Dark Rose escrita por TayCristie


Capítulo 2
POR CAUSA DAQUELA ROSA, ...


Notas iniciais do capítulo

... EU ROUBO A BICICLETA DO MEU VIZINHO". <-- Essa frase é a continuação do título do capítulo 2. Infelizmente não coube lá no espaço..
Bom, espero que gostem...



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  O café-da-manhã foi inquietante. Eu não queria, mas não conseguia não olhar para a rosa de 5 em 5 segundos.

  Às 9 horas, mamãe já havia ido pro trabalho. Eu estava sozinha, como sempre. Não queria admitir, mas sentia falta de Drew, minha ex-melhor amiga. Ela era uma boa companhia.

  Eu estava na cozinha, lavando o prato em que comi meu almoço, quando voltei para a copa e encarei a rosa. Ela me fazia lembrar o cara do capuz, e ainda me fazia ter vontade de sair correndo. Havia algo de errado com aquela planta. Uma rosa negra? Isso não existe. Mas me assustava o fato de ela ter aparecido magicamente no meu quarto. Será que é Magia Negra?

  Eu ri de mim mesma. Magia Negra? Ah, corta essa!

  Resolvi esquecer que aquela rosa estava ali. Talvez até esquecer que ela existia. Fui para a sala. Queria ver algum filme.

  Quando me sentei no sofá, a campanhia tocou. Quem será? Ninguém nunca vem aqui. Fui atender.

  _Oi - disse a garota quando abri a porta. Era Drew. Ela tinha os cabelos pretos até os ombros, e os olhos eram azul-celeste. Sua pele era clara, como a de uma boneca de porcelana.

  _O que faz aqui? - Perguntei.

  _Vim ver você - disse ela.

  _Não, sério. O que você quer?

  _Ora, Corine - disse ela, entrando pela brecha que eu deixei. Fechei a porta. - Eu queria pedir desculpas.

  _Depois de cinco meses você resolve pedir desculpas? - Eu disse, surpresa.

  Ela corou. Seus olhos ficaram tristes.

  _Me perdoe - disse ela. - Já faz algum tempo que eu queria pedir desculpas. Eu só não sabia como.

  _Você traiu nossa amizade - eu disse. - Se lembra do pacto que fizemos quando tinhámos doze anos? "Nunca terminaremos nossa amizade. Nunca deixaremos ninguém destruí-la". Você deixou, Drew. Quebrou o pacto. A promessa, ou sei lá o quê...

  _Eu sei - disse ela. - Mas eu quero sua amizade e sua confiança de volta, Corina. Podemos fazer outro pacto. E eu juro que não vou quebrá-lo.

  Olhei em seus olhos. Parecia que ela estava dizendo a verdade.

  _Não - eu disse. - Não confio mais em você, Drew. Pode voltar para as suas amigas líderes-de-torcida.

  Parecia que ela ia desabar em lágrimas, mas então empinou o nariz e rumou porta afora.

  _Foi uma escolha sua, Corine - disse ela.

  _Não - eu disse. - Você escolheu isso.

  Ela fez uma cara feia e foi embora, batendo a porta. Pela janela, a observei ir embora, até que sumiu de vista.

  _"Me desculpe, Corine" - a imitei. - "Quero sua amizade de volta. Vamos fazer outro pacto. - Bufei. - Cretina mentirosa. Prefiro a amizade daquele cara de capuz.

  Olhei para a TV. A vontade de assistir um filme havia sumido. Subi para o meu quarto.

  Não havia nada para fazer, e eu não queria sair de casa. Peguei meu MP4 e me joguei na cama. A primeira música que veio já era lenta. I Am, Christina Aguilera. Fiquei com sono no primeiro minuto de música. Aos poucos, meus olhos foram se fechando, até que eu adormeci.

  Sonhei. Eu estava em uma igreja, que estava deserta. Ao meu lado, a voz de meu pai me assustou quando ele falou.

  Ela foi atrás de você.

  Eu o olhei. Sei que era um sonho, e que ele estava morto. Mas como chegara alí tão rápido?

  Não devia tê-la jogado fora, continuou ele, Foi sorte sua mãe tê-la pego de novo. Embora ela fosse voltar pra você de qualquer jeito.

  O que aquela rosa tem de especial?, perguntei, Tirando o fato de ela ser negra. Como ela saiu magicamente do meu pesadelo e goi parar na minha mesinha de cabeceira?

