Two Is Better Than One escrita por dancehalldrug


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Todo mundo já brincou de Eu nunca? Tá, pra quem não conhece, é uma brincadeira de festa, tipo Verdade ou Consequencia ou Eu Confesso. É assim: cada um tem um copo, aí alguém diz 'eu nunca fiz tal coisa', ai quem já fez isso bebe um pouco. Tipo 'eu nunca consegui pegar um ursinho nessas máquinas de ursinhos', ai quem já conseguiu bebe. É engraçado porque você descobre um monte de coisas sobre os seus amigos... Enfim, boa leitura.



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- Caras, é sério, eu preciso de ajuda. – Kendall sussurrou no momento em que Katelyn saiu do camarim e foi se arrumar. Nós paramos o que estávamos fazendo para ouvir. – Eu não sei o que comprar pra Kate. – ele falou, como se isso fosse um grande problema sem solução.

- Dá uma das suas cuecas, ela vai amar qualquer coisa que você dê de qualquer forma... – James brincou e eu e Carlos rimos, mas Kendall só rolou os olhos.

- Ta, não precisa de crise, vamos pensar em algo. – Carlos falou.

– Eu também não pensei em nada ainda. – ele falou.

- Eu também não. – confessei.

- Eu já. – James falou, nos deixando surpresos. – O que? Eu fui ao shopping com a minha mãe... – ele explicou e nós passamos alguns minutos apertando suas bochechas e chamando ele de ‘garotinho da mamãe’.

- Ta, tentem pensar, o que ela gosta... – falei. Nós paramos para pensar e a porta abriu. Imediatamente começamos a fazer alguma coisa e parecer ocupados. Não era a Katelyn, era Erin. Ótimo. Desde aquele dia no corredor nós não tínhamos trocado nem sequer um olhar. E eu nem fazia tanta questão assim.

- Bom dia. – ela falou assim que entrou, indo direto para o closet trocar de roupa. Os garotos responderam qualquer coisa e voltamos a tentar pensar.

- Erin podia nos ajudar. – Carlos sugeriu. Eu ia dizer que não achava uma boa idéia (era a idéia mais prática, já que ela era amiga de Katelyn, mas eu não queria pedir ajuda a ela), mas Kendall já tinha gritado na direção do closet.

- Erin, nós precisamos de ajuda.Ela abriu a porta, colocando apenas a cabeça pra fora.

- Precisa ser agora? – perguntou rindo. Kendall fez sinal para que ela continuasse a se arrumar e que nós poderíamos esperar. Ela não demorou a sair, vestida de Camille. – Certo, o que vocês precisam? – falou.

- A gente não sabe o que dar para a Katelyn de aniversário. – Carlos explicou. – Alguma sugestão?

- Hm. – ela sentou-se e começou a listar o que nós poderíamos comprar. De fato, facilitou muito a nossa vida.

- Garotos, vocês gravam em 10 minutos. – nos avisaram da porta.

- Certo, vamos ao shopping depois daqui e compramos algo, então? – sugeri.

- Eu topo. – Carlos falou, já se levantando e pegando suas coisas para ir pro set.

- Erin, você vai junto? – Kendall pediu. Eu não falei nada.

- Eu não sei se é uma boa idéia... – ela falou, olhado na minha direção. O que? Ela estava olhando pra mim? Acho que é a primeira vez desde que a gente “conversou” que ela estava olhando para mim.

- Vamos Erin, você até que pode ser útil. – falei, tentando ser simpático. Ela pareceu duvidar do que eu falava, mas topou.

 

Certo. Foi divertido. Ir ao shopping com os caras e Erin. Foi sim. Eu não gosto muito de shoppings, mas dessa vez foi legal. Era difícil manter a Erin concentrada no presente, ela queria entrar em todas as lojas. Cortamos caminho várias vezes, evitando passar na frente da loja de sapatos, porque sabíamos que ela não ia sair de lá tão cedo. Quando estávamos a caminho da praça de alimentação, uma garota que devia ter uns 12 anos se aproximou, completamente vermelha e acompanhada da mãe, perguntando se podia bater uma foto. Foi a primeira vez que alguém nos reconheceu assim, foi muito legal. Nós batemos as fotos e assinamos o pedaço de papel que ela trazia e ela se afastou com os olhos brilhando. Ainda era relativamente cedo quando acabamos de comer, então resolvemos ir ao fliperama, é sempre divertido.Nós começamos uma mini competição de DDR (eu não sei como vocês chamam por ai, mas é aquelas máquinas de dança, sabe?) e Carlos ganhou praticamente todas as vezes. Depois Kendall e James apostaram uma corrida naqueles carrinhos e eu, Erin e Carlos paramos para assistir.

