Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 21
Capítulo 08 - Parte um.


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui são de autoria de Masashi Kishimoto. A história pertence a minha querida amiga que eu gosto muito Rafa. Repetindo, a história não é minha, só estou postando-a.
Boa leitura x3



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                    Capítulo 08 - (Não) Resistindo às tentações

Então era isso. Já se tinham passado duas semanas desde que Sasuke e eu terminamos o nosso namoro relâmpago. Não sei como posso explicar, mas os dias que se passaram foram, como posso dizer... Monótonos. Nada acontecia e nunca havia nada para se fazer, acho que o máximo que aconteceu de (des) interessante nos meus últimos dias foi eu ter roubado um livro proibido para menores da bolsa do meu professor de inglês, Hatake Kakashi – e a platéia escuta o coral cantando assim: TARADOOO! – o que resultou no máximo em uma suspensão e aulas de reforço.

Mas o que eu menos quero é virar uma pessoa que caiu na rotina! Deus me livre...

Então, eu já acho que é hora de começar a brincar com meu querido ex. Afinal, ele pensa que eu não devo ser levada a sério... Que ingênuo. Ingênuo maluco.

A primeira coisa a se fazer é bolar um plano infalível, para que ele não tenha escolhas nem saídas. Não é coisa difícil para uma pessoa com a minha experiência. Bom, não eu sou de me gabar, mas já atazanei a vida de muita gente... E nunca deu errado. Só porque o Sasuke é um ser humano (?) diferente, esquisito e anti-social – às vezes me pergunto se ele é realmente um humano – não quer dizer que ele não tenha as mesmas fraquezas que as pessoas normais.

Hoje era um dia de sábado, ou seja, nenhum programa de interessante passando na TV, nenhuma coisa para se fazer ou ninguém para encontrar...
... O dia perfeito de se começar um plano diabólico! Mas o que eu faria? O que o Sasuke faz em dia de sábado?

 — O quê...? – sussurrava comigo mesma dando voltas em meu quarto.

 — Anh, Sakura querida... - Godofredo sussurrava em minha cabeça – Se não for se incomodar em lembrar, eu estou dentro da sua cabeça... E eu enjôo facilmente... Pode parar de ficar dando piruetas por aí? Porque pelo que eu sei você não vai fazer teste para “O Lago dos Cisnes”.

 — Ah Godofredo, eu só quero oxigenar o cérebro melhor... Para que as idéias comecem a fluir, sabe? – Eu disse tranquilamente – Eu tenho que bolar alguma coisa, mas nada me veio à cabeça ainda... Nada de bom mesmo.

 — Se eu ajudar promete que vai parar com essa tortura? – O coitadinho do meu subconsciente era muito frágil... Mas também era um malandro de primeira.

 — Paro sim, paro agora até... – Disse sentando-me na beirada da cama – Mas vamos tem que ser uma idéia boa.

 — Bom, eu acho que você não lembra, mas o Sasuke passa o sábado inteiro fora de casa, ele só chega tarde da noite, porque é o único dia em que ele pode trabalhar turnos inteiros, então ele só vai estar em casa tarde da noite... – Godofredo começou a delatar todos os movimentos dele – Entre na casa dele agora a tarde e faça algo... Mesmo que me doa o coração te ver fazer isso com o gostososinho... Eu sou seu subconsciente e tenho que te ajudar, senão vão acabar me mandando para o sindicato e...

 — Existe um sindicato de subconscientes? – Perguntei espantada.

 — Mas é claro! – Ele disse parecendo indiferente – Como você acha que vamos acabar na mente das pessoas? Por vontade própria?

 — Anh... É – Eu disse ingenuamente.

 — Mas que cabeça a sua... Acha mesmo que se pudesse escolher ficaria na sua cabeça? Com tantos modelos e atores famosos de Hollywood por aí... Só você mesmo sua maluca! – Ele me esnobou? Foi impressão minha ou meu próprio subconsciente me esnobou?

