Dark Rose escrita por TayCristie


Capítulo 3
ENCONTRO MEU PARCEIRO EM UM ARMÁRIO DE VASSOURAS


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do 3º capítulo...
Boa leitura!



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  Eu pedalava sem parar. Já deveria estar fazendi isso há umas 2 horas. O impressionante é que eu não estava cansada, e a rosa na minha boca não me incomodava.

rn

  Já era noite. As luzes dos postes iluminavam a rua escura. Havia mais pessoas alí. Ainda bem que esta rua não estava deserta. Tenho más experiências com ruas assim.

rn

  Por onde eu passava as pessoas me olhavam. Acho que é pelo fato de eu estar em uma bicicleta correndo feito louca.

rn

  Onde eu deveria estar? Este não parece o bairro em que moro. Por que eu não parava de pedalar? Eu quero parar, mas não consigo.

rn

  De repente minhas pernas começaram a desacelerar, e a bicicleta começou a parar. Eu estava ficando aliviada. Finalmente.

rn

  Parei em frente a uma casa velha. Não havia vizinhos ao redor. Algumas telhas da varanda estavam quebradas, e outras faltavam. Sua textura era de madeira podre, e o piso da varanda parecia que ia rachar se alguém pisasse alí.

rn

  A porta de entrada - também de madeira - estava entreaberta. Ela estava bem descascada e com algumas rachaduras. As janelas, apesar da poeira e das teias de aranha, estavam em perfeitas condições. Era de vidro, o que me fazia achar mais estranho ainda o fato de estarem bem conservadas.

rn

  Desci da bicicleta e tirei a rosa da boca. Andei em direção às escadinhas que davam para a varanda. É muita burrice ir até lá, mas eu não conseguia controlar meu corpo.

rn

  As escadas eram de concreto, e estavam bem trincadas. O piso rangeu quando pisei na primeira tábua. E depois na segunda... na terceira... Até que cheguei à porta. A empurrei para abrir. Ela também rangeu, mas mais alto que as tábuas do piso.

rn

  Lá dentro estava escuro, mas, pela luz de um poste, pude ver que não tinha praticamente nada alí. Apenas dois sofás e um criado-mudo com um abajur em cima. Entrei, e quando a porta se fechou, tudo escureceu. Acho que havia cortinas nas janelas, pos a luz do poste não entrou por elas.

rn

  _Olá - eu disse bem alto. Não sei porquê fiz isso. - Olá!

rn

  Dei alguns passos. Acho que consigo encontrar o abajur. E se ele funcionar seria ótimo. O encontrei, e quase o derrubei no chão procurando o interruptor. Até que enfim encontrei. Apertei e a luz acendeu.

rn

  Havia uma enorme escada à minha frente, com um tapete cor de vinho que parecia ser feito de camursa. A escada era feita de um aço que parecia ouro. A beleza daquela escada me convidava a ir para cima.

rn

  Senti uma fincada no dedo que tinha espetado na rosa,  e então comecei a subir a escada. Enquanto subia, olhei para o meu dedo. Parecia que uma grave queimadura estava se cicatrizando. Me assustei com isso.

rn

  Não pude deixar de passar a mão pelo corrimão. Era gelado, e agora brilhava um pouco.

rn

  Quando cheguei ao topo, vi que tinha duas opções de portas. Uma à esquerda e outra à direita. Senti que deveria ir pela da esquerda.

rn

  Meu corpo gelou um pouco quando cheguei à porta. Estranhei quando vi uma placa com os dizeres ARMÁRIO DE VASSOURAS. Essa placa não estava alí. E aquele não era lugar para um armário de vassouras.

rn

  Tentei girar a maçaneta, mas estava muito dura. Tentei de novo, com todas as minhas forças. Não consegui. Desisti. Com os punhos cerrados, bati com toda força na porta e gritei:

rn

  _Droga!

rn

  Enquanto ainda amaldiçoava a porta, a maçaneta girou. Assim, tão fácil. Seí de perto da porta quando ela se abriu abruptamente e um garoto caiu no chão. Parecia desmaiado.

rn

  _Finalmente - disse ele, ainda no chão, com uma voz que parecia sonolenta.

rn

  Eu o olhei espantada. Um garoto em um armário de vassouras? Aquilo estava ficando estranho de mais.

rn

  Se apoiando com as mãos e os joelhos, ele conseguiu se levantar. Estava meio tonto, e suava muito. Depois de alguns segundos, ele encontrou meu rosto.

rn

  Ele parecia o garoto da imagem que eu tive antes de pirar. Cabelo preto, olhos azuis.

rn

  _Quem é você? - Perguntou ele.

rn

  _Eu pergunto "quem é você" - eu disse. - Quem é você.

rn

  _Jason Sullivan - disse ele, e estendeu a mão. - Obrigado por me ajudar.

rn

  _De nada - eu disse, sem pegar na mão dele. E também, uma de minhas mãos estava dolorida, e a outra estava segurando a rosa - e eu a escondia atrás de mim.

rn

  _Então - disse ele -, qual é o seu nome?

rn

  _Corine - eu disse. - Corine Bandlech.

rn

  _O que veio fazer aqui, Corine?

rn

  _Eu... Hãn... Eu gosto de casas sinistras. Me disseram que nessa aqui dá pra se levar uns bons sustos, então...

