Sacrifício aos Deuses escrita por Jacih, estherly


Capítulo 3
Pequenas Grandes Revelações


Notas iniciais do capítulo

Gente obrigada por esperarem, aqui está o novo capítulo e o próximo já está em andamento! Obrigada a todos que comentaram! Continuem acompanhando! Beijos Jacih e Estherly!



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- Oi Belle! Como você está? - Alvo puxou a amiga para um abraço apertado quando a viu no corredor do trem puxando o malão

- Oi Alvo! - ela sorriu tristemente

- Espere aí, você não está assim por causa do que aconteceu entre você e o Scorpius não é? - Alvo segurou a mão dela

Isabelle voltou o olhar para a janela vendo a paisagem verde passar correndo. Respirou fundo.

- Ele pediu para eu não ficar grudada nele! Foi o que eu fiz, mas ele não veio mais atrás de mim! Faz dois dias Alvo! Dois dias! - ela o encarou, exasperada

- Isabelle... - ele disse com carinho, mas ao mesmo tempo temeroso - Será que nós podemos conversar? Só nós dois, agora?

- Tudo bem! - ela limpou uma lágrima que iria cair em seu rosto e o seguiu.

Alvo seguiu até o final do trem onde sabia que havia algumas cabines vazias e entrou em uma delas trancando-os ali dentro. Em seguida respirou fundo e se virou novamente para ela.

- Belle, eu não gosto de ver você assim! - ele passou a mão no rosto dela - Você é tão linda, não pode ficar triste desse jeito!

- Obrigada Alvo, mas eu não consigo! O que há de errado entre eu e o Scorpius? Fomos melhores amigos sempre e quando nós decidimos tentar um namoro, acontece tudo isso!

- É esse o ponto Isabelle! Vocês decidiram tentar, não deu certo!

Isabelle o encarou, confusa. Não deu certo. Aquelas palavras ficaram em sua mente cada vez mais fortes. E ela começou a achar que a errada fora ela.

- Eu sou muito grudenta? Eu não sirvo para namorar? - ela o encarou, séria

- Eu não me importaria de ter uma namorada grudenta como você! - Alvo sorriu fazendo-a sorrir também - O problema não é você Belle, o problema é que vocês não se gostam o suficiente! Para um relacionamento dar certo tem que ter paixão! Você tem certeza que não gosta do Scorpius só como amigo?

- Eu... - ela ficou sem palavras, fechou os olhos sacudindo a cabeça e então abriu-os novamente e deu um leve sorriso - Não! - confirmou por fim

- Você tem que ver o que é melhor para você! - Alvo sorriu - O que faz você sentir aqui - ele apontou o peito dela - que você é feliz!

- Obrigada Alvo! - Isabelle abraçou o amigo pelo pescoço sorrindo

Alvo retribuiu o abraço. Tentando dizer a si mesmo que aquilo que fez foi para vê-la feliz e que não podia ficar eufórico com a resposta que ela deu sobre gostar do Scorpius. As coisas estavam saindo dos limites, ele não conseguiria esconder por muito tempo.

O trem deu um solavanco e parou de forma brusca. Alvo tentou se segurar na parede da cabine, mas acabou caindo ainda abraçado com Isabelle no banco. Tudo o que conseguiu fazer foi segurar na borda do banco para não machucá-la com seu peso.

- Está tudo bem? - ele perguntou preocupado, os olhos verdes brilhando

Nunca estivera tão perto dessa forma com ela. Nunca vira como ela ficava linda tão de perto. Isabelle. Droga. O que eu vou fazer? Ele pensava mentalmente tentando em vão lutar contra o que sentia.

- Tudo sim! - Isabelle estava parada imóvel, ela podia sentir sobre si o peso de Alvo mesmo não estando a machucar, podia sentir o calor dele e a respiração próxima ao seu rosto e aquilo a deixou confusa

Confusa por estar tão perto de um garoto que a fazia se sentir diferente. Ela nunca havia sentido aquilo com Scorpius, nunca parou para perceber os detalhes da aproximação dos dois como estava reparando agora entre ela e Alvo.

Alvo tirou a mão de sua cintura e colocou uma mecha de seu cabelo para trás. Seus olhos ainda estavam vidrados nos dela. Ele se aproximou devagar e beijou a ponta de seu nariz e então se dirigiu aos lábios esperando alguma reação dela, mas ela não se moveu.