- Eu nunca consegui pegar um ursinho nessa máquina. – Erin reclamou, apontando para a máquina cheia de bixinhos de pelúcia.

- Eu nunca tentei, na verdade. É difícil? – perguntei. Estava claro para nós dois que nós fazíamos um grande esforço para manter a conversa amigável. Aquilo era horrível, nós costumávamos conversar sobre qualquer coisa.

- Não, não, é bem fácil, eu nunca consegui porque sou mentalmente atrasada. – ela falou, rolando os olhos, mas rindo para mostrar que era brincadeira.

- Ah é? Eu vou tentar então. – falei, pegando uma moeda e colocando na máquina.

- Há, boa sorte. – Erin provocou, parando ao meu lado. Ok, aquilo era difícil. Teoricamente era só colocar o controle no lugar certo que o bixinho seria pego, mas não deu muito certo. Erin ria enquanto via a garrinha descer e agarrar o nada, voltando ao lugar inicial.

- Agora é uma questão de honra! – falei, colocando outra moeda.

Pelo menos 10 moedas depois, Erin já dizia que eu deveria desistir, mas eu queria aquele maldito elefante verde!

- Tenta você. – falei, dando espaço para que ela pegasse o controle. Ela me olhou meio em dúvida, mas topou. Eu coloquei uma moeda. Erin se concentrou, tentando colocar o controle no lugar certo. Nós observamos a garrinha descer e agarrar o elefante, voltando a subir com ele.

- Eu não acredito. – falei, sem tirar os olhos do elefantinho verde que agora saia da maquina.

- Nem eu. – Erin falou, antes que começássemos a rir.

- Bate aqui. – falei, levantando minhas duas mãos pra ela, que bateu comemorando.

- Somos uma ótima dupla. – falou. Eu sorri pra ela, concordando e ela sustentou meu olhar.

- AE, vamos pra casa? – James falou, depois de finalmente desempatar a corrida com Kendall. - Alo-ou? Logan? Erin?

- Han? Ah, sim. Vamos. – Ela falou, desviando seu olhar do meu com um sorriso fraquinho.

 

xx

 

Eu e Kendall chegamos ao apartamento de Katelyn juntos porque ele não queria chegar lá sozinho. Ele era tão gay perto dela que, sério, não sei como ela conseguiu se interessar nele também. Mas era uma coisa fofa, assim. Eu estava curioso para saber como essa história terminaria. Enfim, chegamos ao apartamento dela juntos. Não havia muita gente ali, além dela, Erin, Carlos e James, apenas mais algumas garotas que eu não conhecia e deviam ser amigas de Kate.

- Heeey. – ela disse quando nos viu entrando, vindo na nossa direção acompanhada de Erin.

- Heeey. – Kendall respondeu no mesmo tom quando ela praticamente pulou para abraçá-lo. Eu sorri para aquilo, cumprimentando Erin com um abraço breve e um beijo na bochecha.

- Feliz Aniversário, Kate. – falei, assim que ela soltou Kendall e me abraçou também.

- Obrigada, Logie.

A “festa” estava bem divertida, até. Música boa tocava num volume agradável e nós ficamos a maior parte do tempo conversando sobre nada, comendo e bebendo um pouco. Perto da meia-noite as pessoas começaram a ir embora e no fim estávamos apenas eu e os garotos, Erin e Jenny, uma amiga de Kate que era muito legal. E Katelyn, é claro.

- Vamos jogar alguma coisa. – Erin falou, sentando-se ao lado de Carlos no sofá.

- O que? – James perguntou.

- Verdade ou conseqüência. – Kendall sugeriu, mas as três meninas negaram imediatamente. Eu também não sou um grande fã desse jogo, de qualquer forma.

- Eu nunca. – Kate falou.

- Topo. – falei e todos concordaram.

Eu ajudei Kate a servir todos.

- Certo, quem começa? – perguntei quando todos estávamos devidamente sentados.

- Eu começo. – Carlos falou. Todos viraram para ele. – Eu nunca... passei o dia dos namorados namorando. – falou e Jenny e Kate foram as únicas a beber.

- Eu nunca soube tocar saxofone. – Kendall falou.

- Eu acho que eu nunca vi um saxofone de verdade... – Jenny comentou, já rindo. Acho que ninguém bebeu, dessa vez.

- Eu nunca saí do país. – Katelyn falou.

- Canadá conta? – perguntei e todos riram. Eu, Erin e Carlos bebemos.

- Eu nunca fiquei com alguém mais de... - eu parei pra fazer algumas contas - ... três anos mais nova que eu. – falei. James e Carlos (para a surpresa de todos) beberam.

- Eu nunca fui levado para a delegacia. – James falou e Erin bebeu de novo.

- Que foi? Eu era amiga da irmã de Britney, lembra? – ela falou como se fosse óbvio, nos fazendo rir.

- Eu nunca engravidei aos 16! – Jenny lembrou e Kendall fingiu que iria beber, nos fazendo rir mais.

- Eu nunca beijei uma garota. – Erin falou e todos os garotos beberam.

- Eu nunca gravei uma cena de beijo. – Carlos falou, já olhando para mim e Erin que bebemos mais um pouco.

- Eu nunca... – Kendall parou pra pensar. – Hm.. eu nunca beijei alguém do elenco fora de uma cena. – falou. Eu gelei. E agora? Se a gente bebesse, todo mundo ia saber da história Logan/Erin. Eu olhei pra ela vendo o que ela iria fazer. Ela também olhava pra mim com cara de “E agora?”. Ela deu ombros, levantando o copo pra mim. Eu ri, brindando com ela e bebendo de novo. Carlos, que já sabia, apenas ria. E eu acredito que Kate também já soubesse, porque ela não teve nenhuma grande reação, mas Kendall e James pareciam que tinham encontrado a América.

- O que? Como? Quando? Onde? – Kendall perguntava, muito chocado, o que só fazia a gente rir ainda mais da situação. Contamos a versão rápida dos fatos, que eu tinha beijado ela no camarim e só. Preferimos omitir a parte da festa na praia ou todo o resto de sentimentalismo envolvido.

- Ta, quem continua agora? – Erin falou, claramente querendo mudar de assunto.

- Eu nunca... acampei. – falei. Todos eles me olharam como se eu fosse completamente estranho por isso. – O que? Eu nunca acampei, desculpa. Só bebam, não me olhem com essa cara. – tentei me defender.

- Como você nunca acampou, cara. – Kendall estava surpreso.

- Pera... Eu também nunca acampei. – Carlos lembrou.

- Viu! – disse, como se isso provasse que eu era completamente normal.

- Acampar é muito divertido. – Kate falou e todos concordaram.

- Eu acampava direto quando eu era escoteira. – Erin falou com o tom de quem comentava o tempo.

- Nós definitivamente temos que levar esses dois para acampar! - James falou.

- Certo, iremos acampar. Assim que tivermos mais de dois dias de folga da serie, o que não deve acontecer pelos próximos meses. – lembrei.

- Shiu. Proibido falar da série hoje. – Kate me repreendeu e eu me desculpei, rindo.Aos poucos nós fomos desistindo da brincadeira e começamos a conversar sobre assuntos aleatórios, tipo genética e futebol americano.

 

xx

 

Era perto de 3h quando nós começamos – sob alguns protestos de Kate que dizia que cuidaria disso pela manhã – a juntar a louça espalhada pela sala e recolocar os móveis em seus lugares. Eu e Erin estávamos em silêncio na cozinha, rindo ocasionalmente de alguma brincadeira feita na sala. Ela estava sentada no balcão, esperando que eu lavasse os copos para começar a secá-los. Nossos olhares se encontravam as vezes e eu tinha a sensação de que ela queria falar algo, mas como ela não falava nada, eu não insistia.

- O que você quis dizer quando disse que eu era o seu pingüim? – ela perguntou, depois de algum tempo. Eu ri, ainda concentrado nos copos. Ela não tinha esquecido isso ainda?

- Deixa pra lá. – falei, balançando a cabeça.

- Sério Logan. Eu fiquei intrigada com isso. – ela ria. Eu pensei em explicar, mas achei melhor não. Apenas enxagüei os copos, dando a ela algo para se ocupar.

- Olha... Eu não queria fazer uma cena aquele dia. – ela falou tão baixinho que eu quase não ouvi. – Eu só... Não me acostumei com a idéia de te ver com outras.Eu olhei pra ela, que secava o mesmo lugar várias vezes como se só precisasse manter-se ocupada.

- É, eu... Eu não devia ter falado com você daquele jeito. – falei também, meio sem graça. Ela balançou a cabeça, mostrando que não tinha ficado chateada. Nós voltamos a ficar em silêncio.

- Eu achei que você gostasse da Victoria. – falei, meio inseguro. Ela riu.