 — Bom, pois saiba que você é muito mal educado sabia? – Eu disse com raiva – Se você estivesse na cabeça de algum modelo ou ator, eles já tinham mandado te exorcizar faz muito tempo... Você devia dar graças a mim por ainda fazer a bondade de te deixar me azucrinar 24 horas por dia!

 — Até parece... Eu sou bem mais útil a você do que você a mim – Ele disse todo cheio de si.

 — O quê? – Eu disse indignada – Como pode ser tão orgulhoso? Idiota! Só porque você fala essas coisas tão insensíveis vou te deixar de castigo sem o seu filmezinho de piratas por um bom tempo... Eu já assisti aquilo 57 vezes por sua causa, em uma ocasião chegou a ser quatro vezes seguidas... E você ainda fica com essa sua ingratidão? HEIN? Pois agora eu vou ser ruim de verdade para você, pra ver se assim você toma jeito e me dá a gratidão que eu mereço! – Eu gritava comigo mesma, ainda bem que ninguém podia ouvir nossas conversas, ou acho que seria meu destino ir para um manicômio antes de completar meus 20 anos – E agora cai fora que eu não quero mais trocar nenhuma palavra com você hoje! ESTAMOS ENTENDIDOS!

E ele foi embora. Por hoje pelo menos...

Sem a ajuda (?) do Godofredo por perto eu já podia ficar mais tranqüila para pensar no que fazer afinal eu teria o dia todo... E tinha que ser uma coisa bem ruim. Mas o que eu faria?

Eu tinha de pedir ajuda a um profissional.

 — Alô, Temari? – Perguntei ao telefone.

 — Sim é ela, quem fala? – A voz da loira que tinha idéias mirabolantes e malignas – Exatamente o que eu precisava – perguntava.

 — É a Sakura... Eu preciso de um favor seu urgente - Dizia determinada.

 — Um favor? E do que se trata?

 — Preciso que me ajude a dar uma lição em alguém... – Eu sussurrei... Como se tivesse alguém me ouvindo dentro do meu banheiro né? Que tosca.

 — É o Sasuke? – Temari perguntou – Você quer que eu te ajude a se vingar do Sasuke, é isso?

 — Vingar é uma palavra muito forte... Eu prefiro dizer uma brincadeirinha entre velhos amigos – Eu sorria por dentro ao pensar no que faria com ele. Poderia pegar todas as suas roupas e esconder... O que ele faria? Teria que andar para todo lado com a roupa do trabalho... Ei, mas isso não era tão mal... Afinal ele ficava muito gato com um terno e além do mais, do jeito que o desgraçado tem dinheiro ele compra um closet inteiro e nem se estressa com as roupas roubadas. Ai o Sasuke é um pé no saco, mesmo.

 — Não me importa qual denominação você dá, eu vou te ajudar – A voz sorriu para mim e eu senti uma alegria invadir meu peito – Vamos dizer que o Sasuke me deve uns favores... Nada de grande ou muito importante, mas vale a pena gastá-los para sua diversão – Ela continuava – E você me pegou em uma hora boa, não tenho absolutamente nada para plan... Quero dizer, não tenho nada para fazer hoje! Então vou passar aí na sua casa pra gente começar a bolar alguma coisa, tá bom?

-Tá ótimo! – Eu falava não conseguindo conter minha excitação – Mas posso pedir mais uma coisa? Não conta pra ninguém que você me ajudou com isso... Senão o Sasuke vai ficar enchendo meu saco... E eu quero que ele pense que fui eu quem planejou.

-Tudo bem por mim – Ela respondeu tranquilamente – Na verdade, é até melhor, assim eu não preciso me preocupar com as conseqüências, certo?

 — Certo! Eu vou arcá-las... – Eu disse – To te esperando.

 — Certo, já chego aí... Beijo.

 — Beijo – E o telefone ficou mudo.

Sasuke, você não sabe o que te espera!

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 — O que você vai fazer hoje, Naruto? – Perguntei na esperança de não ouvir algo como: “Ver filme de ninja” ou “Comer lámen no Ichiraku!”

