Destinos Escritos sobre as Mesmas Linhas escrita por PattyPanddy


Capítulo 5
Passado


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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*-* Flash Back ON *-*

 

Alguns anos antes...

 

 Era uma bela tarde de primavera, o céu estava alaranjado, as arvores estavam repletas por belas flores, mas nem tudo são flores na vida de uma pessoa, o caminho até as mais belas flores é repleto por afiados espinhos.

 

 Berthold Hawkeye, era um alquimista muito renomado, tinha bastante prestigio entre os habitantes da cidade, era respeitado como se fosse uma das pessoas mais importantes que por aquela região moravam.

 

 A filha dele era bela, uma das mais belas moças que poderiam se imaginar, os cabelos loiros que chegavam até certa parte das costas, os olhos castanhos avermelhados e um sorriso de dar inveja a qualquer uma, por onde passava chamava a atenção dos rapazes, que logo era dispersa pela companhia junto a ela, o aprendiz de seu pai, que saia por todos os lugares junto com ela para protege-la dos rapazes que a cercavam.

 

 Certo dia, não se entendia muito bem o porquê, mas Berthold bebera demais, estava frustrado com algo, ninguém ao seu redor entendia a razão que o afligia. A filha tentou se aproximar, mas tudo que conseguiu perceber fora a fúria de seu pai. Ele a arrastou para um dos quartos, seu discípulo não estava em casa era a oportunidade perfeita para ele.

 

 Ao se deparar com a filha aos prantos, tentou acalma-la explicando-lhe a situação. A casa deles era um pouco afastada da cidade, o que impedia qualquer pessoa escutar alguns gritos de dor da jovem.

 

 Quando Roy chegou em casa, olhou por todo o canto e não encontrou seu mestre, procurou mais um pouco e viu Riza deitada, chorando enrolada em um lençol. – calma pessoal não é nenhuma besteira que veio a mente maliciosa de vocês.

 

 - Riza?! O que ouve aqui?

 

 - Nada Roy.

 

 - Como nada, você está chorando e enrolada nesses lençóis.

 

 Roy não havia notado antes mas o chão estava repleto de tinta, uma tinta vermelha e preta, que se estendia até os lençóis em que Riza se encontrava.

 

 - Por que o chão está desta cor?

 

 Ela nada lhe respondeu, o que fez o rapaz se aproximar rapidamente dela e lhe segurar pelos braços.

 

 - Me diz Riza, o que houve por aqui, eu estou preocupado com você.

 

 Ela o olhou, ainda com o rosto coberto por lágrimas e entre soluços lhe disse calmamente.

 

 - Meu pai finalmente chegou ao resultado de suas pesquisas.

 

 - E isso não é bom?

 

 - O que ele descobriu não foi nada bom – tentava desviar o seu olhar dos dele – ele me entregou o resultado de suas pesquisas, para que eu possa guardá-la em um lugar seguro.

 

 - Entendo, mas por que o motivo do seu choro?

 

 - É que agora Roy, eu fui marcada para sempre com esse conhecimento e não poderei me livra-lo jamais.

 

 Ele a abraça, olha pelo canto dos olhos que as costas dela foram tatuadas, seria esse o motivo de seu choro e desespero? Ele realmente não sabia a resposta e pretendia não perguntar a ela, afinal não queria vê-la chorar ainda mais.

 

 Berthold ao chegar em casa se deparou com a cena dos dois abraçados, ele já estava muito bêbado para raciocinar, quebrou uma garrafa no chão e se aproximou dos dois.

 

 - O que significa isso? – gritava em um tom bravo e repreensivo.

 

 Os dois se assustaram com a reação dele, ficaram aparados o olhando sem entender o que se passava, nunca o viram bêbado daquela maneira. Ele se enfureceu e separou os dois, Riza tentou argumentar com ele mas levou um tabefe na cara, o que fez Roy querer reagir aquela ação.

 

 - O que pensa que está fazendo? Ela é a sua filha, e é assim que você a trata?

 

 Roy foi correspondido com o mesmo ato que ele havia feito com a filha.

 

 - Você se aproveita da minha filha e quer que eu tenha ainda alguma consideração? Você só pode estar brincando comigo – Ele riu em forma de deboche.

 

 - Para com isso pai – Riza se levantou do chão tentando restaurar o bom senso que o pai havia perdido – Você está me assustando, nunca te vi dessa maneira.

 

 - Será por que você nunca me deu motivos para isso – ele olhava diretamente para Roy.

 

 - Ele não tem nada a ver com isso, quando ele chegou e eu estava chorando e ele apenas me abraçou.

 

 - Você diz isso como se eu fosse acreditar.

 

 - Eu nunca te dei motivos para que não acreditasse – Ela saiu correndo em direção ao quarto.

 

 - Viu o que você fez, acabou machucando a pessoa que mais se importa com você – Roy sai do cômodo atrás de Riza.

 

 - O que eu fiz? – Ele se deita no sofá, olhava para o teto tentando entender a burrada que acara de cometer, estragou a vida de sua única filha pelo resto da vida.

 

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 Roy bateu na porta do quarto dela e logo empurrando a porta sem ter nenhuma resposta lá de dentro, ao abrir um pouco a porta pode vê-la chorando sobre a cama com o rosto afundado em um travesseiro e ainda enrolada pelos lençóis, ela olhou para o lado quando escutara a movimentação na porta, o viu parado apenas a observando.

 

 - Sai daqui Roy, eu quero ficar sozinha – arremessou um travesseiro em direção a porta mas não conseguindo acerta-lo.

 

 Ele se aproxima dela bem devagar, senta-se na beirada da cama não deixando um segundo de desviar o seu olhar dela.

 

 - Mesmo que você não queira, eu sempre vou estar aqui com você.

 

Ela enxugou um pouco das lágrimas que haviam em seu rosto, virando-o para encara-lo.

 

 - Porque Roy? Eu não lhe pedi nada, então porque está aqui comigo?

 

 - Porque eu gosto e me preocupo com você.

 

 - Mas não deveria.

 

- E porque?

 

- Eu não sou nada sua, sou apenas a filha do seu mestre e nada mais.

 

 Ele deu um pequeno sorriso no canto dos lábios.

 

 - Você está enganada.

 

 - O que?

 

 - Você é muito mais que a mera filha do meu mestre, você é uma garota incrível, responsável, até bem mais do que eu, bonita, charmosa, e eu gosto muito de você.

 

 - Você só está dizendo isso para me agradar.

 

 - Não, eu estou dizendo isso por gostar até de mais de você – a olhou fixo nos olhos – Riza você ainda não percebeu o quanto eu gosto de você, o quanto eu adoro te acompanhar quando você vai à cidade, das nossas conversas, das nossas discussões...

 

 Ela o interrompe e desvia o seu olhar do dele - Eu sei Roy, nós somos como irmãos.

 

 - Eu queria ser bem mais que isso para você – aproxima seu rosto do dela e lhe fala entre sussurros – Eu te amo Riza.

 

 Ela ficou atônita, tudo estava acontecendo tão rápido, não pode responde-lo pois sentia os lábios quentes dele tocarem os seus, era uma sensação boa, ela sempre quisera aquilo mas nunca o disse por ele ser discípulo de seu pai, tinha medo dele não corresponde-la, a língua dele pedia passagem entre seus lábios, ela não pensou duas vezes ao deixa-lo aprofundar aquele beijo.

 

 Quando ficaram sem o maldito do oxigênio que só atrapalha nessas horas, Riza se afastou dele, olhava para algum ponto fixo no chão enquanto ele a observava sem entender nada.

 

 - Isso não está certo Roy, vamos fingir que nada disso aconteceu.

 

 - Mas porque? Você não gostou?

 

 Ela ficou corada – Gostei mas...

 

 - Mas o que? Não tem como você negar que gosta de mim como eu de você – ele se aproxima novamente – Riza...

 

 - Roy o meu pai...

 

 - Quero que ele o mundo se dane, a única pessoa que me importa é você Riza – beijando-a novamente.

 

 As mãos dele levemente começaram a deslizar sobre os ombros dela, ele a sentia se arrepiar com tal ato, foi aos poucos descendo os seus beijos ao pescoço dela que por sua vez afundava as mãos em meio aos fios negros dele.

 

 Ela tirava com urgência a camisa que ele usava, dando lhe uma bela visão do seu tórax, ele também não perdeu tempo em se desfazer do lençol que a cobrira, ele a via por completo, ela estava nua em sua frente. Riza o beijava por toda a extensão de seu corpo que estava a mostra, os dois estavam ofegantes, querendo um ao outro.

 

 Riza parou por um momento e o encarou - Roy, não tenho certeza disso.

 

 - Você confia em mim, ou melhor, você me ama?

