Made In Brazil escrita por GiullieneChan


Capítulo 7
Capítulo 6




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—VOCÊS O QUE? -Afrodite se controlava para não mandar aquele funcionário do hotel para outro mundo com seu cosmo. -CHAMARAM A CARROCINHA?

—Senhor...entenda... -o rapaz estava intimidado pelo tom irado do cavaleiro. -É contra as normas do hotel ter um cão em um dos nossos apartamentos e depois, seu animal atacou duas pessoas. Não tivemos escolha e...

—Eu não acredito... -suspirou Afrodite, apoiando o rosto nas mãos sobre o balcão. -Pra onde levaram o cachorro?

—Para o Abrigo Municipal de Animais. -respondeu o jovem.

—Me dá o endereço. E se alguns dos meus amigos chegarem, avisa para onde eu fui e diga que é urgente que me encontrem! FUI CLARO?

—S-Sim Senhor!

Afrodite não acreditava em sua enorme falta de sorte. Depois de ter feito uma descoberta importante sobre a pesquisa da professora Simone, correu para o hotel e descobre que o cão do Hades, que foi batizado ironicamente de Zeus, havia sido levado para a carrocinha.

Bem, não iria mais perder tempo. Com o endereço do Abrigo de Animais nas mãos, correu para a rua, parando o primeiro táxi que avistou e lembrando que havia esquecido de perguntar quem eram as tais pessoas atacadas por Zeus. Afinal, deixara o cachorro trancado no apartamento.

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—Está se sentindo melhor? -Aldebaran estendia o copo com água para Simone, esperando que ela bebesse e se acalmasse. Afinal, havia acabado de ser libertada do cativeiro e a emoção era muito.

—Sim. Obrigada. -ela respondeu com um sorriso, deixando o cavaleiro corado. -Você me salvou, mas não sei nada sobre sua pessoa. Quem é você?

—Eu...trabalho para a Fundação. Fui enviado para resgatá-la. -respondeu, mantendo o disfarce. Afinal, enfrentara e afugentara os homens que a vigiavam, sem revelar sua identidade de Cavaleiro de ouro. -Me chamo...pode me chamar de Aldebaran.

—Aldebaran? Engraçado. -ela sorriu e o coração do cavaleiro disparou. -É o nome da estrela mais brilhante da constelação de touro. Sei disso, pois sou de Touro e adoro as estrelas.

—Sério?! -Aldebaran ficou espantado.

—Meu pai me disse uma vez, quando menina, que Aldebaran era a minha estrela guardiã.

Naquele momento, o Cavaleiro sentia-se nas nuvens, realmente era seu destino encontrar Simone, sentia isso.

—Estava perdendo as esperanças. Achei que iriam me matar assim que pegassem Zeus e meu trabalho. -suspirou.

—Zeus? Seu cachorro?

—Sim. Como sabe que é um cachorro?

—O que tem ele e... -parou de falar assim que Kyra chegou.

A amazona o havia acompanhado e estava olhando o local, procurando por pistas. Pela expressão dela, a busca havia sido inútil.

—Não encontrei nada que pudesse nos ajudar. Este lugar está abandonado há anos, pelo o que sei. -disse a amazona.

—Eles foram embora há muito tempo. -disse a doutora. -Ouvi quando os que ficaram para me vigiar comentarem que iriam buscar meu cachorro.

—Mas por que iriam pegar seu cachorro? -Aldebaran ainda não entendia.

—Eu desenvolvi um anticorpo capaz de repelir inúmeras doenças conhecidas e a testei em Zeus. -explicou. -Soube que estavam roubando minhas pesquisas, quando encontrei acidentalmente um programa de computador pirata que copiava tudo em meus arquivos e mandava para um e-mail. E então avisei ao meu superior. Mas antes, destruí todas as minhas amostras e deletei meus arquivos no laboratório da Fundação no Rio.

—A senhorita Kido não deveria estar a par destes assuntos? -Kyra comentou.

—Tentei avisar a matriz da Fundação em Tóquio, mas não tive tempo.

—Parece que não sabia de nada. -diz Aldebaran. -Alguém mais sabia disso tudo?

—Minha melhor amiga, a veterinária do Zeus. Ela se chama...

—Adriana! -disseram ao mesmo tempo.

—Sabia que aquela bisca não era confiável! Vi pelo olhar dela! -Kyra estava furiosa. -Meus instintos não falham!

—Sei...seus instintos. -Aldebaran sorriu.

—O que está insinuando?

—Nada.

—Não tem nada a ver com aquele sueco metido, que pensa que é a oitava maravilha do mundo! -ela se defendia. -Eu quero mais que ele saiba que aquela mulata do Sargentelli está envolvida neste caso!

—Claro. -respondia Aldebaran sorrindo.

—Para com isso. -ela o ameaçou.

—Do que falam? A Adriana envolvida nisso tudo? Impossível!

—Aldebaran acho melhor levarmos a doutora para o nosso hotel. Lá ficará segura.

—Não posso! Tenho que ir em casa, pegar meus trabalhos e Zeus! -Simone levantou-se rápido demais e sentiu-se tonta. Ainda estava enfraquecida, mas Aldebaran a amparou imediatamente.

—Acalme-se. Seu trabalho e Zeus estão protegidos conosco.

—Sério? -Simone respirou aliviada, encostando a cabeça no peito largo de Aldebaran. -Que bom!

Aldebaran sentiu a temperatura de seu corpo subir.

—O senhor está bem? Está ficando vermelho. -disse a médica.

—Ele está ótimo! -respondeu Kyra, sorrindo discretamente.

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Afrodite chegou ao abrigo de animais da cidade. Ficou chocado ao ver as condições precárias que os animais ali eram colocados. Dezenas dividindo um espaço ínfimo.

—Bem, quem me importa isso? -pensou, depois caminhou um pouco e reparou melhor no lugar. -Isso é desumano!

—Posso ajudá-lo? Quer adotar um bichinho? -uma garota sorridente, de cabelos e olhos castanhos apareceu.

—Não. Na verdade eu vim procurar meu cachorro que foi trazido para cá.

—Ah, sim...me acompanhe. Como é o seu cachorro?

—Um Fila brasileiro de pelo negro e que tem o péssimo hábito de babar! -respondeu com uma careta.

A garota parou de andar e o encarou.

—Como era o nome dele?

—Em sua coleira está escrito Zeus. -respondeu o cavaleiro. -A Carrocinha o pegou em um hotel esta manhã.

—Sim, eu me lembro de comentarem isso...Mas...estranho. Alguém apareceu mais cedo e levou este cão! -a garota respondeu sem graça.

—Como é? -espantou-se.

—Espera um pouco, fizemos um registro. -a garota entrou no escritório do Abrigo seguida pelo Cavaleiro. -Um senhor chamado André Villaça. Até fez uma generosa contribuição ao Abrigo. -mostrou-lhe um cheque de quinze mil reais. -Como pode ver, passamos por dificuldades.

—E ele levou meu cão?

—Sim.

—Gostaria do endereço dele, por favor.

—Não posso divulgar endereços assim e... -Afrodite começou a fazer um cheque e o entregou a moça, que arregalou os olhos diante da cifra.

—Endereço, sim? -com um sorriso sedutor. –Ah... está em euros.

—Claro! -ela anota o endereço em um papel. -Fica na Urca.

—Urca?"-ele nem fazia ideia de como chegar neste lugar, olhando para o papel. -Edifício Villaça...É um prédio.

—Sim. Acho que ele é o dono do prédio.

Não culpava a garota pelo ocorrido, ela não poderia saber o quanto aquele pulguento podia ser precioso. Suspirou e voltou para o táxi, que o esperava conforme havia pedido.

—Me leva para a Urca, neste endereço. -mostrou-lhe o papel.

—Sim, senhor.

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Algum tempo depois...

—Se eu soubesse que eram tão incompetentes eu não teria contratado os três patetas para este trabalho!

Dizia um homem no celular, segurando uma barra de ferro na mão e caminhando pela sua cobertura. Era alto, bem vestido e bonito. Possuía cabelos loiros bem cortados e olhos esverdeados, e os óculos de grau aumentavam seu ar intelectual.

—Mas...senhor André... -o rapaz do outro lado da linha tentava se desculpar.

—Eu mesmo recuperei o protótipo...agora quero que peguem o maldito pendrive com a pesquisa. Fui claro? Os laboratórios americanos e ingleses estão fazendo suas ofertas e eu não posso fechar o negócio sem o produto!

—Mas...

—Volte agora mesmo ao hotel e pegue os arquivos. Aqueles bisbilhoteiros não podem com três homens que tiveram o treinamento de vocês! Precisamos ser rápidos antes que a Fundação Graad ou a Polícia Federal descubra algo. Já temos problemas com estes idiotas da Interpol.

—Eu sei e...

—Me tragam o que eu quero. Ah...me façam um favor sim? Livrem-se destes intrometidos. -e desligou o celular, se aproximando da jaula de ferro que mantinha Zeus preso. Ele rosnou ao ver o homem, e em resposta bateu com a barra na jaula enfurecendo o animal. -Quero ver essa coragem quando o dissecarmos.

—Senhor André? -uma governanta apareceu na porta.

—Que?

—Um estrangeiro pede para conversar com o senhor. Ele se identificou como senhor Gustav Bergman, da Suécia.

—Será o representante dos laboratórios de Estocolmo? -um dos homens na sala perguntou.

—Me disseram que só poderiam mandar alguém no fim de semana. -André estanhou. -Devem ter resolvido isso por lá. Leve-o ao meu escritório, Regina.

—Sim, senhor.

—Levem este animal para o laboratório e avise que comecem com os exames de sangue. E a dissecação quando eu ordenar apenas.

—Sim. -os homens arrastaram a jaula que estava sobre uma plataforma com rodas em direção ao elevador de serviço.

—Bem, veremos o senhor Bergman.

André entrou no escritório e avistou seu visitante olhando sua coleção de livros científicos. Era Afrodite.

—Senhor Bergman?

—Senhor Villaça, eu presumo. -apontou para uma placa na parede. -Trabalha para a Fundação Graad?

—Setor de Pesquisas Médicas. Pensei que seus superiores em Estocolmo tivessem lhe dito isso.

—Estocolmo? Ah... Não. Foram vagos neste assunto... -disfarçou, olhando os livros. -Bela coleção!

—Senhor Bergman...podemos tratar de negócios? O senhor queira se sentar sim? -apontou para uma poltrona.

—Na verdade... -Afrodite sentou-se e percebendo que estava sendo confundido com outra pessoa, resolveu entrar no jogo. -Não poderemos falar de negócios sem antes falarmos sobre o que vamos negociar...me entende?

—Ah...na verdade não... -a porta se abre e a governanta entra com uma bandeja café. -Aprecia o café brasileiro?

—Um pouco forte demais para o meu gosto. -dispensou a bebida. -Mas apreciaria uma água mineral gelada.

—Bem...então o que quer saber sobre o produto que vamos negociar?

—Poderia mostrá-lo a mim? -pediu sorrindo docemente.

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De volta ao hotel...

—Saímos apenas por algumas horas, Afrodite some e o cachorro também! -Kyra estava impaciente, andando de um lado para outro do apartamento e observando a bagunça. -Parece que houve uma luta aqui!

—E os invasores devem ter levado uma surra ao menos. -Aldebaran viu os restos de um casaco no chão. -Mas se Afrodite houvesse participado da luta, teríamos encontrado o adversário caído. Um pé rapado não o derrotaria nunca!

—Levaram Zeus? -Simone estava preocupada.

—Não se preocupe, Simone. -dizia Aldebaran. -Se meu parceiro não está aqui, certamente ele está cuidando do seu cachorro agora.

—Se você está dizendo isso, eu acredito Aldebaran. -disse a médica sorrindo e o Cavaleiro ficou novamente corado. -O senhor está realmente bem? Está vermelho novamente!

—Es-estou sim...Hum...Vou perguntar na portaria...se viram o Peixinho. -saiu do quarto rapidamente.

—Ele é tão meigo e gentil. -disse a médica suspirando. -Mas tão tímido!

—Sim. Ele é sim. -Kyra concordando com um sorriso.

—Será que ele percebeu que eu o acho bonito e atraente?

—Por que não diz isso para ele...que gostaria de sair com ele quando tudo isso terminar?

—Será que ele aceitaria sair comigo? -apreensiva.

—Tenho o palpite que sim.

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No Hall...

—Bem, então foi isso o que aconteceu. -Aldebaran recebia o recado deixado por Afrodite e depois fica pensativo. -Por que não me ligou ainda?

—Você é o tal agente da Interpol? -alguém perguntou a Aldebaran que virou-se e encarou espantado os três rapazes diante dele. -Nos entregue os arquivos do projeto de pesquisa da Drª Simone que ninguém se machuca!

—Quem são vocês? -Aldebaran aponta para eles, espantado com as roupas que eles usavam e chamavam a atenção de todos.

—Eu sou Daishi, Cavaleiro de Aço da Terra! -um baixinho com armadura com forma de raposa.

—Eu sou Shô, Cavaleiro de Aço do Fogo! -um rapaz de armadura com forma de um pássaro vermelho.

—Eu sou Shon, Cavaleiro de Aço da Água! -um rapaz usando uma armadura que parecia um Marlim, e uma cicatriz no rosto.

—SOMOS OS CAVALEIROS DE AÇO! –disseram ao mesmo tempo.

Eles fazem uma coreografia, mostrando suas armaduras HichTech, Aldebaran pisca algumas vezes e depois pergunta:

—É zoação, não é?

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que os cavaleiros de Aço fazem aqui? Não foram reciclados? E trabalhando para os bandidos?

No próximo capítulo estas perguntas serão respondidas. Obrigada por lerem!



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