 — Ah, não tenho nada para fazer, idiota – Ele respondeu – Acho que vou chamar a Hinata para sair...

O pedaço de carne humana estava deitado no sofá desde que tinha acordado... Logo num dia tão quente – as previsões pairavam entre 37° a 40° - Ele ficava se alugando na frente do ventilador o dia inteiro enquanto eu tinha de trabalhar. Afinal, desde quando me tornei responsável por algo? Tudo o que eu queria, mas TUDO, era poder ficar o dia inteiro deitado numa rede ou observando as nuvens, procurando desenhos que elas formavam... Mas eu posso? Não.

Às vezes eu queria ser como o Naruto.

Irresponsável, desligado, preguiçoso (Mais do que eu, já que eu tenho que trabalhar), irritante, sem noção, chato pra caramba – Vamos parar por aqui porque eu não tenho o dia inteiro – Mas, feliz. Porque eu sei que ele era feliz... Mas eu não estava feliz daquele jeito. Queria ser sonâmbulo, para que quando sonhasse algo muito real, eu caminhasse para a empresa e colocasse fogo naquela palhaçada até que não sobrasse nenhum documento ou imposto de renda para se fazer. Essa era a minha vontade, colocar a culpa em um aparente sonambulismo... Mas nem isso eu poderia, já que eu tenho a saúde mental perfeita (?). E é nessas horas que eu queria ser igual à Sakura... Doida, sem nenhum senso do perigo, corajosa e totalmente MALUCA.

Mas eu não era igual a nenhum deles, e nem sei se tinha mais disposição a me mudar para minha felicidade... Já estava acomodado à maneira que me encontrava.

O que eu tinha de fazer era pedir demissão daquele emprego, que mais me escravizava do que no tempo em que eu tinha de trabalhar para minha mãe... Tempos assustadores, devo acrescentar... Massagens nos pés... ECA! Eu amo minha mãe, mas não sei como meu pai decidiu se casar com alguém que tem os pés cheios de joanetes... O amor é mesmo estranho, não?

Mas, depois de me demitir, como eu ia me sustentar – E é claro, sustentar ainda o encosto que vivia comigo?

Estava decidido... Assim que encontrasse um emprego melhor, eu me demitiria.

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Que dia maçante. Não agüentava mais aquela rotina... Trabalho, escola, casa. Sempre a mesma coisa. Aquilo me aborrecia de tal maneira que chegava a pensar em mandar tudo para o inferno e me mandar daqui para sempre. Mas eu não podia... Afinal, alguém tinha de tomar as responsabilidades da família, e Itachi não seria essa pessoa... O vagabundo fica o dia inteiro rondando com seus amigos de origem criminal duvidosa e diz não ligar para com os negócios.

Tenho de admitir, mesmo que apenas para mim mesmo... Ela faz falta. A sua espontaneidade, a alegria, o modo como deixava tudo mais interessante e divertido. Brigamos por um motivo tão idiota e infantil... Que pra falar a verdade nem me lembro ao certo o que foi... Eu falei besteiras, tenho certeza que a magoei e não sei se um dia ele voltará a ser comigo como ela era antes. Mas porque nós não conseguimos fazer aquilo dar certo? Eu gostava... Eu gosto dela de verdade, mas ela é tão teimosa, infantil e cabeça dura! Ela é diferente... E sei que é por isso que não consigo tirar ela da cabeça, desde o primeiro minuto em que a vi. Não consigo esquecê-la, nem pelo maior esforço, é impossível. Como explicar o quanto ela mexe comigo? Parece feitiço... Encanto.

Nunca me senti assim antes.

Quando eu a abracei naquela floresta, só tinha a vontade de protegê-la... De que nada nem ninguém jamais a pudesse fazer mal novamente. E eu sei que perdi a cabeça totalmente por ela, estou perdendo ainda... Não consigo mais fazer nada direito, o trabalho já parece tão fastidioso que isso me enfurece. O que fazer a respeito da Sakura? Penso que deixar para trás já não seja mais uma opção, aquela mulher não vai mais sair da minha vida... Mas como cheguei a tal ponto? Isso é loucura! Ela é só mais uma mulher... E eu já tive tantas outras... Tenho que tirar a Sakura da cabeça, ela só me traz problema atrás de problema.