- Belle, não vou fazer isso se não quiser! - ele encarou seus olhos

Isabelle respirou fundo. Não tinha idéia do porque estava a imaginar como seria o beijo do Alvo, mas sabia que isso dentro de si era muito mais forte do que quando estava com Scorpius. Então ela respirou fundo mais uma vez e decidiu.

Alvo estava se afastando quando foi pego de surpresa por Isabelle que deslizou a mão por sua nuca e o beijou. Ele foi pego de surpresa, mas não hesitou em correspondê-la.

E aquilo foi a melhor coisa que decidiram fazer. Foi o melhor toque, o melhor beijo que já receberam e já deram. Foi calmo e simples, mas foi o suficiente para perceberem que o que sentiam não era ruim e sim algo que os completava.

Alvo segurou o rosto dela com as mãos e apoiou o cotovelo ao lado de sua cabeça para que seu corpo não pesasse sobre o dela, Isabelle por sua vez deslizou suas mãos para o peitoral bem definido dele e se agarrou a gola de sua camisa.

Aquele beijo, para ela, foi como um sopro de alegria. Tudo o que sentiu ao ser, praticamente, rejeitada por Scorpius sumiu por completo naquele momento. Ela não se sentia mais um lixo, não se sentia mais grudenta e chata, mas sim desejada. Alvo a beijava de forma tão carinhosa e parecia querer tanto. Só o que ela não entendia, mas cedia completamente, era o fato de desejar tanto ser beijada por ele.

É claro que Isabelle já havia se imaginado beijando o moreno, já havia imaginado Alvo se declarar para ela, mas sempre disse que isso era apenas uma brincadeira que todas as meninas faziam consigo mesmas! Ela não conseguia acreditar que aquele desejo que tinha desde pequena de ser beijada pelo moreno, fosse tão real, e ela tinha que confessar que era a melhor experiência da vida dela.

Alvo, por sua vez, sabia exatamente o que sentia pela loira, mas ele decidiu não fazer nada quando descobriu que Isabelle namorava o Scorpius. O loiro era seu melhor amigo, nunca se importara com o fato dele ser filho de quem era e, ao contrário de muitos, o loiro sempre achou que Alvo fosse uma pessoa normal em vez de um herói. Isso foi o que mais admirou no melhor amigo.

Só que ver Belle ali sofrendo por algo que ela nem sabia se era verdadeiro o fez perder a cabeça, o fez querer abraçá-la e pedir para que ficasse com ele, que ele jamais a magoaria ou a deixaria naquele estado. Mas ele só faria isso se ela quisesse. E o melhor? Ela quis! Ela estava o beijando da mesma forma apaixonada que ele, estava retribuindo da mesma maneira que ele tentava demonstrar: com carinho e paixão.

É claro que no começo ele pensou que fosse só porque ele estava deitado em cima dela e ela não pudesse sair. Mas Belle não fez movimento nenhum indicando que queria sair dali, muito pelo contrário, se agarrou a ele de uma forma como que querendo dizer que ele não saísse nunca. Isso doía um pouco. Por isso que não terminou o beijo. Não agüentaria terminar o beijo e Isabelle se arrepender ou não querer mais.

Ele beijou o canto dos lábios dela, sua bochecha, seu queixo e desceu pelo seu pescoço, beijando e mordiscando levemente. Isabelle estremeceu.

- O que foi? - ele perguntou apreensivo a encarando

Ela mordeu o lábio inferior sorrindo.

- Isso faz cócegas! - ela o encarou e Alvo pode perceber seus olhos brilhando

Ele riu e escondeu o rosto na curva do pescoço da menina. Ficou ali por uns segundos aspirando seu perfume e então voltou a encará-la ainda sorrindo e beijando-lhe os lábios de forma terna.

- Achei que isso nunca aconteceria! - ele confessou baixinho

Ela ficou em silêncio apenas o encarando, mas em seu rosto não havia repreensão ou arrependimento, ela apenas o observava sorrindo de leve. Então ela passou a mão por seu rosto, os dedos delicados contornaram sua boca, ela levantou seus cabelos desalinhados, contornou os olhos e o nariz e o olhava de forma admirada.

Em sua mente ela se perguntava como não havia percebido antes. Estava completa e incondicionalmente apaixonada por Alvo Severus Potter!

