Dark Rose escrita por TayCristie


Capítulo 4
UM JARDIM DO MEU PIOR PESADELO




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  Aquela ladeira era enorme. Mas estávamos na metade. Senti um vento frio passar por meu pescoço e parei, olhando para trás. Ainda dava para ver um pedaço da casa.

  Vi uma sombra negra sair de uma das janelas, e estava vindo em nossa direção.

  _Vamos, Corine! - Gritou Jason.

  Eu olhei para ele. Estava mais adiantado que eu. Não iria ficar alí esperando aquela sombra, então voltei a correr. Alcancei Jason. Ainda olhava para trás de vez enquando. A sombra havia sumido.

  Perdi um pouco o foco e cambaleei, em seguida tropecei em meus próprios pés e desci rolando o resto da ladeira. Me lembro de ter dado um gritinho quando bati com as costas na roda de um carro. Jason chegou em seguida.

  _Você está bem? - Perguntou.

  _Eu pareco bem? - Eu disse, tentando me levantar. Jason me ajudou.

  No carro, a janela do carona foi aberta, e um homem disse:

  _Vamos, entrem logo.

  Jason abriu a porta e afastou o banco para eu me sentar atrás.

  _Então, você é nossa carona? - Eu disse.

  _Sim - disse o homem.

  _Para onde vamos? - Perguntei.

  _Vocês verão.

  Quando Jason entrou, ele ligou o carro e partimos.

  Aquele carro era um Opala 1960, e estava bem concervado. Sempre quis entrar em um desses. Esse era preto, e seu estofado era todo de couro. Maravilhoso!

  _Então - disse Jason -, qual é o seu nome?

  _Jeffrey Coyne.

  _Nós somos... - começou Jason, mas foi interrompido pelo homem.

  _Jason Sullivan e Corine Bandlech. Sei muito bem. Ah!, vocês terão uma grande surpresa. Será assustador e inquietante no começo, mas vocês se acostumam.

  _Quem pediu para você nos esperar? - Perguntei.

  _Nicholas Bandlech - disse ele. - Seu pai. Você descobrirá muitas coisas sobre seu pai, Corine. Acho que já sabe que ele não está...

  _Morto - completei. - É, eu sei.

  Ficamos em silêncio por algum tempo. Olhei a estrada pela janela. Eu não conhecia aquele lugar.

  _Onde estamos? - Perguntei.

  _Atlanta, Geórgia - respondeu Jeffrey.

  _O quê? Não... Eu moro e Nova Jersey. Não posso ter chegado tão longe em um dia. Quero dizer, algumas horas.

  _Digamos que você teve uma ajudinha - disse ele.

  Olhei para a rosa. Claro! Devia ter imaginado.

  _Estamos chegando nesse tal lugar? - Perguntou Jason. Parecia inquieto.

  _Quase - respondeu Jeffrey.

  Depois de alguns minutos, entramos em uma propriedade, que eu assustei quando vi o nome - Saint Cross Cemitery.

  _Um cemitério? - Perguntei, apavorada.

  _Se acalme, Corine - disse Jeffrey. - É melhor do que você pensa. Pelo menos eu acho que é melhor.

  Já estava amanhecendo. O céu estava num tom de cinza-azulado, abandonando a noite. Não é bom estar em um cemitério em momentos como este. Deixa as coisas ainda mais apavorantes.

  O cemitério parecia ser daqueles de gente rica, mas não havia nenhum segurança e ele estava meio abandonado. Jeffrey parou o carro em frente a um jazigo meio antigo. Suas paredes de concreto estavam rachadas e sem pintura. O portão de ferro estava enferrujado. Todos saímos do carro.

  _Venham, garotos - disse Jeffrey, indo em direção à porta.

  _Não vou entrar aí - dissemos eu e Jason juntos.

  _Os mortos não podem fazer nada com vocês - disse Jeffrey. - Estão mortos.

  _Vai que eles são fãns de Resident Evil e resolvem fazer igual - disse Jason.

  _Nada vai se transformar em morto-vivo - disse Jeffrey. - Agora, vamos!

  Enquanto Jeffrey abria o portão, fiquei lado a lado com Jason e sussurrei:

  _Bela tentativa, medroso.

  _Não sou medroso. Eu realmente acredito nessas coisas.

  Eu ri, e por mais que não quisesse entrar, acompanhei Jeffrey quando ele abriu o portão.

  Lá dentro estava escuro e cheirava a cadáver.

