The Anthology Clock – Biological Danger: Outstanding Issues

IV – [Japan] What Will Make

∂ Point Of View — In-Suck Kwon ∂ 

E agora Kyung? Por Que fez aquilo? Entregou os pontos? Agora não dá para reparar o leite derramado. O máximo que poderíamos fazer naquele momento era explicar com detalhes sobre tudo o que estava acontecendo, sem cortes. Então, acalmamos Takeuchi. Falamos para ele sentar, respirar fundo e se acalmar. Suspiramos e sentamos junto dele.

— Olha, Hasegawa-san... Como podemos explicar de uma forma sensata para que o senhor entenda? — Eu disse, enrolando. Kyung, provavelmente, tinha um plano de escapatória.

— Vamos ser diretos, Ins. — Disse Kyung olhando para mim. Logo voltou seus olhos a Takeuchi. — Tadashi Hasegawa faleceu há alguns anos. Foi assassinato brutalmente em uma briga de colégio e jogado no fundo de um lago. Desde então, daí nasceu uma maldição sobre o relógio. Quem o tocasse estaria sujeito a seus últimos dias de vida. — Errei na minha conclusão. Contou tudo!

Aparentemente, Takeuchi não estava tão assustado. Ouviu a explicação de Kyung com muita tranquilidade. Na hora eu pensei: “Ele sabe de algo”.

Hasegawa se virou, olhando nos olhos de Kyung, e disse:

— Dez dias, não é?

Seu olhar era diferente, meio que sagaz. O susto que levara sumiu rapidamente. Fiquei muito desconfiado com a expressão que ele fizera. Cruzei os braços num piscar de olhos.

— Sim. — Disse Kyung, que também parecia suspeitar de algo.

Takeuchi balançou a cabeça afirmamente, levantou as sobrancelhas e colocou a mão direita na testa.

— Não... Vocês estão indo pelo caminho errado. — Disse com sua voz branda. Depois disso, passou a mão pelo rosto injuriado.

— O que você quer dizer com isso? — Indagou Kyung com os olhos salientes.

— Este vírus... Não é deste mundo. — Replicou o idoso, agora com os braços nas pernas.

— Disso sabemos. — Eu disse.

— Não foi com Tadashi que isso começou. — Continuou o ancião. A voz estava “falhando”. Exaltado era apelido para ele.

— Hasegawa-san... — Disse Kyung, espantado e apontando o dedo para Takeuchi — O senhor sabe de algo? Por Favor, nos conte! — O suplicou.

— Eu encontrei o relógio perto do mar, numa ilha em Okami, quando fui fazer uma expedição ao lado de Tadashi-kun. Peguei, vi que estava precisando de reparos. Usei meus conhecimentos técnicos para concertá-lo e entreguei ao meu neto. Ele adorava relógios. — Ênfase em “relógio”.

— Este vírus já existia? — Eu perguntei.

— Sim, mas a pessoa morria em meros cinco dias. Porém não sofria nada. Nem ao menos sabia que estava sobre posse da maldição. — Explicou o idoso.

— Certeza? Nem uma gripe? Alucinação? — Kyung, por sua vez.

— É!

— Então quer dizer que o relógio já pertencia à outra pessoa. — Eu refleti colocando as mãos no queixo, pensando.

— Provavelmente, jovens. Pois havia uma sigla em baixo: “Y.O.O.”

— Hum. — Suspirei.

— Mas não pensem que esta maldição não existia antes de encontrá-lo. Quando Tadashi e seus pais se mudaram para o Worldwater, ouvi relatos de pessoas mortas sem explicação e que em seus braços haviam as mesmas iniciais. — Disse Takeuchi.

— Então o senhor está querendo nos dizer que Tadashi foi o primeiro portador desse vírus? — Perguntou Kyung.

— Isso, meu caro.

— Então, por que ele não morreu cinco dias depois de ter contato? E como o senhor ficou vivo? Teve que manuseá-lo para arrumar!

— Isto é algo que nem eu sei explicar. Nem sabia que aquele relógio era perigoso. Sem contar que usei luvas. — Finalizou.

Então mais um mistério para a dupla mais maluca que existe! Kyung-Sun Chang e In-Suck Kwon. Agora ficou sério. Mais uma pessoa por trás deste mistério? Está ficando cada vez mais interessante.

T O B E C O N T I N U E D