Sacrifício aos Deuses escrita por Jacih, estherly


Capítulo 11
Um Dia Diferente...


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE AMADA DO MEU CORAÇÃO! [AÍ MINHA CABEÇA!] Correção: nosso coração. Espero que gostem deste capítulo. Nos matamos para fazer. É beeeem diferente [mauahahhaa]....
Leiam, não fiquem com medo.
Beijinhos.



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POV Rose

   Eu acordei com batidinhas na janela do dormitório, levantei constatando o céu levemente escuro ainda e abri a janela para que a pequenina coruja entrasse. Ela pousou na minha cama e largou uma rosa, em seguida voou novamente para fora.

   Aproximei-me da cama e peguei a rosa que tinha um bilhete amarrado. Sorri. Não acredito que ele já acordara.

“Te espero perto do lago. Não se aproxime demais. Beijos, S.M.”

   Tomei um banho rápido e segui para o lago. A vista daquelas águas ainda me fazia sentir algo ruim, mas como Scorpius pedira, eu não me aproximei demais, logo o vi seguindo em minha direção. Ele sorriu e me beijou de leve.

- Bom dia!

- Bom dia? – indaguei tentando parecer séria, mas eu sorria – São seis da manhã!

- Queria conversar com você! – ele abaixou a cabeça – Antes das aulas e acho que precisamos de tempo para isso!

   Eu acenei com a cabeça e ele me puxou para uma árvore próxima, onde se sentou e me puxou fazendo com que ficasse sentada entre suas pernas e com a cabeça em seu peito.

- Não está arrependido, não é? – indaguei brincando

- Do quê? – ele perguntou sem entender

- De me pedir em namoro!

- Nunca! – ele apertou mais seus braços em volta de mim

- Então...? – quis saber o que ele queria falar comigo

- Você realmente foi a primeira Rose! – ele me encarou sério – Eu disse que era demais naquilo porque...fiquei com medo que não tivesse sido bom para você! Eu nunca desejei tanto alguém quanto desejei você naquela hora! E você ainda era só a Weasley para mim, apesar de eu já admitir que te queria muito!

- Eu pensava que você era um galinha! Na verdade todo mundo pensava!

- Eu sei! – ele sorriu – Eu era um galinha! Mas não nesse sentido! Depois daquilo, eu decidi que queria tentar, queria ficar com você e ver no que iria dar! Mas aí, quando eu terminei com a Belle...

- Eu estraguei tudo! – sorri envergonhada – O que eu disse é mentira! Ninguém conseguiria ocupar o seu lugar!

- Valeu! – ele riu – Enfim, nós teremos que acabar aceitando um ao outro! Eu sei como é o seu gênio...

- Só o meu? – ergui as sobrancelhas

- E o meu gênio é pior! É da nossa natureza brigar e discordar um do outro, mas eu acho muito melhor momentos como esses! Em que estamos bem e felizes um com o outro!

- Concordo! – eu ri – Mas, porque não me pediu em namoro? O Al falou que nós estávamos namorando e você não disse nada, aí Luke pediu a Lyli em namoro, Al a Belle e você nada!

- Eu tinha medo! – ele confessou – Lembra-se na casa da Belle, você me disse que nunca namorara porque não tinha achado o cara certo e que ele estava cada vez mais longe!

- Você pensou que eu não aceitaria? – indaguei

   Ele deu de ombros.

- Quis ter certeza que não poria tudo a perder antes de assumir um compromisso com você!

- Nós dois somos malucos não somos? – perguntei rindo – Nós já terminamos duas vezes e nem namorados éramos.

- Por isso que eu quis conversar! – ele explicou – Esclarecer um pouco as coisas e propor uma trégua! Não quero brigar com você e estou disposto a pensar em tudo o que for dizer e você?

- Trégua aceita! Também não quero brigar com você!

- É bom mesmo Weasley! – ele riu maroto e me jogou na grama me fazendo cócegas

   Em seguida se abaixou e me beijou. Eu correspondi é claro, afinal agora ele era meu namorado. Ele desceu os beijos para o meu pescoço e eu tentei afastá-lo.

- Scorpius! – censurei-o – Estamos no jardim!

- Não tem importância! – ele riu contra o meu pescoço e começou a desabotoar minha blusa

- Temos que entrar! Todos já vão tomar café! – eu o segurei pelos ombros quando seus beijos adentraram meu decote – Depois...sério! Depois nós nos encontramos de novo!

   Ele riu e desabou a cabeça sobre meu colo.

- Tudo bem! – ele levantou e me estendeu a mão – E não precisamos nos encontrar depois para isso, eu só estava aproveitando que estávamos sozinhos e de bem um com o outro! Mas teremos tempo para isso!

- OK! – eu sorri e segui de mãos dadas com ele para o salão principal

POV Alvo

- Alvo? – Luke me chamou no corredor, ele estava com Lylian e os dois estavam sérios

- Tudo bem? – perguntei sorrindo

- Podemos conversar agora? – Lylian pediu

- Claro! – estranhei, mas continuei ali com eles

- Lylian e eu voltamos! – Luke sorriu um pouco – Não se importa com isso, não é?

- Nem sei porque terminaram! – eu ri – Porque vou me importar agora? Prefiro os dois juntos!

- Eu traí o Luke! – Lylian disse de repente, mas o moreno nem se importou

- Você já sabia? – indaguei encarando-o

- Já, eu a vi me traindo! – ele afirmou

- Nossa! Porque estão me contando isso agora? – fiquei surpreso demais para dizer mais alguma coisa

- Lylian foi ameaçada! – ele continuou – Por isso me traiu!

- O Creevey disse que contaria ao Scorpius sobre você e a Belle no trem! – Lylian rolou os olhos – Não queria que brigassem! E ele disse que poderia machucá-lo também!

