The Anthology Clock - Biological Danger escrita por Nam
The Anthology Clock – Biological Danger: Outstanding Issues
XX – [Waterworld] Gabriel, Now You Are Wrong!
∂ Point Of View — Gabriel Drew Uecker ∂
As vezes penso que não tenho dado valor a todas as minhas conquistas, meu progresso no mundo, mostrando-lhes a minha capacidade, qualidades e defeitos. Não sei se amo minha própria vida, não sei mais o que gosto ou desgosto, não sei mais se sigo meu caminho ou se desisto. As coisas estão mudando muito rápido. Realmente, nada é para sempre.
Nós só vamos evoluindo até gerar a personalidade definitiva e assim termos certezas daquele que realmente somos.
Mas, do que adianta ficar com isso em mente, pensando e cogitando, se podemos constituir nossos próprios passos? Não deixarei o mundo a minha volta escolher as decisões, e sim farei de tudo para eu decidir meu destino. Não deixe que o mundo te leve, e sim você leve o mundo. Faça sua escolha, não deixe outros fazerem por você.
Tudo pode ser mais fácil ou mais difícil. A vida não é fácil, mas também não é tão complicada. Digamos que é em um nível “Regular” onde tudo há um equilíbrio. Para algumas pessoas, pode ser mais difícil, para outras, mais fácil. Mas o certo é que sabemos que no final tudo dará certo. Se passamos por bucados é que seremos recompensados futuramente.
Bom, este é meu ângulo de visão. Talvez possa ser essa a chave de todos os problemas.
Consegui chegar até o médico que examinou o corpo de minhas duas amigas, há alguns anos após o falecimento causado pelo Clock-Vírus, o patologista Doutor Edward. O resultado dos exames estão em minhas mãos agora, sobre meu poder. Primeiro ligarei para Kyung-Sun e dizer os dados. Já havia anoitecido. Tentei obter contato perto da rua de casa.
– Anda, atende Kyung! – Chamava e chamava, mas ninguém atendia.
– Oi, aqui é o Chang Kyung-Sun, deixei seu recado.
– Droga!
Ele poderia ter encontrado uma solução, é inteligente.
Waterworld – Quarta-Feira, 09 de Junho de 1998
Acordei após perceber os raios de Sol adentrando sobre a janela de meu quarto, causando um alaranjado temporário em minha visão. Vesti uma camisa, e daquele mesmo jeito fui em direção à sala cumprimentar minha avó. Ela estava preparando o café, na cozinha, com um agasalho sobre as costas. Um pouco sonolenta, mas sempre na ativa. Essa é minha avó, aquela que nunca dorme – em alguns aspectos – . Deu medo, não é?
Com o primeiro sorriso do dia, a abracei:
– Bom Dia, Vovó.
– Bom Dia, Netinho.
– Belo dia. – Bocejei.
– O que foi? Parece meio triste...
– Estou mal com Declan. Ele me bateu ontem de manhã com muita fúria. O acertei pela tarde, também. – Expliquei.
– Sério? Vocês brigaram? Mas por que? A amizade de vocês é tão perfeita e livre de qualquer conflito. – Ela disse em um tom desapontado.
– Ontem fui no seu quarto acordá-lo e fui recebido à pancadas.
– Deve ter um motivo. Prefiro não me intrometer. Querido, vocês são melhores amigos, acho que deviam conversar e não ignorarem-se.
– Não irei falar com ele. Ele começou. Ele que me peça desculpas!
Preparei meu Nescau e fui até a sala, saindo da cozinha. Eu estava profundamente magoado e machucado com as atitudes de Declan ultimamente. Por Que ele faz isso? Por Que?
Liguei a Tevê para assistir a um seriado que eu gostava, enquanto fazia minha refeição. Logo percebi Declan descendo as escadas com uma certa dificuldade. Sua boca estava machucada, seu nariz vermelho, um olho roxo e o outro vermelho. Eu acabei com ele no outro dia. Me arrependo muito! Eu sei que parte da culpa não era dele, e sim do nível viral em seu corpo. Ainda estava tentando decifrar aquele enigma da contagem, ao meu ver não é coisa boa. Minha vontade, naquele exato momento, era ir correndo até ele e fazer as pazes, mas algo me prendia naquele sofá. Era o orgulho... o maldito orgulho. Preferi voltar meu olhar para não vê-lo.
Depois de alguns segundos, espionei-o. Estava abraçando a avó e sentando-se à cadeira da cozinha. Consegui ouvir toda a conversa:
– O Gabriel já acordou? – Perguntou Declan.
– Sim, querido, já. Ele me contou que não estão bem. Conte para a vovó, por que fez aquilo? Pode confiar em mim! – Ela parecia, realmente, gostar muito dele. Trata-o da mesma maneira que a mim. Me deixou muito contente.
