Capítulo 13 – Morte Inesperada

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Roberth POV

Apesar de eu ter envenenado Nessie, eu ainda a amava. Ela poderia me odiar pelo resto de sua existência, mas eu iria salvá-la. Morreríamos juntos se fosse preciso, mas eu não a deixaria morrer dessa forma. Não por minha causa!

Eu fui rude com Edward assim que ele me ligou, mas naquela hora eu tinha desfeito todos os meus planos. Eu estava com Nessie desacordada em meus braços em uma praia deserta.

Não poderia olhar em seus olhos novamente, só de pensar nisso eu já ficava envergonhado pela minha atitude tão estúpida. Injetei um novo veneno nela, desse modo, um veneno anularia o efeito do outro e ela viveria novamente.

Meus pensamentos iam longe, ansiava pelo futuro. O que eu faria agora? Eram tantos problemas. Eu poderia enganar Kate por mais um momento se fosse o caso. O que me preocupava era o telefonema que tinha recebido há algumas horas atrás.

Agora era exatamente meia noite. Um novo dia surgia e esperava que novas soluções para os meus problemas surgissem também.

Estava contando até os segundos em meu relógio de pulso. Em cerca de 3 minutos Nessie acordaria e eu ainda não tinha pensado em como lhe falar o que aconteceu.

Olhei para o mar, a água tinha um limite, ela vinha até certo ponto na areia e depois voltava. Esperava que minha vida, minhas obrigações, meus problemas também tivessem um limite. Eu já não agüentava mais.

Ver Nessie em meus braços, encolhida como um anjo e adormecida como uma fada me fazia apenas querê-la ao meu lado, viva, dizendo que me perdoava pelo que eu tinha feito. Infelizmente, minha vida não é um conto de fadas como as pessoas imaginam ser.

 Nessie começou a abrir os olhos, ela começou a ficar branca, pálida como a neve. Seus olhos ficaram vermelho sangue e seus lábios também. Fiquei desesperado, teria eu injetado veneno errado em minha princesa? Meu coração acelerou com medo de que ela fosse morrer! O que eu faria agora?

Anne POV

Eu estava realmente preocupada com o que estava acontecendo. Roberth simplesmente sumiu do mapa e não atende minhas ligações. Como qualquer mãe, me desesperei. O pior de tudo era que eu tinha mais problemas com o que lidar, principalmente agora que os Volturis vieram.

Sabia muito bem o que Kate queria, mas agora eu não poderia detê-la. Ela tinha planos e estava dispostos a cumpri-los. Observei as coisas que aconteciam ao meu redor, pude ver da janela balcão do ultimo andar do castelo, Bella conversando com alguma coisa brilhante. Ela era loira, percebia que sua pele era branca e seus olhos eram azuis. Ela não era vampira, a hora que me dei conta de quem era ela, um medo me tomou.

Era a fada, a fada que governava todos. A verdadeira fada. Fomos enganados em nossa transformação, os únicos que sabiam disso era John – meu marido- e eu. Só nós dois. Era muitos segredos que eu guardava, sabia que eles eram importantes.

Infelizmente, nunca pude contá-los para minha filha, meu genro ou até mesmo meu filho. Roberth era muito seguro, sentia pena dele. Eu sabia que ele estava apaixonado pela garota e também sabia que ele não consegue mais viver sem ela. O problema é que ele é movido a base de Kate. Por algum motivo, ele acha que ela é a mais forte, a mais velha e a mais poderosa, por tanto, sente medo dela.

Meu marido chegou, passou um braço por minha cintura e olhou para onde meus olhos estavam vidrados. Percebi que seu corpo enrijeceu e ele soltou um suspiro cansado. Ele sussurrou:

-É Débora, a fada. Com certeza, ela contou a Isabella o nosso segredo e obviamente, ela contará para o resto dos Cullen’s. Estamos com muitos problemas não é mesmo? – Eu assenti com a cabeça, uma lágrima correu pelo meu rosto e falei:

-Porque nos envolvemos nessa história toda? Também erramos John, infelizmente cometemos o mesmo erro que Roberth cometeu, tememos a Kate. – Ele enxugou minhas lágrimas, beijou minha testa e murmurou:

-Acho que já está na hora de contarmos a verdade a ela não acha? Ela precisa saber, é direito dela meu amor. Eu admito que erramos, mas ainda dá tempo de concertar nossos erros. Apenas precisamos seguir em frente, sem medo, sem covardia. Precisamos ser valentes, precisamos ser um exemplo aos nossos filhos. Eu sei o que Roberth passa, mas podemos ajudá-lo também. – Eu simplesmente não me conformava com o que estava acontecendo. 

