Hilf Mir Fliegen escrita por andeinerseite


Capítulo 11
Whisper me, all your secrets


Notas iniciais do capítulo

Gente, como eu já tinha avisado nas notas finais do capítulo anterior, acabei atrasando um pouco para postar esse capítulo.

Na última semana, só tive prova e trabalho na escola, ou seja, não deu tempo de escrever nada. E, além disso, viajei pra Sampa pra ir no show do TH xD ♥

Bem, aqui está o novo cap. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/94485/chapter/11

BILL’S POV

Acordei com uma forte dor de cabeça. Não conseguia me lembrar direito do que havia acontecido na noite anterior.

Tom bateu na porta do quarto.

- Bill! Acorda!

Cobri a cabeça com o travesseiro e suspirei.

- Já vou! Ai...

Me levantei, lavei o rosto e troquei de roupa. Quando estava saindo do quarto, quase tropecei em uma garrafa vazia no chão.

Johnny Walker. Uísque. Vish, fudeu.

Fui até a cozinha e encontrei Tom, estava sentado à mesa comendo alguma coisa.

- Onde você guardou aquele remédio? - perguntei, abrindo os armários. - To morrendo de dor de cabeça...

- Dor de cabeça uma ova - disse Tom, com uma risada, mas logo em seguida voltando à sua expressão séria, como se estivesse bravo comigo. - Você tá é de ressaca, isso sim.

Abri a geladeira e tirei uma caixa de suco.

- A propósito, - continuou meu irmão - você brigou com a Nicolle ontem?

- Não - respondi, despejando o conteúdo em um copo e tomando um gole.

- Então por que ela saiu daqui chorando?

Quase cuspi o suco na cara dele.

- Como?! Ela tava chorando?! Ela esteve aqui ontem?!

- O uísque apagou a sua memória, é? - riu Tom. - Bem, quando eu cheguei aqui depois de uma festa, vi a Nicolle entrando no carro dela, e ela não parecia estar lá muito feliz.

Foi então que o flashback passou pela minha cabeça, fazendo eu me recordar de tudo.

- Bill, pare... Não podemos...

- Me desculpe, mas eu preciso... disso.

O beijo. Aquele beijo.

- Droga, o que foi que eu fiz! - exclamei, cobrindo a boca com uma das mãos.

- Eu que te pergunto, o que você fez? - ele agora estava rindo.

- Tom, você não entende, é sério! Eu... A Nicolle... - respirei fundo. - A gente se beijou. Foi isso.

Tom ficou me olhando com os olhos arregalados, congelado, como se não acreditasse.

- Eu tinha bebido demais e estava, ahn, mal. - É claro que eu não iria falar para o meu irmão dos meus problemas. Por mais que fossemos muito próximos, não queria que ele soubesse e ficasse preocupado comigo. - A Nic apareceu, e eu senti aquilo... Por um momento, tudo o que eu queria era beijá-la. Era mais do que uma vontade, era uma necessidade.

- Você não está me dizendo que se apaixonou pela Nicolle, né? - disse meu irmão, com uma risada sarcástica.

- Eu, hã... Isso não vem ao caso agora. - falei, cruzando os braços. - Ela deve estar magoada comigo. Que ótimo.

- Converse com ela, pronto. - falou Tom, como se fosse a coisa mais simples do mundo. E não, definitivamente não era.

NICOLLE’S POV

Eu tinha dormido muito mal naquela noite. Depois daquilo que tinha acontecido entre eu e o Bill, acabei dormindo em um hotel ali perto. Mas não por causa disso... Eu simplesmente não consegui dormir. Fiquei pensando e pensando em tudo o que tinha acontecido e não caí no sono.

Então, lá estava eu no meu trabalho, com a maior cara de zumbi. Por mais que tentasse me concentrar, meus pensamentos estavam completamente distantes.

Eu beijei o meu melhor amigo. A frase ressoava na minha cabeça, como um eco.

Eu sabia que não devia. Eu poderia ter evitado. Mas no fundo eu queria que acontecesse. No fundo, só por aquele instante, eu queria muito que ele me beijasse. Nunca senti algo assim justo por ele, nosso sentimento sempre foi de amizade e tal, mas naquele momento... Era como se tivesse me esquecido de tudo e mudado de idéia.

