Digimon Beta - E o Domador Inicial escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 20
O Besouro Tyrantkabuterimon




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Início da noite. Pessoas corriam completamente desesperadas pelas ruas de Salvador, enquanto um enorme tiranossauro cadavérico seguia mais atrás e trazia consigo um torpedo de cor laranja preso à coluna vertebral. Em outro ponto da cidade, agora nas famosas ladeiras do pelourinho, outro monstro igual ao primeiro havia surgido, para desespero da população. As pessoas seguiam fugindo em meio a gritos e empurrões quando o tiranossauro dispara o torpedo alojado em suas costas, destruindo uma importante construção do centro histórico. Lentamente, dados multicoloridos começam a se concentrar nas costas do digimon, originando outro torpedo idêntico ao anterior.

Um enorme robô de metal de forma geométrica indefinida, com mãos em pirâmides que se abrem como pinças, corpo de formato muito parecido com o redondo, a não ser pelas diversas placas quadradas douradas em toda a sua circunferência e quatro pernas cilíndricas sobre grossas lâminas de metal quadrado, surge voando com a ajuda de propulsores em seus pés e pousa na frente do tiranossauro monstruoso, iniciando uma disputa de força física.

Uma garota magra, de cabelos ondulados, lábios carnudos e olhos amendoados surge por uma das ruas acompanhada do garoto alto, forte, loiro e musculoso, domador de Gabumon.

— Valvemon, acabe com ele!!!

A enorme digimon máquina do nível Perfeito seguia golpeando o tiranossauro cadavérico, quando o mesmo rapidamente faz um giro de corpo e a atinge com sua calda, derrubando-a. A digimon rapidamente se levanta e ataca seu oponente.

— Destruidor Extremo.

Das palmas das mãos da digimon máquina saem duas poderosas rajadas de energia, que atingem o tiranossauro esquelético, arrastando-o por alguns metros. Suas enormes patas seguiam cravadas no chão e retirando todo o paralelepípedo que existia no local, criando valas profundas.

O digimon consegue reagir e também lança uma poderosa rajada de energia, de cor vermelha e pela boca, iniciando uma intensa disputa.

 

Em frente ao Farol da Barra, um digimon semelhante a uma espada árabe que possui um enorme cristal vermelho em seu punho, brilha intensamente até girar ao redor do próprio corpo e disparar uma lâmina de energia contra outro tiranossauro cadavérico que estava por ali. Antônio seguia observando seu digimon batalhar de maneira apreensiva. O tiranossauro se protege da investida com um dos braços e com o outro, disfere um golpe no pequeno digimon, lançando-o contra o chão.

— KOKA!!!

O tiranossauro vermelho se preparava para atacar quando argolas de luz dourada surgem, em rajada, atingindo-o e explodindo, desviando sua atenção. Antônio olha na direção de onde veio a técnica e se surpreende com a presença de uma digimon fada semelhante a digimon de Guilherme.

— Tudo bem contigo, Antônio? – diz o garoto de óculos de grau e profunda cicatriz no antebraço direito. Leon o acompanhava.

— Tudo sim, Lucas. Obrigado pela ajuda. Por alguns instantes achei que era Guilherme. E esse daí? A nossa mais nova celebridade!

Leon cora instantaneamente.

— No fue mi culpa.

— Não se preocupe com isso! O vacilo de vocês é fichinha perto da presença desses Skullgreymons.

— Alguma novidade com relação a essa invasão, Antônio? – prossegue Lucas.

— Nenhuma! Salvador continua sitiada pelos cinco monstrengos e nada de João e os outros chegarem.

 

— Bola de Fogo!

— Eletrochoque!

Will rastreava informações acerca do digimon cadavérico.

 

Skullgreymon, um digimon no nível Perfeito. Esse tiranossauro cadavérico é irracional e sua simples existência é capaz de gerar o completo caos. Sua principal técnica é o “Bafo Maldito”.

 

Victor e Greymon batalhavam contra esse Skullgreymon quando Will surgiu com Kabuterimon para auxiliá-los.

O tiranossauro laranja avança contra o oponente numa tentativa de ataca-lo com os seus três chifres, quando Skullgreymon, que é maior, o segura pela cabeça e o arremessa contra o digimon inseto que possui dois pares de braços e voava a seu encontro. Ambos os digimons atingem o Mercado Modelo da capital baiana. Os digimons dos garotos ainda tentavam ficar de pé quando notam a aproximação do enorme míssil de cor laranja, restando tempo apenas para que fugissem da rota de colisão da ogiva.

Uma gigantesca explosão acontece, destruindo o Mercado Modelo e deixando os garotos completamente arrasados.

 

Em frente à igreja do Nosso Senhor do Bonfim, outro Skullgreymon seguia duelando contra alguns digimons. Um enorme cachorro negro de aparência extremamente magra, quase cadavérica, e um dragão humanoide de corpo negro com longa calda, asas vermelhas e capacete de bronze que lhe esconde os olhos, batalhavam contra o inimigo.

Dobermon seguia correndo ao redor do enorme tiranossauro esquelético enquanto o mesmo tentava agarrá-lo com suas enormes mãos. Cyberdramon seguia tomando distância pelo céu quando, após uma meia-volta, mergulha com ambas as mãos unidas acima da cabeça e girando em grande velocidade, produzindo uma poderosa luz vermelha ao redor do seu corpo.

Uma forte explosão acontece, estilhaçando as vidraças da igreja centenária e lançando o domador branco de olhos azuis e o garoto negro que usa moicano, no chão.

— A gente tem que dar um jeito de acabar com esse Skullgreymon o quanto antes! – balbucia Mateus enquanto se levantava do chão e se certificava de que seu penteado ainda estava em perfeitas condições.

— Se Dobermon conseguisse atingir o nível Perfeito... Com certeza dois perfeitos conseguiriam derrotar esse monstro! – afirma Igor de maneira raivosa. – Acho que não somos capazes de destruí-lo.

— Isso eu sempre tive consciência. Precisamos distraí-lo até que João e os outros cheguem.

 

O último Skullgreymon seguia destruindo o estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova. Sua antiquíssima construção nos tons de azul seguiam estremecendo a cada passada dada pelo digimon cadavérico. Qilinmon, Antylamon e Raptordramon seguiam disparando suas melhores técnicas contra o oponente, derrubando-o sobre o gramado.

Lúcia acompanhava os domadores enquanto olhava atentamente para o seu digivice.

— Caramba! – exclama a garota.

— O que aconteceu dessa vez? – indaga o garoto de voz naturalmente rouca.

— Já não bastasse o Mercado Modelo, Pastreli, eles destruíram as vidraças da igreja do Bonfim.

— Pelo menos, dos males o menor! – diz Júnior tentando amenizar a situação.

— Acabe logo com ele, Antylamon! – brada Albert.

A enorme digimon coelho, que havia sido jogada contra a arquibancada do estádio, após ouvir o grito do seu domador, cria machados de dois gumes em cada uma das mãos e avança contra o inimigo. O digimon pégasus com asas brancas e cabeça de dragão rapidamente passa a voar paralelamente a Antylamon, sendo seguido pelo dragão roxo cyborg.

Skullgreymon, ao ver a aproximação dos inimigos, lança seu míssil contra o trio.

— Dramon Míssil – brada Raptordramon antes de abrir um compartimento alojado em seu peito e disparar um míssil.

— Holograma Vivo.

Qilinmon abre suas asas, criando um cópia sua de energia multicolorida.

As técnicas avançam de encontro ao míssil alaranjado, explodindo-o.

Antes que a poeira da explosão pudesse se dissipar, a digimon de Albert avança no Skullgreymon golpeando-o velozmente com seu machado, fazendo-o perder uma enorme quantidade de bits. O digimon urra de dor e antes que pudesse atingir sua algoz com suas garras, ela desvia com uma sequência de cambalhotas, abrindo caminho para os outros dois digimons atacarem.

Qilinmon cria dez hologramas seus, que passam a voar ao redor do tiranossauro cadavérico, distraindo-o. Logo após, o dragão cyborg avança como um torpedo, com sua cabeça metálica brilhando de maneira ofuscante.

Assim que o digimon dragão de Pastreli atinge o inimigo e se afasta, todos os hologramas criados pelo Qilinmon também avançam e explodem de uma única vez. A magnitude da explosão foi tamanha que acaba por iniciar um desmoronamento em todo o estádio. Antylamon, percebendo que os humanos corriam perigo, rapidamente corre até eles e os retiram de lá, sendo seguida pelo Raptordramon e pelo Qilinmon.

Digimons e humanos chegam a um local mais afastado, e passam a observar o final do desmoronamento da construção.

Qilinmon regride, tornando-se o pequeno digimon furão de coleira dourada.

— Kudamon! – diz, assustado, o garoto alto. – O que aconteceu? Por que você regrediu?

— Gastei muita energia para atacar Skullgreymon de uma única vez.

Antylamon coloca os domadores no chão.

Júnior se aproxima do seu pequeno digimon e o pega nos braços.

— Muito obrigado, Kudamon!

— Olhem só, pessoal. Pelo visto temos uma grande plateia.

A frase dita por Lúcia atiça a curiosidade dos colegas que, ao olharem na direção em que a garota olhava no momento, se deparam com dois cinegrafistas, além de outros profissionais que os acompanhavam, sobre a carroceria de duas caminhonetes.

 

Não só no local onde antes existia o estádio Fonte Nova que havia jornalistas capturando imagens e fazendo transmissão ao vivo. As demais batalhas que ocorriam no Pelourinho, no Farol da Barra, na Igreja do Senhor do Bonfim e no Mercado Modelo também eram exibidas ao vivo para todo o mundo.

Bruno Soares seguia da sua casa, no Rio de Janeiro, acompanhando o que acontecia pela televisão, desde o início da manhã com as análises das imagens onde apareciam vultos de digimons, até a transmissão ao vivo do que acontecia em Salvador. O mais novo dentre todos os domadores assistia TV ao lado da sua mãe.

— Eu preciso ir, mamãe! – diz o garoto se levantando abruptamente.

— Você não vai a lugar nenhum, filho. Isso é muito perigoso.

— Mas todo mundo está lá. Lúcia está lá também. Ela prometeu me proteger, lembra?

— Ninguém pode se proteger, Bruno! Ninguém. Isso não tá mais restrito a esse tal de Mundo Digital. Admito que no início achei que isso era algum tipo de jogo, desses que vocês inventam um personagem e jogam vinte e quatro horas por dia. Vejo que cometi um erro em não impedir que você participasse desse jogo.

— Os digimons nunca foram um jogo. Eu já te expliquei isso antes. A gente passou por sérios problemas enquanto estávamos presos lá, e os meus amigos agora, mais recentemente. Patamon foi levado pelo causador disso tudo e ele quer me pegar também.

A jovem mulher de roupas simples e rosto angelical se assusta.

— Como assim, Bruninho?  Ele quer te sequestrar?

— Quer, mamãe. Ele só não conseguiu da última vez, quando levou Patamon, porque meus amigos não deixaram.

Na televisão, enquanto o domadores conversavam próximos as ruínas do estádio, o cinegrafista filma o exato momento em que a garota negra ergue um dos braços a frente e abre um portal, desaparecendo. Segundos depois, um pequeno feixe de luz surge na sala onde Bruninho conversava com sua mãe e segue ganhando largura e altura, até de dentro dele sair a garota que havia desaparecido na televisão.

— Preciso que você venha comigo.

— Bruninho não vai a lugar nenhum, garota – brada a mulher indo abraçar seu filho.

— Camila, infelizmente preciso levá-lo. Existem amigos nossos que estão retornando do Mundo Digital com reforços. Eu não sei se você sabe, mas Bruninho corre sérios riscos se ficar sozinho aqui no Rio de Janeiro.

— Por favor, mamãe, me deixe ir. Será mais seguro!

 

Salvador continuava borbulhando em batalhas enquanto tudo seguia calmo próximo as ruínas do antigo estádio.

— Vamos nos dividir – propõe o garoto de óculos de grau de lentes redondas. – Já que conseguimos acabar com esse Skullgreymon, precisamos ajudar os demais.

— Temos que ser cautelosos, Albert – diz o digimon dragão cyborg. – Não vimos os dados do Skullgreymon se dissiparem pela atmosfera. Ele ainda está vivo.

Antes que mais alguém pudesse se manifestar, os escombros do antigo estádio começam a se mexer, revelando que o inimigo estava em perfeitas condições físicas.

— Não sei se te agradeço pelo aviso, ou se te mato por conta da sua boca maldita, Raptordramon! – brada o garoto de voz rouca com ar jocoso.

— Vamos atacar mais uma vez! – grita Albert, levando a gigantesca digimon coelho e o dragão cyborg a avançarem contra o inimigo.

Kudamon permanece nos braços de Júnior.

— Tornado Cortante.

— Emboscada Esmagadora.

Por serem técnicas de contato físico, Skullgreymon consegue desviar dos digimons e agarrá-los com suas patas. Raptordramon fica completamente preso, enquanto Antylamon tem um dos braços agarrados pelo inimigo. Os digimons se debatiam numa clara tentativa de se livrar quando um poderoso raio de energia multicolorida o atinge na cabeça, forçando-o a soltar os digimons, que fogem.

Os domadores ficam sem compreender de onde havia surgido aquela ofensiva, quando uma arcanjo feminina, portando lança, escudo e asas douradas, aparece no céu. Verônica e Levi surgem levitando dentro de um globo de energia acompanhados da digimon raposa mística, que também levitava, e pousam ao lado dos demais.

Skullgreymon dispara uma poderosa rajada de energia pela boca, enquanto Ophanimon dispara sua técnica multicolorida pela lança. Um forte embate entre os dois digimons se iniciam, até que o tiranossauro cadavérico não consegue resistir e é englobado pela técnica da digimon Extremo, sendo instantaneamente dissolvido em dados.

— Que bom que vocês já retornaram – diz o garoto de óculos redondo, aliviado.

— Conseguiram encontrar os digimons? – pergunta Pastreli.

— Sim – responde o garoto negro.

— Mas descobrimos que tudo aquilo foi uma forma de Calamon nos distrair para poder invadir o Mundo Real – explica Verônica.

— Cadê os outros?

— Eles foram atrás dos demais Skullgreymons, Júnior.

Um portal se abre ao lado dos garotos, e de dentro dele saem Lúcia e Bruninho.

A domadora negra fica radiante ao ver que Verônica e Levi estavam por perto.

Tentomon e Agumon estavam jogados no chão e completamente machucados.

Will e Victor seguiam apreensivos, enquanto gritavam e jogavam pedras nas patas do tiranossauro cadavérico, que caminhava até os digimons que estavam machucados.

Skullgreymon já estava a um passo de esmagar os digimons Novato, quando uma poderosa energia amarela atinge sua pata, fazendo-o retornar. Angemon surge voando acompanhado de Metalseadramon.

Murilo e João se aproximam por terra.

O digimon inimigo, ao ver que mais dois rivais surgiram no campo de batalha, dispara uma sequência de bolas de energia pela boca. Os digimons seguiam desviando das investidas, quando o digimon arcanjo Adulto não consegue se desviar de uma das esferas e é atingido em cheio, regredindo e caindo sobre os escombros do Mercado Modelo.

— PATAMON!

— Agora, Metalseadramon.

— Corrente Final.

Uma devastadora energia é disparada pela enorme serpente de metal, que atinge o inimigo sem lhe dar chance de defesa. Skullgreymon é completamente pulverizado.

 

O garoto de cabelos negro e olhos azuis seguia abraçado ao seu pequeno cachorro de pelagem clara com orelhas e calda vermelhas, enquanto Mateus observava, atento, a batalha de Cyberdramon contra Skullgreymon.

O dragão humanoide de asas vermelhas e capacete de bronze seguia atacando seu oponente com suas poderosas garras de metal. Era nítido seu sinal de esgotamento.

— Cyberdramon não resistirá por muito tempo – pontua o garoto negro de moicano, para Igor e Labramon.

O digimon dragão de Mateus seguia atacando Skullgreymon quando regride, tornando a ser o pequeno dragão roxo que possui asas no antebraço.

— MONODRAMON! – grita Mateus.

O pequeno dragão tenta correr na direção do seu domador, quando o tiranossauro cadavérico consegue o prender com suas patas contra o chão.

— Me solta! – brada. – Mateus! Socorro!!!

— Eu vou ajuda-lo! – grita Labramon se soltando dos braços do Igor e indo na direção do colega.

Repentinamente, Togemon surge no campo de batalha e disfere uma sequência de socos no focinho do tiranossauro, deixando-o atordoado e fazendo com que ele livrasse o pequeno dragão, que prontamente foge.

Davi, Bárbara e Fanbeemon se aproximam dos dois domadores.

O garoto alto e ruivo se assusta ao ver o que havia acontecido com a Igreja do Senhor do Bonfim, que estava sem as vidraças, com algumas paredes destruídas e totalmente destelhada. Em nada lembrava ser um dos cartões postais da cidade. Um rápido movimento o faz recuperar a atenção para a batalha. Sua digimon cactos voara diante dos seus olhos até se esbarrar na porta principal da igreja, derrubando-o. Togemon acabara de levar um forte golpe e seguia perdendo bits por diversas escoriações espalhadas pelo corpo.

— Digimon maldito! – balbucia Davi. – Ele matou Carlos, sequestrou nossos colegas e agora está destruindo nosso planeta. Eu não posso suportar isso!

— Calma! – pede a garota de voz rouca. – Precisamos nos concentrar na batalha.

— Como que eu posso ter calma, Flávia! Não suporto mais ver toda essa destruição. Pra mim já deu. CHEGA!!!

Seu digivice emite um brilho forte e de cor azul.

Skullgreymon se aproximava da digimon cactos quando a mesma é envolta por um casulo de luz e reduz de tamanho. Após se dissipar, a esfera de energia revela a presença de uma digimon de forma humanoide muito sensual. Longas botas pretas, capa verde, luva e macacão vermelho provocante. Sobre sua cabeça, uma enorme rosa lhe ocultavam os olhos, além de chicote de espinhos enrolados em ambos os braços.

— Que bom! – brada Igor. – Rosemon está de volta a nosso grupo!

A digimon rainha das flores voa para fora da igreja, atraindo a atenção do inimigo, que seguia disparando esferas de energia na sua direção.

— Já chega de tanta destruição – diz Rosemon posicionando ambas as mãos em forma de concha ao redor do botão de rosa sobre seu decote. – Tentação Proibida.

Uma poderosa energia é liberada a partir da flor sobre a cabeça da digimon humanoide e avança contra o inimigo, destruindo-o instantaneamente.

 

Valvemon seguia numa batalha épica contra o Skullgreymon que atacava o Pelourinho. A disputa de poder era bem acirrada e ambos, apesar das diversas escoriações, não demonstravam sinais de desistência.

— Acho que chegou a hora da Chaosdramon aparecer em solo baiano.

— Isso não é perigoso pra você? – indaga Rafael.

— Sim. É! Mas não posso perder tempo. Temos que ir ajudar os outros.

Antes que Fernanda pudesse dizer mais alguma coisa, Flávia surge acompanhada de Lunamon, Veemon, Gotsumon e Gabumon. Ao ver o seu domador, o digimon de enorme chifre salta sobre ele, surpreendendo-o.

— Gabumon! Que saudades de você.

— Eu também senti muito a sua falta, Rafael.

— Quero te pedir desculpas, meu amigo, pelo tempo que passei longe.

— Eu entendo, Rafael. Eu e Gotsumon passamos por maus bocados por conta de Calamon. Mas agora precisamos correr atrás do tempo perdido. Está pronto para voltar à ativa?

— Claro, Gabú! - o garoto loiro e musculoso saca o digivice vermelho de dentro do bolso da bermuda. – Pode deixar com a gente, Fernanda! Evolução Extrema!

O aparelho na mão do garoto que possui uma pinta próxima a boca emite um brilho azul, possibilitando a evolução de Gabumon.

Um lobo metálico com asas douradas, assim como sua calda, e compartimento de mísseis sobre os ombros. Apenas sua mandíbula, costas e patas são orgânicas com pelagem que lembram o manto que Gabumon carrega sobre as costas, surge no campo de batalha.

Metalgarurumon rapidamente alça voo, se aproximando do Skullgreymon e, ao ver que o tiranossauro esquelético havia conseguido atacar Valvemon e derrubá-la, dispara diversos mísseis dos mais variados compartimentos do seu corpo. O digimon inimigo é atingido e congela por alguns segundos, tempo suficiente para a digimon robô de Verônica se recuperar e preparar sua artilharia.

A digimon do nível Perfeito abre um dos quadrados dourados que compõem o seu corpo arredondado, como se fosse uma porta, revelando três orifícios de tamanhos idênticos.

— Tríplice Ataque – diz a digimon disparando três torpedos contra o inimigo.

— Bafo Congelante – diz o lobo metálico lançando uma rajada congelante pela boca.

Ambas as técnicas avançam no Skullgreymon e explodem, convertendo-o em dados.

 

Bladekuwagamon e Lilamon seguiam batalhando contra o Skullgreymon que restara intacto em Salvador. Antônio e Lucas estavam acompanhados de Leon, o domador espanhol.

O digimon esquelético consegue, num rápido movimento, agarrar Lilamon e lança-la contra o Farol da Barra, fazendo-a regredir.

— LALAMON! – brada Lucas, angustiado.

— Faca Aérea!

Bladekuwagamon gira no próprio eixo e dispara uma lâmina de energia contra o inimigo. A técnica não causa maiores danos ao Skullgreymon, que passa a caminha na direção do seu único oponente.

Um silêncio sepulcral toma conta do local. Antônio não sabia qual ordem dar ao seu digimon em forma de espada árabe. Cada segundo que se passava, o tiranossauro caminhava na direção do digimon que, após repetir incansavelmente sua técnica, regride, tornando-se o pequeno besouro azul que usa um lenço laranja no pescoço.

Skullgreymon inclina seu corpo na direção de Kokabuterimon, disparando o torpedo que esta alojado em suas costas.

— KOKABUTERIMON!!! – o grito do domador ecoa pelas ruas da cidade.

Instantaneamente, o digivice na mão do domador brilha e muda de cor, saindo da tradicional cor prata para a cor azul.

 

Continua...


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