- Está tudo bem? - ele perguntou preocupado

Ela abriu um sorriso lindo. É claro que pensava em Scorpius, mas seu coração estava machucado demais e naqueles momentos ali ele parecia estar se curando. Iria aproveitar o momento com o moreno da melhor forma possível.

Ela confirmou com a cabeça e sentiu Alvo se aproximar e a beijar mais uma vez. E aquela sensação boa de borboletas no estômago, de ver estrelas e de que nada mais importava se apoderou dela novamente.

É, estava completamente apaixonada por aquele moreno.

Um pouco mais a frente do trem, ainda antes do solavanco e da parada brusca:

 

Scorpius andava de um lado para o outro. Enquanto Luke ria.

- Isso é só porque não achou a Belle ainda? - Luke indagou cruzando os braços e se encostando na porta da cabine mais próxima

- Isso não tem haver com a Belle! - Scorpius respondeu depressa, mas não podia confessar que era pela Weasley - Só estou nervoso porque é o nosso ano de NOMs!

- NOMs? Você está preocupado com isso? - Luke riu ainda mais - Deveria namorar a Weasley e não a Belle!

Scorpius parou e encarou o amigo estático. Será que ele sabia de algo? Será que a Rose contara para alguém? Porque ela contaria? Aquilo não tinha tido importância para ela, tinha? Mas decidiu por não ligar, pois Luke tiraria mais com a sua cara se soubesse de algo.

Porém aquilo dela não ter aparecido na plataforma para pegar o trem fora estranho. O que será que deu com a Weasley? Será que ela mudou de escola? E então a cena dela derrubando as coisas na casa da Belle e saindo correndo entrou em sua mente. Será que fora por isso que ela não viera? Será que fora por ele?

E então o trem deu um solavanco e parou bruscamente. Os dois garotos se agarraram ao batente das portas das cabines e olharam a porta de entrada do trem, curiosos.

Scorpius ficou surpreso e completamente imóvel quando ela entrou. Rose Weasley subia no trem puxando o malão atrás de si e sorria abertamente. Vestia-se normalmente sem o uniforme e isso só deixava Scorpius mais envolvido. Os cabelos dela balançavam a brisa e o inebriavam com aquele perfume adocicado. Mas ao vê-lo o sorriso de Rose sumiu.

Scorpius respirou fundo e sacudiu a cabeça voltando a si e a encarou sarcástico.

- Imagine se não seria a sabe-tudo Weasley que estava atrasada e fez o trem parar! - sorriu para ela de forma cínica

- Não lhe devo satisfações da minha vida! Agora saia da minha frente! - ela respondeu simplesmente

- Por quê? Quem chegou atrasada foi você! Se quiser passar espere sentada porque não vou sair!

- Malfoy, não me faça te azarar! Saia já daí!

- Não tenho medo de você Weasley! Luke e eu vamos continuar aqui!

- Luke? Não o vejo! Acho que até ele cansou das suas implicâncias comigo! - Rose sorriu erguendo as sobrancelhas

Scorpius olhou para trás a procura do amigo, mas não o viu em lugar nenhum. Estreitou os olhos, é claro que Luke não cansara das implicâncias, pois ele próprio implicava com a Weasley. Se sumira daquele jeito é porque não queria que soubesse o que ele iria fazer e ele tinha certeza que era com a Potter!

- Ele deve ter ido atrás da Lylian! - Rose disse indiferente - Você não foi o único que notou algo estranho! Não sei como Lyli consegue, ele é um sonserino!

- Eu também sou sonserino! - Scorpius apontou para o próprio peito

- E daí? Só a Belle que é louca também! - Rose deu de ombros - Agora, por favor, Malfoy! Saia da minha frente!

Scorpius arregalou os olhos incrédulos.

- O que foi? - ela perguntou preocupada - Tem algo errado comigo?

- Você pediu por favor! Para mim! Para o Malfoy lembra? - ele continuava surpreso

Rose deu um pequeno sorriso de canto e o encarou decidida.

- Posso passar?

- Pode! - ele se deu por vencido ainda notando a mudança entre eles, eles estavam conversando!!!

Rose passou puxando o malão pesado e enroscou ele no assoalho do trem. Scorpius observou a cena por um tempo simplesmente notando o quanto ela era linda e então sorriu pegando o malão dela e o puxando sozinho.

- O que está fazendo? - Rose perguntou parada no mesmo lugar ainda

- Eu te ajudo! Venha! Tem cabines vazias mais ao fundo! - Scorpius sorriu e voltou as costas para ela

Rose não pôde deixar de sorrir também. Como podia estar se entendendo com aquele loiro? Loiro lindo por sinal! ECA! Disse mentalmente tentando fazer uma careta, mesmo sem conseguir.

- Por que está me ajudando? - perguntou ela vendo ele guardar o seu malão. Percebeu que ele mesmo não sabia responder. - Eu te fiz uma pergunta. - insistiu ela.

- Não tenho obrigação de responder. - murmurou ele seco sentando-se de frente para ela. Ela suspirou e se focou na paisagem que passava as pressas.

Estava focada na paisagem. Na paisagem Rose. Tentava afirmar para si mesma. Você está focada na paisagem, não nele. Na paisagem não nos cabelos que brilhavam maravilhosamente devido ao sol. Na paisagem não no rosto lindo dele. NA PAISAGEM!

- Você perdeu alguma coisa? - perguntou ele querendo ser rude. Fracassou. Na verdade, gostou da sensação de ser observado por ela. Ver aqueles olhos o fitando. Nunca iria admitir.

- Não Malfoy. - disse ela voltando a se focar na paisagem.

Um solavanco seguido de um estrondo e os dois foram parar no chão.

- O que aconteceu? - perguntou ela assustada. Ela tinha caído no chão de lado e na sua frente Scorpius.

- Apenas um solavanco. - disse ele calmo. Outro solavanco. Dessa vez um pouco mais forte. O trem havia andando um pouco e depois parado bruscamente de novo. Fazendo assim, Rose rolar para baixo do banco e Scorpius a acompanhar, fazendo a ruiva ficar entre ele e a parede. Ele ficou encarando aqueles olhos azuis brilhantes. Ele não resistiu. Entregou-se a vontade que o consumia.

Se aproximou dela e tocou seus lábios nos dela. O toque foi calmo e paciente. Teriam uma viagem inteira. Ela não resistiu. Abriu a boca e deixou-se levar naquele momento insano. Beijar ele. Sentiu a língua dele explorar sua boca e suas mãos vagarem pelas suas costas e coxas.

Sentiu o vagão se abrir e tudo ficar frio e triste. Rose se encolheu no canto e Scorpius ficou ao lado dela. Ouviram ruídos e nenhum pé. Flutuavam. Sentiram se aproximar. Rose se encolheu no canto. Sabia o que era.

- Dementador. - murmurou ela. Scorpius viu o pavor nos olhos dela. Ela não fez objeção de pegar a varinha. Scorpius ficou com um olhar confuso e Rose viu isso nele. Suspirou. - Eu não sei fazer isso. É a uma das únicas coisas que eu não sei fazer. - confessou ela. Ele respirou fundo.

- Eu sei. Não se preocupe. - tranqüilizou ele. Ela deu um sorriso de agradecimento enquanto ele se perdia nos olhos dela.

- Scorpius! - exclamou ela. Se o momento não fosse tão assustador, eles teriam parado o que estavam fazendo e pensariam no fato dela ter lhe chamado pelo primeiro nome. Mas a situação era crítica. Eles estavam em baixo do banco como criancinhas. - Como se faz?

- Rose, não é a melhor hora. - disse ele sem se tocar que a chamara de Rose.

- Eu quero te ajudar. - pediu ela.

- Expectro Patronum. - sussurrou ele.

- Expecto Patronum. - repetiu ela. Ele assentiu com a cabeça.

- Isso. - disse ele. - Mas, você tem que pensar numa lembrança bem forte. - disse ele nervoso. Sentia que a alegria ia aos poucos. - Muito forte. Pronta?

- Eu estou nervosa. - disse ela. Ele segurou na sua mão e ela sentiu uma corrente de eletricidade invadir-la. - Pense Rose. Pense numa lembrança. - pedia ela. Ela fechou os

olhos. Momentos passaram pela sua cabeça. Ela e os pais rindo, ela recebendo a carta de Hogwarts, ela entrando na grifinória, ela recebendo elogios dos professores, ela na casa da Belle, ela beijando ele. Focalizou sua lembrança mais forte e apertou firme.

- Um... - começou ele.

- Dois... - continuou ela.

- Três. - disse ele.

- Expectro Patronum!! - gritaram os dois. Uma leoa e um lobo saíram da ponta da varinha deles e empurraram o dementador para fora. Eles se sentaram nos bancos exaustos.

Rose e Scorpius sentaram lado a lado. Ainda estavam com as mãos unidas. Rose não pensou quem ele era ou o que ele fez com ela e vice-versa. Apenas encostou a cabeça no ombro do loiro.

- Obrigada.

- Por nada! - ele sorriu apertando mais a mão dela na sua

Foi então que ela percebeu como estavam. Levantou sua cabeça rapidamente do ombro dele e soltou sua mão constrangida. Scorpius apenas deu um sorrisinho abafado. Rose levantou e se dirigiu a porta.

- Hei, o que está fazendo? - ele perguntou sério, achava que ela ficaria ali

- Vou sair daqui! Procurar a Lyli e a Belle! - ela não se voltou para ele e tentou abrir a porta

A porta não se moveu. Ela tentou novamente, mas nada aconteceu.

- Está trancada! - ela sussurrou baixinho para ela mesma

- Você é uma bruxa ou não? - ele sussurrou em seu ouvido, ela deu um salto, só agora percebera o quanto ele estava perto

Scorpius riu e tirou a varinha do bolso e apontou para a porta sussurrando um leve ?alohomorra?. Mais uma vez nada aconteceu. Ele mexeu no trinco várias vezes, mas estavam completamente trancados.

- Droga! - Rose exclamou nervosa

- É vamos ter que ficar aqui a viajem inteira! - Scorpius sorriu, notando o quanto o destino era generoso com ele

- Não posso! - ela disse entre dentes e andando de um lado para o outro

- Olha, eu sei que me odeia, mas que tal ficar quieta pelo menos por enquanto? - Scorpius se jogou no banco deitando

Rose o observou com o canto do olho. No momento em que ele se jogou no banco, seus cabelos se desalinharam um pouco e caíram sobre seus olhos. Merlin, como ele é lindo! Rose Weasley pare já com isso!

- Eu não odeio você! - a resposta saiu sem querer de sua boca, Scorpius ergueu as sobrancelhas descrente - Não odeio ninguém! - ela tentou concertar e adorou ter feito teatro quando era mais nova - Apenas acho você arrogante...

- Mimado e idiota! - ele completou - Eu sei!

Rose bufou indignada e o encarou séria.

- O problema não é esse! O fato é que todos estão lá fora e há dementadores! Não podemos ajudá-los!

Scorpius nem a encarava, olhava o teto fixamente. Será que ele não entendia? Só porque ele era filho único, não quer dizer que não se preocupava com os outros não é? Porque ela estava preocupada e muito com todos os outros! Inclusive sua família e amigos.

Foi pensando nisso que ela sentou no banco contrário ao dele e escondeu o rosto nas mãos preocupada. Não notou que nesse tempo todo ele a encarava, só percebeu algo quando ele sentou ao seu lado e passou um braço por seus ombros.

- Calma Weasley! Todos estão bem! O trem já está andando de novo! - ela o encarou e se deparou com um sorriso lindo vindo da parte dele - Não estamos ouvindo gritos e nem nada!

Rose suspirou e relaxou um pouco.

- Agora me responde uma coisa! - ele se afastou, Rose odiou não sentir mais o calor dele, mas nunca admitiria nem para si mesma - Como você, Rose Weasley, não sabe conjurar um patrono? - ele riu

Rose fechou a cara.

- Você não tem nada a ver com isso Malfoy! - ela cerrou os punhos

Ele levantou as mãos na altura dos ombros.

- Ok! Eu me rendo! Mas que é engraçado, isso é! - ele continuou rindo - Você é a sabe tudo e não sabia conjurar um patrono? Me poupe Rose! Isso é muito engraçado! Tenho que contar para todo mundo!

- Não você não tem! - ela levantou furiosa

Scorpius adorava deixá-la assim e levantou também a encarando. Foi só então que viu um brilho de desespero no olhar dela.

- Tem tanto medo que eu conte? - perguntou sorrindo de canto

Rose não respondeu. Não estava mais ali. Sua mente vagava alguns anos atrás. Mais especificamente nas férias do seu terceiro ano com Alvo.

 

 

FLASH BACK

 

 

?O patrono de Alvo voava pelo jardim ensolarado, o bicho-papão já estava preso no baú novamente e o primo sorria abertamente. Rose estava sentada no degrau da escada que dava para a cozinha, a varinha pendia na mão, os lábios apertados e os olhos cheios de lágrimas.

Harry Potter se aproximou dela e tocou seu ombro carinhosamente.

- Não fique assim, Rose! - ele sorriu tentando passar conforto - Não é culpa sua! Esse feitiço é realmente difícil de se conjurar!

- Eu sempre consigo! - ela encarou o tio alarmada - Sempre! Eu sou melhor que o Alvo em tudo, por que eu não consigo nem sequer uma faísca de luz desse maldito feitiço?

- Valeu prima pela parte que me toca! - Alvo se aproximou, seu patrono já sumira - Você vai conseguir! É só treinar mais!

- Quem sabe você não esteja usando uma lembrança muito forte! - Harry disse sério

- Eu pensei em todos os momentos felizes que eu tive tio! TO-DOS! Não deu certo em nenhum! Quem sabe o problema seja eu! - dizendo isso a ruiva levantou e saiu correndo para dentro da casa?

 

 

FIM DO FLASH BACK

 

 

De volta ao presente Rose encarava o loiro mesmo sem notar. Scorpius já estava ficando preocupado, tocou o ombro de Rose devagar, mas ela continuou sem responder.

Rose avaliava o garoto na sua frente. A última lembrança. A lembrança deles se beijando, fora isso que fizera o patrono aparecer. A lembrança do beijo dele era a mais forte que tinha, era a primeira lembrança de um momento que realmente tinha valido a pena. Porém, ela considerava totalmente ao contrário. Dissera tantas vezes que não gostava dele, que aquilo era errado que acabara acreditando e só agora começava a perceber o que seu coração dizia.

Ela olhou a mão dele sobre seu ombro e então se afastou bruscamente se voltando para a porta e tentando a todo custo abri-la.

- Vamos, abra! Eu quero sair daqui! Vamos! - ela batia na porta tentando arrombá-la.

Scorpius a encarou confuso. Ela não lhe respondera, caíra em lembranças e quando voltava a si ficava daquele jeito desesperada. Desesperada. Só então ele notara o quanto ela estava agitada e confusa também. Ele não pensou muito no que fez. Só a abraçou por trás prendendo-a em seus braços.

- Calma! - ele sussurrou - Vai ficar tudo bem!

Rose não entendia como, mas naquele momento tudo pareceu sumir da sua mente e ela relaxou novamente. Scorpius a estreitou ainda mais em seus braços e ficou em silêncio por uns minutos, até que a garota estivesse totalmente calma.

- Se acalmou estressadinha? - perguntou ele brincando tentando amenizar o clima tenso ali. Ela se virou nos braços dele e o abraçou. Ele ficou estranho e confuso com aquele ato dela, mas aproveitou. A abraçou de volta.

- Por favor. Não conte para ninguém. - suplicou ela com o rosto encostado no ombro dele. Ele sentiu seu ombro molhar.

- Ei. - chamou ele passando a mão nos cabelos sedosamente ruivos dela. Merlin, como é bom. - Calma. Está tudo bem. Não vou contar para ninguém. - assegurou ele sentindo ela respirar mais aliviada.

Sentaram no banco lado a lado. Ela segurando seu braço e ele sua mão.

- Por que você não consegue fazer um patrono? - perguntou ele calmamente.

- Eu não sei. Talvez eu nunca tenha tido um momento forte o bastante. - respondeu ela pensativa.

- No que você pensou? - perguntou ele. Ela ficou rubra e se camuflou no seu cabelo.

- Numas férias que eu tive com meus pais. - mentiu ela. - E você?

- Quando recebi a carta de Hogwarts. - mentiu ele também, não podia contar que o pensamento que ele teve foi do beijo com ela e o que aumentou mais ainda a força do lobo foi o fato da mão dele estar unida com a dela.

- Malfoy. - chamou ela. Ele sentiu o coração apertar. Podia se lembrar do seu primeiro nome saindo daqueles lábios. A suavidade do seu nome, mesmo numa situação de desespero, era uma melodia.

- Oi.

- Você me ajuda com o meu patrono? - pediu ela timidamente.

- Uma Weasley pedindo ajuda para um Malfoy (essa é clássica. Uhaushaus)? - perguntou ele rindo dela. Ela fechou a cara e se levantou. Ele sentiu rapidamente uma sensação de vazio.

- Então tá! Não ajuda então! - disse ela brava. Pegou a varinha e exclamou. - Bombarda!

A porta continuou intacta. Não abrira, não explodira, não fez nada. Ela bufou e foi se sentar na frente dele. Ouviram uma voz.

 

?Atenção alunos, dentro de algumas horas chegaremos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, por favor queiram colocar seus uniformes.?

 

- Não temos como sair. - murmurou ela.

- Vou me trocar aqui mesmo. - disse ele maliciosamente. Ela ficou vermelha. Ele se levantou, pegou suas roupas e foi tirando sua camisa. Rose ficou ainda olhando para ele. Ele deu um sorriso. - Vai ficar olhando ou vai se trocar?

- Claro, mas fique de costas. - ordenou ela. Ele assentiu e viu ela ficar de costas para ele e começar a tirar a blusa. Ele ficou parado e de costas, conseguiu olhar de esgueira pelo reflexo da porta de vidro. Viu ela ficar apenas de sutiã e não pode conter pensamentos que vieram. ?Como ela é linda!?.

Scorpius chacoalhou a cabeça tentando esquecer os pensamentos sórdidos com ela. Rose o observou de canto, sabia que ele a olhava antes e resolveu fazer o mesmo. Observou todo o abdômen bem definido dele suspirando de leve. ?Nossa ele é tão pervertido quanto gostoso! Quem eu quero enganar? Ele é lindooo!?. Scorpius abriu o zíper da calça, Rose suspirou mais forte sem querer. Ele a encarou pelo vidro, um sorriso maroto se formando. Voltou-se para ela.

- Nunca viu alguém assim? - perguntou debochado

Ela pensou em não responder, mas quem diz que nessas horas se faz o que pensa? Naquele momento ela queria mais é ter aquela visão privilegiada daquele Deus Grego novamente. Sorriu maldosa e se voltou para ele decidida.

- Não... - ela ficou sem ar ao notá-lo de frente daquela maneira

Scorpius se surpreendeu pelo ato dela, ficou sem reação quando a viu virada para si apenas de sutiã e com aquela saia do uniforme. Linda, gostosa e todos os outros adjetivos relacionados a isso.

- Vai ficar aí com essa cara de bobo? - ela riu

- Nem pensar! - ele mordeu o lábio e com apenas um passo ele a enlaçou pela cintura e a puxou com força contra seu corpo

Suas bocas se encontraram praticamente em desespero. Tanto um quanto o outro ansiava aquilo demais. Scorpius a segurava com força contra si, com medo que ela se afastasse dele depois de o provocar daquela maneira. Rose notou isso e riu contra os lábios dele enquanto entrelaçava seus dedos nos cabelos dele.

Ele a puxou mais para perto de si e sentiu que ela fazia pressão na sua cabeça. Sem querer ser delicado, fez um movimento com a varinha fazendo a janela e a porta serem tapadas por cortinas escuras. Ele num movimento prensou ela na parede.

Ela pareceu não se importar. Continuou beijando ele e o arranhando. Sua mão ousadamente foi descendo pelas costas e chegou no bumbum definido dele. Sem perder

tempo ela o apertou. Ele sentiu um uma sensação quente percorrer seu corpo, não imaginava que a ruiva fosse assim, que o fizesse se sentir assim. Quente, muito quente e completamente envolvido.

Scorpius não deixou por menos, desceu as mãos apertando, por sua vez, o bumbum dela e passeando por suas coxas subindo por baixo da saia. Seus beijos desceram para seu pescoço e ele começou a mordiscá-lo de leve. Rose gemeu baixinho em seu ouvido, aquilo o fez perder toda a sanidade que ainda tinha. Voltou a tomar a boca dela com a sua e subiu suas mãos tocando seus seios por cima do sutiã, Rose arfou fincando as unhas em suas costas, mas ele nem percebeu e não se importou com as marcas que ficariam ali.

Ele abriu o zíper da saia dela e a deixou cair aos pés da ruiva, ao mesmo tempo ela abaixava a calça dele vendo-o jogá-la para o lado. Scorpius puxou-a para cima e a fez entrelaçar as pernas em sua cintura e sem parar de beijá-la deitou-a no banco ficando por cima.

Ele beijou uma ultima vez seus lábios doces e foi descendo. Passou pelo pescoço, pelo ombro. Ele aproveitou e deixou uma marca no ombro dela e como troca, sentiu as unhas dela cravarem novamente sobre suas costas. Ele foi descendo e chegou nos seios. Com a ajuda dela ele tirou a peça e jogou-a num canto. Onde não era importante. Nada era importante. Não naquele momento. Ele parou e olhou para ela. Vermelha e ofegante. Selou um beijo em seu lábios e ficou um tempo se deliciando com os seios da jovem que gemia.

Rose se deixou levar por aquelas sensações maravilhosas que invadiam seu corpo, não notou quando ele retirou a última peça de roupa que cobria seu corpo, só percebeu quando a mão dele invadiu sua intimidade fazendo uma onda de prazer percorrer seu corpo de tal maneira que ela estremeceu. Ele voltou a beijar seus lábios e ela deslizou a mão pelo peitoral dele tirando sua box preta em seguida.

Os dois arfaram quando seus corpos nus se encontraram. Scorpius a encarou sério, estava muito feliz tendo ela ali entregue a ele, mas queria saber como ela se sentia. Rose estava ofegante, trêmula e vermelha. Estava linda na opinião dele.

- Rose... - ele sussurrou rouco contra o pescoço dela enquanto dava leve mordidas nele

Ela não respondeu, apenas o puxou pela nunca para um beijo intenso. Ele levou isso como uma confirmação e deslizou para dentro dela. Ela gemeu, mas não foi de prazer, foi de dor. Scorpius parou imediatamente. ?Eu fui o primeiro dela!?. Seu coração disparou.

- Rose eu... - ele tentou dizer algo, mas não sabia o que falar

- Só continue! - ela o encarou finalmente e sorriu encabulada

Ele sorriu também e a beijou, começando a se movimentar em seguida. Os corpos dos dois se encaixavam perfeitamente, era como se fossem feitos especialmente um para o outro. Os movimentos ficaram mais rápidos, os gemidos mais altos, Malfoy sorriu por dentro lembrando que quando fez aparecerem cortinas ele colocou um feitiço para abafar o som da cabine. E como em sincronia ela estremeceu chegando ao ponto alto do prazer e ele veio logo em seguida.

Os dois estavam suados e arfando. Os corpos ainda necessitavam um do outro. Scorpius deitou sobre os seios dela e ela ficou acariciando os cabelos dele. Naquele momento eles se sentiram completos.

- Por que não me contou que eu era o seu primeiro?

- Eu não sei. - respondeu ela aturdida. Ele ergueu a cabeça e beijou os lábios dela delicadamente. - Foi ótimo. - confessou ela vermelha.

- Foi por que eu sou demais nisso. - disse ele convencido. Ela bufou e saiu de baixo dele, pegou sua roupa e começou a por. Ele engoliu em seco. Se levantou e se postou atrás dela, ambos sentiram o corpo esquentar. Passou suas mãos pela cintura dela e encostou o rosto no ombro mordido dela. - O que foi?

- Você fala como se transasse com todas! - exclamou ela vermelha.

- Com ciúmes? - perguntou ele com um sorriso no rosto. Ela ficou vermelha.

- Não. Mas, você falou que você era demais nisso. - respondeu ela. - Você falou como se você pegasse todas as garotas da escola.

- Não. Você entendeu isso. - corrigiu ele. Ela revirou os olhos e sentiu ser puxada para mais um beijo.

- Por que estamos fazendo isso? - perguntou ela de olhos fechados e testas unidas.

- Não sei. - respondeu ele.

- Você está traindo a Belle. - comentou ela. Ele respirou fundo.

- Eu sei. - disse ele. - Mas tem uma coisa.

- O quê? - perguntou ela, ele beijou novamente ela e o trem deu um solavanco.

Eles tinham chegado. Colocaram os uniformes as pressas e viram a porta se abrir. Ele passou por ela, deu um outro beijo e saiu. Segundos depois ele voltou.

- Tem mais uma coisa. - repetiu ele

- O quê? - perguntou ela novamente.

- Eu gostei. - disse ele piscando e sumindo pelos vagões. Ela se atirou no banco e deixou sua mente trabalhar nas últimas coisas. Ela tivera a sua primeira vez ali. Com ele.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, abusamos um pouquinho! kkkkk! Comentem!