- E então você ficou com ele por minha causa? – eu estava abismado, ela me protegera

- Desculpa! Eu sei que você iria gostar de saber e tudo mais, mas você estava na enfermaria quando tudo aconteceu! – ela se soltou de Luke e se aproximou de mim

- Tudo bem! – eu a abracei – Mas talvez, seja melhor eu contar ao Scorpius a verdade!

- Vocês vão brigar! – Luke afirmou

- Ele vai me odiar, não vai? – perguntei feito uma criança

- Não! – Luke sorriu – Vão se desculpar depois de um tempo!

- Valeu! – eu sorri, beijei Lylian na testa e passei por eles para o Salão Principal

POV Scorpius

- Scorpius! – Al me puxou pelo braço – Podemos conversar um pouco?

   Eu estranhei o pedido dele, seja o que quisesse conversar, ele poderia falar na frente de Rose. Porém, seu semblante estava sério demais, então beijei Rose de leve nos lábios e o segui para uma sala vazia.

   Ele sentou em cima da mesa e me encarou sério. Eu estava achando aquilo extremamente desconfortável.

- O que aconteceu? – perguntei de repente

- Sabe por que o Luke e a Lylian terminaram há alguns dias? – ele perguntou sem desviar o olhar

- Não! Ele não contou para ninguém! Só sei que o Creevey tinha algo a ver com a história!

- Creevey chantageou a Lylian para ficar com ela. Ela traiu o Luke e ele viu.

- Mas eles já se acertaram. – eu disse indiferente – Aonde quer chegar com isso? – me aproximei

- A chantagem era sobre mim! Lylian e eu sempre fomos muito ligados, ela iria me proteger de qualquer maneira!

   Eu estava a alguns passos dele somente e naquele momento eu entendi que ele havia feito algo ruim e por isso Lylian o protegeria.

- Você traiu a Belle? – perguntei quase em um sussurro

- Eu não traí a Belle, eu traí você! – ele me encarou decidido e finalmente soltou a respiração de forma compassada

   Eu ri por um momento descrente, mas ele continuou a me fitar do mesmo modo. Eu não via como ele teria me traído, mas algo estava me dizendo que iria me arrepender de saber.

- Como? – perguntei simplesmente

- Eu fiquei com a Isabelle enquanto vocês ainda estavam juntos! – ele soltou de uma vez só

   Eu petrifiquei. Ele era meu melhor amigo, como poderia ter feito isso? Eu sei, eu fiz a mesma coisa com a Isabelle, mas o fato não era a traição. Eu suportaria uma traição da Isabelle normalmente, mas o fato era por essa traição ter vindo do meu melhor amigo. Acho que entendi como a Isabelle se sentiu quando soube de Rose e eu.

   Eu me senti traído. Enganado. Não da parte dela, mas da parte dele. Eu o considerava como meu irmão, eu enfrentei minha família pela amizade dele. E sempre que ele precisou, eu o ajudei. Sempre estive ali para o que ele precisou. E ele praticamente me apunhalou pelas costas.

   Não liguei dele ficar com a Isabelle, nem de namorá-la. Mas se ele fez isso com ela, imagino que faria com qualquer namorada que eu tivesse.

- Scorpius eu...

   Balancei a cabeça descrente e respirei fundo. No segundo seguinte eu nem entendi porque fiz, mas sei que finquei um soco na cara dele. Alvo caiu para trás na mesa e levou a mão à boca onde sangrava. Eu simplesmente o encarei ainda com raiva e saí da sala.

   Rose e as meninas esperavam na porta do Salão Principal para o café da manhã, mas eu passei direto por elas e subi as escadas correndo. Não estava a fim de conversar.

- Scorpius! – era Rose

- Vá tomar café, eu estou sem fome! – disse simplesmente tentando não descontar nela

- Eu sei o que o Al te falou! – ela disse se aproximando mais – Lylian nos contou a conversa que teve com ele e Isabelle já havia me contado também!

- Você sabia? – indaguei surpreso encarando ela

- Sabia! – ela estava séria

- Porque não me contou? – eu já falei que minha raiva sumia quando encarava os olhos dela? E eu já tinha brigado com o Alvo, se eu ficasse sem a Rose agora, não daria certo

- Achei que não era necessário! – ela se aproximou um pouco mais – Nós dois não estávamos juntos quando eu soube e além do mais, nós traímos a Isabelle também!

- Eu jamais imaginei que o Alvo fizesse isso! – desabafei me encostando à parede e puxando-a pela cintura para que ficasse mais perto

- A Isabelle não imaginou que eu fizesse isso também! – ela abaixou a cabeça

   Ergui seu rosto e vi que ela chorava. Limpei as lágrimas dela e lhe dei um selinho.

- Está me dizendo que sabe como Alvo se sente? – indaguei erguendo as sobrancelhas

- Estou dizendo que me senti horrível por fazer isso com a minha melhor amiga, mas que eu faria de novo se no fim eu tivesse você! – ela não desviou o olhar nenhum momento do meu – E tenho certeza que o Al faria a mesma coisa pela Isabelle! Mas sei, que assim como eu com a Isabelle, ele pensou o tempo todo no fato de estar traindo você! Não ache que ele se sente bem por isso, porque ele deve estar se odiando agora.

   Fiquei em silêncio por alguns momentos e abaixei a cabeça pensando.

- Acha que devo... – respirei fundo – desculpá-lo?

- Acho! E acho também que deve pedir desculpas! – ela riu – A boca dele está roxa!

   Eu ri e a abracei.

- Obrigado! Nunca pensei que um dia confiaria tanto em você, Weasley!

   Ela riu e passando a mão pela minha cintura, nós voltamos para o Salão Principal.

POV Alvo

   Eu estava sentado à mesa da Sonserina, Isabelle passava um algodão no canto da minha boca, apesar do sangue já ter estancado há tempo. Lylian e Luke estavam sentados de frente para nós e tentavam achar algum assunto que me fizessem esquecer o que acabara de se passar. Mas como esquecer, se Scorpius e Rose entravam no Salão agora?

