The Anthology Clock - Biological Danger escrita por Nam


Capítulo 16
[Japan x Waterworld] Additional information


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a minha amiga, Amanda (lol_mandy_o_o) por aparição de sua personagem.



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The Anthology Clock – Biological Danger: Outstanding Issues

XVI – [Japan x Waterworld] Additional information

Clock In Action: In-Suck Kwon – 03/05

Point Of View — Kyung-Sun Chang ∂

•‡ 15h25min •‡

Após quinze minutos do contato telefônico com Gabriel, fui correndo até o quarto de In-Suck, trajado formalmente, para ir até Takeuchi contar o que descobrimos. Antes, guardei o relógio no bolso. Saímos até às ruas dominadas pelo vento frio. As árvores, as matas, bambus espalhados pelos local, estavam quase sendo arrancados pela força sobrenatural. Antes o clima estava apenas nublado, depois ficou desse jeito. Logo distingui que seria a força que se apossava de In-Suck. Algo maligno, maléfico e destrutivo. Senti um frio excessivo na barriga e um medo circulando em mim da cabeça aos pés.

Chegando à casa do velhote, fomos direto à ele, passando pelo jardim, inclusive o gramado bem cuidado e modificado. Takeuchi estava imóvel, sentado em uma cadeira observando toda a ventania. Não só seus cabelos, como o de Ins e o meu, estavam se esvoaçando pela força do ar.

Chegamos até ele, cumprimentando-o:

Boa Tarde, Takeuchi-san. – Dissemos em harmonia.

Boa Tarde. Como vão meus amigos Coreanos? – Perguntou o idoso, encarecidamente, levantando-se.

Estamos bem. – Respondi por nós. – Precisamos conversar, com urgência.

Não querem entrar e me acompanharem no lanche da tarde? – Ofereceu o simpático ancião. Isso lembrou o seriado “El Chavo Del Ocho”.

Hum, até poderíamos, mas isso é importante e não temos muito tempo. – Disse Ins.

Ah, por favor... – Sorriu. – Lá poderemos conversar melhor.

Já que insiste...

Adentrei rapidamente à sua casa. In-Suck e Takeuchi vieram logo depois.

O assunto era, de fato, muito iminente e não poderíamos ficar “dando voltas em círculos”. Nosso tempo era contingente e ao mesmo tempo curto.

Hasegawa veio de sua cozinha trazendo três copos de cappuccino e torradas, conforme dito anteriormente sobre o lanche. Adiante, durante a refeição, iniciamos a conversação:

Muito bem, serei simples e direto: In-Suck está infectado. – Fui sensato, não é?

Hum. – Suspirou o idoso de uma forma que aquilo parecia normal. – E como isso aconteceu? – Ele tomou o líquido.

In-Suck encontrou este relógio no mar. – Entreguei a “arma mortífera” nas mãos do idoso, com uma proteção, claro.

Hum, ao meu ver, ele está em perfeitas condições. – Analisou. – Do jeito que o arrumei.

O senhor tem algo de Tadashi aqui em sua casa? Como uma foto... ou algo assim? – Ins disse.

Muito bem, vou lhes contar um pouco de sua infância.

Sim, senhor, por favor. – Dissemos em sintonia.

§ Flashback ON •‡ 15h30min •‡

Takeuchi Tamachiro Hasegawa §

Era uma bela tarde de outono na cidade de Okami. Morávamos lá há muito tempo, mas por conta de alguns assuntos, tivemos de nos mudar para a cidade vizinha, Watanabe, no caso, a que estou morando.

Tadashi, Ayumi e Hiroyuki estavam num barco, pescando em uma lagoa famosa por conter uma quantidade enorme de vários tipos de peixe. É claro que era muito bem supervisado, havia um limite rígido para a pesca, o que era mais do que justo.

Durante o pequeno passeio, ele só falava de um amigo que tinha na escola, que por sinal era muito mais velho do que meu neto. Na época, ainda não tinha o relógio. Resolvi conversar com Tadashi a respeito daquele jovem:

Tadashi-kun, quantos anos ele tem? – Perguntei, com a vara de pescar em mãos. Seus pais estavam em uma outra parte do rio, num outro barco. Provavelmente estariam namorando. Apesar de estarem na meia idade, se tratavam como dois adolescentes. Sinal de que era um amor puro e verdadeiro.