 

 - É claro.

 

 Ele apenas sorriu e voltou a beijá-la. Os dois estavam completamente perdidos de amor um pelo outro, eles não se importavam com as conseqüências que isso iria lhes causar mais tarde, a única coisa em que pensavam era em serem apenas um só.

 

 Enquanto isso Berthold se encontrava em pensamentos naquele sofá, como ele fora capaz de fazer algo tão cruel com a única filha? Ele depositou um fardo muito pesado que ela terá que carregar pelo resto de sua vida, suas pesquisas de anos e anos, agora estavam marcadas nas costas de sua filha.

 

 No quarto, as coisas iam esquentando cada vez mais, Roy a essa altura do campeonato já estava nu, entrelaçado em beijos com Riza. Os beijos e caricias de Roy deslizavam por todo o corpo de Riza a fazendo gemer baixo em seu ouvido – afinal eles não queriam fazer nenhum barulho por ali para o pai da Riza descobrir – Riza o acariciava com desejo, aquele era o primeiro e único homem de sua vida.

 

 Eles estavam quase ao seu limite quando Roy se ajeitou entre as pernas da loira.

 

 - Riza – ele falava ofegante e entre gemidos – quer mesmo que eu faça isso, se você não quiser...

 

 - Se eu não quisesse você já estaria fora do meu quarto a muito tempo – puxando com uma das mãos a cabeça dele para mais um beijo.

 

 Roy a penetrou nesse momento, o beijo dele abafou o grito dela, ele começou com movimentos leves que a medida que ela cruzava as pernas na cintura dele, aumentavam ainda mais o ritmo e a intensidade. Depois de chegarem ao ápice juntos, dormiram abraçados na cama dela, apenas cobertos por aquele fino lençol.

 

 Berthold depois de muito pensar, decidiu ir ao quarto da filha lhe pedir perdão, ele caminhou até o quarto dela, notava que aquela casa estava silenciosa demais. Ao chegar a porta do quarto de Riza, empurrou a porta devagar e se deparou com aquela cena, ambos, filha e aprendiz, dormindo abraçados na mesma cama.

 

 De início ele ficou em choque, mas ao voltar de sua consciência, sentiu uma raiva e ressentimento descomunal, o seu aprendiz, o garoto no qual era como um filho para ele, que ele alimentou, deu um teto e lhe ensinou tudo o que ele sabia, estava ali deitado com a sua garotinha, ele havia tirado o que havia de mais puro de sua única filha? Ele não conseguiu se conter, pegou um vaso de flores que havia no criado da filha e o jogou no chão.

 

 - POSSO SABER O QUE SIGNIFICA ISSO? O QUE VOCÊS ACHAM QUE ESTÃO FAZENDO? – Ele gritava em plenos pulmões.

 

 Eles acordaram assustados com tal ato de fúria, Riza tentava se esconder entre os braços de Roy e ele a abraçava com força.

 

 - Fazendo o que você exatamente pensou, nós nos amamos, nem o senhor e nem mais ninguém pode impedir isso – Roy o respondia com seriedade.

 

 - Cala boca moleque, você se aproveita da minha filha e ainda tenta ter moral.

 

 - Para pai, o Roy não se aproveitou de mim, eu fiz isso porque quis e o senhor não tem nada a ver com isso.

 

 - Olha menina – ameaça se aproximar.

 

 - Não ouse chegar perto da Riza, eu não vou deixar você relar um dedo nela.

 

 Berthold se espantou com o ato do rapaz – Quem deveria estar dizendo isso era eu, afinal ela é a MINHA filha.

 

 - Pai que faz o que você fez com ela, não tem o direito de chamá-la assim.

 

 Ele vira-se de costas para ambos.

 

 - Vistam-se, eu vou espera-los lá em baixo – e sai do quarto fechando a porta.

 

Riza olha para Roy com os olhos marejados.

 

 - O que faremos agora?

 

 - Enfrentaremos a fúria do dragão – sorrindo de canto para ela – não se preocupe, tudo dará certo, eu te prometo que ficaremos juntos haja o que houver.

 

 - Promete mesmo?

 

 - E algum dia eu já menti para você? – beijando-a suavemente – vamos, não podemos deixá-lo mais zangado do que já está.

 

 Ela apenas consentiu com a cabeça.

 

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 Os dois chegaram à sala de mãos dadas, Riza estava com a cabeça baixa, não queria encarar o pai, Roy o olhava fixo, ele sabia o que queria e lutaria para tê-la.

 

 - Então, o que vocês têm a me dizer? – ele os olhava com um olhar acusador e sério.

 

 - Eu amo a sua filha – apertava a mão dela – e ninguém pode mudar isso.

 

 - Háhaha – ele ria com sarcasmo – até parece que você fala sério, não te dou uma semana para estar com outra garota e deixar a minha filha a ver navios – virava o rosto para encarar Roy de frente.

 

 - Pai...

 

 - Deixa Riza, ele pode pensar o que quiser de mim, mas não pode mudar o que eu sinto por você.

 

 - Acha que eu não sei que você diz isso só na frente dela, quando ela virar as costas você já vai estar agarrado com outra...

 

 - Para com isso pai!

 

 - Riza...

 

 - Caramba, você só sabe criticar, até parece que nunca gostou de ninguém na vida.

 

 - Olha como fala comigo.

 

 - Você é o pai mais sem coração que eu conheço, se eu pudesse não seria sua filha...

 

 Ela fora interrompida, seu pai vinha em sua direção, pronto para lhe lançar um tapa no meio do rosto, mas fora impedido por Roy.

 

 - Não vou deixar você tocar em nenhum fio de cabelo dela.

 

 - E com que direito você acha que pode me impedir de educar a minha filha?

 

 - Como você ainda a pode chamar de filha, ela passa mais tempo só do que com o senhor, tudo que ela aprendeu foi por conta própria, a sua única companhia durante todos esses anos fui eu, eu a compreendia, conversava, sonhava com o futuro...

 

 - E qual futuro seria esse?

 

 - Mudar esse país.

 

 - E nesse tempo em que você muda o país, onde a minha querida Riza se encaixa?

 

 - Eu seguirei o Roy até o sonho dele, não me importando onde eu vou me encaixar.

 

 - Se eu deixar é claro.

 

 - Agora você se importa com a Riza? Com o que ela vai fazer da vida? Agora que você toma o seu papel de pai?

 

 Um silêncio absurdo toma conta do local, o ar estava tenso, havia muita discórdia, raiva, ressentimento, emoções incontroláveis que faziam desse ar ficar cada vez mais pesado. O silêncio foi quebrado.

 

 - Sempre me importei com a Riza, ela é tudo na minha vida.

 

 - Não parece – Roy o provocava.

 

 - Depois que a mãe dela nos deixou, Riza cresceu, a cada dia se parecia mais com a mãe, não consegui mais olha-la sem lembrar de sua mãe, aos poucos isso foi me deixando cada vez... esquece!

 

 - Continua pai.

 

 - Você me faz sentir culpado pela morte da sua mãe, feliz agora?

 

 Riza estremeceu, seus olhos começaram a se encher de lágrimas, logo essas começaram a escorrer pelo seu rosto.

 

 - Sei que não é da minha conta, mas como a sua esposa morreu? – Roy o perguntou com pouco de receio.

 

 Riza o olhou apreensiva, tinha medo da resposta, Berthold havia se virado de costas para ambos.

 

 - Você quer saber Riza?

 

 - Mais cedo ou mais tarde eu vou ter que saber não é?

 

 - Ela morreu em um acidente, durante um experimento que eu fazia com a alquimia, ela morreu por vir me chamar para o jantar em família que ela tanto zelava em ter.

 

 O silêncio tomou conta novamente do local, Riza abraçou forte o corpo de Roy, que lhe retribuiu a acolhendo em seus braços. Após muito pensar Berthold tomou a sua decisão.

 

 - Vocês pretendem mesmo ficar juntos?

 

 - É uma pergunta um pouco obvia.

 

 - Apenas responda a minha pergunta garoto.

 

 - É claro que queremos ficar juntos.

 

 - Pois bem, fiquem juntos, mas com uma condição.

 

 - Qual?

 

 - Vocês ficarão separados durante algum tempo, Riza você vai morar com seu avô nesse tempo, vai aprender algumas coisas com ele, e você Roy vai continuar a estudar, e se daqui a dois anos ainda sentirem alguma coisa um pelo outro eu não vou me opor.

 

 - Por que nos afastar pai?

 

 - Quero saber se o que vocês sentem é realmente amor, se não for estarei fazendo um favor a vocês... E Roy espero que arranje um trabalho nesse tempo, não quero saber de sustentar marmanjo caso vocês fiquem realmente juntos.