   Os dois passaram pelas mesas e quando estavam próximos de nós, ele soltou a mão de Rose e se dirigiu à mim me segurando pelo braço e me fazendo levantar.

- Bate em mim, como bati em você! – Scorpius pediu sério

- Ficou maluco? – perguntei olhando para os lados e vendo todos se voltarem para nós

- Por acaso você é covarde? – ele perguntou indignado

- O quê? – ergui as sobrancelhas

- Está com medo do quê? – ele tornou a pedir – Bate em mim de uma vez!

   Encarei ele abismado, mas ergui o punho e bati em sua boca da mesma maneira que ele bateu em mim anteriormente. Ele cambaleou e levou a mão à boca, porém a dele não sangrou.

- Estamos quites! – ele voltou a me encarar – Você era meu melhor amigo!

- Era? – perguntei o encarando sério, mas estava temeroso

   Ele sorriu de lado.

- Ainda é!

   Acenei com a cabeça sorrindo e então Rose o puxou para sentar e ver onde eu acertara. No fim, tudo ficaria bem.

POV Autoras

                Ela caminhava em direção ao salão principal. Estava com dor de cabeça. Tivera uma semana complicada, disto ela sabia. Achando que o problema da dor de cabeça e a falta de energia fosse falta de comida, Alicia foi caminhando em direção ao salão quando um grupo de meninas da Corvinal dobraram o corredor.

                Alícia sorriu timidamente e sentiu uma dor latejante na bochecha. Colocou a mão na bochecha e sentiu o gosto do sangue preencher a sua boca. Ela estava confusa, que diabos estava acontecendo ali? Alícia viu a morena que bateu nela (n/e: EU!! EU SOU DA CORVINAL! SOU EU BATENDO NESSA... CENSURA) tentar ir para cima dela novamente, mas que foi segurada pelas amigas.

- Não vale a pena. – disse uma ruiva puxando a morena para longe de Alicia.

                Assustada ela foi caminhando para o salão. Tudo o que queria era chegar à sua mesa e comer sossegada. Ao dobrar o corredor, dois alunos esbarraram nela, jogando-a no chão. Alicia engoliu em seco, tinha alguma coisa errada, mas o quê?

                Ergueu-se e limpou a roupa, engoliu o sangue que aumentava na sua boca e foi decidida para o salão. Empurrou a grande porta de madeira e viu todos os olhares caírem em si. De cabeça erguida ela foi andando na direção à mesa da Lufa-Lufa.

                Ela passava entre a mesa da Corvinal e da Lufa-Lufa, quando sentiu um tomate ser jogado nela. Respirou fundo. Por que faziam isso? Ela não fez nada de mais. Sentou na mesa da Lufa-Lufa e viu espaços ao seu redor.

                Começou a comer calmamente. Sentia olhares cravados nela e murmúrios sobre si, mas não ligava. Não fez nada. Sentiu ser cutucada nas costas e se virou a tempo de ver um punho fechado contrair no seu nariz. Aquilo foi a gota da água.

- Que diabos eu fiz? – perguntou ela com a mão no nariz. Sangue pingava entre seus dedos.

- Ficar mentindo, roubar e matar. – disse Isabelle contando nos dedos.

- Não sei do que está falando. – disse Alicia sincera, tentando controlar a dor de cabeça para poder se lembrar de um feitiço para curar seu nariz. 

- Ora sua... – começou Isabelle vermelha agarrando Alicia pelo colarinho e erguendo-a. O punho novamente fechado quando Al veio até ela.

- Belle... – começou Al afastando a namorada dali.

- Spikneet, venha com a gente. – pediu Scorpius delicadamente puxando Alicia para fora do salão e chamando os amigos.

   Todos seguiram para a Sala Precisa em silêncio. Alvo e Isabelle já se encontravam lá quando os outros chegaram.

- O que está acontecendo? – Alicia pediu sentando em uma poltrona e examinando o nariz

- Deixe que eu cuido disso! – Rose se aproximou e murmurou – Episkey!

- Rose! – Isabelle reclamou

- Você já quebrou o nariz dela, já basta não acha? – Rose se voltou para a amiga

   Alicia olhou cada um deles e se sentiu em um interrogatório. Que inferno estava acontecendo?

- Como pôde voltar para a escola? – Lylian interferiu de repente

- Eu...não sei do que está falando! – Alicia voltou a afirmar

- Para de mentir garota! – Isabelle avançou para ela novamente, mas Alvo a puxou de volta – Você roubou o meu namorado!

- Olha, eu não namoro com ninguém, mas se seu namorado ficou comigo, a culpa não é minha! – Alicia foi firme

- Que cara de pau! – Isabelle exclamou

- Eu não sei o que está acontecendo! – Alicia levou as mãos à cabeça – Eu acordei morrendo de dor de cabeça e todo mundo me olhando estranho e daí duas pessoas já me bateram...eu estou confusa!

- Ah, mas eu vou quebrar ela! – Isabelle estava furiosa

- Espere! – Alvo passou na frente da namorada – Dor de cabeça é um sintoma que ocorre após ser amaldiçoado pela Maldição Imperius!

- Vai defendê-la? – Isabelle ficou surpresa

- Não estou defendendo! – Al se voltou para ela – Mas acha mesmo que ela voltaria para cá com todos sabendo que ela matou um aluno ontem?

- Eu matei...o quê? – Alicia arregalou os olhos

- Você matou um monitor ontem! Da Corvinal! – Rose explicou – E amaldiçoou o Al com a Cruciatus, depois de fingir ser a namorada dele por dias enquanto ele estava sem memória por causa de um tombo no quadribol!

- Não, eu não...nunca faria isso! – ela se desesperou

- Mas você fez! – Scorpius se aproximou dela – E todos nós somos prova!

