Digimon Beta - E o Domador Inicial escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 12
O Desaparecimento do Kau




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Após poucos segundos de queda, Growmon toca o chão e começa a correr. Blaze seguia seguro a sua enorme crina branca, que descia pelo pescoço como a de um cavalo.

O lugar ainda possuía resquícios de ser o largo e alto corredor no qual Flávia havia sido presa em uma das suas salas pelo Etemon. Algumas armadilhas se acionavam e tentavam atingi-los, mas Growmon seguia destruindo-as e esquivando-se.

— Cadê Alex, Growmon, que não aparece?

Uma explosão, seguida de um desmoronamento, acontece no início do corredor, impedindo a passagem de quem quer que fosse.

O corredor termina em um grande portão de ferro, como as portas de estabelecimentos comerciais. O dinossauro vermelho dispara uma rajada de fogo pela boca e a explode sem dificuldade. Agora eles caminhavam por uma gruta escura na qual não se conseguia ver o fim.

— Growmon, vamos tentar evoluir! – pede o garoto alto e corpulento ainda seguro ao pescoço do digimon.

— Certo!

O digivice de Blaze começa a brilhar.

— Evolução Conjunta – grita o garoto.

Domador e digimon brilham de forma incrível e se transformam no Dukemon. O guerreiro segue voando, rente ao chão, desviando de pedras, estalactites e estalagmites que havia pela frente. Ao final da gruta, outro portão, agora de Cromodigizóide. O digimon rapidamente materializa seu sabre em uma das mãos e dispara, liberando a passagem sem muita dificuldade. Dukemon pousa um pouco antes do lugar da explosão e segue andando.

Atrás do portão havia um salão redondo, de piso e paredes brancas com um enorme triângulo vermelho desenhado no chão. O salão seguia afunilando até se reduzir ao tamanho exato do alçapão que havia no teto. Uma escada espiralada presa à parede, é que fazia a ligação até a saída do lugar. O digimon Extremo observa todo o percurso que deveria seguir até o alçapão, ergue o escudo sobre a cabeça e dispara:

— Elísio Final

Uma rajada de energia sai do escudo do digimon cavaleiro medieval e avança contra o teto, rompendo-o com uma força descomunal. O alçapão dava acesso a um pequeno depósito que havia na estação de trem do Continente Perdido, que também é destruída. Dukemon ascende, como um foguete, até chegar próximo ao teto do Continente Perdido. Sua enorme capa vermelha esvoaçava. O digimon olha em volta e avista quatro domadores próximo ao acesso do local onde Calamon ficava escondido. A explosão atraiu a atenção dos domadores que, nesse exato momento, o olhavam.

— A mensagem chegou atrasada – diz Albert. – Lúcia mandou avisar que Blaze e Growmon estavam a caminho.

— Se fossem Blaze e Growmon menos mal – Kau impunha seu digivice. – Agora não adianta fugir.

— Kudamon, Wormmon, Renamon e Lopmon, estejam preparados e ataquem com tudo! – Brada Júnior - Não economizem na artilharia.

Dukemon mergulha a uma velocidade incrível, saindo do campo de visão dos humanos. O digimon descia completamente de ponta-cabeça e antes de atingir o solo, muda de direção e avança na direção dos domadores. Kau, Albert, Júnior e Levi são surpreendidos pelo Dukemon, que reaparece por entre a mata, com um rasante sobre eles. Os garotos se lançam ao chão e o digimon Extremo pousa metros após. Os digimons Novato se põem apostos.

— Surpresos? - A voz de Blaze ecoa.

— Impressão sua – Kau se levanta. – De você eu não espero mais nada. Isso é o que me diferencia dos meus colegas. Wormmon vamos lutar.

O digivice do garoto de cabelo verde e argolas no nariz e orelhas brilha, e Wormmon evolui para sua forma Adulta. Stingmon é um guerreiro de forma humanoide com garras de metal, olhos grandes e dois pares de asas de inseto. Sua fisionomia lembra muito uma libélula.

Stingmon se põe em posição defensiva na frente do seu domador. Dukemon voa na direção do digimon recém evoluído e lhe aplica um chute no rosto, lançando-o de encontro ao chão.