- Eu amo ela. Esse é o maior problema. Imagina como seria se eu, sei lá, começasse a sair com o... James. – eu deixei o copo da minha mão cair, fazendo ela rir mais ainda.

- Ele não faz o teu tipo. – falei, dando ombros.

- Ah não, é?

- Nah, você prefere caras tipo... eu. – eu fiz mais sedutora que consegui naquela situação.

- Caras sem coordenação para segurar um copo ou que soltam frases aleatórias no meio de discussões? Realmente, bem mais meu tipo. – ela concordou. Eu ri também. Ela não ia deixar isso passar.

- E além do mais, se você pode sair com o James, pode sair comigo. – desviei o assunto, terminando de lavar os copos e deixando a pia seca.

- Bem pensado. Vou ter que escolher outro então. – ela fingiu pensar.

- Ou pode parar de bobeira de uma vez... – provoquei, me aproximando dela, sacudindo minhas mãos e molhando um pouco seu rosto. Ela riu se secando.

- Logan. – me repreendeu quando eu encostei minhas mãos ao lado de suas pernas no balcão.

- Ta, eu sei... – eu tinha que olhar para cima para ver seu rosto. - Mas é que...

- Eu sei. – ela interrompeu, mordendo o canto da boca. Eu suspirei.

- Isso é ridículo. As pessoas passam a vida procurando pela pessoa certa. Eu sei onde a minha está e não posso fazer nada. – falei meio sem pensar, olhando para baixo para que ela não visse meu rosto corando. 

- Você acha isso mesmo? – ela falou. Eu não respondi. Ela passou a mão pelo meu rosto, levantando meu queixo e me fazendo olhar pra ela de novo. – Você acha que eu sou a pessoa certa?

- Acho. – falei finalmente. – Mas você tem razão. A gente não pode fazer nada agora. Não agora que ta tudo dando certo. – ela concordou com a cabeça, com um sorriso triste no rosto. – Mas se eu estiver certo, isso não vai ser um problema. – dei ombros.

- Como assim? – ela perguntou.

- Porque se você for a pessoa certa pra mim, a gente vai acabar ficando juntos. – expliquei. Ela me encarou por alguns segundos antes de sorrir.

- E se eu não for? – perguntou. Para falar a verdade, eu nem considerava aquela possibilidade.

- Ai eu ligo pra Victoria. – falei, piscando um olho. Ela me bateu com cara de indignada, mas logo sorriu, me fazendo sorrir junto. Ela tinha esses efeitos. Ver ela sorrindo me fazia sorrir junto.

- Ficou vermelho. – ela riu ainda mais, passando a mão pelo meu pescoço, onde o seu tapa ainda ardia.

- Você gosta muito de me bater. – fingi que reclamava. 

- Você provoca. – ela se justificou, se aproximando mais e dando um beijo onde ardia. Sério, quer dizer, ela quer me matar ou o que?

- Ah, eu provoco, né? – me encolhendo um pouco com o arrepio que aquilo me causava. Ela ria, se divertindo. Ela estava perto demais agora. Eu já respirava com dificuldade. 

- A gente não devia fazer isso. – falei, sem muita convicção. 

- É, é errado. – ela concordou, se afastando um pouco. 

- E idiota. – acrescentei. 

- Completamente. – ela respondeu.

- E pode causar problemas. 

- E nós não queremos problemas. – sua voz já estava fraquinha.

- Definitivamente não. 

- E é errado. – ela falou de novo. 

- Você já disso isso. – falei, sem conter o riso. 

- Cala a boca e me beija de uma vez. – ela sussurrou, puxando meu rosto para mais perto do dela. Erin segurava meu rosto como se tivesse medo que eu fosse sair dali correndo. Como se eu quisesse estar em qualquer outro lugar do mundo naquele momento, além de ali, com ela. Suas mãos bagunçava ainda mais os meus cabelos enquanto sua boca provocava a minha com mordidinhas ocasionais. Eu sentia como se não precisasse de mais nada, nem de ar ou água, além daquilo. 

Nós ouvimos gritos de comemoração vindos da sala. Claro, sempre posso contar com meus amigos para me atrapalhar nesses momentos.

- Vamos parar com a pegação na minha cozinha? – Kate falou, rindo. Nós nos afastamos, levando na brincadeira. Erin estava completamente vermelha, apesar de sorrir. Eu a ajudei a descer do balcão e ela imediatamente enterrou o rosto no meu ombro, tentando se esconder. Passei os braços envolta dela e ela me abraçou de volta. Tudo bem. Tudo ia ficar bem.

 

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Notas finais do capítulo

Preparados para o final?