- O que vai fazer? – ela se encolheu quando Scorpius se abaixou na frente dela

- Espere! – ele puxou uma mecha de cabelo moreno dela e cheirou

- Scorpius! – Rose protestou

- Tem cheiro de sal! – ele encarou a namorada

- Água! – Lylian exclamou

- Mais uma vez água! – Luke abraçou a namorada pela cintura

- E agora? – Rose se voltou para Alvo e Isabelle

- Devemos levá-la até a McGonagall! Acho que ela foi enfeitiçada! – Alvo declarou

- Mas... – Isabelle protestou

- Belle, mesmo que não tenha sido enfeitiçada, não podemos fazer nada! Eu sei que você quer quebrar a cara dela, mas eu estou aqui com você agora e não com ela!

   Isabelle acenou com a cabeça e Alvo lhe deu um selinho.

   Eles levaram Alicia até a direção, mas a professora Oceanus os parou na entrada e disse que já sabia do ocorrido e levou a morena para cima, dispensando-os.

POV Alvo

- Muito bem! – gritou a professora Oceanus batendo palma.

                As mesas afastadas deixando um espaço enorme no centro da mesa. Ela tinha ordenado grupos de seis pessoas. Não me perguntem o motivo, mas ela uniu o quarto e o quinto ano. Ou seja, Lylian está conosco. A sala foi ampliada magicamente e todos prestavam atenção na professora.

- Iremos fazer uma coisa diferente hoje. – disse ela séria. – Vocês irão lutar contra alguns animais mitológicos gregos. – disse ela vendo todos cochicharem. No nosso grupo foi a mesma coisa. Que diabos ela estava fazendo? – Quero que prestem atenção. Vocês serão transportados para um campo de batalha. É absolutamente tudo seguro! Vocês encontrarão os animais e seis pedras.

- O que ela está inventando? – perguntou Luke. Todos deram de ombros. Não fazia a mínima idéia.

- A pedra irá transportar vocês até o próximo nível. Vocês têm que ir para o lugar iluminado. Vocês vão lutando. Quem... Am... Digamos, “morrer” – disse ela enfatizando bem as aspas -, será transportado para a sala. Quem quiser sair durante a batalha mexam a varinha e peçam para voltarem. Voltarão.

- E por que está fazendo isso? – perguntou um quintanista Grifinório.

- Testar habilidades para uma futura ocasião. – disse ela misteriosamente. Engoli em seco. Mais um motivo para não gostar dela. – Ah! – lembrou ela. – Quem trazer a cabeça do sexto ser, ganhará um prêmio. – disse ela com um sorriso divertido. – Vão!

                Ela fez um movimento com a varinha para nós e a última coisa que eu senti foi a mão de Isabelle entrelaçada na minha. Abri os olhos esperando que a tontura passasse. Engoli em seco. Não comecei gostando e duvido muito que eu vá gostar daqui para frente.

- Vocês têm noção de que bicho vamos enfrentar? – perguntei nervoso.

- Estamos em baixo da terra. – disse Luke olhando o túnel que estavam. Arrepiei-me a simples idéia de estar em baixo da terra.

- Alguém sabe por que a cara de peixe está fazendo isso? – perguntei olhando o túnel e o caminho com a luz da varinha.

- Não. – responderam.

- Testar habilidades. – disse Scorpius lembrando do que ela disse. Funguei e olhei para frente. Engoli em seco.

- Merlin amado. – murmuraram.

- Não pode ser verdade. – disse Rose espantada. A louca sorria e foi calmamente até ele.

- Rose! – chamou Scorpius desesperado. O cão olhava para Rose abanando a cauda.

- Aqui é uma serpente?- perguntou Isabelle estremecendo ao ver que invés da cauda, tinha uma serpente.

- E três cabeças. – disse. – Olha que fofo. – eu disse ironizando.

- Oi Bero. – cumprimentou Rose fazendo carinho nas três cabeças.

- Bero? – perguntei desesperado. Queria sair dali agora. Aquilo não estava me cheirando bem.

- Diminutivo de Cérbero. O cão de guarda das portas do inferno. – disse Rose brincando com o cão incrivelmente assustador.

- Eu sempre soube que iria para o inferno. – comentou Luke com uma careta.

- Aqui é um pouquinho diferente. – disse Lylian nervosa. Engolimos em seco e vimos Rose fazer o maldito cão rolar de um lado para o outro.

- Temos que entrar? – perguntou Belle apertando minha mão.

- Sim. As pedras estão lá. – disse Rose apontando para uma estátua onde ela usava um colar com as pedras.

- Vamos. – eu chamei passando pelo cão e Rose assustado. Todos me seguiram.

                Rose se despediu do cão e entrou na sala. Pegou uma pedra. Ficamos parados, ela não ia nos transportar?

- Não vai acontecer nada? – perguntou Rose meio impaciente.

- Acho que é lá! – apontou Scorpius para o túnel que estávamos antes, agora aquilo estava completamente iluminado. – Temos que passar pelo Bero. – disse ele irônico para Rose que revirou os olhos.

- Vamos. Ele é super mansinho. – disse Rose andando para a saída.

- Na verdade... – começou Belle, mas acho que Rose não ouviu. Ela foi passar pelo cão, mas acho que ele queria mantê-la ali. Ele rosnou para ela.

- Bero, vamos lá. – pediu Rose indo de novo. O cão deu um pulo no lugar como avisando ela. – WOW! – gritou ela assustada recuando para trás chegando perto de nós.

- Na verdade... – retomou Belle. – Ele é bonzinho com os que entram. Não podemos sair daqui.

- Hércules saiu. – disse Rose séria. – Conseguiremos. – disse ela firme segurando a varinha com uma mão, a outra estava enroscada com a de Scorpius. Engoli em seco, não daria certo.               