– Não era eu, não me lembro nem o que aconteceu. Só lembro de ter acordado na sala e que haviam manchas de sangue no meu braço. – Ele depôs.
– Sangue de Gabriel?
– Exato.
– Talvez seja psicológico. De qualquer maneira, tente acertar as coisas. – Ela o beijou na testa, e por alguns segundos pude notar algumas gotículas de lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
– Eu mereci ter apanhado dele. Fez o certo. – Sua voz saía meio distorcida, pois prendia o choro. – Minha amizade pelo Gabriel é como se fosse a um irmão! O vejo como parte do meu sangue. Ele apenas se defendeu...
– Declan, por favor, não chore! – Minha avó o abraçou.
Aquilo tocou fundo à minha alma. Foi tocante vê-lo chorar nos braços de minha avó. Verdade que ele nunca me bateria, mas aconteceu e não sei perdoar, ao contrário dele.
– Não quero que ele me desculpe, eu que devo desculpas! Não devia ter feito o que fiz. Isso é imperdoável, por enquanto não tenho forças para pedir desculpas... mal sei se ele vai aceitar. Acho melhor deixar as coisas como estão.
Como eu queria me levantar e ir correndo abraçá-lo e o perdoar, mas não poderia. Sou mais um sem forças.
Ouço meu celular tocar, era Sophia:
– Oi, Loirinho Lindo! – Disse ela.
– Bom Dia. – Eu disse.
– Resolveu as coisas com seu amigo? – Indagou.
– Infelizmente, não, e dói o ver sofrer daquele jeito. Ouvi uma conversa dele com minha avó, está muito arrependido. – Retruquei. Não poderia contar a Sophia que há uma outra influência sobre Declan.
– Não se dê por vencido! Tente acertar as coisas...
•‡ Educational Center, Aula De Educação Física – 18h40min •‡
A aula de Educação Física daquele dia seria fora do horário escolar pela amanhã, mudando então para a tarde. Declan e eu não participamos da aula. Ficamos sentados em frente ao mar, em uma costeira, porém cada um no seu canto. Às vezes olhávamos para o outro. Seus olhos desejavam vir falar comigo. A mesma mensagem o meu deixou.
Criei a coragem de caminhar à sua direção, calmamente. Ele estava sem camisa, por isso dava para ver a área marcada pelo ferimento. Que bom que ao menos ele havia feito um curativo... talvez outra pessoa.
– Declan. – Chamei pelo seu nome.
– Gabriel... – Ele se espantou.
– Precisamos esclarecer esta situação. Não quer conversar?
– É o que mais quero.
Na quadra, que ficava colada com a costeira, Sophia observava nossa conversa atentamente, desviando sua concentração do jogo de Futebol.
– Queria lhe pedir desculpas pelo o que aconteceu. – Declan disse com toda a sinceridade. – Algo estranho aconteceu comigo...
– Sei que em parte a culpa não foi sua, queria muito poder aceitar seu perdão, mas algo me impede.
– O quê? Bîîel! – Declan levantou-se, e meio que se ajoelhando, disse. – Por Favor, aceite minhas desculpas. Você sabe que minha intenção... – Não o deixei terminar.
– Eu sei de suas intenções! Me massacrar unicamente por ser tão fiel a alguém que considero irmão do meu sangue! – Me enfureci.
– Não... não é isso... você sabe!
– Corta essa, Declan Galbraith! Eu te conheço! Suas palavras foram ditas com clareza na primeira discussão! Você debochou de mim por não ter tudo o que você tem.
Por Que eu estava agindo daquele jeito? Não era para fazer as pazes?
– Se acalme, Gabriel! – Ele pediu. Deixando a fúria me guiar, o acertei na barriga mais uma vez. Eu sou um idiota.
– Acalmar é o caralho! Estou cansado de tudo isso. – Eu sou muito ingrato... eu sei.
– Gabriel, eu sempre cuidei de você! Sempre demonstrei minha amizade por você, sempre estive ao seu lado quando precisou, e agora vem com essa ingratidão? – Saía sangue pela sua boca, deixando rastros na bermuda e no chão.
– Não... espere! Acho que me precipitei. – Coloquei a mão na minha boca.
– Quer saber? Foda-se! Não vou implorar pelo perdão de quem não me dá o devido valor!
E ele saiu correndo em direção às ruas.
POR QUE EU FIZ AQUILO?
POR QUE?
ERA PRA TER ESCLARECIDO TUDO E NÃO AGRAVAR!
TO BE CONTINUED
No Próximo Episódio, O Relógio Entra Em Ação Mais Uma vez!
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