rn

  _Gosta de casas sinistras? - Disse ele, rindo. - Deixa eu ver sua mão.

rn

  _O quê? Pra quê?

rn

  _Me deixa ver.

rn

  Hesitei um pouco, mas depois o deixei ver minha mão - a esquerda, claro.

rn

  _Não - disse ele. - A outra.

rn

  _Escuta aqui... - comecei a dizer, mas ele me interrompeu.

rn

  _Ninguém pode encontrar essa casa. Isso eu descobri recentemente. Só se pode encontrar essa casa quem possui um certo... Artefato, digamos assim.

rn

  _Realmente não sei do que você está falando.

rn

  Ele levantou o dedo, me pedindo para esperar um pouco, e voltou para dentro do armário. Voltou com alguma coisa na mão.

rn

  _E então?! - Disse ele, me mostrando sua rosa negra.

rn

  _Não... O quê?!... Como?!... Eu não entendo. Achei que só existisse uma coisa dessa.

rn

  Finalmente tirei minha mão das costas, mostrando minha rosa negra.

rn

  Fiquei muda por uns segundos.

rn

  _Que casa é essa? - Perguntei.

rn

  _Não sei - respondeu Jason. - Só sei que só pode encontrá-la quem possui uma rosa negra, e que há três dias que estou preso naquele armário de vassouras.

rn

  _Como foi parar lá dentro? - Perguntei, enquanto ia em direção à escada.

rn

  _Havia uma placa escrito JOGUE FORA SUA ROSA NEGRA AQUI!, e eu caí feito um patinho. Quando abri a porta, alguma coisa me puxou para dentro e eu não consegui sair mais.

rn

  _Nossa. Que divertido! Tá na cara que era enganação. E por que não apareceu nada assim para mim?

rn

  _Olha, eu não quero te zuar, não, mas é um armário de vassouras. Só cabe um lá dentro. Só eu com aquelas vassouras já estava apertado de mais.

rn

  _Tudo bem. Olha, eu nem te conheço. Não quero saber da sua experiência de dividir um espaço minúsculo com vassouras.

rn

  Apressadamente, fui até a porta, mas não consegui abri-la. Estava trancada.

rn

  Corine. Escutei meu nome sussurrado.

rn

  _Dá pra parar com isso? - Eu disse, olhando para Jason.

rn

  _Eu não fiz nada - disse ele.

rn

  Corine! Escutei novamente.

rn

  _Você escutou isso? - Perguntei.

rn

  _Sim - respondeu ele. - Vem cá. É normal fantasmas saírem por aí dizendo seu nome?

rn

  Eu o olhei de cara feia.

rn

  _Foi mal. Era só pra saber.

rn

  Corine! Agora pude perceber que era uma voz masculina.

rn

  Percebi que não iria parar até eu responder.

rn

  _S-sim? - Gaguejei.

rn

  _Ah, finalmente - disse uma voz, e seu corpo se materializou bem na minha frente.

rn

  Eu só podia estar ficando louca. Era meu pai. Jason deu um pulo de susto.

rn

  _Pai? - Eu disse. - Com? Você está morto.

rn

  _Não percebeu que é um fantasma? - Disse Jason. - Sabe, a forma como ele apareceu...

rn

  Meu pai olhou de cara feia para ele.

rn

  _Tudo bem, vou me calar - disse ele.

rn

  _Corine - disse meu pai. - Eu não estou realmente morto. Então, não sou um fantasma.

rn

  _Como assim? - Perguntei.

rn

  _É uma longa história - disse ele. - Eu apenas estou aqui para lhe dar informações. E vejo que já encontrou seu parceiro.

rn

  _Parceiro? - Eu disse.

rn

  _Sim. O parceiro que seguirá viagem com você.

rn

  _Espera um minuto - disse Jason. - Quer dizer que ela é minha parceira?

rn

  Meu pai assentiu.

rn

  _O que você esperava? - Meu pai perguntou.

rn

  _Nem eu mesmo sei o que eu esperava. Mas... Pelo menos encontri minha parceira. Tem gente que passa anos procurando o seu.

rn

  _Parece que eu sou a única desinformada sobre esse assunto, não é? - Eu disse.

rn

  _Se você me deixasse falar - disse meu pai.

rn

  _Tudo bem - eu disse. - Eu deixo.

rn

  Meu pai ficou calado. Parecia que estava prestando atenção em alguma coisa.

rn

  Meus olhos captaram uma sombra negra passar rapidamente no topo da escada.

rn

  _O que foi aquilo? - Perguntei.

rn

  Papai olhou para a escada.

rn

  _Vocês têm que ir - disse ele. - Corine, você tem que ir com Jason. Há uma carona esperando por vocês no final da ladeira. Vão agora!

rn

  Eu olhei para Jason e ele para mim. Fomos correndo para a porta, que abriu facilmente.

rn

  _Pai, e você? - Gritei.

rn

  _Não se preocupe comigo - disse ele. - Vá logo, Corine.

rn

  Num piscar de olhos, eu e Jason já estávamos correndo ladeira abaixo, cada um segurando sua rosa negra.

rn

  _Eu posso te explicar tudo - disse ele.

rn

  _Tudo bem - concordei.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam desse capítulo?
Deixe reviews.. No final de capa parágrafo, apareceu uns "rn"... Não consegui tirá-los, então ignore-os... Bjukas!! *--*