MAS PORQUE EU NÃO CONSIGO TIRAR ELA DA CABEÇA?

— Sasuke-kun? – A voz no interfone me despertou de meu devaneio com um susto, era a Karin, minha secretária.

 — Sim Karin, o que foi? – Perguntei suspirando e me remexendo na cadeira.

 — O Senhor Takamura já se encontra aqui, posso mandá-lo entrar para a reunião? – Ela perguntava.

 — “Outra reunião hoje? Eu não mereço tanto sofrimento... Porque esses empresários velhos parecem não morrer nunca? Conheço esse velho desde criança!”- Karin, diga ao Senhor Takamura que estou indisposto, e também que o atenderei o mais urgente possível... Amanhã – Eu disse com os lábios cerrados.

 — Indisposto? Ahn, sim eu darei o seu recado...

 — Ótimo obrigada – E desliguei o interfone. O melhor que eu faria hoje era voltar para casa e descansar.

E era isso que eu faria... Iria para minha casa, tomaria um bom banho quente e descansaria. Com a cabeça estourando aqui no trabalho eu não melhoraria de jeito nenhum. O ar de sobriedade desse lugar já me dava ânsia há muito tempo... Ficar aqui todos os dias então, já se torna uma tortura. Peguei meu casaco e a pasta com uns documentos importantes e idiotas que eu teria que terminar, e me dirigia até a porta da sala, para a saída. Mas Karin entrou antes que eu pudesse sair.

 — Sasuke-kun... O que aconteceu? – Ela perguntou me olhando – Está indisposto? Quer algo? – Ela continuava dizendo, com a mão na maçaneta da porta.

 — Não quero nada, Karin – Eu respondi direto – Só quero ir para casa, descansar – E era realmente o que eu queria.

 — Não quer que eu vá também, Sasuke-kun? – Ela trancou a porta e sorrindo veio para perto de mim – Sei fazer uma massagem maravilhosa, vai se sentir um novo homem... – Ela começou a me tocar, e chegou bem perto, ameaçando um beijo.

— PARE COM ISSO! – Eu disse afastando-a de mim – Já chega vou para casa, e, por favor, pare com essa estupidez de tentar algo comigo, parece que você está simplesmente desesperada, tenha um mínimo de orgulho mulher! – E dito isso, saí em direção à minha casa.

Tudo começou por isso... Essa obsessão sem fim, que raiva isso me dá. Foi isso que causou o início da dircurssão com Sakura, isso foi o que nos separou e não agüentava mais. Porque tinha que acontecer logo comigo? Logo eu, que só quero uma pessoa e mais ninguém? Isso, era hora de acertar as coisas com a Sakura.

Ou acho que minha sanidade mental já não vai ter garantia.

 — Temari, não acha que isso já é maldade demais? – Perguntei nervosa – Não acha que estamos exagerando?

 — Como assim, Sakura? – Ela me perguntou – Não era você quem queria dar uma lição para o Sasuke? Não foi você que me ligou pedindo ajuda? Agora vai dar pra trás mesmo? – Continuou.

 — Não... É só que, sabe, eu não sou de fazer isso e não me sinto muito bem – Eu disse encabulada – Parece que eu estou fazendo algo muito errado, e eu sei disso, por isso me sinto culpada.

 — Ah, por favor, não baixa a Madre Teresa agora né! – Ela disse gargalhando – Deixa pra sentir a culpa depois que ele cair, porque aí sim você vai ter um motivo para se sentir culpada, porque sofrer antes da hora? – Sorria consigo mesma.

 — Tudo bem... Eu acho que posso fazer isso – Disse ainda incerta do que estava fazendo.

