“Okay. Calma Atena. Calma.”

“Raios! Você nunca fez isso com nenhuma de suas outras filhas! Por que tem que fazer isso com ela?”

“Ah claro. Por causa do moleque de Poseidon, que pode tentar fazer coisas com ela.”

Atena não costumava fazer isso. E também não costumava ter filhos preferidos, mas desde a reconstrução do Olimpo, em que Annabeth e a deusa trabalharam juntas, elas haviam ficado bem mais unidas. Isso fazia a preocupação com a filha aumentar bem mais, principalmente quando o namorado dela era o filho do Deus do Mar, que provavelmente, assim como o pai, era um safado.

A deusa da sabedoria abriu a porta do quarto de Annie devagar para não fazer barulho.

A filha estava lendo um livro sobre arquitetura, Atena quase não conseguiu reprimir o orgulho, sua filha havia feito uma coisa linda na reconstrução do Olimpo. Ela estava destinada a grandes obras.

Estava sentada na cama lendo o livro, franzindo a testa, concentrada. Tão inocente! Com certeza não tinha feito aquilo.

Ok. Ela tinha dezessete anos. Já namorava há um ano Perseu. Mas ela era inocente! Totalmente inocente! Ou será que não era? Será que Atena não estava dizendo isso a si mesma apenas para se convencer?

Não, sem chance dela ter feito algo. A deusa mantinha marcação serrada. Vinte e cinco horas por dia. Não que ela a proibisse, claro. Podia até fazer, mas o namorado dela iria pagar. E Percy não iria querer ter a fúria da deusa da sabedoria.

Ela só ficara uma vez longe de sua filha. Quando ela fora ajudar a arquitetar a sala de jogos de Poseidon. Mas provavelmente não acontecera nada. É claro que o deus do Mar não iria deixar. Ele não era tão irresponsável assim.

-Hum... Olá filha.

-Hum? Ah! Olá mãe!

-Err... Filha nós precisamos ter uma conversa séria. Muito séria.

-O que aconteceu mãe? – a menina largou o livro na cama e fitava a mãe preocupada.

-Nada de mais. Apenas uma conversa entre eu e você.

-Pois bem, então fale.

-Bom... Quando... Quando um homem e uma mulher se gostam muito... – começou Atena desajeitada. Ao ouvir aquilo a expressão da loira suavizou e um meio sorriso começou a brotar nos seus lábios. – Quando um homem e uma mulher se gostam muito... Eles começam... Eles começam... – nesse ponto Atena já estava muito vermelha e parecia que ia se engasgar.

-Começam a namorar? – perguntou Annabeth inocentemente tentando ajudar a mãe.

-Exatamente. Namorar. Como você e o filhote de peixe. E quando já namoram há algum tempo... Surge a vontade de... A vontade de... – agora ela realmente se engasgara. Sua filha deu umas palmadas em suas costas para ver se ela se recuperava. Atena estava pensando seriamente em abrir um buraco no chão e se jogar dentro.

-Não estou entendendo, mãe. – Annabeth disse inocentemente, piscando os olhos e franzindo a testa em confusão. Atena achava que Annabeth estava entendendo tudo muito bem. "Que menina má, me forçar a falar isso..."

-Filha, você conhece os peixes-beijadores chineses? – Atena indagou, mudando de assunto bruscamente. Agora Annie estava realmente confusa.

-Sim mãe. Eles são uma espécie raríssima de peixe.

-Bem... – Atena voltou a ficar constrangida – Eles podem passar horas se beijando, o que cria um clima romântico próprio para o acasalament-

-Pera aí, mãe. Você está me dizendo que peixes são românticos? – a loira olhava um pouco assustada para mãe. Que analogia era essa?

-Ah! Me dê uma trégua! – gritou Atena exasperada, jogando as mãos para o auto. - Estou tentando fazer uma comparação para facilitar a aprendizagem!

-Por que não são, mãe. – continuou a meio-sangue se levantando como se não tivesse ouvido a deusa – A não ser, talvez, os cavalos-marinhos. Eles fazem uma dança de acasalamento extremamente sensual.

-Sensual? – indagou a deusa da Sabedoria abobalhadamente. A essa altura sua filha já havia se levantado da cama e rumava para a porta.

-Sim, mãe. Sensual. Mas seu eu fosse falar sobre rituais de acasalamento diria que prefiro os rituais de acasalamento de espécies avançadas de primatas. Se é que você me entende. – deu uma piscadela matreira para mãe e saiu do quarto.

-Acasalamento de espécies avançadas de primatas? – repetiu Atena devagar, perplexa. Então, depois de um tempo, percebeu o que a filha queria dizer com a frase. – Annabeth Chase! Volte já aqui, mocinha!

A deusa ainda podia ouvir a risada marota da filha.