 

 Ele se despediu dos dois e foi para o seu quarto, Riza e Roy estavam abraçados na sala, aproveitando ao máximo esses últimos instantes juntos.

 

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 Na manhã seguinte Riza foi para a casa de seu avô, que ficava bem distante dali, Roy se inscreveu no exército, com os conhecimentos que havia adquirido de seu mestre pode ser um alquimista federal em pouco tempo.

 

 Dois anos se passaram, aquela garotinha havia se tornado uma bela moça, havia cortado os longos cabelos e os deixado bem curtos, quando chegara em casa se deparou com seu pai doente, ele estava de cama, mal podia se levantar.

 

 Ela lhe perguntou sobre Roy, e tudo o que o pai lhe respondeu é que ele havia partido, agora era um alquimista federal, e que provavelmente nunca mais voltaria. Alguns dias se passaram desde a chegada de Riza, o estado de seu pai só se agravava, se surpreendeu quando escutou batidas na porta.

 

 - Já vou! – se apressa ao abrir a porta.

 

 - Riza?!

 

 - Roy?!

 

 Os dois estavam surpresos, não se viam a muito tempo, Roy havia amadurecido, tinha traços mais fortes no rosto, e trajava o uniforme militar.

 

 - Entre.

 

 - Quanto tempo hein.

 

 - É, faz muito tempo mesmo.

 

 - Como está seu pai?

 

 - Esta de cama, não me parece nada bem, ele não quer se alimentar, ou ao menos que eu abra a janela para poder tomar algum ar.

 

 - E como você está?

 

 - Do jeito que você me vê, e você.

 

 - Acho que já pode perceber que eu entrei para o exercito – um pequeno sorriso no canto dos lábios – achei um modo para seguir o meu sonho através do exercito, o seu pai foi contra como sempre.

 

 - Ele queria te ver.

 

 - Só ele?

 

 Ela não o respondeu, começou a caminhar até o quarto de seu pai sendo seguida por ele, mas antes que chegassem até lá, Roy a segurou pelo braço, fazendo-a se virar e a encará-lo.

 

 - Senti saudades de você.

 

 - Acho que não é hora para falar disso.

 

 - Não me importo, apenas quero saber se sentiu o mesmo.

 

 Se solta dele e vira-se.

 

 - Senti muito a sua falta, mas agora vamos, meu pai está te esperando.

 

 Ele deu um pequeno sorriso ao escutar tais palavras, mas não entendia porque tanta frieza da parte dela? A Riza que conhecera um dia nunca foi fria ou seca com ele, sempre o tratou muito bem, o que será que estava acontecendo com ela?

 

 Suas respostas foram, de um certo modo respondidas, ele viu ao abrir de portas o seu mestre em uma cama com uma cara nada boa, os olhos estavam fundos, a pele amarelada, tosses incessantes e uma certa fraqueza eminente.

 

 - Queria me ver?

 

 - Parece que você não mudou nada garoto.

 

[...]

 

 Berthold teve um súbito ataque cardíaco, caindo ao chão, Roy aproximou-se tentando ajuda-lo, mas tudo que pode fazer foi ouvir suas ultimas palavras “Cuide da minha filha” e logo depois ele morreu em sua frente. Riza acompanhara tudo da porta, estava perdida em lágrimas ao ver tal cena. Fizeram um velório simples para ele, afinal ele tinha poucos amigos desde que adoeceu, Roy ficou com Riza durante uma semana tratando das papeladas de óbito, mas essa semana passara rápido de mais e Roy tinha que voltar ao seu posto na central.

 

 - Jura que ficara bem sozinha?

 

 - Eu sempre me virei sozinha, ainda mais de umas coisas que aperfeiçoei nesses anos, acho que me ajudarão um pouco.

 

 - Virei aqui quando puder para te visitar.

 

 - Não precisa se incomodar.

 

 Ele olha para o céu.

 

 - Parece que no final das contas ele estava certo, não é mesmo?

 

 - Do que está falando?

 

 - De nós dois, tomamos rumos diferentes em nossas vidas, parece até que ele já sabia.

 

 - Tem razão.

 

 Roy olha para o relógio.

 

 - Bom, tenho que ir afinal.

 

 - Boa viagem.

 

 - Obrigado.

 

 - Quem sabe nossos destinos se cruzam de novo algum dia?

 

 - Quem sabe.

 

*-* Flash Back OFF *-*

 

 

 Continua...


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