- Quem sabe isso? – sugeri apontando a varinha para ele. Algo me dizia para não fazer aquilo, por que eu fazia mesmo? – Avada Kedavra! – eu disse. A luz verde mais temida do mundo bateu no cão e se desfez. O cão não gostou daquilo. Com os dentes a mostra começou a me encurralar pela parede. – Socorro? – sugeri. Parece que agora todos acordaram. Lançavam feitiços e nada. Maldito cão.

- Vai ter que ser na porrada. – disse Luke arregaçando as manga. Eu juro que não sei o que deu em mim, eu me joguei sobre o cão para segurá-lo. Mentira! Ele tinha três cabeças. Uma se virou e me mordeu. Era o meu fim. Senti ser levado dali.

POV Autoras

                Todos ficaram olhando o lugar onde Alvo estivera segundos antes. Lágrimas surgiram nos olhos de Isabelle.

- Ele está na sala. Seguro. – consolou Rose. Isabelle ficou vermelha de raiva. Ela se virou para Rose.

- Temos que fazer como Hércules. – disse ela. – Alguém segura as patas dele. Outro as cabeças com os dois braços. Outro a cauda e outra pessoa tenta dominar ele.

- E depois? – perguntou Lylian. Isabelle engoliu em seco.

- Tenho uma idéia. Espero que dê certo. – disse ela.

                Todos começaram a fazer uma meia lua em torno do Cérbero. As três cabeças viravam toda hora com os dentes a mostra e a cobra com a língua.

- Já! – gritou Isabelle. Eles se atiraram sobre o cão. Lylian segurou a cauda que tentava mordê-la. Luke as patas. Scorpius as cabeças incontroláveis, Rose estava deitada sobre o corpo do cão tentando mantê-lo ali e Isabelle apareceu com uma pedra. – Isso é pelo Al, seu cão sarnento. – disse ela, jogou nas cabeças do animal e o viu desabar no chão.

- Ele deve estar desacordado. Vamos! – exclamou Luke se levantando e indo para o túnel.

                Ao passarem pelo cão e chegarem ao túnel, uma parede se auto construiu impossibilitando a passagem para o inferno.

- Como se eu quisesse voltar... – murmurou Luke sobre a parede.

- AI! – gritou Lylian segurando uma mão. Todos sentiram uma dor latejante. Aparecia em suas mãos algumas palavras “faltam cinco”. – Merda de professora. Vamos. – disse, Lylian segurou a pedra, sendo imitada por todos. Eles sentiram o corpo amolecer e caíram no chão, sendo levados para o próximo desafio.

POV Isabelle

                Cão sarnento! Tudo bem Isabelle. Você já fez a sua parte, jogar uma pedra nas três cabeças. Agora irá enfrentar o próximo animal. Olhei para a minha mão, as palavras já tinham ido embora.

                Estávamos num campo e algo nos dizia que não era ali e sim lá. Nas montanhas. Caminhávamos em silêncio. Minha vontade era de balançar a varinha e voltar para a sala para ficar com Alvo e etc, mas algo me dizia que não. Engoli em seco, cada vez que nos aproximávamos das montanhas meu nervosismo aumentava.

                               Estávamos entre duas montanhas. As pedras lisas e altas pareciam que não tinham fim, ficava com dor de cabeça só de erguê-la e procurar o fim das montanhas. Em vão. Nunca iria descobrir. O céu estava sendo fechado pelas nuvens grossas e ficando roxo. No final estávamos na sombra da montanha, o céu roxo e a lua. Nenhuma nuvem, elas foram substituídas por estrelas. Mas isso não impedia de ser assustador.

                Para aumentar o terror criado naquele ambiente, ouvimos um rugido. Meu sangue gelou e eu tentei lembrar dos animais mitológicos que eram ou tinham cabeça de leão. Erguemos a cabeça e vimos o animal. Como eu pensei. Quimera.

- Que bicho é aquele? – perguntou Lylian quase atrás de Luke que tinha erguido a varinha na direção do animal, já que ele estava nas pedras lisas.

- Quimera. – respondeu Rose e eu, juntas.

- Cabeça de leão, corpo de bode e cauda de serpente. – disse. Ouvi muitos engolirem em seco, eu era uma dessas. – Ele... – começaria a falar, mas fui impedida.

- AGUAMENTI! – gritou Rose fazendo um escudo de água nos proteger das chamas dele. Respirava rapidamente. Minha mão suava e eu tinha medo de deixar a varinha cair.

- Onde estão as merdas das pedras? – perguntou Luke nervoso.

- Ali! – exclamou Scorpius apontando para um colar no pescoço do animal.

- Ótimo. – murmurou Luke emburrado. – E como matamos o... Monstro? – perguntou ele.

- Matando. – eu disse simples vendo o animal mostrar os dentes amarelados. A barriga de bode se mexeu e eu já me preparei. No mesmo instante que ele soltou o fogo, eu e Rose nos protegemos com água. – Como faremos isso? – perguntei ainda encarando o animal que agitava a cauda de dragão sem cessar.

- Nos livros que eu li, eles não diziam.

- Nem o fantástico? – perguntei sem poder acreditar. COMO NÃO DIZIAM?!

- Nem no fantástico. – afirmou Rose para o meu desgosto. – Ele disse que apenas um bruxo matou a quimera e mesmo assim morreu por falta de energia.

- Que consolo. – disse Luke debochando.

- Não é hora para deboche. – ralhei com ele. O animal rugia para nós que apenas ficamos com as varinhas apontadas. O céu começou a apresentar nuvens e às vezes elas nos escureciam ora clareavam, mas o céu continuava roxo. – Nós vamos ser os cinco bruxos que mataram uma quimera. – eu disse querendo saber da onde eu tirei aquela coragem toda. Coisa de grifinória.

