The Anthology Clock - Biological Danger escrita por Nam


Capítulo 19
[Japan] Goodbye, My Best Friend


Notas iniciais do capítulo

Capítulo drama...



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The Anthology Clock – Biological Danger: Outstanding Issues

XIX – [Japan] Goodbye, My Best Friend

Point Of View — Kyung-Sun Chang ∂

Japan, Watanabe – Terca-Feira, 08 de Junho de 1998

Clock In Action: In-Suck Kwon – 05/05

Vi o dia amanhecer com clareza. O Sol originou-se do horizonte dando-lhe um aspecto alaranjado colossal. As nuvens se deslocavam conforme o soprar do vento sobre elas, uma rajada devastou-se sobre nosso bairro. O vento impetuoso sobrevoava alguns galhos secos e podres das árvores. O balanço deles provocava um som calmo, digno da natureza. Eu poderia estar simplesmente aproveitando tudo aquilo, o clima, mas era o último dia de In-Suck. A essa altura nenhuma pista de vencer o maldição... ou vírus. Observando tudo pela janela eu refletia, com minhas mãos fechadas, sem qualquer reação. Apenas tentando descobrir uma forma de mantê-lo vivo. O que me restou era fazer uma última ligação. Não vou suportar perder Ins, meu amigo de infância., DE JEITO ALGUM!

Corri para apanhar o celular e disquei o número:

Φ Conexão Estabelecida – Kyung >> Gabriel Φ

Alô, Gabriel? – Eu disse.

Oi. – Gabriel disse. Sua voz estava triste.

Está tudo bem? – Perguntei, assentando-me.

Está tudo mal, te explico quando vier a Waterworld. – Respondeu Gabriel.

Conseguiu falar com Declan sobre Ins? – Indaguei, e no mesmo momento fiquei nervoso. – Hoje faz cinco dias!

Não consigo, não estamos nos falando. – Gabriel Retrucou.

Mas como isso? O que eu faço? Ins não pode morrer! – Comecei a gritar.

A que horas ele assistiu àquelas imagens? – Gabriel perguntou, pensativo.

Não sei, mas foi no fim da tarde, creio eu. – Respondi mais uma vez, desta vez indo ao quarto de In-Suck.

Vou fazer aquilo que você me pediu. Irei ao médico de minhas amigas e pedir-lhe o resultado de alguns exames. Se for realmente um vírus, eu sei muito bem o que se deve fazer. Espere, irei pegar um relatório que Tadashi escreveu.

Dois Minutos depois...

Gabriel?

Encontrei! Segundo Tadashi, existe um vírus que pode ser controlado geneticamente por energia. Se ele tem o poder de controlá-la, claramente poderia desativar a última ação da virose antes dos dias terminarem. Para isso... você tem que ajudá-lo. Ainda deve haver algo que Tadashi deixou de fazer durante sua vida e quer que fazemos por ele. Porém, como ele não está mais no poder, eu diria que a simples proliferação do vírus possa resolver e eliminar do organismo. Tirei essa conclusão através de uma aula que tive um dia depois que “salvamos” Tadashi. – Faz sentido.

Isso pode ser uma solução viável, tentarei, mas mesmo assim verifique.

Correto. Encontre uma maneira de alguém obter contato físico com In-Suck. Seja por sexo, um beijo, algo do tipo. Talvez isso funcione.

Gabriel, você é nerd. – Brinquei. – Farei o que disse, até mais.

Φ Fim da Conexão Φ

No dia anterior, Ins e eu tentamos ir até o cartório obter informações genéticas sobre Tadashi, e assim podermos continuarmos sobre a investigação. Mas estava fechado, para nosso azar.

Com quem falava? – Perguntou In-Suck, vindo até a mim.

Com Gabriel. – Respondi, guardando o celular no bolso.

Alguma solução? – Indagou ele, me olhando com atenção.

Sim, há. – Repliquei. Respirei fundo e falei. – Você precisa obter contato físico com alguém, através de um beijo, sexo, trocação de saliva, ou qualquer outro modo.

Certo, e como faço isso? – Perguntou ele, vergonhoso.

Precisa ter relações com alguém, um beijo ou dar um jeito de extrair uma amostra de sua saliva e colocá-la na bebida de alguém, sem que ela perceba. A solução mais simples é você fazer alguém ingerir um pouco de sua saliva. – Respondi num tom sincero.

É verdade, mas isso é nojento.

Melhor do que perder a vida é.

Então saímos às ruas para ir até uma lanchonete. Iríamos dar um jeito de proliferar o vírus, infectando alguém, algo que era errado fazer. Poderia expor o mundo a um nível viral mais relevante. Fomos correndo, pois o tempo estava se esgotando. Chegamos ao local super ofegantes, sentamos à mesa antes de qualquer atitude a ser tomada. A mesa era toda amarelada.

Colorida? – Pensei em voz alta.

Disse algo? – Ins prestou atenção.

De repente chegou uma menina em frente ao estabelecimento. Só havia um lugar vazio, e era o nosso. Todas as mesas estavam devidamente ocupadas. Estava um falatório irritante no local. Ela, sem opções, se dirigiu até nos, sorridente, e com toda a educação, perguntou:

Com licença, Posso me sentar com vocês? Só há esse lugar vazio.

Mas é claro que sim. – Respondemos em harmonia.

A jovem mulher é formosa e muito bonita: seus cabelos são longos e lisos que vão quase à altura da cintura, são muito bem penteados e cuidados; olhos castanhos escuros bem brilhantes; pele parda e bem atraente. Estava vestida adequadamente para a ocasião: uma camisa marrom, calça jeans escura e tênis branco. Deu a leve impressão que...

Você também é Coreana? – Perguntei.

