The Anthology Clock - Biological Danger escrita por Nam


Capítulo 3
[Japan] Statistical




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The Anthology Clock – Biological Danger: Outstanding Issues

III – Statistical

∂ Point Of View — In-Suck Kwon ∂

Japan, Watanabe – Quarta-Feira, 02 de Junho de 1998

O despertar de um sono durante um dia de sol. Um sentimento de encalistramento invadiu todos os meus pensamentos antes de dormir. Apesar de apenas um dia no Japão já estava imaginando o quanto aquele caso seria divergente dos que estava acostumado a analisar. A informação não entrava direito na minha cabeça. Kyung sabia mais do eu sobre toda aquela história. Ao abrir meus olhos pela manhã já refletia sobre o assunto. Fiquei estático em minha cama durante algum tempo. O que me interrompeu foi a presença de Kyung. Ele havia chegado ao quarto minutos depois do meu acordar. Com um meio sorriso estampado no rosto este saudou:

— Bom Dia, Ins! — Exclamou Kyung-Sun, entrando pela porta do meu quarto.

— Bom Dia, Kyu. — Disse levantando-me. — Ah, que horas são? — Perguntei, bocejando ao mesmo tempo.

— Você dormiu demais! Já são onze horas da manhã. — Ele disse rindo.

— Foi mal. — Me desculpei com mais um bocejo. — Não consegui dormir muito bem.

— Na madrugada eu vi você indo ao banheiro. Tomou um banho noturno, creio eu.

— É.

— Enquanto você dormia fui à casa de Hasegawa-san. — Kyung sentou-se a cama. Eu já estava de pé, dando um jeito no cabelo em frente ao espelho.

— Mais uma vez peço desculpas, cara. Te deixei na mão. — Fiz gestos com as mãos pedindo “desculpas”.

— Não tem importância. A gente é uma dupla, temos de ter consideração com o outro. Eu vi que estava muito exausto. — Por isso que Kyung era um amigão. Era muito compreensivo e tinha uma alta consideração. Aquilo me deixou extremamente feliz.

— Valeu, Kyu. — Apertei sua mão e sorrindo. — Mas e aí, descobriu algo? — Perguntei bastante curioso.

— Sim, veja! — Kyung me entregou um folheto branco. Os caracteres eram japoneses.

— O que é isso? — Perguntei abrindo.

— Estas são as informações de Tadashi.

— Bela jogada, Kyung. Mas onde conseguiu isto? — Apontei para o papel.

— Fui ao cartório certo. Encontrei com facilidade. Era aquele mesmo. Eles não queriam me informar, então entrei as escondidas e tirei uma Xerox.

— Deixe-me ver.

 

Nome: Tadashi Tamachiro Hasegawa

Data de Nascimento: 05 de Novembro de 1970

Sexo: Masculino

Sangue: “O” Positivo

Cor: Branca

Pai: Hiroyuki Tamachiro Hasegawa

Mãe: Ayumi Tamachiro Hasegawa

Avô Paterno: Não Especificado

Avô Materno: Não Especificado

Avó Paterna: Não Especificado

Avó Materna: Não Especificado

 

Após ler aquela ficha técnica, percebi que não haviam os nomes de seus avos, o que era muito suspeito. Então, fiz uma observação:

— Não acha isso esquisito? Os avos deles não estão citados.

— Verdade, Ins. Não entendo por que Ayumi não colocou.

— Veja! Nem o nome do Takeuchi-san tem!

— Vamos à casa de Takeuchi para perguntar. Ele deve saber a resposta.

 

Casa Número 50695: Takeuchi Hasegawa

Havíamos chegado à casa de Hasegawa-san fazer um interrogatório. A questão dos dados técnicos estava muito mal feita e haviam slot não preenchidos. De frente à moradia do idoso, nos deparamos com um jardim bem cuidado e grama bem tratada. Sinal que era bastante conservador e dava o devido valor ao ambiente em quem vive. Vimos uma horta aos fundos com muitas cenouras, batatas, pés de feijão e muito mais! Takeuchi estava com sua roupa de carpintaria cuidando de seu ilustre quintal. Estava regando sua horta com uma expressão de sabedoria em sua face.

 

Então olhamos para ele com um sorriso e o chamamos:

— Hei! Hasegawa Takeuchi-san!

 

Ele se virou, também sorrindo e acenou. Fomos até ele com passos ligeiros.

— Parabéns, Takeuchi-san, pelo esplêndido quintal! O senhor cuida muito bem dele. —  Disse Kyung observando a horta ao seu redor.

— É verdade! Congratulações, senhor. — Cumprimentei-o logo após.

— Arigatô! — Agradeceu Take-san da forma típica japonesa. — Queiram entrar, Por Favor.

 

A gente foi caminhando até a frente do quintal do senhor, que ficava de frente. Logo entramos pela porta escura de madeira. Pelos móveis, diria que era uma sala.

 

— Kyung, tire, por favor, os tênis antes de entrar na casa de Take-san! — Eu disse. Segundo a cultura japonesa, é muita falta de educação entrar com sapatos dentro da casa. No máximo, pode ser de meia.

— Oh! Esqueci! — Colocou a mão no rosto como forma de constrangimento. Rapidamente tirou os calçados e os deixou na porta.

— Então, qual é o motivo da visita de vocês? — Perguntou Takeuchi.

— Veja isto! — Kyung entregou o papel das informações de Tadashi.

— Como conseguiram isto? — Perguntou Hasegawa.

— No cartório onde Ayumi deu a luz ao seu neto. — Falou Kyung em outras palavras.

— Ah sim. Mas não está completamente preenchido. — Reparou Takeuchi tomando água em sua caneca.

— Senhor! Nós viemos perguntar sobre isto mesmo. Não acha estranho Ayumi ter registrado Tadashi com muitas informações em branco? — Eu disse mudando o tom de voz para um mais direto.

— Pode ser! Entretanto não posso fazer nada. Ela não está aqui no momento. — Disse o idoso terminando de beber em sua caneca cor de pele.

— Takeuchi-san, Ayumi, Hiroyuki e Tadashi faleceram há alguns anos. — Disse Kyung, se equivocando completamente.

— Como? — A caneca do idoso caiu no chão.

 

Fiquei olhando para Kyung com um cara de espanto. Não era para ele ter dito aquilo naquele momento. Iria fazê-lo sofrer e talvez não queira mais nos ajudar na investigação. Kyung prestou atenção no que acabara de dizer e colocou suas mãos na boca, como forma de “ferrou geral”.

 

O que restávamos fazer naquela hora era explicar exatamente o que está havendo no mundo e o que poderá acontecer nele se a energia não for detida.

 

T O     B E   C O N T I N U E D

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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