James estava a beirada de um dos vários lagos que havia dentro do campus, e jogava várias pedrinhas no mesmo, fazendo elas deslizarem pelo gelo, quando não arrebentavam o mesmo. Viu o filho aproximar-se devagar e sentar-se ao seu lado em silêncio, apenas soltando um longo suspiro pesado antes de deitar-se na grama coberta de neve.

-- Vou pra Londres pai

-- Quando?

-- Hoje. 

-- Duas perguntas cliches: por que você vai fazer isso? E sua mãe já sabe disso?

-- Mamãe já sabe, e é porque se eu não for hoje, quando eu puder ir talvez seja tarde demais

-- Vai fazer o que lá pra precisar ir antes da nevasca?

-- Tem uma garota, a Rubi. Ela mora lá, e eu disse para ela que a amo, e ela corresponde. Preciso ir falar com ela. 

-- Tudo bem. Vá lá, mas tente voltar pelo menos antes do ano novo e se quiser pode trazê-la junto -- James passou de leve a mão nas costas do filho mais velho e logo o mesmo o abraça -- Boa sorte.

             Jake murmurou um "Obrigado" ao pai e saiu em disparada ao dormitório para buscar uma mala com algumas coisas para um semana, que seria o máximo que ele passaria em Londres. Sorriu acenando para os amigos que estavam próximos e logo entrou no taxi que o levaria para o aeroporto. Após todo o processo burocrático para embarcar no vôo e as horas de vôo até o aeroporto internacional de Londres, o garoto pegou um táxi até o endereço que Rubi lhe dera semanas antes.

             Estava nevando, a ponte estava bloqueada. O garoto começou a bater o pé por não saber o que fazer, não queria chegar tarde demais. Pagou ao taxista e decidiu correr para chegar a tempo e acabar com o frio que sentia. Ele era louco? Bom, sim, ele era, mas a loucura era compreensível por considerar que ele precisava chegar antes que fosse tarde de mais e antes que a nevasca chegasse em um ponto que fosse impossível caminhar na neve. Chegou à tal esquina sem fôlego algum e correndo, avistou a loira e seus snakebites pretos no jardim da frente pegando algumas tulipas antes que elas se queimassem com o frio.

             Chegou próximo à casa da garota e ela o avistou sorrindo, mas como ele vinha andando rápido, derrapou no gelo, caindo de lado, fazendo a garota se preocupar e ir rapidamente até ele. 

-- Oh God! Jake! Tudo bem com você? -- a loira perguntou, agachando-se ao lado dele, e passando a mão no rosto do mesmo levemente -- Jake. Fala alguma coisa. Estou ficando preocupada.

-- Porra. Isso dói.-- Jake gemeu, colocando-se sentado de frente para a garota, e logo corando -- Rubi! Oi... É que... sabe...

-- O que você está fazendo aqui Jake? Não estava na escola?

-- Sim, eu estava -- o garoto ainda gemia um pouco de dor, passando a mão de leve nas costas devido a dor que ainda lhe atingia devido a queda -- Mas só que uma das coisas que eu aprendi com o meu pai é que por mais que eu seja um idiota em qualquer quesito da minha vida, mas que eu nunca deveria desistir de tentar algo com a garota que amo. 

-- O que quer dizer com isso Jake? -- a garota perguntou confusa, mechendo freneticamente no cabelo loiro

-- Eu já lhe disse uma vez e vou repetir quantas vezes forem necessárias até você acreditar. -- Jake suspirou profundamente e prosseguiu, segurando as mãos da garota, enquanto ainda estavam sentados na calçada coberta de gelo -- Eu te amo Rubi. E eu vim aqui, no meio de uma nevasca, perguntar se você quer namorar comigo.

-- Jake... E-eu...

             A garota parou de falar e segurou o rosto do moreno com as duas mãos, trazendo-o para perto, selando seus lábios docemente. Separaram-se por um breve instante e o garoto levantou, puxando a atual namorada junto, envolvendo sua cintura com os braços enquanto a garota enlaçava seus braços pelo pescoço de Jake e assim selaram os lábios docemente mais uma vez, logo beijando-se mais intensamente, mas ainda sim, de modo completamente apaixonado. Passaram alguns instantes ali se beijando e se separaram, entrelaçando os dedos, logo menos entrando na casa da loira, que chamou toda a família para contar a novidade, avisando primeiro à sua avó, que estava na cozinha e havia acompanhado tudo pela janela...