- Num campo de treinamento de uma professora. – acrescentou Luke. Bufei. Estava com um feitiço na ponta da língua para lançar não na quimera, mas no Luke. Sem perceber, lancei o feitiço. Acabou acertando uma pedra que bateu numas pedrinhas que caíram na cabeça do leão. Engoli em seco, iria dar merda.

                Merda. Devia ter pensado num feitiço melhor. Olhava para frente. Ora lançava um feitiço tentando acertar a quimera ora tentava respirar forte. Ambos eram complicados. Estávamos correndo do animal sanguinário que corriam atrás de nós. Pensa Isabelle! Pense!

- Petrificus Totalus! – exclamei. O feitiço acertou o animal que caiu petrificado. Me encostei num morro e respirei fundo. Não conseguia puxar oxigênio o suficiente. Vi Scorpius lançar um Vingardium no colar que delicadamente saia do pescoço do animal e passava pela juba. Ao passar pelas orelhas, o animal explodiu fazendo as pedras que o cercavam diminuírem e voar para todos os lados.

                Lançaram um Protego para nos proteger. Não sei dizer quem lançou, estava de olho no animal que veio na nossa direção. Não tínhamos mais saída. Pedra na esquerda, pedra na direita, pedra atrás e caminho quase livre na frente. Uma quimera com o leão mostrando os dentes grandes com uma calda que chicoteava o ar nos impedia. Engoli em seco e fui indo para trás.

                Prendi um grito ao ver que ele corria na nossa direção. Sabia que se eu morrer iria para a sala em segurança, assim espero, mas não queria morrer. O animal corria sem parar, a sensação do fim estar próximo aumentava, respirei fundo e fechei os olhos para não ver a morte. 

- FOGOMALDITO! – gritou Rose atrás de mim. Fiquei em choque e abri os olhos a tempo de ver o animal virar cinzas. Olhávamos petrificados para ela que estava ofegante, em seus olhos, orgulho. – Accio pérolas. – disse ela e as pedrinhas vieram nas mãos dela. Cada um pegou uma e sentimos ser levados para um lugar.

                Abrimos os olhos e nos deparamos no túnel que estávamos.

- Que diabos fizemos? – perguntou Luke estressado. – Fizemos algo de errado para voltarmos? – perguntou ele mostrando para todos que não queria voltar e enfrentar a quimera.

                Senti uma dor na minha mão, olhei para ela e vi os dizeres “faltam quatro”.

- A palavra Quimera significa sonho, ilusão, fantasia. – disse Rose olhando a pedra na sua mão.

- Estivemos dormindo todo esse tempo? – perguntou Scorpius.

- Sim. – respondeu ela. – Mas acabamos com a Quimera.

- Estou orgulhoso de você. – disse Scorpius dando um selinho em Rose. Sorri. Realmente nós nunca daríamos certo. – Próxima parada... – disse ele apertando a pedrinha na mão. Fizemos o mesmo e fomos para a próxima fera. 

POV Luke

                Caminhávamos novamente para a montanha. Algo brilhava adiante. Lylian segurava minha mão firme. Ela estava nervosa. Eu estava nervoso. Todos estávamos. Rose e Scorpius iam de mãos dadas. Belle era a única sozinha ali. Sem pensar duas vezes a puxei pelo ombro e passei meu braço para o seu ombro. Ela sorriu compreendendo e fomos.

                Nós chegamos à falésia. Era apenas uma. E o mar na nossa frente.

- O animal é aquático ou ele é tão grande que temos que afogá-lo no mar?  - perguntei querendo tirar o clima fúnebre ali.

- Acho que é aquático. – disse Rose olhando firme para o mar que fazia ondas. Engoli em seco.

- Que animal deve ser esse? – perguntei vendo uma cabeça num pescoço gigante, parecendo aquele dinossauro, sair da água. - O monstro do Lago Ness?

- O monstro do Lago Ness não é da mitologia grega. – disse Rose. Ela ergueu a varinha e eu engoli em seco segurando a minha também. – E ele só tem uma cabeça. – disse Rose. – CORRE! – gritou ela para nós. Viramo-nos e corremos para fugir daquele monstro. Virei a cabeça e... MERLIN! O animal tem nove cabeças! Isso mesmo! NOVE! ENTENDERAM O NOVE?!

- Aqui! – chamou Isabelle entrando numa gruta. Entramos e nos esprememos. Engolia em seco, minha boca seca de tanto que eu tento puxar, já que o nariz não funciona.

- O que fazemos para acabar com a Nessie? – perguntei.

- Ela não é a Nessie! – exclamou Rose nervosa. Olhava para fora com medo.

- Vamos chamá-la assim. – pedi. Ia me lembrar do nome do bicho?

- Hidra de Lerna! – exclamou Isabelle.

- Como matamos a Lerna? – perguntei nervoso. Já ouvi falar do mito dela... – Como é mesmo o mito da Lerna?

- Quando corta uma cabeça, duas nascem no lugar. – disse Belle voltando a respirar normal. – Temos que cortar as cabeças e cicatrizá-las. A do meio é imortal e tem um hálito venenoso. Seu sangue também é. – disse Isabelle.

- Como acabamos com a cabeça do meio? – perguntou Lylian.

- Esmagando-a. – disse Rose voltando para perto de nós. – Vamos! Se ficarmos aqui e ela soltar o hálito, morreremos. – disse ela. Concordamos e saímos dali. Nada.

                Nada. Nem na água, nem nas pedras, nem no chão. Assim eu imaginava.

- Protego Totalum! – gritou Rose e fomos rodeados pela proteção do feitiço. O hálito venenoso não nos alcançou. Fomos andando e o feitiço ainda em nós. – Temos que cortar a cabeça da Hidra.

- Sabe algum feitiço para cortar a cabeça? – perguntou Scorpius. Ficamos quietos pensando...

- Existe? – eu perguntei. Rose riu de mim. Qual era a graça?

