The Anthology Clock – Biological Danger: Extermination

XXIV – [Waterworld] Escape

∂ Point Of View — Pluspe Epp ∂

Completamente encurralados! Declan estava em frente a janela observando a multidão. Josh estava levando seu filho Steven de colo para o andar de cima e acompanhado de Steed. Enquanto Dhenypher tentava acalmar o pessoal:

– Será que vocês não entendem? – Esperneava a psicopata. – Não podemos tirar a vida desse jovem por uma causa que possa ser analisada! Poderemos encontrar uma maneira de reverter tudo!

Entretanto, mesmo com o apelo da detetive, a multidão não se contentava e alguns gritaram:

– Antes ele morto do que a gente!

E eles vieram correndo até a casa de Gabriel, a fim de matar Declan. O que ele faria? Dhenypher estava cem porcento correta em suas palavras, ele era só um menino, esta era a opinião de Gabriel. Não podem fazer isso, nem em pensamento. A primeira atitude diante do conflito, seria ir ao quarto de sua avó, contando mais uma mentira com o pretexto de mantê-la na casa enquanto todos sairiam “para um passeio” e que não saísse de lá por nada deste mundo. É claro que a idosa estranhou o pedido do neto, mas não hesitou de satisfazer sua vontade. O próximo passo seria todo mundo sair pela porta dos fundos, onde poderiam se esconder em uma floreta que havia por perto... a mesma que Gabriel viu em seu sonho. Talvez fosse um aviso para que tivesse um lugar para uma escapatória em segurança. O mesmo não pensou duas vezes e os orientou:

– Nossa única opção é pela porta dos fundos! Teremos que sair aos poucos. – Alertou o menino, de frente para todos. – Declan é o que eles estão procurando, então terá de ir primeiro.

– Mas, quem irá comigo? – Declan perguntou, olhando para Josh.

– Dhenypher, você é a mais esperta de todos nós. Vá junto dele. – Gabriel especificou a questão. – Depois, Josh irá com o Steven. E por último, Steven e eu iremos chamar a atenção do pessoal para a praia, para que não pensem que ainda estaremos aqui. Cuidado! Agora, corram.

E assim se iniciou a corrida para a sobrevivência, pelo menos para Declan. O grupo procedeu à base do plano de Gabriel, fazendo conforme as instruções do estudante. Todos já estavam fora da casa, escondidos no meio da floresta escura. A visão de todos era de apenas verde. Era difícil de se ver o céu, pois as árvores imensas dificultavam se enxergar pela abertura. Só se via alguns pontos alaranjados, o pôr do sol estava vindo.

Depois da meia-noite...

O grupo havia se encostado em algumas árvores para que pudessem descansar. Não poderiam voltar para casa, senão a população encontraria o paradeiro de todos aqueles que estariam “caçando”.

Declan estava pensativo sob uma árvore, cuja aparência era nova. Os outros estavam nas demais por perto.

– Steven! – Chamava Josh por seu filho, deitado em seu colo.

– Pai... – Sussurrou o pequeno, com dificuldade. Seus olhos estavam pesados por conta do sono e da gripe que o abatia.

– Escute... precisaremos ficar longe de casa por uns dias, okay? Até tudo se acalmar. – Josh explicou.

Gabriel prestou atenção na conversa. Revirou os olhos para evitar que a tristeza o abatesse. Ele relutava com todas as suas forças, mas era pouco eficaz, não estava mais contendo a vontade de desabafar em lágrimas. Steed, o amigo de Josh, se aproximou:

– Oi, beleza? – Jake (Jake Ford Steed) tentou o primeiro diálogo.

– Oi. – Gabriel disse, fanhoso.

– Péssima maneira de se explorar uma floresta, ham? – Dizia Steed, em uma tentativa de distraí-lo.

– Pode ser. – Gabriel falou.

– Sem querer ser pessimista, se achar que não sairemos ilesos dessa, qual seria sua última atitude? – Perguntou Steed, observando a sua volta.

– Como? – Gabriel não entendeu a questão.

– Meu psicólogo me pergunta isso a cada quatro sessões. – Ele riu. – Podemos não nos conhecer, mas em meio a essa cilada...

– Está bem. Minha última atitude seria fazer as pazes com meu amigo. – Respondeu Gabriel. – E você? – Indagou.

– Transar bastante! – E os dois gargalharam muito.

– Você é maluco. Pensar em sexo a essa altura do campeonato. – Gabriel pensou.

– Algo que aprendi na minha vida, é nunca perdermos o senso de humor, por mais que a situação requeira cuidado. Devemos ser os mais otimistas.

– Bela filosofia.

Em um pequeno e estranho diálogo, Gabriel já se sentia mais confiante com as palavras de Steed. Parece que o novo amigo mostrou que não é necessário a tristeza, enquanto existe a possibilidade de tudo se resolver. Se há solução, para quê se render?

– Valeu.

– E com quem você iria ter relações sexuais? – Gabriel entrou no ritmo da conversação.

– Hum, com alguém que eu tivesse profunda amizade.

– Louco é apelido para você.

– Não sou tão louco como pareço. – Brincou Jake.

– O louco sou eu de concordar que isso seria uma boa. – Gabriel constatou.

– Também é virgem?

– Sim.

– Ah, e com quem você gostaria de ter relações? – Jake deu um empurrão leve em Gabriel em modo de brincadeira.

– Você é mais pervertido que a irmã da Dhenypher. Suponho que já a conhece.

– Já, e ela quase me fez um oral.

Parece que a irmã da Dhenypher é tão louca como pensamos.

– Sério? E o que fez? – Gabriel se aproximou, curioso.

– Chegou gente e não pôde “fazer o trabalho”! Agora me conte com quem gostaria de fazer sexo. – Jake insistiu.

– Eu não posso contar, pelo menos ainda. – Gabriel olhou para a pessoa com quem gostaria de realizar o desejo.

E a pessoa é...

Descubra no próximo episódio!