Dezesseis, vovô. – Respondeu Tadashi.

Está em que série da escola? – Continuei a interrogar.

Primeiro ano do Ensino Médio. – A respondeu mais uma vez.

Me fale dele. – Sorri.

Ah, ele é muito excluído, não só de sua própria sala de aula, como em sua vida social. Quando conversei com ele pela primeira vez, pude perceber que ele era legal. Não é idiota como muitos dizem por aí. Ele pode ser mais esperto do que todos acham. – Quando disse isso, percebi um ênfase em sua última frase.

Esperto de que jeito? – Indaguei.

Ele me contou que havia algo de especial... Ele dizia que sente algo inovador em seu espírito... Durante toda a sua vida. Não sabe ao certo o que... Mas que fazem todos pensarem que ele é malvado, ou idiota. O motivo ainda não sei.

§ Flashback OFF

Depois disso ele não quis dizer mais nada. – Disse Takeuchi.

Compreendo. Talvez não iria querer expôr o amigo demais. – Opinou Ins.

Mas, Hasegawa-san, havia algo de errado com Tadashi? Algo de estranho? – Tentei pegar mais dados.

Não. Ele era um garoto muito bem aplicado. Tinha vários amigos. Perdi contato com ele quando se mudou para o continente Waterworld. Ah, em falar nisso, lá é famoso por conter sessenta porcento de toda a água do mundo por sua mitologia ser muito diversificada. – Explicou.

Sim, por isso o nome é Waterworld. – Harmonia total.

Ouvi dizer que foi registrado a maior paranormalidade encontrada até hoje, é tipo Y+ e atingiu vinte e cinco porcento. – Disse Takeuchi.

Seu nome é Declan Galbraith. – Expliquei.

Point Of View — Gabriel Drew Uecker ∂

•‡ 15h40min •‡

Declan! – Eu não parava de pronunciar seu nome. A boca estava quase no chão.

O que foi? Me conta logo o que está havendo! – Declan gritava pegando pelo meus ombros e dando uma sacudida com violência para me fazer voltar a … – Terra para Gabriel, Declan para Gabriel; chamando Gabriel Drew Uecker!

Ah, oi!

Então contei tudo a ele. As informações que Kyung havia me enviado.

Waterworld – Segunda-Feira, 07 de Junho de 1998

Clock In Action: In-Suck Kwon – 04/05

O dia amanheceu chuvoso, porém o tempo estava em uma temperatura agradável: vinte graus! Sorri diante o termômetro azulado na parede do meu quarto. Mas talvez lá fora estaria um pouco mais frio, porque aquele utensílio só verificava a temperatura ambiente.

Me levantei da cama, com a visão na janela. Pelo vidro já podia-se enxergar o clima. Diversas nuvens cobriam o céu tempestuoso. As gotículas de água eram grossas e o vento as tragavam para locais onde haviam cobertura.

Me arrumei e fui para o quarto de Declan para depois descermos e lanchar. Aquele dia teríamos de ir mais cedo, às oito da manhã, por causa de um evento do Ensino Primário pela tarde. O Ensino Fundamental não participaria, muito menos o Ensino Médio.

O encontrei dormindo ainda. Fechei os olhos tentando me acalmar. Eu não acredito que vou me atrasar por causa dele. Já sentia meu sangue fervendo e o suor frio escorrendo pelas minhas costas. O que acontecia comigo? Me sentia diferente. Voltei meus olhos para os braços e na minha barriga para pressentir algo. Quando voltei a olhar para cima, os itens se mexiam instantaneamente conforme eu ia me enfurecendo. Isso fez Declan acordar, FURIOSO!

Que droga, Gabriel. Por Que me acordou desse jeito? Quase caí da cama. Deveria ter me chamado e não usar seus poderes psicográficos. – Levantou ele, tonto de sono.

Mas Declan estava errado... Eu não queria fazer aquilo.

Não sou eu. – Tentei justificar, observando todo o meu corpo e depois olhando esbugalhado para ele.

Não se faça de idiota, seu palerma! – Levantou seu tom de voz. Acho que não o ouvi direito...

O que você disse? – Indaguei confuso.

Não se faça de idiota! Mas que cacete! Por Que não diz logo a verdade? Você está controlando os objetos. – Retrucou.