Sempre que ele comentava sobre falarmos a verdade a Kate, eu me desesperava. Guardamos por muito tempo um segredo, se contássemos agora, ela poderia me odiar para sempre e eu a amava.

Não consegui dar uma resposta a meu esposo, apenas o abracei e massageei suas costas dando um delicado selinho em seus lábios. Estávamos apenas nós na grande sala, ela era habitada apenas pela realeza, assim como o ultimo andar do castelo, aonde levamos os Cullen’s para fazer o desenho.

Me sentia horrível em pensar no que tinha feito naquele dia, eles não sabem o perigo que estão correndo após fazer aquilo. Eu já tinha prometido a mim mesma que não faria mais nada que prejudicaria os Cullen’s. Mais um problema a vista, eu já tinha feito muita coisa contra eles.

Estávamos abraçados perto da janela, eu adorava aqueles braços ao meu redor. Ali me sentia bem, ele era meu porto-seguro. Estava tudo tão tranqüilo, apenas nós dois, quando ouvimos um tremendo barulho. Nos assustamos e conseqüentemente, interrompemos o abraço, caso alguém entrasse ali. Pensei que era Jony que foi buscar algo para os Volturis, já que ali a entrada era permitida apenas para a realeza.

Ficamos olhando curiosos para a porta, quando entra Kate pela porta. Ela segurava algo em sua mão, era algo metálico. Um calafrio correu pelo meu corpo, pois senti que ali seria meu fim.

Ela entrou e ficou a uma distancia próxima a nossa, encostou-se na parede e ficou nos olhando com aqueles olhos azuis brilhando. Percebia algo de errado com ela, então perguntei docilmente:

-Olá filha? O que aconteceu com você para estar assim, tão estranha? – Ela continuou nos olhando. Ela parecia estar pensando bem nas palavras antes de colocá-las para fora. Finalmente ela começou a falar:

-Filha? Ora ora, agora sim eu sou sua filha? Pensei que eu já fosse estranha e estava pensando em ir embora sabe... – Estranhei as palavras dela, John foi rápido e murmurou em resposta:

-Você sempre foi e sempre será nossa filha Kate. Não faça uma besteira dessa indo embora... Não tem motivos! – Ela o fitou e respondeu ironicamente soltando um singelo riso:

-Eu aprendo tudo com vocês, afinal, você e a mamãe são campeões em fazer besteiras não? – Eu estava ficando realmente nervosa com a situação, aonde Kate queria chegar? Ela não esperou uma resposta nossa e logo continuou:

-Vocês nunca me consideraram como uma filha. Eu sei disso. Eu sei de tudo, não adianta tentar me esconder as coisas, eu sei de absolutamente tudo. – Eu a interrompi e falei irritada:

-Kate, chega. Você sabe muito bem que sempre te tratamos com muito amor e carinho e sim, você é nossa filha! Não há nada que não saiba. – Ela ficou me encarando e então disse algo que me surpreendeu:

-Anne, nós precisamos conversar. Somos todos adultos e não precisamos ficar com mentiras e choros as escondidas. Eu escutei a conversa de vocês há poucos minutos atrás e obviamente, escutei muitas outras também. Agora, apenas luto por justiça. – Aquelas palavras me abalaram, ela já não me chamou mais de mãe. Será que ela realmente sabia de toda história? John provavelmente percebeu que eu já vacilava e falou severamente:

-Conversamos depois Kate, além do mais, é melhor que nunca mais toque nesse assunto. – Já íamos sair, quando ela rapidamente se levantou e colocou se em nossa frente. Ela disse de um modo áspero:

-Ah sim, nós vamos conversar depois é claro. Conversamos após nosso segredo ser descoberto pelos vampiros é isso? Conversamos depois que as fadas vierem e acabar conosco? Ah? Respondam-me... – Tentei lutar contra as lágrimas que insistiam em descer novamente pela minha face, fiz-me de forte e falei firmemente:

-Não, nós vamos conversar agora. Vá direto ao ponto querida. – Ela apontou para a mesa e falou para sentarmo-nos. Assim fizemos e então ela disse:

