Untitled escrita por bih_portela


Capítulo 2
Ponto de vista


Notas iniciais do capítulo

Notas no final =)



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Ponto de vista

Resumo: Afrodite é a deusa do amor, mas isso não quer dizer que ela não possa fazer guerra.

"É tudo uma questão de ponto de vista"

Autora: Eu :)

Ship: Afrodite/Ares

Type: Romance

Criada em: 29/08/10

Postado em: 10/09/10

Eu não sei de onde veio isso, não me pergunte.

xxxxxx

Afrodite é a deusa do amor. E um dos seus passatempos preferidos era observar humanos - não importava se fosse mortal ou meio-sangue - do seu enorme globo que ficava bem no centro do seu palácio e uma vez ou outra fazer o amor acontecer aqui e acolá.

A verdade é que Afrodite estava meio distraída, pensando sobre a vida.

Afrodite se perguntava quando os humanos ficaram tão tolos. Mais tolos do que de costume.

Quando o amor virara tão superficial, que só era possível dar uma chance para quem fosse realmente bonito. Como se fosse impossível se apaixonar por alguém "feio". Os humanos já não viam a essência de um ser, apenas o corpo, apenas a casca.

A deusa do Amor se divertia muito fazendo pessoas que acreditavam que só se apaixonariam por pessoas lindas na verdade amando pessoas "feias". E elas viam esses amores como lindos, por que afinal, o amor é cego.

Como se não bastasse isso os humanos se separavam mais, traiam mais, brigavam mais.

Ok, ela traia seu marido. Mas ela fora forçada a casar com ele! Ao contrário dos humanos, que hoje podiam casar com quem quiser, casar com quem amasse.

O que mais lhe chateava nem era as separações ou brigas - que afinal todo relacionamento tem - mas sim as traições. Por que alguém casa por amor e trai? Quem ama não trai.

Existia a atração , claro. Mas será que ninguém amava mais alguém a ponto de resistir a atração?

O amor - e não qualquer tipo de amor, o amor verdadeiro - parecia cada vez mais raro. Não era surpresa que as pessoas desistissem dele. Num mundo cercado de ódio o amor parecia algo bem remoto.

Afrodite suspirou entediada. Espichou um pouco o pescoço e deu uma olhada no enorme globo que se localizava no meio de seu palácio.

Ela se aprumou no trono. Havia captado algo.

Um casal mortal estava de mãos dadas no parque e se olhavam carinhosamente. O mortal lhe deu uma rosa. A jovem sorriu e deu um beijo estalado na bochecha do rapaz.

-Ai Deuses, que cena fofa! - exclamou Afrodite sorrindo feliz para o nada.

Sempre ficava meio emocionada quando via um casal desses. Tanto amor! Apesar de toda desunião, desamor e desesperança, sempre havia um casal que acreditava na magia do amor. Era simplesmente muito fofo!

E só por que ela gostara bastante daquele casal que não ia facilitar as coisas. Colocaria um pouco de ciúmes aqui e angústia ali. Pois se bem dosados esses sentimentos faziam o amor crescer mais.

-Refletindo sobre o amor, hum? - a voz lhe assustou a tal ponto que ela quase pulou do trono. Estava tão distraída admirando a cena que nem percebeu a aproximação de seu amante, Ares.

-Jesus, Maria e José, Ares! Assim você me assusta! - exclamou a deusa lhe dando um soquinho. Ares riu um pouquinho.

-Me dar socos não vai adiantar nada, só irá quebrar suas unhas.

-Deuses é verdade! Minhas unhas mancharam... Acho que vou ter que fazer de novo. - reclamou Afrodite, depois continuou com um tom de voz gentil - Quanto a sua pergunta, sim, querido. - E lhe lançou um sorriso que Ares retribuiu fracamente.

-Não vejo graça nisso. - disse Ares - Não tem sangue. - Afrodite soltou uma risada melodiosa.

-Você não entende. Não dizem que o amor é um campo de batalha? Que na guerra e no amor vale tudo? O amor é uma guerra. É tudo uma questão de ponto de vista.

-Ponto de vista esse, que não consigo compreender.

É Ares, você não compreende. Talvez ninguém compreenda completamente. Só eu.

Passaram algum tempo em silêncio. Afrodite observava o feliz casal apaixonado.

-Por que você prefere fazer o amor surgir nos humanos? Por que não mais nos deuses?

-Ora, Ares, que mentira mais desvairada. Ainda faço o amor surgir entre os deuses.

- Não mais como antigamente.

-Não mais como antigamente. Sim. Os tempos mudaram. Com humanos é mais fácil. São mais fáceis de convencer. Mesmo que não acreditem no amor ainda da para fazer eles acreditarem. Os deuses não. Quando desistem do amor ou simplesmente não acreditam, já não posso fazer nada. Não está mais ao meu alcance. Eles mesmos têm que mudar de ideia e passar acreditar nesse sentimento. Atena, por exemplo, já não acredita mais no amor.

- Como não? Ela se apaixona. Intelectualmente. Ela mesmo diz que esse é o tipo mais puro de amor.

-Bah! – retorquiu Afrodite com violência – Isso não é amor. Amor é... – seu rosto assumiu uma expressão sonhadora, como sempre acontecia quando falava sobre o sentimento – O amor é se sentir querido e querer bem também. É... é rir de qualquer besteira sem motivo algum... – Ela estava rodopiando pelo palácio – É se sentir bem do lado do outro... Sentir um calorzinho gostoso. Ah! Nem sei explicar! – Por fim se deixou cair no seu trono, suspirando satisfeita.

Ares parecia refletir sobre o que Afrodite dissera.

- Eu não entendo... Me responda Afrodite: Como o Amor pode se apaixonar pela Guerra? Somos opostos. – Afrodite apoiou seu rosto com a mão direita e olhava fixamente para Ares, em seus lábios brincava um sorriso misterioso.

-Me responda você. Por que a guerra se apaixonou pelo Amor?
-Acho que... Acho que gosto do seu jeito.

-E...

-O seu jeito... Como que com o amor você pode criar angustia, ciúmes e insegurança. Pode fazer corações ficarem em pedaços. Pode fazer as pessoas ficarem doentes quando amam e não são correspondidas. E tem o amor proibido, ah, esse é o meu favorito. O casal trava uma verdadeira guerra com a sociedade, com a família e às vezes até consigo mesmo. – Ares parou como se tivesse tido uma grande revelação. – Você está certa Afrodite. O amor é uma verdadeira guerra.

- Está vendo? – disse Afrodite gentilmente, como se durante toda a conversa só quisesse chegar ali – É tudo uma questão de ponto de vista.

E dizendo isso entrelaçou seus dedos no cabelo de Ares e o tomou para um beijo.


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Notas finais do capítulo

Não sei de onde veio isso, e não gostei tanto quanto gostei quando tive a ideia. Mas postei. Anyway, eu gostei muito do final.

A próxima fic é mais curta do que essa, mas muito mais engraçada.

Sugestões são muito bem vindas e momentos também.

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