Sou! Me chamo Kwak Sun-Joo (Sundhul). E vocês?

Chang Kyung-Sun.

Kwon In-Suck.

Ah! – Suspirou a moça.

Então nós conversamos um pouco. Sundhul é uma estudante de medicina Sul Coreana. Foi morar em Waterworld aos dez anos, e depois de muito tempo foi para o Japão aprimorar seus estudos. Agora ela é aprendiz em um laboratório biológico. Ela estuda a Ciência em geral, porém é mais focada no assunto posterior. Com vinte e cinco anos de idade e sua inteligência às mil maravilhas ele sempre tirara boas notas no colégio em que estudava. Está muito feliz com a vida no Japão, desde então.

E qual assunto estuda nesta época do ano? – Perguntei enquanto tomava meu suco.

Estão acontecendo terremotos submarinos em todo o mundo, e Waterworld e este país são os mais atingidos. – Respondeu.

Isso é verdade? Nunca presenciamos isso. – In-Suck se espantou.

É que são submarinos, algumas partes da Ásia é possível sentirmos. – Explicou a jovem.

Ah. – Suspirei.

E não é só isso... Andam acontecendo mudanças climáticas que não deveriam ocorrer, pelo menos pela meteorologia. Vejam. – Ela nos mostrou um mapa onde estão à cor vermelha as áreas que estão atingidas.

Interessante. – Ins e eu em harmonia.

Se esses níveis não caírem o mais rápido possível, poderão provocar maremotos, Tsunami de mais de duzentos metros de altura.

De repente, In-Suck focou sua visão no relógio e presenciou um frio intenso percorrendo por todo o seu corpo. Começou a falar que está com frio e está sentindo altas dores no pulmão e no coração.

Você está bem? – Perguntou Sundhul, colocando as duas mãos em seu ombro. – Hei, fale comigo!

Ins? – Fiquei assustado.

In-Suck não conseguia respirar, e as dores aumentaram...

Point Of View — In-Suck Kwon ∂

Estou esquisito. Sinto que como se eu estivesse perdendo contato com meu próprio corpo. Não consigo realizar movimentos direito. Está tudo muito embaçado, e o céu escuro. O barulho dos carros incomodam meus ouvidos. Coloquei a mão nos ouvidos numa tentativa de não escutar qualquer barulho. Mas foi-se em vão. Eles aumentaram. Não consigo respirar quase nada. Ouço um som irritante... um relógio registrando o exato momento...

Point Of View — Kyung-Sun Chang ∂

Nós ficamos desesperados tentando ajudar In-Suck. De repente ele não aguentou ficar em pé e caiu no chão. Nos agachamos tentando levantá-lo, mas de nada adiantou. Seus olhos estavam quase se fechando e sua respiração ofegante. Tentava buscar ar, mas mal conseguia. Minha barriga estava gelada de medo, eu tremia intensamente... não... ele não pode me deixar... deixar o amigo dele!

Por Favor, In-Suck! Resista! Não vá embora! – Tentei reanimá-lo. O sacudia bastante. Sun-Joo olhou para mim e...

Ele está tendo uma parada cardio-respiratória. Não há como evitá-la. Até a ambulância chegar... ele...

O pessoal da lanchonete observou com muito medo. Alguns choravam, outros tentavam chamar uma ambulância.

Por Favor, venham depressa! O rapaz está passando mal! – Gritava um homem de meia idade que estava com o celular na mão.

Ins, reaja! – Eu gritei. – In-Suck. – Logo, surgiram inumerosas lágrimas sobre minha visão, as gotículas caíam como se não fossem acabar. Sinto que como se uma parte de mim estivesse indo embora. Meu melhor amigo... Ele não pode ir! Não me imagino sem ele! O primeiro amigo que tive em toda a minha vida.

Kyung... – Murmurava ele, em suas últimas palavras. – Você tem que... – Seu jeito de falar não dava para entender bem. Sua voz ecoava num tom muito baixo. Suas palavras finais estavam saindo à base da respiração. – … tem que continuar sem mim... esse vírus não pode continuar... se.. proliferando. – Seu peito “formava ondas” por causa da respiração. Estava muito ofegante. Desabotoei sua camisa toda para aliviar sua respiração, e lá a marca estava queimada. – Confio em você, sei que pode... você é um amazonas... salve o mundo... não deixe tudo se agravar...

Eu prometo. – Dizia eu em lágrimas. Sundhul se contatava com a ambulância, havia uma fila de espera. Não conseguiriam chegar a tempo.

Agora eu posso partir tranquilo. Meu amigo... sempre o admirei e te vigiarei lá em cima... não irei te abandonar... eu... te amo muito, meu amigo... pena nossa amizade não poder continu...ar... – Essas foram as últimas palavras de In-Suck.

In-Suck, NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – Meu grito... de puro desespero.

Sundhul me envolveu em meus braços e abraçou-me. Foi um abraço confortador e cheio de carinho. Ela passava suas mãos em meus cabelos e tentava me consolar.

Em 08 de Junho de 1998 faleceu Kwon In-Suck, meu primeiro e melhor amigo. Aquele que nunca me deixou na mão e sempre esteve comigo quando mais precisei. Nunca me esquecerei dele, das brincadeiras quando crianças, dos bons momentos... tudo ficará para sempre em minhas lembranças...

Agora preciso continuar meu caminho, irei até o fim nesse caso, em nome de meu amigo In-Suck. Ele pediu... isso para mim é uma ordem.

Levantamos do chão, e antes de a ambulância recolher seu corpo, toquei em sua mão e disse:

Não o decepcionarei. Goodbye, my best friend...

Em sua boca, que estava aberta, o relógio foi cuspido pelo seu organismo.

Existem vários deles! – Eu disse.

TO BE CONTINUED


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler! ;D