  _Que cheiro horroroso - reclamei.

  _Daqui a pouco passa - garantiu Jeffrey.

  Jeffrey tirou um isqueiro do bolso, pegou uma lamparina que estava pendurada na parede e a acendeu.

  _Cuidado com os degraus - disse ele.

  Eu o seguia, e Jason ia atrás de mim.

  _Feche o portão, garoto - disse Jeffrey. Jason obedeceu.

  Eram muitos degraus, até perdi a conta. Uns... 30? Ou 35. Só sei que fomos muito para baixo.

  Eu deveria estar louca. Me enfiar num jazigo escuro com dois estranhos. Eu estava realmente fora de mim.

  Finalmente os degraus acabaram, mas eu queria subi-los novamente. Alí havia alguns caixões de pedra e algumas gavetas na parede.

  _Sinistro - disse Jason. - Nunca imaginei que fosse assim.

  Jeffrey se virou para uma parede onde não havia nada. Ele a tocou só com as pontas dos dedos da mãos direita, e murmurou algumas palavras. Não entendi o que era, e com certeza ele não estava falando inglês.

  O local chaqualhou. Caiu muita poeira do teto.

  _Ah, meu Deus! Terremoto! - Gritou Jason.

  _Shh... - disse Jeffrey.

  Jason se calou.

  A parede começou a se afastar um pouco da coluna. Fechei os olhos, pois ainda caía poeira do teto.

  _Garotos - disse Jeffrey, e eu abri os olhos. A parede havia se afastado da coluna no espaço de uma porta normal. De lá saíam luzes de velas acesas.

  Jason e eu entramos, e quando Jeffrey entrou também, a parede voltou ao seu lugar.

  Era um grande túnel, iluminado por várias velas bem grandes que estavam penduradas nas paredes. Andamos por ele. Deixei Jeffrey passar à frente para nos guiar. O túnel se dobrava à esquerda, onde cotinuava. Depois à direita; à direita, novamente; à esquerda; e reto. Lá no final dava para se ver uma luz de dia claro. Estava louca para chegar lá.

  Quando chegamos, a luz do dia me invadiu. Parecia que fazia tempos que eu não me sentia bem.

  _Por aqui - disse Jeffrey, indo pela direita.

  O cemitério havia desaparecido - graças a Deus! Ao longe, eu avistei uma casa. Senti que era para lá que estávamos indo.

  Depois de uns instantes, senti um pedo nas pernas e parei. Os outros dois não perceberam que eu havia feito isso. Esperei eles se afastarem um pouco, e então voltei para trás, indo pelo lado contrário do deles. Ao mesmo tempo em que eu não queria fazer isso, eu queria. Coisa que me deixava confusa.

  Me virei para o lado de uma colina, e tive certeza de que eles não poderiam me ver. Andei reto, parecendo que sabia para onde estava indo.

  Havia mato e folhas secas por todos os lados. Andei por um bom tempo sem prestar atenção onde estava indo. Estava desesperada para chegar a algum lugar. Mas onde? Céus! Eu preciso de um psiquiatra.

  Não estava vendo por onde eu estava passando, só voltei a pensar novamente quando arranhei meu braço em algum lugar. Olhei para baixo e vi alguns espinhos.

  Levei a mão à cabeça e olhei para o que estava ao meu redor. Eram muitas. Milhares, talvez. Todas negras. Milhares de rosas negras. Aquilo era um jardim.

  Me senti sufocada. Milhares daquela coisa? Oh, não! Isso não pode estar acontecendo.

  Um vento gelado passou por mim e as rosas se agitaram. Quando olhei para o céu, vi aquela sombra negra novamente. Mas agora tinha o formato de alguma coisa com capuz. Não era igual ao cara de capuz do meu sonho. Aquilo era pior.

  A coisa investiu contra mim, e, dando meia volta, saí correndo. Estava me arranhando toda por causa dos espinhos das rosas, mas tinha certeza de que ser pega por aquilo era pior.

  Enquanto ainda corria no meio das flores, tropecei em uma pedra e caí, me ralando toda.

  A sombra de capuz veio pra cima de mim. A últica coisa que vi, foi um clarão e a coisa desapareceu. Depois, desmaiei.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo???
Quero creditar a minha friend Grasi, por ter me dado a ideia do jardim de rosas negras... Valeu Grasii!! o/
Deixem reviews..
Bjukas!! E até o próximo capítulo.
*--*



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