Magnum escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 9
Capítulo 9




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* * *
-não – Magnum respondeu. – eu não tenho nada a ver com o que aconteceu aqui, embora tenha motivos para provocar alguma coisa dessas.

Ada não colocava um pingo da sua confiança nela, entretanto também não fazia questão de saber a verdade sobre tudo. Queria apenas o que era de seu interesse.

-não vou mais fazer perguntas que a envolvam... –anunciou com um certo tom de desapontamento.

Magnum a viu se afastar de novo. Os corredores estavam quase todos limpos, a quantidade de zumbis havia se limitado bastante, o que provocou em Ada certa sensação de desconforto. Era algo contraditório. Se em um complexo daquele tamanho todos os contaminados estivessem presos ali no setor 7 e só aparecessem quando quisessem, ela estaria certamente morta.

Contudo, onde estavam se escondendo?

Aquele lugar escondia coisas das quais era melhor ela não pensar. Mas onde estavam tais criaturas?

Ada ouviu um ruído estranho e virou-se rapidamente em direção a ele. Para sua surpresa um cientista erguia contra ela um pedaço de cano, mas hesitou assim que percebeu que ela não era um zumbi e recuou:

-q... Quem... Quem é você? – gaguejou, uma gota fria de suar escorrendo pelo rosto sujo.

A espiã olhou para o estado dele. Estava acabado, mas não parecia ferido.

-bem, não importa – ele mesmo disse. – estamos todos condenados mesmo.

Ada baixou a arma e se aproximou, enquanto encostando-se à parede ele escorregava de forma decadente.

-meu nome é Ada. Qual é o seu?

- Willian Ford, sou o sub-chefe desse setor. – respondeu o cientista com um grande e cansado suspiro.

-O que aconteceu por aqui, Willian?

O cientista balançou a cabeça.

- foi um grande desastre. Um grande desastre. Em um momento tudo ia bem e de repente... Aquela garotinha, aquela garotinha...!! – exclamou cerrando os dentes. Lágrimas de desespero encheram seus olhos. – primeiro foi minha mulher e depois os outros... Um por um... Agora esse caos...

Ada o ouvia atenta. Através dele poderia saber muito mais coisa do que com Magnum. Ao pensar nela, a espiã percebeu que não estava mais ali. Havia desaparecido! E enquanto olhava para os corredores à sua procura, Willian chamou sua atenção:

- na sala 11! – exclamou. – preciso ir à sala 11!

-O que há lá?

O cientista tentava se levantar do chão, mas seu corpo cambaleava, exausto.

- eu preciso destruir... Destruir o resto do vírus, antes que aquela garotinha... Sim, ela está atrás dele... Ela e a outra... Aquela outra...

Aquela outra...

Dr. Ford tentou se levantar, exasperado, quando as paredes vibraram e repentinamente finos tentáculos estouraram para fora dela. O cientista foi abruptamente esticado por eles se rasgando em várias partes como se fosse um pedaço de papel.

Ada olhou a tudo aquilo estagnada. O ataque havia sido tão rápido que a única coisa que pudera fazer fora recuar e observar a tudo sem reação alguma.

Uma linha rubra tingiu o rosto da espiã. Com a morte do cientista os tentáculos voltaram para dentro das paredes e a deixaram ali com os restos dele.

* * *

Magnum caminhava pelos corredores sozinha. Há pouco tempo se afastara de Ada sem que ela percebesse. O motivo? Era óbvio: pressentira a chegada de Dr. Ford e não estava nem um pouco determinada a vê-lo.

Não sabia o porquê, talvez sua memória ainda tivesse se completando, mas sentia que não deveria se aproximar de nenhum dos cientistas sobreviventes.

Um tumulto de pensamentos tomava sua cabeça agora. Por causa da energia que gastara salvando Ada, não conseguira se recuperar completamente e fragmentos de todos os tipos a deixavam confusa.
Ela sabia quem era. Sabia porque estava ali. Mas não sabia com quem ou com o que estava lidando. Apenas sabia o que seus sentidos diziam. E eles diziam para tomar cuidado com os cientistas.

Havia algo sobre eles do qual ela não se lembrava, mas devia.
* * *

Jim correu desesperado pelos corredores do Hotel. Onde, maldição, estavam todos? Lin Mei havia arrancado um bom pedaço do seu braço e ele não encontrava ninguém que pudesse ajudá-lo ali. Estava começando a ficar exausto. Sua vista se turvando aos poucos. Que sensação era aquela? Jim chacoalhou a cabeça. Ele não podia desmaiar por causa de uma mordida. E quando se tornasse um médico? Desmaiaria se por um acaso acontecesse um acidente no meio de uma cirurgia?

Mas seu corpo parecia realmente enfraquecido... E tropeçou com as próprias pernas caindo no chão. Foi um baque dolorido, mas antes que pudesse se levantar ouviu a voz de alguém. Eufórico, pensou que enfim alguém poderia ajudá-lo, contudo interrompeu qualquer ruído, paralisado pela palavra “morto”.
Sim, contornando a esquina alguém estava sendo ameaçado de morte. Jim ouviu um ruído abafado. Reconhecia aquele barulho dos filmes de ação e depois ouviu um segundo ruído. Eram dois tiros abafados por um silenciador.

- tola! O que pensa que fez?! – a voz de um homem forçosamente sussurrada.

- ele sabia demais. Não precisávamos mais dele.

- esqueceu que era ele quem disseminaria o vírus aqui? Você poderia pelo menos não ter atirado na cabeça!

- sinto muito. É força do hábito. Mas não há o que temer. O vírus já foi disseminado.

- o quê?

- peguei uma das empregadas. Nesse exato momento ela já deve ser um deles.

- louca! Pegou uma empregada do hotel?! O trato era que fosse alguém de fora. Tudo tinha que parecer intencional ou se esqueceu que sem isso...

A mulher o interrompeu. Ouvira algo. Mas logo voltou a falar:

- admito que foi uma pequena mudança nos planos, mas o importante é que tudo acabe do jeito certo. Vou informar o chefe, enquanto isso procure o agente. Tente faze-lo pensar que a irmã dele ainda está aqui, afinal se ele escapar todos os nossos esforços terão sido em vão.

-claro. - O homem admitiu consternado e saiu.

Jim ouviu seus passos pesados se aproximando, então silenciosamente se escondeu entre dois carrinhos de lixo parados pelo corredor. A mulher desapareceu entre uma das inúmeras portas de madeira talhada.

Assustado, o jovem continuou sua busca por ajuda, entretanto, mais determinado do que nunca.

Podia ter uma clara idéia do que aqueles dois estavam prestes a causar.


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