E nos dias seguintes, nos encontrávamos de novo e de novo. Gracie estranhava nos ver tão juntos.

- Ei, cê não odiava esse garoto? – ela me parou enquanto eu pegava meus livros no armário.

- É, mas ele me fez ver o mundo de uma nova perspectiva. – falei fechando os olhos e dando um sorriso bobo, fechando a porta.

- Dani, você é ridícula.

- Mas por que? Por estar apaixonada?

- Por não perceber que ele está te usando.

- O QUE? COMO ASSIM, ME USANDO?

- Nada. Vou deixar você e seus pensamentos de menininha apaixonada em paz. – e saiu. Depois disso, nunca mais nos falamos. Fui ficando cada vez mais afastada dela. Isso me deixava triste, claro, mas como eu tinha Christopher, nada mais importava, ou tinha significado. Eu era dele, e ele era meu. Nos completávamos.

Um dia, ele me pediu em namoro. E nesse mesmo dia, aconteceu algo inesperado.

Estávamos sob a sombra de uma linda árvore, ele me beijando intensamente. Nos separamos e ele sorriu. Tirou algo do bolso da calça e escondeu na mão.

- O que é isso? – perguntei, super curiosa.

- Calmaê...deixa eu fazer isso direito... – abaixou um joelho, segurou minha mão e revelou o que escondia. Um anel de metal, com um coração com as nossas iniciais dentro.  Fiquei sem ação. – Dani...minha doce Dani...você aceita esse idiota com chapéu de urso à sua frente como namorado, que lhe dará tudo, até mesmo uma vida perfeita para uma garota perfeita?

- Chris...

- Responde, freak! Tá me deixando aflito...

- É claro, idiota.

Nos beijamos com paixão. Ele agora era meu namorado. Na-mo-ra-do. Podia gritar para o mundo. Quando nos separamos, ele me fez outro pedido.

- Agora vamos fugir dessa cidade monótona!

- O que?

- Isso mesmo!

- Mas...pra onde? E meus pais? Minha família? Minha vida aqui?

- Esqueça tudo! Eu tenho a você e você tem a mim. O que mais podíamos querer?

- Nós ainda somos crianças! O mundo lá fora é grande demais para nós, Chris.

- Já temos 16 anos!

- Ainda temos 16 anos.

- Mas eu tenho que fazer shows...e quero que você venha comigo...

O mundo parecia parar à minha volta. Isso era totalmente irresponsável. Eu iria realmente desistir de tudo na minha vida por amor? Desistir de meus pais, meu irmão, meu futuro como estilista, da minha viagem dos sonhos para o Japão...por amor? Por um momento, esse meu pensamento completamente regrado pareceu tomar conta da minha memória. Mas...eu olhei para o cara na minha frente e realmente percebi que eu o amava demais para deixá-lo sozinho. Era isso que eu queria, viver eternamente junto à ele, presa com ele. Aonde ele fosse, eu estaria lá, dando força, apoiando, o amando. Eu queria isso para sempre. Ele me prometeu mundos e fundos. Pedi um tempo. Queria medir os prós e os contras. Mas só havia prós. Os contras viriam mais tarde.

Ele disse que me esperaria dali a uma semana, no mesmo local, com o Ford antigo dele, ano 1999 e alguns amigos, seus companheiros de banda. E eu fui. Arrumei minhas coisas, deixei um bilhete para meus pais e para Jesse e parti, em direção a um destino desconhecido, pelo mais puro e inconseqüente amor. Horas e horas de viagem, até chegarmos nos lugares pelo qual Never Shout Never ia passar. Chris e seu ukulele. Eu e meu coração apaixonado.