O jeito com que ele me tocou, era diferente, eu nunca havia sentido algo assim. Faziam anos que eu não beijava alguém. Sempre achei uma idiotice quando minhas amigas me contavam de seus “encontros”, tão bobinhas, melosas... Argh!

- Merda, o que está acontecendo comigo? - suspirei, atirando a pilha de papéis na mesa. - Ele estava bêbado e triste, é claro que ele não me beijaria se estivesse em plena consciência... beijaria? Foi por impulso, não foi? E por que ele estava triste? Por que ele estava daquele jeito?

Então, sem que eu planejasse, alguém entrou na sala e interrompeu meus pensamentos. Era Dave. Dave, sempre ele.

- Você tá falando sozinha? - ele perguntou, rindo e pegando alguns papéis que haviam caído no chão.

- Ah, oi Dave. - falei, de cabeça baixa, tentando disfarçar - Eu não estava falando sozinha, tava só... pensando em voz alta, é isso.

- Hm, estranho. - ele ficou me observando guardar as coisas na bolsa. - Você dormiu bem?

- Sim, quer dizer, não, quer dizer... Ahh, tanto faz. - minha voz soou completamente ríspida e por um instante me senti culpada por tratá-lo assim. - Por quê? Minhas olheiras são tão feias assim?

- Não... Mas é óbvio que você não dormiu essa noite. Está tudo bem? - ele puxou a cadeira ao lado e se sentou.

- Estou bem, não, estou ótima. - respondi, tentando esboçar um sorriso. Eu jamais falaria dos meus problemas para ele.

- Desculpa, mas você finge mal para caramba. - ele riu, colocando os pés sobre a mesa, um comportamento que me deixou mais irritada do que eu já estava.

- Olha, eu tenho mais coisa pra fazer. Seria bom se você saísse da minha sala agora.

- Eu só não entendo porque você...

- Não tente entender. - abri a porta e apontei para fora. - Tchau.

- Mas eu só queria falar que...

- Não fale nada, por favor. - minha voz era quase um gemido suplicante. Fiz um esforço para empurrá-lo para fora, sem sucesso, pois Dave era bem forte. Ou eu era muito fraca?

- Nicolle, eu...

- Tchau, Dave.

Me sentei novamente na minha cadeira e suspirei.

- Ele não merecia o jeito com que eu o tratei. Mas hoje não dá...

Ouvi batidas na porta.

- Aff - resmunguei, ignorando-as.

Mais batidas. Nem saí do lugar.

Até que ele bateu na porta pela terceira vez. Irritada, me levantei e fui lá abrir.

- Dave, será que você não vê que eu...

- Ahn?

Opa. Não era o Dave... Era o Bill.

- Ah, oi. - disfarcei.

- Oi - respondeu ele, coçando o pescoço e abaixando a cabeça, aparentemente um pouco envergonhado. - Bem... Acho que a gente precisa conversar.

- Eu tenho CERTEZA. - falei.

Passei os olhos pela minha sala e depois olhei o corredor. O prédio estava um tanto movimentado.

- Eu não acho que aqui seja adequado, alguém pode nos ouvir. Mas, lá em cima... Vem - puxei o braço dele e entramos no elevador.

No último andar do prédio, havia um terraço. Geralmente ficava vazio, quase ninguém ia lá. Justamente por isso, resolvi que seria o melhor lugar para conversarmos.

A porta automática do elevador se abriu no penúltimo andar e tivemos que subir alguns degraus antes de chegar ao terraço.

- Aqui parece bom - disse Bill, com um sorriso bem sutil, tentando disfarçar a tensão que havia entre nós dois. Sempre fomos tão abertos um para o outro, mas naquele momento parecia tão difícil falar a verdade... Falar o que realmente havia nas nossas cabeças.

Andei até o parapeito de granito e nele me encostei. Olhei a rua lá embaixo, os carros passando... Tentei o máximo não olhar para Bill, mas foi impossível quando ele parou ao meu lado.

- A respeito do que aconteceu ontem... - ele hesitou. - Eu não sei o que deu em mim, eu tinha bebido, eu... Me desculpa, tá? Pronto, falei. - suspirou e cruzou os braços.

- Está tudo bem - falei, rindo da “vergonha” dele. - Já te desculpei.

- Então, nada mudou... entre a gente? - ele finalmente olhou para mim, uma certa hesitação na voz.

- Não - respondi, simplesmente. Pelo menos era o que eu desejava: que nada tivesse mudado. Se era verdade, eu ainda estava na dúvida... Mas preferia que acabasse assim mesmo. - Anyway, não é isso que me preocupa.

Bill me olhava com um ponto de interrogação nos olhos. - Então... O que foi?

- Na verdade, eu acho que você não vai querer me responder. Mas, por favor, responda. - falei, segurando firmemente em uma de suas mãos e olhando em seus olhos cor de âmbar.

- O que foi? - ele repetiu a pergunta, assustado pela minha aproximação.

- O que aconteceu?

- C-Como assim...? - Bill me desviou o olhar novamente.

- Ontem... Por que você estava daquele jeito? - insisti.

- Eu já disse, foi a bebida e...

- Você sabe muito bem a que estou me referindo, Bill Kaulitz - interrompi, séria. - Não era só isso. Por favor, me diga... O que tinha acontecido para fazê-lo... chorar.

- Nicolle, eu não quero falar sobre isso. - disse ele.

- Por favor... - pedi.  - Você sabe que pode contar comigo, não é?

- Eu sei... Mas não é algo que eu possa falar. - suspirou.

- Eu só não entendo - murmurei. - Nunca vi você assim, mas ontem...

- Nic, pare, por favor. - ele soltou a minha mão e se afastou, soprando a fumaça após mais uma tragada de seu cigarro.

- Bill... - me aproximei dele novamente, tentando fazê-lo se abrir logo de uma vez.

- PARE! - disse, a voz completamente alterada, quase um grito, em seguida virando o rosto e desviando de mim.

- VOCÊ É TÃO ORGULHOSO QUE NÃO ADMITE QUE TEM PROBLEMAS! - gritei. Ao mesmo tempo que aquilo me deixava aflita, me deixava irritada também. Por que ele não queria me contar?

- Scheisse - murmurou, esmurrando o parapeito de granito e depois respirando fundo, até que sua voz voltou ao normal. - Do que me adiantaria lhe contar, se você não entenderia?

- Se você disser o que é, posso tentar entender - bufei.

- Não. É aí que está. Você não pode entender, você nunca passou por isso.

- ISSO O QUÊ?

Bill não respondeu. Fitava o chão e se recusava a olhar para mim.

- Merda, eu vou embora. - me virei e fui até a porta do terraço.

Quando viu que eu não estava blefando, Bill correu atrás de mim e agarrou o meu braço antes que eu pudesse abrir a porta.

- Por favor, não vá. - pediu, me segurando.

- Me solta - gritei, puxando o braço. - Droga, me solta!

Ele não mexeu um músculo e eu continuei me sacudindo, como uma louca.

- SOLTA! TÁ ME MACHUCANDO PORRA!

- Por favor, não vá. - repetiu, e finalmente senti a dor em sua voz. Parei de me sacudir e olhei em seus olhos.

Por um momento, esqueci a razão de estar gritando com ele, e o abracei, como queria fazer há muito tempo. Seus braços quentes e pesados me enlaçaram, desacelerando a minha respiração e me fazendo recuperar a calma.

- M-me desculpe... - ele sussurrou, seus lábios frios tocando a minha orelha. - Mas eu não posso te contar.

Em seguida, Bill me soltou e desceu as escadas, para onde não sei, só sei que ele foi embora. Sentei-me em um degrau e deixei uma lágrima escorrer pelo meu rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Andei percebendo que meus reviews andaram diminuindo, e fiquei bem decepcionada, porque na verdade o capítulo anterior era um dos mais importantes da fanfic. Vou reforçar o pedido de todos os autores: dêem reviews! Não leva nem dois minutos pra escrever um e você ainda ganha pontos de experiência e Nyah!Cash. Então, que tal deixar um bem bonitinho pra essa autora ficar feliz? xD