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                          Em Luxemburgo, Violet arrumava as coisas para um jantar reservado com os pais na enorme mansão. O filho estava no hospital com Natasha e a mais nova estava em Nova York com o namorado, que ela tinha muita curiosidade de conhecer. E ela liberou-os por ser começo de namoro e por ter visto que eles realmente precisavam de um pouco de tempo juntos. Normal, os dois passavam todos os anos com a família, esse ano lhes abriria uma exceção. A mulher de mais ou menos 36 anos estava saindo do banho em seu roupão vermelho de algodão egípcio, quando a campainha tocou e pediu para seu pai abrir. Yohan James Berkley era um homem na faixa de seus 78 anos que fora soldado em sua juventude, mas havia esquecido de muitas coisas de seu passado em consequencia da velhice e das guerras que participara, o joelho havia sido operado devido à quedas e agora mancava.

              O senhor foi mancando calmamente até a porta e logo abriu a porta, dando de cara com Synyster, que tinha uma expressão que misturava falta de saber o que fazer com surpresa. Tinha as mãos para trás e parecia carregar algo no bolso do enorme casaco e na cabeça possuia um chapéu preto e uma bandana branca. Estava apresentável.

-- Acho que conheço você de algum lugar -- exclamou Yohan analisando-o da cabeça aos pés enquanto torcia para que o idoso não se lembrasse de onde eles se conheciam -- Não consigo me lembrar agora. Mas sei que conheço. Ally! Venha ver se você conhece esse homem!

-- O que foi querido? -- Allison, a mãe de Violet, postou-se ao lado do marido e passou a analisar Synyster, que estava parado na soleira -- Yo, não é aquele guitarrista que a Rain e o Gas sempre dizem?

-- Ah sim! -- o homem passou a mão no alto da cabeça calva, lembrando-se -- Você é aquele Synyster Gates, não é?! 

-- Brian Hanner senhor, Synyster é meu nome artístico -- Synyster respondeu depois de parar de suar frio com a situação -- Posso?

-- Ah claro! E os garotos não estão! Adorariam te conhecer! -- Ally respondeu simpática, dando passagem para ele entrar -- Estão viajando. Mas se quiser pode conversar com Violet. 

-- Bom, foi justamente para isso que vim, eu gostaria de falar com a Violet. Que os netos dos senhores já tive a oportunidade de conhecer no internato. São ótimos garotos. -- o mais novo falava tentando manter a calma, mesmo que não houvesse porque se estressar já que os pais da mulher de sua vida não lembravam-se de que os dois namoraram na época de colégio e que ele foi embora depois que ela engravidou e voltou de novo e a engravidou de novo -- Então, a Violet está? 

-- Claro, pode ir lá em cima. Ela está no quarto. Quinta porta à direita. -- Yohan indicou, voltando ao sofá com a esposa -- Os garotos adorariam estar aqui. O ídolo deles em casa! Imagine só.

             É senhor, imagine se eles descobrem que um dos maiores ídolos musicais deles é o pai desaparecido deles também...

             Synyster subiu a longa escadaria e chegou ao segundo andar, passando pelo quarto de Rainy, sem resistir dando uma observada no enorme ambiente de paredes verde-limão. Tinha um pôster enorme do A7X na parede ao lado da cama. O homem passou o dedo de leve pelo pôster, e logo sentindo algo cair na cama. Era uma foto em sépia de um casal abraçado com uma criança. Ele se lembrava dessa foto, era ele e Violet semanas depois que ela deu a luz a Gaspard. Não sabia como ela tinha essa foto, mas começava a acreditar que a garota já sabia de seu segredo.

             Escondeu a foto novamente e saiu, indo diretamente para o quarto indicado, dando um leve toque na porta, que abriu-se sozinha. Violet estava deitada de lado na cama, zapeando canais, apenas de lingerie e seu roupão vermelho. Ainda saía vapor do banheiro no momento em que Synyster abriu a porta e logo a mulher se virou, acreditando serem seus pais, e sentou-se na cama rapidamente, assustada com a presença do homem em sua casa, em seu quarto, enquanto ela estava em uma situação daquelas.

-- Como entrou aqui? Meus pais nunca te deixariam entrar -- Violet se manifestou confusa, enquanto ele se sentava na cama de frente para ela -- E não deveria estar de férias em Huntington Beach como sempre?

-- Respondendo suas perguntas: Seus pais me reconheceram apenas por Synyster Gates, o ídolo do Gaspard e da Rainy. E bem, eu deveria, se fosse ano passado ou qualquer ano passado da minha vida.

-- Como assim? -- a morena fechou o roupão com os dedos, enquanto sentia o ex-namorado segurá-los -- O que quer dizer com isso?

-- Eu te amo Violet Haushsch Berkley, e irei fazer de tudo para que você volte para mim. Ainda mais agora que eu descobri que nunca vou amar outra mulher na minha vida como eu te amo.

