Alma de Tinta escrita por AnneWitter


Capítulo 4
Poder das Palavras


Notas iniciais do capítulo

- Cap não betado
—Desculpem-me pela demora
— Espero que gostem e não esqueçam de comentarem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/94104/chapter/4

Queria ir se encontrar com Doria naquele momento, dizer a ele que conseguira um modo de fazê-lo ler. Mas se conteve, sabia que ele estava ocupado com seus afazeres e portanto não queria atrapalhá-lo. Esperaria o momento dele ir ao seu encontro, então o contaria.

Feliz ela voltou para sua casa, escolheria uma canção do tecelão de tinta, ou melhor Finoglio, para que ela pedisse para ele ler. Já conseguia imaginar Doria empolgado a cada nova palavra que pronunciaria, que conseguiria ler dos pergaminhos escritos por Finoglio.

Adentrou a sua casa e correu em direção ao um pequeno baú que repousava ao lado da mesa de Mo, este ainda concentrado em sua tarefa de consertar velhos livros. Quem a olhou curioso quando a viu se ajoelhar ao lado do baú e abri-lo.

–O que pensa que está fazendo? – o som da voz dele denunciava sua preocupação, mas não havia razão para isso.

Sorrindo Meggie o olhou.

–Não precisa ficar apreensivo Mo, não é para mim, e sim para Doria. Lembra que estou ensinando ele a ler? – perguntou ela amável.

Mas sabia perfeitamente que a menção do nome do rapaz não o deixava realmente confortável, o que ele precisou disfarçar com um sorriso encorajador.

–Então é ele quem irá ler?

–Sim, vou pegar uma canção simples.

–Ótimo, caso tenho um bom resultado gostaria também de ouvir. – disse franco.

–Pode deixar.

Ela empolgada olhou cada canção que ali continha, precisava encontrar uma que fosse simples mais também fascinante, como as do tempo que Mo era Gaio. Parou a procura ao pensar nisso, olhou o rosto sereno de Mo que costurava cautelosamente algumas páginas, e imaginou se ele ficaria bravo caso ela pegasse alguma canção daquele tempo.

Nem eu iria querer. Pensou por fim, o que era a mais pura verdade. Ela nunca se sentia a vontade quando pensava naquelas canções do Gaio, temia só em pensar em lê-las sem querer, como fizera na casa de Finoglio e seu pai desaparecer pela noite e numa mais voltar.

Tremeu somente com esse pensamento. Não seja boba Meggie, Gaio não existe mais. Voltou a olhar seu pai para confirmar, a calmaria em seu semblante a reconfortou.

–Por que está me olhando tanto? – perguntou Mo.

–Nada, só gosto de vê-lo tecer os livros. – disse.

Ele sorriu.

–E eu de fazer isso, é reconfortante.

Meggie entendia o significado daquelas palavras, melhor que qualquer outra pessoa. Voltou a sua tarefa, e entre os pergaminhos encontrou uma canção adequada para sua tarefa e alegre guardou o restante e dobrou cuidadosamente o papel e o guardou sem ua bolsinha.

–Não está pensando em encontrar com ele agora, ou está? – indagou Mo.

–Na verdade irei espera-lo, ele ficou de vim até aqui. – disse.

Mo bufou, realmente não gostava daquilo. Não suportava a ideia de ver sua filhinha tão crescida, aquilo realmente o incomodava.

–E depois ficaram por aqui, suponho?

–Na verdade, iremos até a praça central de Ombra. – respondeu cautelosa. – Terá uma pequena apresentação por lá, e gostaríamos de assistir, seria também uma grande oportunidade dele ler para seu pessoal. – esclareceu.

Mo voltou a bufar. Odiava definitivamente daquilo. E estava pronta para dizer um não, no fim das contas, quando Teresa com Brendan adentrou a casa.

–Boa tarde. – a voz melodiosa de sua esposa preencheu o ambiente.

–Mãe! – exclamou Meggie feliz, sabia que sua mãe lhe salvaria.

E Mo compreendera que perderia mais uma vez, e pela tercier avez bufou.

–Não quero que volte tarde.

Aquilo era tudo que Meggie queria ouvir...

A apresentação acontecia com perfeição, era uma dança acrobática de um grupo que chegara a cidade um dia antes, era composto por dois homens e três mulheres. Quais realizavam movimentos com mestria. Encantando a todos que estavam a assisti-los.

Meggie e Doria estavam entre aqueles que tinham suas atenções completamente ao evento; Doria principalmente, notara Meggie, que visivelmente não piscava para não perder nada que aquele grupo realizava.

–Isso é realmente fantástico! – exclamou ele, diante a um mortal do homem que terminou num sofisticado passo de dança com uma das mulheres.

Meggie sorriu, já imaginando que o fantástico realmente viria depois, quando ele percebesse que agora conseguia ler, e isso tudo por causa das palavras dela. Aquele seu novo dom realmente não precisava ser algo tão terrível assim. Mas teria que ser algo escondido de Mo.

–E pensar que li algo parecido, antes de vim para cá. – disse Doria.

Meggia franziu o cenho.

–Como?

O garoto voltou-se para ela feliz.

–As suas aulas tiveram resultado. Após finalizar meus afazeres, Ambrosio desafiou-me a ler, disse que ainda não conseguia, apesar das aulas que já tive, então consegui. Realmente consegui Meggie, e isso tudo graça a você!

Ela tinha ficado feliz em ouvir aquilo, mas também decepcionada, ela queria ser a primeira a ter visto isso. Entretanto o que realmente importava era que ele conseguira. Ou melhor, que ela havia conseguido. Ela sabia que Doria não estava lendo devido as aulas, e sim por causa daquilo que lera naquela manhã. Sorriu diante a isso. Sem imaginar que suas palavras, feitas pela sua alma, escritas como foram, deram a Doria um poder maior que simplesmente lê-las e que o grupo diante deles, apresentando-se daquela forma, vinha de uma canção inédita de finoglio, uma canção lida por Doria, o novo língua encantada...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Alma de Tinta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.