  Ela é importante, meu pai disse, E muito, muito especial. Tem que tomar conta dela, Corine. Logo, logo você precisará usá-la para algo importante. Na verdade, começará agora.

  Agora?, perguntei, Quer dizer, agora, agora mesmo? Como? E para quê eu preciso usá-la.

  Você descobrirá, Corine, disse, Agora, me escute bem. Quando acordar, quero que vá até a rosa. Pode parecer loucura o que vou dizer, mas você tem que fazer.

  Ele parou um pouco, e depois continuou.

  Eu quero que você espete seu dedo no terceiro espinho de cima para baixo. Não é só encostar, Corine. Tem que sair sangue.

  Eu paralisei. Uma pessoa normal não daria atenção à isso, pois é apenas um sonho. Mas eu tenho provas suficientes de que meus sonhos não são apenas sonhos. E além do mais, será só uma espetadinha e um pouquinho de sangue. Embora eu não quisesse chegar perto daquela rosa, obedeceria meu pai, mesmo ele estando morto.

  Você entendeu?, ele perguntou.

  Sim, pai, respondi.

  Ele deu um sorriso de aprovação, e sumiu. Se dissipou como fumaça, e eu estava sozinha na igreja. Corri os olhos pelo local. Embora seja um lugar sagrado, de paz, a imagem de Jesus pregado na cruz, com todos aqueles estigmas e cheio de sangue, me dava medo, e me fazia sentir um frio na espinha.

  Houve um barulho na porta de entrada e eu acordei. Os fones do MP4 ainda estavam no meu ouvido. Tocava Whataya Want From Me, do Adam Lambert. Tirei-os e desliguei o aparelho.

  Olhei pela janela. Já estava escurecendo. O relógio do meu celular marcava 6:30h da tarde. Depois de pensar bastante naquele sonho, resolvi descer.

  A rosa estava lá, no mesmo lugar. Vê-la era perturbador. O que estava havendo comigo? Estou com medo de uma planta?

  Com a mão direita, a peguei na parte do caule que não tinha espinhos. A olhei de perto. Era linda, mas me fazia querer arrancar pétala por pétala. Com o dedo indicador da mão esquerda, procurei o terceiro espinho de cima para baixo.

  Era mais pontudo que todos os outros. Encostei a ponta do dedo, e respirando fundo, espetei. Foi uma dor leve. Quando tirei o meu dedo, o ponto não parava de sangrar. Senti uma onda de choque passar por meu corpo, começando pela ponta do dedo. Eu gemi de dor. De repente não sentia meus braços e minhas pernas, e logo depois houve uma explosão de dor.

  Deixei a rosa cair, e eu mesma caí de joelhos, arfando e gritando de dor. Com as mãos apoiadas no chão, me dobrei, ainda sentindo uma dor muito forte. Minha cabeça parecia que ia explodir. E então tudo parou. Não senti mais nada. Eu estava com os olhos arregalados, e uma imagem passou por minha mente. Um rapaz, de cabelo preto e olhos azuis, estava segurando uma rosa igual a minha. Ele gritava alguma coisa, mas eu não conseguia escutar, e eu não sou boa em leitura labial.

  A imagem então parou, e eu enxerguei o chão novamente. Caí ali mesmo. Não desmaiei, mas estava cançada e dolorida de mais para levantar.

  O que tinha sido aquilo? Foi bem sinistro.

  De repente eu não controlava mais meu corpo. Levantei em um salto e peguei a rosa do chão. Saí porta afora. A rua já estava quase escura. Eu precisava ir a algum lugar, mas eu não sabia onde. E precisava de um jeito para ir.

  Olhei em volta. Vi a bicicleta do vizinho parada no jardim, sem ninguém vigiando. O mais rápido que pude, fui até lá e peguei a bike. Coloquei a rosa na boca, não me importando com os espinhos, e comecei a pedalar.

  Não sei para onde ou quanto tempo levaria. Só sei que estava indo atrás de alguma coisa, e que aquela rosa mudara alguma coisa em mim.


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Notas finais do capítulo

Tá aí o capítulo 2. O que acharam???
Foi bom?? (espero que sim).
Aguardem o próximo capítulo, vai ser muito legal...
Bjukas!!
*--*