Revolution I escrita por comeonkiller


Capítulo 49
Miracles can happen and memories can hurt


Notas iniciais do capítulo

o segundo cap do dia como prometido (: e vai ter muita gente feliz com esse cap, só pra quebrar o clima pesado de UMA DÉCADA DEPOIS DO 11 DE SETEMBRO (: e vou dedicar o cap pra Claray que é aniversário dela *-* parabeens amr :D



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              Gaspard decidira passar o Natal no hospital, não queria deixar Natasha sozinha já que os pais da garota vieram na véspera e ficaram até o meio da tarde, na noite, era o garoto que ficaria com ela. Segurava a mão da melhor amiga, deixando um pequeno embrulho azul na mão da garota, enquanto se levantava e pedia para uma enfermeira ficar um pouco no quarto enquanto ele iria buscar algo para comer. Uma simpática enfermeira ruiva, Danielle, disse que ele poderia ir que ela ficaria cuidando da morena.

             Minutos depois que ele saiu, a garota começou a se remexer, demonstrando que estava acordando, muito lentamente. A enfermeira sorriu e foi medir a pressão da garota que finalmente havia acordado. Ainda estava um pouco desnorteada, mas já tinha uma vaga noção de que estava em um hospital devido à enfermeira, paredes completamente brancas, etc... E também devido ao fato de que a única coisa que ela se lembrava era de estar sentindo uma lascinante dor em todo seu tronco e em sua perna esquerda e que não conseguia respirar direito, por isso não conseguia falar para seu melhor amigo que não o odiava como tinha dito minutos antes. E seus sonhos ultimamente, tinham sido intrigantes, sonhava estar em um tipo de paraíso, mas sentia que algo estava faltando e nesse lugar encontrou seu avô, morto em combate durante a Segunda Guerra, e seu irmão mais novo, que morreu de leucemia por não encontrar um doador compatível a tempo...

-- Que bom que você acordou querida -- a ruiva disse sorrindo -- Estavam preocupados com você. E tinha que ver seu namorado, ele não saia do seu lado

-- Quem? 

-- Seu namorado, Gaspard. Não saía daqui por nada, saiu só depois que um homem disse que ele não podia ficar perdendo tanto tempo de aula assim.

-- Há quanto tempo estou aqui?

-- Um mês. Pelo que fiquei sabendo o acidente foi realmente feio.

-- Quando vou poder ir?

-- Acalme-se Natasha, como o acidente teve suas complicações, você irá passar por alguns examente e depois terá um período de recuperação aqui, e após tudo isso, você poderá sair. 

-- Isso deve demandar quanto tempo? 

-- Não sei querida, será questão de tempo. -- Dani, ao ver a expressão de esperança da garota se desmanchar, tentou animá-la -- Mas sei que irá conseguir logo. Seus pais estavam torcendo para sua recuperação, o seu namorado também, aparentemente todos estão torcendo. 

-- Entendi, mas, ele não é meu namorado. -- a garota disse sem graça 

-- Não? Parecia, durante a noite ele ficava implorando para que você acordasse. Acho que ele morreria se você demorasse mais a acordar.

-- É meu melhor amigo de infância. E aonde ele está agora?

-- Ele foi comprar alguma coisa para comer e me pediu para ficar aqui lhe fazendo companhia. É um amor de pessoa.

-- Oh sim! Ele é sim. E ainda não sei seu nome -- a morena começou a esboçar alguns sorrisos

-- Danielle, mas pode me chamar de Dani. Ajudo na área de internação grave e na ala infantil do hospital.

-- Qual parte da infantil?

-- Tenho muita pena das crianças que estão lá. As crianças que estão na ala que cuido tem câncer em sua maioria, algumas estão em fase terminal. Precisam de pessoas que as animem. 

-- Pode me levar lá algum dia? -- Natasha perguntou lembrando-se da cena de seu irmão mais novo -- Gostaria muito de conhecê-las.

-- Claro! Ficarão felizes em conhecê-la. Adoram conhecer pessoas novas e muitos dos pacientes sempre vão lá para animarem-os ou se animarem. Costuma funcionar.

