isso mesmo - confirmou Wilson, que veio ali pedir permissão para que nossa produção de baixo custo (insisto em repetir isso) fosse exibida no festival cultural do colégio - Queremos que a pré-estreia aconteça no dia do festival cultural!

- Um filme... - a professora parecia estar com os olhos brilhando - A manifestação do espírito criativo do ser humano nos movimentos frenéticos de uma tela...

- Sabia que isso ia acontecer - comentei com Jorjão. Normal. Nossa professora sempre ficava aérea quando se empolgava com um assunto artístico.

- Professora... - Demi tentou chamá-la - Professora!

 O segundo grito foi forte o bastante até para chamar a atenção dos outros alunos envolvidos com outras atividades.

- Oh, desculpem, mas a ideia é mesmo muito boa - disse ela - Vocês estão mesmo produzindo algo assim?

- Sim. É um projeto nosso. Gostaríamos do apoio da escola para transmitir o vídeo em alguma sala no dia do festival - disse Wilson, tão empolgado quanto.

- Pode ficar tranquilo! Vocês já tem uma sala! - disse a professora, animada o bastante para segurar nas mãos de Wilson com um olhar entusiasmado - Nunca na história dessa escola algum aluno produziu um filme! Mesmo com tanta facilidade a gravações de vídeo como temos hoje!

- Sério? Ninguém? - indagou Demi.

- Eles preferem gravar vídeos para a Internet, mas não usam seu potencial para algum projeto na escola. Devo parabenizá-lo pela sua ideia, Wilson!

 A verdade é que Wilson não se contentaria em colocar nosso filme na Internet sem antes receber aplausos diretamente de uma plateia. Não era exagero dizer que ele não descansaria enquanto todos os alunos daquele colégio não se curvassem ao talento da nossa equipe. Claro, isso do ponto de vista de Wilson. Eu só queria ficar sossegado no meu canto mesmo, mas agora não tem como voltar atrás: eu seria o personagem principal daquela coisa...as gravações nem começaram e eu já estava com vontade de chorar.

- Tenho certeza de que o público irá adorar nossa produção de comédia unida com terror e ficção científica. Será algo que marcará a história desse colégio!

- Comédia...com terror e ficção científica? - perguntou a professora - Não seria melhor focar em um gênero só?

- Quando o trabalho estiver terminado, tudo será esclarecido, professora. Por enquanto, confie em nós e relaxe. 

- Mas...vocês já começaram a gravar? O festival cultural vai acontecer em... - ela olha para o calendário na parede da sala - ...duas semanas e três dias. Tem certeza de que vai dar tempo?

- Totalmente - disse ele - Garantimos a conclusão do projeto nesse prazo! Além disso, o tempo de exibição não será longo. Relaxe, professora, pode confiar na gente!

 Confiante como sempre. Mas como, repito, era um produção de custo quase nulo, talvez realmente não demorasse muito tempo.

- Se vocês garantem - disse a professora - A ideia é fantástica! Boa sorte, meninos. E se precisarem de alguma coisa..

- Hmm. Já que tocou nesse assunto - murmurou Wilson - Essa sala de artes tem muitas coisas interessantes...

 Não preciso dizer o que aconteceu depois. Wilson nos fez carregar vários figurinos e roupas que já estavam prontos na sala de artes. Até as fantasias que usamos na nossa peça dos Saltimbancos no ano anterior estava lá (que também levamos, sabe-se lá por qual motivo). Quando finalmente chegamos na sala de reuniões da NERD (também conhecida como sótão da casa do Wilson) é que fomos ver, afinal de contas, o que poderia ser útil ou não.

- Agora sim. Vamos ver o que podemos usar - disse Wilson.

- Por que não escolheu isso lá na sala mesmo? - questionei - Trouxemos figurinos a mais à toa.

- Porque aqui podemos ver com muito mais calma - falou nosso pseudo-diretor - Olha só! A roupa de burro que você usou, Daniel.

- Não me lembre disso! - reclamei - Por que trouxemos essa porcaria?

- Mas tem bastante coisa útil aqui. Olha, uma arma de brinquedo, daquelas que atiram bolinhas - falou Demi.

- Sério? Isso vai ser útil para as nossas cenas de ação! - falou ele.

- Mas...vamos usar essa coisa colorida? - perguntou Jorjão - Uma arma podia ser um pouco mais realista, não?

- Ah, a gente arranja um tipo de papel preto para fingir que é uma arma "quase" de verdade - falou Wilson - Para tudo se dá um jeito. 

- Então já temos perucas para o monstro, armas...o que mais falta? Roupas, talvez - comentou Karina com ar pensativo.

- Quanto ao figurino, eu posso dar um jeito. Tem algumas coisas aqui que dá pra fazer roupas legais para o nosso filme - disse Demi - Tem umas coisas legais que dá pra usar para o viajante do tempo. Vai caber direitinho na Karina.

- Legal. Vamos pensar nos estilos primeiro - falou Wilson, pegando uma folha de papel - Karina! Você pode desenhar os rascunhos do figurino de cada personagem, não pode?

- Sim, posso - disse ela - Tendo o script em mãos, posso ter uma ideia do que cada um vai vestir.

- Beleza. Jorjão! Você pode planejar onde serão feitas as gravações?

- Hmm...tem a pracinha que a gente ensaiava a peça - falou ele.

- A Praça da Sonhadora, não é? Perfeito! - disse Wilson - Acho que podemos gravar algumas cenas lá e depois adaptar o cenário na edição. Nada que computadores não resolvam hoje em dia.

 Parece que cada um estava com uma tarefa. E é claro que eu não iria ficar sem fazer nada (mas bem que gostaria).

- Daniel! - chamou Wilson.

- Eu? O que eu devo fazer? - perguntei.

- Você consegue uma claquete? - disse ele.

- Uma o quê? - indaguei.

- Você sabe...aquele negocinho que abre e fecha para indicar as diferentes tomadas da filmagem. Com isso, a gente pode ter um controle de quantas vezes a gente gravou e tal - disse ele - Se não tomar cuidado, você pode até prender o dedo naquele negócio.

 Acho que lembrei o que era.

- E onde eu arranjo um negócios desses? - perguntei.

- Não tenho ideia - falou Wilson - Mas mesmo que você não encontre, não tem problema. Basta fazer um.

- Fazer um? - estranhei - E como vou fazer um negócio desses?

- Pode usar pedaços de papelão - sugeriu Demi.

 Lembre-se sempre: éramos uma produção de baixo custo e é claro que a claquete também seria de baixo custo. Foi justamente o que fiz: peguei um pedaço retangular de papelão onde podia grudar uma folha de papel para que as tomadas e cenas fossem anotadas, furei-o com um pino onde coloquei um pedaço de papelão menor que serviria para abrir e fechar. Pronto. Estava feita nossa claquete. Dois dias depois, Demi já havia arranjado boa parte do figurino que Karina havia desenhado, Jorjão já havia ensaiado seus melhores rugidos de monstro e eu havia trazido a claquete, juntamente com o meu texto decorado (pelo menos falas são mais fáceis de decorar do que as matérias da escola). Wilson estava com sua câmera de alta resolução (coisa que ele já tinha, logo, não teve custo) pronto para iniciar as filmagens. Nos encontramos na tal pracinha, obviamente, cercados de olhares curiosos. Por outro lado, diversas pessoas iam ali para gravar cenas ou ensaiar peças, então não era algo tão incomum assim. Mas que o mico seria grande, seria. Ai, ai. Nunca vou me acostumar com essas coisas.

- Trouxe esse lençol aqui para ajudar a cobrir excesso de iluminação - falou Jorjão.

- Beleza - falou Wilson - Tomar cuidado com iluminação também é importante no cinema. Andei estudando bastante.

 Certamente ele deve ter decorado algumas apostilas de audiovisual nesses dois dias. Isso não era dificuldade nenhuma para ele. 

- Ótimo - Wilson elogiou novamente - Então...acho que podemos começar a gravar!

 O inevitável chegou. E eu ainda nem vi quais roupas iria usar. Hora das gravações (e o mico) começarem!


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Notas finais do capítulo

Produzir um filme é difícil...mesmo o diretor sendo um gênio excêntrico como o Wilson XD

Até o próximo! ^^