-Eu queria saber o porque que vocês tem medo de mim. Também queria saber o porque que estão negando a fazer o plano que combinamos a alguns meses atrás... O combinado era único: Acabar com os Cullen’s. É tão difícil seguir as regras que propus? – Até minha alma gelou ao vê-la perguntar isso. O que eu responderia? Como eu revelaria que eu gostava muito da família Cullen? Engasguei, mas tentei responder:

-Olha Kate, é um tanto complicado lhe dizer isso, é que... – Ela olhou no fundo de meus olhos e murmurou:

-É claro que é complicado. Ainda mais quando se descobre que tudo que você viveu no passado, foi uma mentira. – Não entendi o que ela quis dizer, olhei-a curiosa e perguntei:

-O que foi uma mentira querida? – Ela deu um sorriso irônico e respondeu irritada:

-Ora ora, então vocês acham que eu sou uma idiota? Que eu não sei da verdade que vocês tentaram me esconder? – John e eu trocamos um olhar preocupado e ela logo falou bruscamente:

-Eu sei que sou adotada. Tentaram me fazer uma espécie de caridade? Foi isso? Ou será que foi para o meu verdadeiro pai não se sentir tão culpado ao me deixar?  - Após ela dizer isso, até minha alma gelou. Entrei em pânico. Como ela sabia disso? Parecia que John leu meus pensamentos, pois logo perguntou visivelmente espantado:

-Como você sabe disso Kate? – Ela deu um sorriso e falou orgulhosa:

-Vocês acham que eu sou idiota? Eu procuro em todos os lugares, e tem mais. Eu ainda sei quem é meu pai, além do mais, sei que ele ainda está vivo. Agora, apenas irei me vingar. – Ela fez uma careta e falou séria:

- Eu já teria me vingado, caso vocês não estivessem atrapalhando tudo né? Mas isso, eu resolve rápido e nesse instante. – Ela nos encarava com um ódio, o que eu faria? Percebi que a mão dela manipulava o tal objeto reluzente, que era uma arma. Seria nosso fim? Eu não poderia morrer agora, tinha um filho para cuidar e uma família para ajudar. Ela nos olhou e disse:

-Não é só de meu pai que vou me vingar, é de todos vocês. Vocês mentiram para mim. Fui enganada por toda minha vida. Acham que não percebo a diferença entre Roberth e eu? A maneira como vocês nos tratam, é diferente. Eu já não suporto mais isso. Agora, infelizmente não dá mais tempo, as coisas estão acontecendo muito rápido. – Dei um olhar de piedade a ela, mas como sempre, ela era fria. Simplesmente apontou a arma para minha cabeça, mudou, e mirou na cabeça de John.

Rapidamente, segurei sua mão para tentar impedir, mas já era tarde. Meu esposo estava caído no chão, com o sangue prateado escorrendo em sua face. Ela gemia de dor. Uma raiva tomou conta de meu corpo, dei um soco no rosto de Kate. Ela me olhou curiosa, enquanto meus olhos lacrimejavam lágrimas de sangue. Ela apenas indagou:

-Está vendo? Eu disse que vocês não me amavam. Ainda por cima me machuca! – Após ela dizer isso, senti uma bala invadir meu coração. Caí no chão gelado. Ela tinha atirado. Ouvi uma risada irônica e um tanto orgulhosa na sala. Era aquela bruxa que um dia ousei chamá-la de filha. Pude ver de relance que ela saiu do quarto.

Queria ir até meu marido e murmurar que estava tudo bem, que viveríamos. Mas eu não tinha forças o suficiente para continuar a batalha. Meu corpo adormecia, enquanto minha cabeça apenas latejava de dor. Eu tentei gritar por socorro, mas não consegui. Minha voz sumiu, olhei John que estava ainda gemendo. Ele olhou para mim e eu murmurei:

-Eu te amo. – Seus olhos encheram de lágrimas e ele respondeu roucamente:

-Eu também te amo. Amarei-te para toda eternidade. – Assim que ele disse isso, seus olhos fecharam e seu semblante anoiteceu. Ele tinha morrido, assim como eu também morreria em poucos minutos.

O que seria de Roberth? Como ele sofreria ao saber do que tinha acontecido. Se comigo que criei Kate com tanto amor e carinho e ela me fez isso, o que ela faria então com seu próprio pai?

Minha respiração estava fraca, meus batimentos cardíacos já paravam. Fechei meus olhos e então adormeci, mas esse adormecer seria diferente de todos os outros que já o fiz. Ele seria para toda eternidade...

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