             A garota sorriu ao lembrar-se do que havia prometido para si mesma aos 10 anos de idade. Faria medicina depois do final do colégio para tentar fazer com que a fila de espera de transplante de medula reduzisse significativamente. Decidiu com a morte de seu irmão, que após quase seis meses em um dos melhores hospitais de Moscou, veio a falecer em frente à garota, em um fim tarde de Outubro, uma sexta feira. Lembrava-se perfeitamente da cena do falecimento de seu irmão.

             Ele já estava com a cabeça raspada e ela havia lhe dado uma bandana preta e uma camiseta preta do Motley Crue que ele adorava. Estavam no quarto dele e ela estava sentada na cama de frente a ele.

-- Jackie por que não deixa eu pegar os CDs do Motley do papai pra você? -- a garotinha de franjinha e maria-chiquinha perguntou ao irmão de 7 anos

-- Não sei por mais quanto tempo vou ficar aqui Naty -- o garotinho de cabelos negros e olhos castanhos claros disse hesitante

-- Vai ser liberado logo?

-- Não sei. Acho que é isso que que mamãe e papai estão conversando lá fora.

-- Agora também não sei, porque se você fosse liberado logo, mamãe não choraria a cada vez que olhasse para nós dois.

-- Estou com sono Naty. Chama a mamãe pra me dar boa noite

-- Você não pode dormir ainda! Você prometeu que iríamos ver a Lua aparecer, lembra?

-- Mas chama a mamãe?

-- Tudo bem, não durma que vou aqui no corredor.

              A garotinha foi saltitante em sua camisa xadrez roxa chamar sua mãe e a russa decidiu dizer que não queria parar de conversar com o marido, mas quando a Natasha disse que era porque Jackie estava com sono, ela foi rapidamente e quando a garota segurou a mão do irmão mais novo para avisar que a mãe havia chegado, o garoto já havia dormido e não queria acordar. A garotinha começou a chorar e sua mãe entrou em desespero, as enfermeiras já haviam dito que o garoto ficaria com sono e logo viria a falecer, ele já não aguentava mais. Os únicos que ainda não sabiam eram Jackie, Natasha, Rainy e Gaspard, e o último estava a caminho do hospital com a mãe.

             Quando chegou ao hospital Natasha chorava convulsivamente e sua mãe segurava o choro fortemente enquanto seu pai estava com uma enorme expressão acabada. 

-- Meu Deus! Aconteceu? -- Violet falava com Perhans, tentando consolar a amiga -- Como ela está?

-- Está arrasada, como é que isso pode ter acontecido? Ele só tinha sete anos Deus -- Perhans chorava enquanto a amiga a consolava e observava enquanto o filho tentava consolar a melhor amiga, os dois estavam abraçados 

-- Gas, o Jackie não vai acordar. Já tentaram tudo e mamãe disse que ele vai ficar com o vovô -- Natasha chorava aos soluços com o rosto na curva do pescoço do garotinho que estava consigo -- Deviam ter me levado, não o Jackie!

-- Não tinham não. Não tinham que levar nem o Jackie nem você. Se te levassem, o que eu e a Rainy iríamos fazer? 

-- Vocês iam aguentar. Vocês sempre aguentam. Lembra quando viu seu pai ir embora? Ele foi embora e você a tia Violet aguentaram.

-- Por isso você vai aguentar. Você sempre aguenta tudo! -- o garotinho de cabelos castanhos escuros disse convicto, mal ele sabia que estava certo --  Vai aguentar tudo, você sempre consegue. E me promete?

-- O que? -- a garotinha levantou a cabeça levemente e ficaram de mãos dadas, um de frente para o outro 

-- Que vai aguentar e que nada, nem ninguém nunca vai te deixar cair. 

-- Prometo! Você também. Só que sempre que você cair que vou te puxar de novo, promete também?

-- Prometo e prometo!

              Estenderam os dedos mínimos e os entrelaçaram, girando as mãos ainda com os dedos entrelaçados, dando um rápido beijinho na mão um do outro. Era o modo que selavam promessas.

             Desde aquele dia tinham essas duas promessas um com o outro, o que fez com que uma lágrima caísse dos olhos de Natasha quando ela viu o melhor amigo, que correu para abraçá-la, largando o copo de cappuccino no primeiro canto que encontrou. Abraçaram-se e logo Dani pediu licença para deixar o quarto, deixando os dois sozinhos, ainda abraçados.

-- Você deve está querendo me matar não é Naty? -- o garoto perguntou sem graça, sentando-se ao lado da amiga

-- Por causa de toda aquela história?

-- Não -- a garota sorriu simplesmente, fazendo o garoto sorrir junto -- Nunca iria querer matar o garoto que ficou aqui por todo o tempo que eu estive aqui, mesmo sendo arrastado para fora. Você cumpriu sua promessa.

-- Você ainda lembra daquele dia?

-- Como eu iria esquecer? -- a garota abriu os braços e aconchegou o garoto entre eles, murmurando no ouvido deste -- E eu não te odeio.

-- C-como?

-- Era isso que eu queria te falar aquele dia. Só que não conseguia falar direito por causa do pulmão perfurado e do diafragma comprimido.

-- Ainda mantém o que disse na noite anterior?

-- Com uma condição.

-- Qualquer uma Naty, qualquer uma.

-- Não quero a Jodi no meio da história

-- Já terminei com ela antes de ir atrás de você, ela não vai voltar. Então. mantemos o do dia anterior?

-- Bom deixa eu pensar amor... -- o garoto abriu um largo sorriso quando ela o chamou assim e logo ela respondeu com um sorriso mais largo ainda

-- Sim, voltamos, mas agora, você é só meu e de mais ninguém!

-- Concordo perfeitamente!

             Abraçaram-se sorrindo e logo trocaram um beijo que apesar de extremamente intenso e apaixonante, não pôde ser muito longo porque a garota não tinha mais todo o fôlego de antes devido à algumas consequências do atropelamento que seriam resolvidas com uma questão de tempo. Separaram-se a curtos selinhos e logo já estavam sorrindo abraçados, frente a frente, com as pontas dos narizes juntas.

-- E você me disse que ele não era seu namorado? -- Dani havia visto tudo a da porta entrou novamente, sorrindo largamente

-- Ele não era Dani, ele é a partir de agora -- a morena sorriu, de dedos entrelaçados aos do namorado, enquanto a ruiva se aproximava -- Então para não bancar a mal educada, Dani, esse é meu melhor amigo e namorado, Gaspard, e Gaspard, minha enfermeira e amiga do hospital, Dani.

-- Prazer em conhecê-la Dani. -- Gaspard estendeu a mão educado e Dani sorriu

-- O prazer é meu Gaspard, estava morrendo de curiosidade para saber quem era o garoto que vivia vindo visitar a Naty e que não desgrudava dela aqui por um segundo.

             O garoto riu corado e Natasha puxou-o para um curto selinho, devido à "fofura" dele de ter ficado lá. Os três ficaram conversando animadamente até dar a noite, em que Dani teria de ir para a ala infantil. Natasha ainda não podia andar muito bem então Gaspard ficou com a namorada-e-melhor-amiga enquanto a mesma quase implorava e tentava chantagear ele a dar café para ela, e como não conseguia, começou a contar dos sonhos que tivera enquanto estivera em coma. Disse que nunca pensou que se lembraria de tantos sonhos em dia nenhum de sua vida. Contou-lhe sobre  o sonho em que seu irmão e seu avô apareciam no paraíso, mas que ela sentia-se sozinha mesmo assim ali naquele lugar inimaginavelmente perfeito. Narrou também sobre ter tido um flashback da promessa que fizeram de que nunca deixariam ninguém os derrubar e que se não conseguissem se levantar, um ajudaria o outro.

             O moreno estava extremamente contente em ouvir isso, em ver a garota lhe contando tantas coisas assim de uma vez, e assim viraram a noite conversando, parando por alguma horas para ambos dormirem um pouco. Gaspard dormiu sentado na cama e Natasha adormeceu aconchegada em seu peito, extremamente quente devido ao aquecedor que deixavam dentro do hospital, contrapondo-se com os -10°C que faziam do lado de fora do edifício.


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Notas finais do capítulo

e aeee amrs, quem gostou do cap deixa review ok? HUSDHUSDHU enfim, prossigo amrs? :3



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