Making Love escrita por Saah Insane


Capítulo 4
Capítulo 4 - The lousy truth


Notas iniciais do capítulo

caramba. esse é o penúltimo capítulo. eu achei essa história tão real que nem dá vontade de terminar. prometo que farei a versão do chris dessa fic ♥



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Mas um dia, sem explicação, ele foi embora. Acordei no hotel, e ele não estava ao meu lado, ao contrário do que sempre acontecia. Vesti o roupão e o procurei pelo quarto. Nada. Fui aos quartos dos outros caras. Nada. Fui à recepção, com a cabeça bagunçada. Perguntei por Chris. A recepcionista tinha avisado que eles já haviam saído, mas haviam deixado um bilhete.

Querida Dani,

Acho que essa não seria a melhor vida para você. Viver pulando de um lugar para o outro, como nós fazemos. Acho que você não agüentaria. Nem eu, tendo que me preocupar com você, sendo que eu tenho preocupações terrivelmente mais importantes. Desculpe, não quero dizer que você é um fardo na minha vida, o que você não é, com certeza. Só acho que, por ser delicada demais, isso seria muito pesado. Pois bem, vou para um lugar com meus amigos. Não me procure. Tente me esquecer. Volte para casa. Volte para sua vida. Esqueça esse idiota com chapéu de urso que lhe prometeu algo que não conseguiu dar: uma vida perfeita para uma garota perfeita.

                                                                                                                Mil perdões, freak.

                                                                                                                                 C.D.’

Aquelas palavras eram como uma faca em brasa atravessando meu coração. Senti as lágrimas vindo e não as reprimi. Escorriam grossas pela minha face. Cínico. Idiota. Como eu poderia voltar para casa, sem dinheiro? Eu estava perdida. Minha vida tinha acabado. O gosto do arrependimento era forte em minha garganta. Não agüentei e vomitei no hall do hotel. Algumas pessoas vieram me ajudar, mas dispensei. Subi para o quarto e liguei o computador nos blogs e sites oficiais do NSN. Nada, nenhuma informação de onde ele estava. Gritei de ódio, frustração, dor. Senti uma pontada na barriga e fui à privada vomitar novamente. Limpei a boca e sentei no chão frio do banheiro, chorando. Não acreditava que ele podia estar fazendo isso comigo. Ele não me amava, nunca me amou. Olhei para o anel em meu dedo. O tirei com repulsa e joguei fora. Arrumei minhas coisas e fui embora.

Andei, andei, andei pelas ruas da cidade desconhecida até achar um telefone. Disquei o número da casa de meus pais. Ninguém atendeu. Acho que não chorei mais porque minhas lágrimas haviam secado.

Por meses, vivi de um jeito miserável. Roubava coisas para comer, comprava algo quando conseguia dinheiro vendendo meu corpo, dormia na rua. Até que um dia, quando minha barriga começou a inchar, recebi de uma moradora de rua que acabou virando minha amiga a notícia que eu estava grávida.

Chorei muito. Chorei por ter em minhas entranhas uma criança dele. Eu não poderia dar à ela uma vida boa, com brinquedos, amor, um pai. Seria apenas eu e ela sozinhas no mundo. Tudo graças a Christopher. Sorri, lembrando daquele dia do trabalho em minha casa. Murmurei um palavrão baixo, desejando com todo o meu ser que ele morresse.

Minha filha nasceu em meio à lixo e alguns ratinhos. Dei-lhe o nome de Hope. Esperança seria o que mais precisaríamos naquele momento da vida. Passei os últimos três anos da minha vida assim. Mãe solteira, pobre, largada no mundo, por causa de uma irresponsabilidade.

Fiz 19 anos há pouco tempo. No dia do meu aniversário, levei Hope para passear e ver as vitrines das lojas. Faltavam 30 dias para o Natal, e por isso já estavam se preparando para as comemorações. Por ironia, paramos em uma loja que tocava uma música conhecida. Terrivelmente conhecida. Escutei aquela voz nostálgica penetrando em meus ouvidos contra a minha vontade.

- Mamãe...o que foi? – Hope puxava a barra da minha blusa amarrotada e suja.

- Nada, meu amor....mamãe só está olhando a vitrine.

- Mas por que tá chorando?

- Só um cisco que caiu no meu olho, fique tranqüila.

Coloquei minha pequena em meu colo e a enchi de beijos. Pelo menos eu tinha um porto seguro. Minha Hope.

Descobri, então, que Christopher voltaria para a cidade onde eu me encontrava. E era por isso que eu chorava.


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Notas finais do capítulo

merece review?



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