- Já sei! – disse ela olhando para cima. Acompanhamos seu olhar e não vimos nada além de pedras. Ela voltou a olhar para uma pedrinha. – Engorgio. – disse ela. E a pedrinha aumentou muito de tamanho. Cabia todos ali dentro deitados. – Com licença. – pediu ela. Afastamo-nos da sua frente. – Eu preciso de ajuda. – disse ela. Seguramos as varinhas como dizendo “qual é o próximo passo?”. – Eu vou tirar o feitiço. Belle, você percebeu quando a Quimera ia soltar fogo. Você fica responsável pelo Protego Totalum.

- Beleza. – disse Belle fazendo que sim com a cabeça.

- Vou precisar de ajuda para erguer a pedra e cortar a cabeça da Hidra. – pediu Rose.

- Estamos aqui. – disse Scorpius.

- Assim que eu cortar quero que queimem onde estava a cabeça dela para cicatrizar.

- Eu queimo. – disse.

- Lylian vai agüentar uma pedra? – perguntou Scorpius. Lílian semicerrou os olhos.

- Tem razão. Ly, você queima. – eu disse trocando de lugar com ela. Ela bufou.

- Todos prontos? – perguntou Rose.

- Depois que queimamos, podemos nos proteger e depois atacar novamente? – pediu Belle.

- Claro. – disse Rose. – Já!

                E foi tudo muito rápido. Lançamos um Vingardium, cortamos uma cabeça e Ly cicatrizou-a. Logo depois, sangue veio na nossa direção. Belle lançou um Protego. A Hidra estava brava. Não parava de soltar o bafo diabólico.

- Olha! – exclamou Scorpius apontando para uma pedrinha flutuando na parede.

- Cada vez que conseguimos uma cabeça, ganhamos uma pedra. – comentou Lylian.

- Isso quer dizer que temos que matar seis? – perguntou Scorpius.

- Não sei. – disse Rose.

- A cabeça do meio é importante. – disse Isabelle.

- Vamos cortar as cabeças todas de uma vez. – eu disse vendo a Hidra lançar mais veneno. Eles me olharam como se eu fosse louco. – Aumentamos mais um pouco a pedra e lançamos na direção dos pescoços. Rose lança um Fogomaldito e todos ficamos felizes.

- Vai dar certo? – perguntou Isabelle insegura. Dei os ombros.

- Vai saber? – perguntei. Rose apontou para a varinha e fez a pedra duplicar.

- Preparem-se. – disse ela lançando as pedras e acertando duas cabeças. Lylian cuidava de uma cabeça e eu estava vendo a outra se duplicar. Lancei o fogo junto de Lylian.

- Querem me ajudar? – pedi. A cicatrização estava demorando já que duas cabeças tentavam sair dali. Scorpius veio me ajudar. Conseguimos. Belle lançou o Protego e eu vi o pessoal ir para o lado. Olhei para o chão, sangue. Lembrei que o sangue era venenoso. Abri as pernas e vi ele passar por elas. Olhei para trás e vi o sangue encostar na Belle. Merlin amado.

- Boa sorte. – disse ela terminando o feitiço. Scorpius lançou novamente. – Eu vou ficar bem com o Al. Até mais. – disse ela sumindo dali.

- Vamos acabar com ela. – disse Rose como os heróis falam nos filmes. Só faltou se focarem nos olhos dela.

                Depois de minutos conseguimos. Menos a do meio. Era assustador e nojento ver o animal com oito cicatrizes e uma cabeça.

- Ela não se corta. – contou Rose. – Vamos esmagá-la. – disse procurando uma pedra. Olhou para cima e achou uma pedra. Estava perto de nós, e como a Hidra vinha na nossa direção, era só derrubar na hora certa. Rose apontou a varinha para cima e ficou esperando a Hidra estar na distância certa.

                A Rose está bem? Ou maluca de mais? O bicho perto de nós, conseguia ver a sua íris e ela parada. Ela balançou a varinha e a pedra caiu bem na cabeça do bicho. Graças a Merlin que Scorpius estava nos protegendo. Sangue caiu e escorregou pelo escudo e um olho bateu no escudo e caiu depois. Senti uma dor na minha mão “faltam três”.

                Ele tirou o escudo e pegamos as pedras. Apertamos e fomos transportados para a próxima fase. Mais montanhas.

- Qual é o bicho desta vez? – perguntei cansado. Queria voltar para a escola e deitar na minha cama. Ou talvez puxar Lylian para os jardins e...

- LUKE! – gritou Lylian. Voltei-me a tempo de ver um rabo enorme de dragão tentar me achatar.

- Filho de uma... Dragão! – gritei lançando feitiços nele irritado. Bosta de Dragão! O dragão ficou bravo e soltou fogo. – Protego! – exclamei.

- LUKE! – gritou Lylian. Voltei-me e vi ela sumir nas chamas. A última coisa que vi foi ela sibilar um “se cuida”.

                Voltei-me para o dragão. Ele mexeu com a pessoa errada. Scorpius e Rose se postaram ao meu lado.

- Aguamenti? – sugeriu Scorpius com a varinha erguida.

- Quando ele abrir a boca horrorosa. – eu disse. Ele nos olhou com aqueles olhos e eu semicerrei os meus. Com certeza com a pessoa errada. Ele abriu a boca e lançou o fogo.

- AGUAMENTI! – gritamos nós três. A fumaça era evidente e nos cercava. Senti mais pressão. Olhei, Scorpius abaixara a varinha. Que diabos ele estava fazendo?

- AVADA KEDAVRA! – gritou ele para o dragão que antes de cair, jogou fogo em três pedras transformando-as nas pérolas. O dragão caiu duro.

- Scorpius isso é magia imperdoável! – exclamou Rose horrorizada. Olhei assustado para Scorpius. – Proibida!

- Estamos num campo de luta. – justificou Scorpius. Percebi que ele estava meio atordoado. – Teremos que usar numa guerra!