— Stingmon! – Grita Kau.

— Vamos nessa, galera! – Júnior ergue seu digivice, que logo reage.

Kudamon rapidamente evolui para sua forma Perfeita. Qilinmon é um pégasus com uma volumosa calda dourada, cabeça de dragão e um par de asas brancas. Possui também um chifre marrom sobre a cabeça coberta de escamas verde.

Renamon evolui para Taomon, uma digimon Perfeita com poderes místicos. Taomon lembra muito Renamon, a não ser pela vestimenta oriental que utiliza e o chapéu preto de forma cilíndrica sobre a cabeça.

Lopmon atinge a Perfeição e se torna Antylamon, uma enorme digimon coelho bípede, com longos braços que se arrastam pelo chão e orelhas idênticas as da Lopmon.

Qilinmon avança aos galopes contra Dukemon, que rapidamente desmaterializa seu sabre e se põe de modo a agarrar o oponente. Antylamon sai do local onde estava como um relâmpago, passando pelo Qilinmon sem que fosse percebida, e se posiciona atrás de Dukemon, imobilizando-o com seus enormes braços.

— Agora Qilinmon! – Grita seu domador.

— Espada do Furacão.

Do seu chifre, Qilinmon emite uma lâmina de energia que atinge o peito do cavaleiro medieval. Antylamon ainda se esforçava para contê-lo mas acaba não resistindo à tamanha força e o solta, deixando-o desnorteado com o enorme salto que dera. Um enorme ideograma atinge Dukemon pelas costas, explodindo. Stingmon aos poucos se levanta.

— Temos que sair daqui o quanto antes! – Diz Taomon.

Qilinmon e Antylamon se aproximam dos humanos.

Kau corre até Stingmon.

— Kau, o que você vai fazer? – Grita Levi.

O garoto de braço inteiramente tatuado chega próximo do seu digimon e se abaixa. O domador havia encontrado a carta e a ergue, mostrando a seus companheiros.

A poeira da explosão se dissipa e Dukemon estava com o seu escudo apostos. O digimon reunia o máximo de energia possível.

O garoto magro que usa óculos de lentes redondas estava muito nervoso a apertava todos os botões do seu digivice.

— Abre logo caramba!

— Não podemos abrir portais aqui, Albert – Diz o líder dos calouros de maneira calma, observando cada movimento do inimigo.

— Não vamos sair daqui com vida! – Exclama.

Kau olhava fixamente para Dukemon. Albert, Júnior e Levi, observam o colega que estava distante sacar o digivice e ordenar que seu digimon evoluísse. Stingmon, mesmo machucado, consegue evoluir para o nível Perfeito e se torna Jewelbeemon, um guerreiro digimon revestido por uma couraça verde e de posse de um cajado.

Jewelbeemon segura Kau pela cintura com um dos braços e voa na direção de Dukemon.

— O que ele pensa que ta fazendo? – Exclama Júnior que rapidamente monta no Qilinmon e alça voo até se aproximar do seu amigo e colega.

— Qual a sua intenção?

— Nos livrar de uma fria!

— Elísio Final – Dispara Dukemon na direção de ambos.

Jewelbeemon e Qilinmon se afastam e após desviarem da técnica, tornam a se aproximar. Dukemon percebe o ato falho e salta, materializando novamente seu sabre e voa de encontro aos digimons. O digimon de Kau, notando a aproximação do cavaleiro medieval, coloca seu domador sobre as costas de Qilinmon e avança.

Qilinmon retorna o mais rápido que podia com os domadores.

— Para onde é que vocês estão me levando? – Kau estava eufórico.

— Vocês irão ficar com os demais. Deixe que nós cuidemos dele – Diz Qilinmon.

Taomon e Antylamon avançam para ajudar Jewelbeemon. Qilinmon pousa próximo de Albert e Levi, deixando Kau e Júnior, e voa de encontro à batalha.

— Droga! – Exclama o garoto.

— O que foi, Albert? – Pergunta Levi.

— Lúcia mandou avisar que Calamon e Alex estão impedindo-os de vir.

 

— Punho do Destino.

— Ciclone Imperial.

Grappleomon, mesmo exausto, consegue desviar das técnicas de Angemon e Kazemon.

— Cristal Sefirot.

— Fogo do Dragão.

Mesmo com Ophanimon e Metalseadramon, Calamon em sua forma animal e com asas, consegue desviar de ambas as técnicas sem dificuldade.

— E agora, Verônica, o que a gente faz? – Pergunta João preocupado. - Precisamos ajudar o pessoal que está no Continente Perdido.

— João! - Diz Lúcia - Albert acabou de dizer que estão batalhando contra Dukemon e que já conseguiram achar a carta.

O domador de barba cerrada fica ainda mais nervoso. Ele tem que conseguir alguma maneira de livrá-los da batalha contra Calamon e de ajudar os domadores que estão batalhando contra Dukemon.

— Já sei! Lúcia vá até meu quarto e pegue as Cartas Acessórias!

— Isso é muito ariscado, João – Diz a garota magra de cabelos volumosos – Esquece!

— É o melhor que temos a fazer. Blaze pode matá-los, e o que eu puder fazer para impedir, farei!

Enquanto João, Verônica e Lúcia conversavam, Murilo e Flávia estavam nervosos por conta da batalha. Grappleomon avança aos socos na digimon elemental do vento, que acaba caindo de costas contra o chão, se arrasta por alguns metros e regride. Angemon rapidamente atinge um golpe com seu bastão dourado na nuca do digimon de Alex, que cambaleia tentando fugir e é atacado com vários socos pelo Etemon. O digimon macaco o segura firme pela juba e o lança, com um giro rápido de corpo, contra o chão. Grappleomon fica inconsciente. Etemon se afasta.

O punho do digimon arcanjo brilhava.

— Punho do Destino.

— Rede Negra.

Grappleomon regride após receber os ataques.

— Rápido, Lúcia, vá agora!

A garota abre um portal e desaparece através dele.

— Começando a fugir? – Pergunta Calamon irônico.

— Isso é o que você quer! – Indaga João.

Angemon se aproxima de Ophanimon e Metalseadramon. Etemon se aproxima de Lunamon e a recolhe do chão, devolvendo-a a sua domadora. Alex caminha até Leomon caído.

— Desista, Calamon! – Brada Angemon segurando seu bastão com ambas as mãos.

— Você tem que ser destruído! – Afirma Ophanimon muito ofegante.

— Eu tenho pena de vocês. Arriscam-se tanto por causa de meros humanos – Calamon sorri. - Observe seu estado físico, Ophanimon. Você se desgastou tanto para lançar um ataque de grande magnitude e o tiro saiu pela culatra. Sei que em poucos minutos, os Extremos regrediram. E ficarei lisonjeado em batalhar a sós com Angemon.

— Quem você pensa que é para afirmar isso? – Verônica estava profundamente irritada.

— Antes de qualquer coisa sou um digimon, garota. Sei dos limites que temos.

— “Se isso for verdade, Ophanimon e Metalseadramon estão nos seus limites e isso pode ser a fatal. Anda logo, Lúcia” – Pensa Verônica.

— Você também irá regredir, Calamon. Logo não terá forças para administrar as cartas que possui – Diz Murilo. – Iremos confiscar cada uma dessas cartas.

— Isso é o que veremos.

Calamon materializa um arco em uma de suas mãos e, ao tencionar a corda, uma flecha negra surge pronta para ser lançada. Ophanimon rapidamente se desloca mais à frente e usa seu escudo sagrado, que aumenta de tamanho, protegendo Angemon e Metalseadramon.

A flecha negra, disparada pelo digimon das trevas, cresce assustadoramente e esbarra no escuro da digimon arcanjo. Ophanimon se esforçava para resistir. Seus bits davam sinais de se desintegrarem. Verônica observava temerosa. Ophanimon, aos poucos seguia perdendo terreno para a técnica de Calamon. Alex observava o grandioso embate.

— OPHANIMON! – Grita Verônica.

Uma explosão acontece. Etemon agarra aos domadores temendo que fossem atingidos indiretamente. Uma grande massa de ar se desloca. Verônica se movia com grande esforço, tentava olhar sobre o ombro do digimon gorila para ver o que havia acontecido.

Um digimon caí com forte impacto ao lado de Etemon e dos domadores. Angemon estava bastante machucado, mas demonstrava reação. Plotmon e Betamon estavam caídos, desmaiados, logo atrás do digimon de Bento.

Verônica e João se livram do digimon gorila e correm até seus parceiros, pegando-os nos braços.

Murilo caminha até Angemon, que aos poucos ficava de pé.

— Angemon, agora é com a gente! Tente resistir o máximo que puder. Lúcia está trazendo as cartas.

— Eu irei ajudá-lo, Murilo – Diz Etemon.

— Plotmon, você se esforçou demais hoje – Verônica afagava sua digimon.

— E o que eu disse se cumpriu. – Brada Calamon. - Agora você sabe quem sou para afirmar isso.

— CALE A BOCA! – Verônica estava histérica.

— Angemon! – Murilo acena com a cabeça, indicando que o digimon fosse. Etemon o segue por terra.

— Você quer me afrontar sozinho. Um simples Adulto.

Duas esferas negras se aproximam por baixo e o atingem. Etemon havia atacado. Angemon aproveita o descuido e avança com seu bastão, golpeando-o de maneira incansável. O arcanjo Adulto consegue lançar o lobo negro alado contra o chão. O digimon Perfeito corre até o oponente e lhe desfere socos e chutes até que é arremessado, como que por uma ventania, de encontro ao Angemon que voava metros acima, desviando pouco antes de ser atingido. Angemon consegue segurar Etemon pouco antes da queda e o aterrissa em segurança. Ambos estavam próximo dos domadores.

Calamon se põe de pé.

— Acho que querem mesmo morrer - Calamon passa o dorso da mão próximo a boca e nota que bits estavam se liberando através de uma ferida - Isso não foi legal!

Calamon faz um movimento circular com as mãos e cria uma esfera negra de energia. João, Lúcia, Flávia e Murilo, ao verem o movimento, se recordam que Calamon usou a mesma técnica contra Angler, enquanto fugiam do Continente Perdido.

Um grande brilho acontece ao lado dos humanos e Lúcia surge por um portal. A domadora estava de posse das cartas!

— João as cartas! – Lúcia corre até o garoto.

— Idiotas! Trouxeram, mesmo, as cartas? Isso é bom demais pra ser verdade.

Calamon dissolve sua técnica. O digimon queria muito as Cartas Acessórias e acabara de surgir uma grande oportunidade de tê-las. A garota negra de corpo malhado passa as cartas para João, que rapidamente procura uma em específico. Calamon ergue sua mão na direção do domador. Iria utilizar da sua Telecinese e capturar todas as cartas.

— Murilo, pegue!

Em fração de segundos, João entrega a carta do Teletransporte para Murilo que a passa pelo seu digivice, fazendo com que Angemon conseguisse teletransportar todos de lá antes que Calamon estalasse seus dedos e usurpasse as cartas.

 

— Onde eles estão? – Pergunta João olhando ao redor.

O digimon anjo havia teletransportado a todos para o Continente Perdido.

— Angemon, voe e procure-os.

Angemon acata a ordem do seu domador e ascende até próximo do teto rochoso do núcleo do Mundo Digital. O digimon olha em volta e rapidamente desce, pousando ao lado do Murilo.

— E então? – Pergunta.

— Eles estão caídos próximo a entrada do esconderijo de Calamon.

João corre até o lugar citado pelo Angemon. O domador estava temeroso pelo que havia acontecido com os domadores. João carregava Betamon nos braços assim como Flávia e Verônica, que carregavam suas parceiras também desacordadas. Murilo seguiu voando com Angemon e Lúcia corria ao lado de Etemon.

Finalmente João chega ao lugar. Estava muito ofegante, mal conseguia falar. Angemon havia regredido para Patamon e havia pousado sobre o ombro de Murilo que estava ao lado de Levi, o único domador consciente. Flávia corre até Júnior para ajudá-lo, o mesmo faz Verônica com Albert. Lúcia e Etemon estava com Kudamon, Renamon e Lopmon.

João se aproxima de Murilo e Levi.

— Onde está Kau? – Pergunta João, ainda ofegante.

 

Continua...


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