-- Brian Elwin Hanner Jr, eu nunca vou amar outro homem na minha vida como eu te amo, mas não posso dizer que quero continuar isso. Da última vez que você disse que iria ficar, você me engravidou pela segunda vez e aproveitou a desculpa da tour para ir embora e nunca mais voltar, dando notícias de tempos em tempos. Como posso acreditar em você?

-- Vim até aqui, mas lhe dou todo o tempo que você precisar para confiar novamente em mim

-- Isso não será fácil, você sabe disso. 

-- Sim. Mas espero que ao menos você pense nisso.

             Brian levantou-se um tanto desapontado, mesmo já imaginando que ela fosse levar algum tempo para pensar, ainda doía pensar que a mulher que ele mais amou em toda sua vida não lhe aceitava de volta. Ele era um idiota, é um fato, mas doía pensar isso. Antes que ele se levantasse completamente, Violet se viu confusa demais no momento, precisava de algo para reavivar seus sentidos. Entrelaçou seus dedos ao do homem que ela sabia que era o amor de sua vida e logo que este se levantava, ela segurou sua mão com mais força e ele parou, dando-a a chance de engatinhar até a ponta da cama, e ficar de joelhos na mesma, de frente para ele, mais ou menos na mesma altura. 

-- Não disse que precisava de tempo para pensar? -- o homem perguntou confuso, enquanto sua respiração colidia com a de seu amor

-- Preciso de algo para pensar.

             E antes que Synyster pudesse se manifestar, a mulher que estava consigo já havia aproximado mais seu rosto e selado seus lábios, fazendo o guitarrista contornar a cintura da mesma com os braços, logo a deitando lentamente na suntuosa cama king-size, e deitando-se por cima dela, enquanto se beijavam. Ele sorria entre o beijo e ela não queria soltá-lo. Separam-se por um instante e logo as mãos de Brian já deslizaram suavemente pelo corpo bem formado da mulher e indo delicadamente pelo contorno do roupão, enquanto abria o mesmo com os dedos.

             Coisas que poderia ter sido mas não foram. O tempo que Violet estava lá em cima foi para esperar o Chester ficar pronto, logo, um timer de Smiley estava ligado na cama há uma média de 2h, e começou a tocar estridente logo depois que a morena havia retirado a camisa do guitarrista, assustando aos dois. Lembrou-se o motivo de estar daquele jeito e logo empurrou Synyster, fazendo-o cair a seu lado na cama e desceu correndo, recolocando o roupão e descendo rapidamente, mas não sem antes falar para o guitarrista não jogar o pequeno timer na parede.

              Sorriu ao ver que não havia queimado e que seu pai acabara de desligar o forno. Colocou-o a mesa enquanto pedia para seus pais se arrumarem porque o prato principal do jantar estava pronto e logo subiu, deparando-se com um Synyster sem camisa brincando com Smeagle, o gato preto da família, em cima da cama. Despachou o gato e logo sentou-se novamente ao lado do guitarrista, delineando os músculos do abdomên do mesmo com as unhas, avisando-o que o jantar estava pronto. O homem respirou fundo e afundou o rosto no edredom verde-esmeralda, resmungando algumas palavras ininteligíveis e logo sentindo uma leve trilha de beijos sendo feita em suas costas nuas. Respirou fundo e girou o pescoço, vendo que a mulher agora o encarava singelamente, logo levantando-se e indo em direção ao closet, trancando-o e deixando Brian com uma expressão inconformada.

              Segundos mais tarde saiu pronta em um vestido justo e curto negro, meia calça fina e um peep toe negro, com os cabelos castanhos caindo em suaves ondas pelas costas. Simplesmente linda. Conduziu-o até a sala de jantar, enquanto fazia menção de servir à Synyster, os pais e por fim a si mesma. O jantar foi animado, e quando deu 01h, Yohan e Allison desejaram boa noite aos dois e foram deitar-se. Violet e Brian ficaram na sala, deitados no tapete de pele sintética, em frente a lareira e bebendo vinho, um de frente para o outro, enquanto jogavam conversa fora. As vezes o assunto ia parar nos filhos dos dois, mas logo mudava, preferiam deixar sem resolver isso até que houvesse um momento mais apropriado.

             Taça ia e taça vinha, a temperatura do ambiente vinha aumentando conforme as taças iam sendo ingeridas. E após vários assuntos, voltaram ao passado, lembrando-se das noites que passavam no quarto de Synyster, observando as estrelas da janela, e pertencendo um ao outro. As lembranças, o vinho, o beijo anterior ao jantar, o desejo e mais alguns fatores levaram-os a reviver o passado e pertenceram um ao outro, mais uma vez. Mas obviamente, desta vez havia algo maior, mais intenso...