Alma de Tinta escrita por AnneWitter


Capítulo 3
Sentindo as palavras


Notas iniciais do capítulo

-Cap Não betado

—Desculpem-me pela demora de atualização!

—Bjokas!



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‘O mundo que um dia foi desconhecido para a menina, que ainda era conhecida assim pelas antigas palavras, mostrou-se afetuoso e gentil. Tudo ao seu redor cheirava a conhecimento, brindava o olhar da menina com imagens únicas e maravilhosas. E foi desta forma, em meio a um cenário incrível, que a menina escolheu as palavras certas para fazer com que Doria começasse a encantar as palavras, fazer com que elas serpenteassem para fora das folhas e ganhassem significados diante da leitura astuta do rapaz. Era daquela forma que a menina descobrira a melhor maneira de realmente ensiná-lo a ler...’

Meggie sorriu para o que tinha escrito. Apesar de ter passado um mês desde que lera aquelas palavras escrito por Finoglio, ela sentia certo medo de escrever as coisas, contudo todavez que pensava em não mais fazer isso, ela sentia a força das palavras escritas e lidas, era como se ela mergulhasse no mundo de tinta tão fundo que não tinha como sair de forma alguma, ela havia se tornado, mesmo não querendo, uma personagem dentro daquele mundo feito de papel e tinta. E ela sabia que se tornará, assim que começou a escrever, uma personagem que poderá mudar tudo ao seu redor. E mesmo assim Meggie não gostava de utilizar seu novo dom, pelo menos até aquele dia.

Depois que ela terminou de escrever, ela saiu cautelosa de seu quarto, Mo ainda não sabia que ela andava escrevendo, e Meggie queria que seu novo secreto continuasse guardado, por isso sempre aproveitava os momentos que ele estava na sala tratando carinhosamente dos livros do castelo ou quando saia com Brendan, para realizar essa tarefa. Não foi diferente naquela tarde. MO havia recebido mais cedo cinco livros para serem concertados e ele contente com isso sentou-se em sua mesa e começou o trabalho, Meggie que havia terminado suas tarefas domesticas e tento Brendan longe de si, já que este foi a casa de Dedo Empoeirado junto co m Teresa, ela aproveitou para escrever.

Mas o que ele tinha em mente em fazer não era bom ser feito em seu quarto, mesmo não tento Mo, Brendan e Teresa por perto, para fazer aquelas palavras ganharem vidas como muitas vezes ela já fizera Meggie teria que ir para outro lugar. Pois assim que começasse a ler em voz alta em seu quarto, certamente Mo entraria neste já lhe tirando o papel de sua mão e a colocando de castigo. Uma regra que estava mais que clara dentro daquela casa era ‘Não ler em voz alta’, até mesmo Teresa tinha receio em ler, e somente o fazia sobre os protestos de Brendan.

Devido á isso Meggie guardou o papel onde escrevera na sua bolsa a tira colo e saiu de seu quarto cuidadosa, ela olhou para seu pai, como sempre quando fazia aquele trabalho, Mo estava concentrado e tinha uma leve expressão de satisfação em seu rosto, aquilo sempre acalmou o coração de Meggie, dava-lhe a certeza que o Gaio que um dia penetrou a alma de Mo não estava mais ali.

Feliz com a cena ela se aproximou do pai e lhe deu um beijo no rosto, este carinhoso a olhou.

-O que você está aprontando? – disse divertido.

Meggie o olhou surpresa por alguns segundo, para em seguida sorrir e tocar os cabelos pretos de Mo.

-Nada, só irei dar um passeio.

-Em Ombra, imagino? – disse olhando com ternura a filha, que infelizmente para ele estava a cada dia se tornando uma linda e esperta mulher.

-Sim. – confirmou ela já se distanciando do pai.

Com um aceno rápido ela saiu da cabana.

Agora fora do olhar de Mo, Meggie queria encontrar um lugar sossegado e ler o que havia escrito. Mesmo sentido um incomodo aperto no coração, ela estava ansiosa para ver o que aconteceria depois que lesse aquelas palavras.

 Encontrando o local, numa parte da floresta, um pouco depois dos portões de Ombra, Meggie retirou o papel de dentro de sua bolsa, e após respirar fundo e tomar toda coragem que tinha ela iniciou a sua leitura.

Ler em voz alta suas próprias palavras era ainda mais mágico do que ler personagens de outros livros.  Essas pareciam não sair da folha, como normalmente lhe parecia quando lia, mas de dentro de si. Como que cada palavra tivesse impregnada em sua alma, e enquanto as pronunciavam, essas desprendiam de seus antigos lugares e flutuassem para o céu.

Meggie sentia todas as palavras, sua voz parecia mais mágica que antes, e por aquele momento que lia sentiu inveja de Orpheus, por ele saber daquele encantamento muito antes dela, por ter saboreado aquela sensação antes dela. O que ela não sabia era que o dom de Orpheus de escrever e ler, era totalmente diferente daquele. Quando ele escrevia era como um parasita com a necessidade de roubar as palavras de livros alheios para conseguir encantá-los, o dom que Finolgio – ou Tecelão de Tinta – havia dado á ela era diferente, Meggie não era uma parasita no mundo de tinta, Finoglio havia dado aquele mundo para ela. Meggie era a alma daquele mundo, sua alma era agora de tinta...


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Notas finais do capítulo

- Não esqueçam de comentar!!!!