- Ei, Yuri. Acorde. Yuri! - comecei a chamá-la. Agora entendo o porquê de ela ter tanta energia. Do jeito que ela dorme...

Ela estava tão bonita. Apesar de ter sono pesado, dormia como um anjo.

- Yuri... Yuri... - cutuquei-a. - Acorde... - ela começou a se mexer. - Ah!

Yuri me puxou e caí em cima dela. Meu rosto ficou tão vermelho que achei que ia explodir.

- Yuri... me solta!

Seu rosto começou a se aproximar do meu. Fechei meus olhos, desistindo.

No mesmo momento, afastei-a. Yuri finalmente acorda, toda molenga. Ela tenta levantar e ambas acabamos caindo no chão. Com um pequeno detalhe. Minha boca estava colada junto à dela. Claro, com o susto, separei rapidamente nossos lábios.

- Meu... primeiro beijo... - falei tocando minha boca.

A essa altura, Mary estava paralisada. Não conseguia falar mais nada. Só saía um monte de sons de sua boca. E Yuri, ao contrário, simplesmente voltou a dormir.

Naquele dia, fiquei com muita raiva. Não pelo fato dela ter me beijado. Mas ela simplesmente estava sonolenta demais e jura que não se lembra de nada!

É claro que nossa viagem teve que continuar. E resolvi tentar esquecer aquilo. Melhor do que ficar com raiva de uma pessoa que não sabe de nada. Só que não consigo esquecer do beijo...

Quanto a Mary, disse que havia entendido e que foi apenas um acidente. Para sairmos daquele clima, riu de nós duas. Mas eu sabia que ela era inteligente demais para aceitar isso só assim. Continuou desconfiada, mas fingiu que não era nada. E eu apenas neguei tudo.

- O que está acontecendo aqui?! - perguntou nossa companheira de quarto, Mary.