- NÃO TERÁ GUERRA! – gritou Rose nervosa. Sabia que as conseqüências para uma pessoa que usou um Avada, mesmo num dragão, seriam sérias.

- COMO SABE?! – gritou Scorpius. Rose abaixou a guarda e saiu dali e pegou as pedras. Senti a mesma dor na minha mão. Olhamos “faltam dois”. Engoli em seco.

                Apertamos as pedras e fomos para o próximo desafio. Eu nos vi num barco. Ele não andava. Ficava parado, mas no meio do mar. Salazar, cada desafio estranho. Nosso animal era um animal aquático. Um peixe deformado talvez? Ou quem sabe uma baleia com três chifres e que sai lava da sua boca. Vai saber? Animais mitológicos são estranhos.

- Não... – murmurou Rose. Engoli em seco. Dois pássaros. Com cabeça de mulher.

- Que diabos é isso? – perguntei assustado.

- Sereias. – respondeu Rose com desgosto. Viu que elas começaram a abrir a boca e exclamou. – Petrificus Totalus! – e então eu senti uma coisa passar por mim. Voltei-me e vi Scorpius petrificado mais atrás de nós.

- Sereias não são metade peixes, metade humanos? – perguntei.

                E então eu ouvi uma música. A melodia doce invadia meus ouvidos e rodeava meu cérebro. Olhei para elas. Nada mais existia. Apenas elas. Fui indo até elas. Senti ser segurado. Voltei-me e vi uma ruiva me segurando. Que diabo de ruiva. Cai fora! Soltei-me e calmamente eu fui seguindo a ave mais bela que eu já vi.

                Ouvi alguém, acho que a ruiva, gritar uma grande “NÃÃÃÃÃOOOO!!”. E uma outra voz começou a aparecer. Como se tivesse recebido um Infinite Encatate, eu acordei. As aves paravam de cantar e agora Rose cantava, seus olhos úmidos. Ela chorava, por que? Olhei ao redor, apenas nós dois ali. Olhei para as aves e vi elas baterem asas e saírem dali deixando cair das suas patas as pedras.

- O que houve? – perguntei.

- Scorpius foi seduzido. – murmurou ela.

- Lylian foi morta nas chamas. – eu disse. – Estamos no mesmo barco. – Olhei em volta. – Bem, no sentido metafórico e literal. – eu disse. Ela riu e olhou para sua mão, senti uma dor e olhei para a minha.

“Último ser”. Seguramos as pedras e fomos para o último animal.

                Estávamos numa caverna. Já tinha visto ela antes. Olhei para Rose e vi que ela estava com medo.

- O que foi? – perguntei.

- Eu estou com medo. – admitiu ela olhando para os lados.

- Não fique. – eu pedi segurando seu ombro. – Vamos derrotar o bicho juntos.

- Acho que não é... – começou ela fechando os olhos e colocando a mão nos meus. – Um bicho. – disse ela. Ouvi as serpentes e apertei sua mão. Senti Rose se aproximar de mim.

- E eu não sou. – disse uma mulher com uma voz sensual. Senti Rose apertar sua mão. Engoli em seco. Medusa. – Abram os olhos e vejam como eu sou. Bem diferente devo admitir. – dizia a mulher. A voz calma e paciente nos preenchia e nos deixava num clima relaxante. – Dizem que os olhos são as janelas da alma. Como seria a minha alma?

- Escura. – disse Rose e eu apertei sua mão como um aviso.

- Não abra os olhos. – pedia.

- Não abrirei. – assegurou ela.

- Deve. Não quer ver o seu precioso?

- Scorpius? – perguntou ela nervosa.

- Ele está aqui, esperando para você ver como ele está.

- É mentira Rose! – eu disse. Sabia que a qualquer momento ela abriria os olhos, eu faria o mesmo.

- Tem razão. – admitiu ela. Sua voz entre nós. Sentia as cobras no meu cabelo. – Fique de olhos fechados e não verá o seu amado com as meninas na sala de aula. Acha que ele se importa que você está aqui? Não... – disse ela. Se eu tivesse de olhos abertos, veria que ela estava negando com a cabeça e um sorriso diabólico na boca. – Ele não te ama. Veja como ele está se divertindo com as outras.

- Não é verdade. – disse Rose chorona. Ah não. Por favor Rose não faça isso.

- É sim. Veja, olhe ele ali beijando uma garota. Estão rindo da sua cara.

- Rose... – chamei.

- Desculpe. – disse ela. Sem pensar duas vezes me postei na sua frente. Não iria deixar ela cometer esta burrada.

- Aguamenti. – disse. Com a minha mão sobre a dela, o feitiço ficou mais forte.

                Ouvimos algo duro cair.

- Luke? – chamou ela no meu ouvido.

- Oi.

- Ela caiu. – disse Rose.

- E a cabeça dela? – perguntei.

- Virada. – disse ela. Soltei a mão dela e olhei para a mulher.

- Temos que levar a cabeça. – eu disse.

- Coberta. – disse Rose. – Mesmo depois de petrificada, ela consegue petrificar os outros.

- Espero que não se importe. – eu disse tirando minha camisa e cobrindo-a.

                Vimos tudo desaparecer e aparecemos na sala. Todos nos olhavam e alguns cochichavam o fato de eu estar sem camisa e Rose vermelha. Olhei para a professora que nos encarava com um sorriso.

- Aqui está. – eu disse colocando a cabeça da medusa na mesa dela.

- Luke! – exclamou Rose vindo na minha direção. – Eu queria te agradecer. – disse ela me abraçando.

- Não foi nada Rose. – eu disse apertando ela no abraço.

   Mas por cima do ombro dela eu pude perceber os olhares de Scorpius e Lylian. Eu estava ferrado. Rose também.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Comentem ok?!
Beijosss.



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