Por Que está tão alterado? Primeira vez que ouço um palavrão saindo da sua boca! – Observei atentamente.

Se toca, idiota! Ninguém fica de um jeito para sempre!

Esse não é...

– … o Declan que eu conheço. – Caminhei até ficar frente a frente com ele. – O Declan que eu conheço nunca gastaria sua fúria num amigo! Nem mesmo numa namorada. Se Mariah te visse assim, iria concordar comigo. – Consegui terminar a frase antes de receber um soco na barriga.

Caí no chão quase que chorando de dor, soltando um gemido de sofrimento... e como era forte! Parecia que meu estômago estava de cabeça para baixo. Por Que ele fez aquilo comigo?

Olhei para ele. Havia algo esquisito nele, mas os traços de sua personalidade eram os mesmos. Seus olhos estavam de cor diversificada, seus poderes paranormais estavam em revolta dentro de si, pelo pouco que sei. Declan se dirigiu até mim, pegando-me pela camisa, fazendo-me ficar de pé com dificuldade.

Ah, Gabriel Uecker, como você é estúpido! – Ele sentia um enorme prazer em tudo o que dizia . – Quando irá mudar e se tornar um homem de verdade? Ah é, lembrei. Nem mesmo consegue pegar uma menina que veio toda oferecida para você. – Eu não o reconhecia.

Declan... Por Que está fazendo isso? – Perguntei quase adormecendo. Estava me sentindo muito fraco e vulnerável por causa do grande impacto do soco.

Mas não adormeci. Logo, ele me jogou no chão e desceu as escadas do jeito que acordou. Juntei todas as minhas forças para conseguir levantar do chão frio... as únicas que me restavam. Me segurei pelos móveis existentes pelo cômodo e fiquei de pé. Fui em direção ao meu quarto, me apoiando pelas paredes. Declan havia se tornado um ser selvagem. Não entendi nada. Não sei o porquê de ele ter me acertado e ficado tão bravo por algo tão mínimo de repente.

Me olhei no espelho. Estava meio pálido, mas mesmo assim consegui ir para a escola – triste, mas consegui –.

Fiquei durante toda a aula de cabeça baixa. Declan não havia comparecido a nenhuma das aulas daquele dia, o que me deixou preocupado, mesmo estando chateado, magoado e ofendido com suas palavras e atitudes.

O dia parecia terminar ali para mim...

Parecia, até que eu esbarrei com uma menina na hora da saída. Estava cheia de livros.

Ela era bela. Cabelos cor de mel, um pouco loiro na raiz e castanho nas pontas, e lisos. Seus olhos são da cor verde, semelhante às egípcias. Tem um corpo curvilíneo e bem sensual. Sua cor é morena.

Não vi nada o que fazer, a não ser lhe estender a mão para levantá-la e ajudar a apanhar de volta os livros.

Me desculpe. Estava distraído.

Não se preocupe. – Ela se levantou. – Obrigada.

Sério, me desculpe mesmo. – Lágrimas começaram a se formar em meus olhos. Mesmo assim a ajudei com os livros.

O que foi, “loirinho”? – Perguntou ela, preocupada por me ver chorar. A culpa é de Declan.

Ela pegou em minha mão e me levou para o pátio do colégio. Todos já haviam ido embora. A desconhecida assentou-se em um banco junto comigo e desceu minha cabeça para se deitar em seu colo. Me senti envolvido pelo seu carinho, seu cheiro... Esta, mesmo não conhecendo, me dava proteção. Logo, me abraçou e disse:

Chore... Pode desabafar.

Me senti melhor estando ao seu lado. Não demorou muito para nos apresentarmos:

Como é seu nome, “loirinho”? – Perguntou.

Gabriel... – Funguei. – Gabriel Drew Uecker, tenho treze anos.

O meu é Sophia Eldesten Forgatt, tenho quatorze.

Ah, certo.

Então, Gabriel “Loirinho”, por que estava chorando? – Mesmo sabendo meu nome, ela continuou a me chamar daquele jeito. Vejo isso como um novo apelido.

Estou triste comigo mesmo...

Sei que só nos conhecemos agora, mas pode confiar em mim para contar. – Sua voz suave e seu jeito com as palavras me ofereciam cada vez mais proteção.

TO BE CONTINUED...


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler!