Hilf Mir Fliegen escrita por andeinerseite
Notas iniciais do capítulo
Hey you!
Esse capítulo se passa em Magdeburgo, no ano de 2002, quando Bill e Nicolle tinham 12 anos.
Música: http://www.youtube.com/watch?v=3Wfli8kekg4
Espero que gostem! :*
“Nós somos jovens, e não mais infantis
Sinto muito, sei que não devemos
Mas já começamos a viver...”
Jung Und Nicht Mehr Jugendfrei - Tokio Hotel
Magdeburgo, setembro de 2002
Era uma manhã fria de outono. As folhas secas caíam das árvores e formavam um tapete laranjado por onde eu passava. O céu nublado indicava que logo haveria chuva, e a brisa me dava calafrios.
Abraçada a minha mochila, eu voltava para casa depois de passar a manhã na escola. Eu odiava a escola, huh.
- Nicolle! - alguém gritou. - Nic, espere por mim!
Parei de andar imediatamente e me virei. Abri um largo sorriso. Bill Kaulitz estava correndo na minha direção.
- Hey! - comecei a rir - Onde você estava? Demorou, hein?
Bill parou ao meu lado e respirou fundo. Não parecia estar bem.
- E-eu... - ele gaguejou - No portão...
Foi então que notei que seu lábio inferior estava machucado, e do machucado escorria uma pequena gota de sangue. Meu sorriso foi substituído por uma ruga de preocupação.
- Foi um soco. - ele explicou, dando de ombros. - Briguei com um garoto mais velho do que eu e ele me deu um soco. Não se preocupe, não é nada demais.
- Nada demais?! Bill, está sangrando!
- Ai! - ele gemeu, enquanto eu tentei olhar o machucado.
- Deixe-me adivinhar, zoaram de você de novo... - falei.
- Eles sempre fazem isso. - suspirou.
Não era a primeira vez que eu ficava sabendo que Bill havia apanhado de alguém na escola. Todos zoavam muito dele, geralmente por causa das roupas, do cabelo e da maquiagem. Chamavam-o de gay, marica, menina, bicha, paneleiro, etc.
Eu e ele éramos as pessoas mais odiadas da escola. Zoavam de mim porque eu era muito alta e magra, e porque a minha pele era muito branca. Me chamavam de “vara de cutucar estrela”, “vareta”, entre outros apelidos.
Bill era diferente dos outros. Não era gay, nem insensível ou arrogante. Pelo contrário. Ele era gentil, engraçado e escrevia músicas lindas. Éramos melhores amigos.
- Por que Tom não veio com a gente? - perguntei.
- Ele disse que estava com dor de cabeça. Só mais uma desculpa para faltar na aula... - ele respondeu.
Continuamos caminhando. Bill chutava as pedrinhas do meio do caminho.
- Um dia a minha banda vai fazer muito sucesso, e esses idiotas que hoje me enchem a paciência vão morrer de inveja de mim. - disse.
Ri do jeito “vingativo” com que ele falou.
- Falando nisso - continuou - que tal você ir lá em casa assistir o ensaio?
- Que horas? - perguntei, olhando o relógio. Já eram 12h30min.
- Agora. Combinei com Georg e Gustav que iríamos ensaiar às 13h. Daqui a pouco eles já vão chegar lá em casa. - respondeu Bill.
- Mas agora... Não sei se dá... Tenho que ir para casa - fiquei em dúvida.
- Ah Nic, vamos... Seus pais só vão chegar mais tarde, não tem problema você demorar um pouquinho, não é?
- Tá bom... Mas só um pouquinho, ok?
Bill me puxou pelo braço e me levou para a casa dele. Na verdade, eu já havia ido lá outras vezes, porque a minha mãe também era muito amiga de Simone, a mãe dele. Mas nunca havia visto um ensaio da banda, que se chamava Devilish.
Tom e outros dois garotos - deviam ser Georg e Gustav, que eu ainda não conhecia - estavam na garagem, com seus instrumentos, para ensaiar.
Um dos garotos segurava um baixo e tinha os cabelos castanhos lisos, e o outro era loirinho, tinha o cabelo curto e parecia meio tímido, era o baterista.
Bill se aproximou de mim com os outros dois meninos.
- Esse é o Georg - disse, apontando para o baixista - E esse é o Gustav - apontando o baterista.
- Prazer em conhecê-los - falei, sorrindo.
- O prazer é todo nosso - disseram Georg e Gustav, em coro.
Sorri, eram muito gentis. Tom estava conectando a guitarra ao amplificador e acenou para mim.
- Todos prontos? Vamos começar - disse Bill.
Me sentei em um sofá de lona que tinha na garagem esperando eles começarem.
Eles começaram a tocar, Bill cantou, e eu fiquei lá, boquiaberta.
Ihr steht immer pünktlich auf
und verpennt was bei uns geht
Ich seh was was du nicht siehst -
guck mal was auf unseren Jacken steht
'tschuldigung - du stehst im Weg und wir müssen hier vorbei
Wir sind Jung und nicht mehr jugendfrei
Tut mir Leid ich weiß wir sollen nicht
doch wir fangen schon mal zu leben an
Wir sind Jung und nicht mehr jugendfrei
Eure Rechnung ist mit uns nicht auf gegangen
Wir fangen schon mal zu leben an
Ihr guckt immer grade aus -
habt uns nicht kommen sehen
Hallo ihr habt 'n Problem
weil wir das Kommando über nehmen
'tschuldigung - du stehst im Weg und wir müssen hier vorbei
Wir sind Jung und nicht mehr jugendfrei
Tut mir Leid ich weiß wir sollen nicht doch wir fangen
schon mal zu leben an
Wir sind Jung und nicht mehr jugendfrei
Eure Rechnung ist mit uns nicht auf gegangen
Wir fangen schon mal zu leben an…
Quando terminaram, fiquei aplaudindo.
- E aí, o que achou da música? - perguntou Bill.
- Hm, estava legalzinha. - falei, com tom de desprezo.
- Legalzinha?! - ele abaixou a cabeça.
- Brincadeira, vocês arrasaram!
Ele riu e eu também. Não havia nada melhor do que estar ali, rindo daquele jeito, feito uma boba, do lado do meu melhor amigo.
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