 — Amadores... – Ouvi-a sussurrar, enquanto ainda arrumava a cama que havíamos bagunçado.

 — Hunf... Amadores – Repeti coma língua de fora – Me desculpe por ter faltado à aula de espionagem profissional no jardim de infância!

 — Eu vou lá no depósito, ver se eu acho mais fita – Ela disse olhando insistentemente para uma ponta solta de feltro que estava no colchão – Essa ponta está me dando nos nervos, e pode acabar com tudo. Tudo tem que estar perfeito.

Já disse alguma vez o quanto a Temari me dá medo? Não? Pois é, ela me arrepia. Parece vilã de filme do James Bond. Sabe tudo de armação e pegadinha. Quero ser amiga dela a minha vida toda.

 — Tá bom, te espero aqui – Eu disse sentando no sofá da casa dele, como se ainda fôssemos alguma coisa e como se eu tivesse tal intimidade para tanto.

Estava com medo. Verdade. Nunca tinha feito coisas assim para me vingar. E achava errado também, mas eu tinha feito uma promessa – mais ou menos – e ele tirou onda com a minha cara, como se eu não pudesse ser capaz de fazer coisas ruins para as pessoas. O máximo que já fiz foi quebrar o relógio do meu ex namorado, mas também parou por aí. E agora, eu estava fazendo uma coisa realmente grave, que poderia me custar sérios danos... Já que eu tinha a certeza de que ele iria revidar. Ele deixou isso mais claro que a pele da Hinata – que é muito branquinha só pra esclarecer, tá? – E eu também não era tonta o suficiente para não entender que o Sasuke não levava desaforo para casa. Fazer o quê? Nós tínhamos proclamado guerra um contra o outro.

E tudo por uma vadia, cadela sem peito, filha de um cú apertado: Karin.

Me dá até ânsia falar esse nome. Ela causou tudo. Por causa dela eu e Sasuke não estávamos mais juntos. A história do fã clube e dela ser secretária dele, me grilou, é fato. Mas ele também foi tão esquivo com relação a esse assunto, que cheguei à conclusão que ele me escondia algo... Então foi aí que as brigas começaram sem parar, brigávamos pelo canal da TV, por onde nós iríamos sair para se divertir, que roupa o outro usaria – na verdade, que roupa eu usaria... Porque Sasuke praticamente me proibiu de usar roupas que eu amava, como saias e blusas decotadas demais – e até por um chocolate idiota... Parecíamos um casal de velhinhos sem dentes que vivem do apoio do INSS – que não existe, fato.

Enfim, olhem até onde nós chegamos. Parece até piada, sério. Um armando para o outro.

E eu começando. Minha mãe teria muita vergonha de mim se soubesse o que eu estou fazendo... Me perdoa mãezinha!

Liguei a TV e zapeei rapidamente todos os canais disponíveis, nada de interessante passando e, mesmo que estivesse, eu não estava prestando atenção. Só queria me distrair, me manter ocupada, esquecer o nervosismo e aliviar a tensão; minhas mãos suavam e minhas pernas não paravam de se mexer. Eu não sou uma má pessoa, não me culpem por não ter sangue de barata.

Eu ainda gosto dele... Mas não sei se um dia ele gostou de mim de verdade.

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Cheguei ao prédio. Tirando forças não sei de onde, mas consegui. Eu sei que não ia ser fácil, a Sakura é mais teimosa do que eu. E se eu fosse lá pedir desculpas, ela com certeza me passaria um sermão de horas... Como foi que ela me fez querer engolir meu orgulho? Eu estou mal, nem pareço eu mesmo.

Apertei o botão do elevador ainda tenso. Sentia meus músculos ficarem rígidos, e engolia seco. Mas eu estava decidido, afinal, eu gosto dela... Porque continuar separados? Vamos sentar e conversar, racionalmente, como duas pessoas adultas que nós somos.
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 — Pronto, acho que essa fita vai ser suficiente... Cara, eu me superei! – Sorria contente com a minha idéia – Pena eu não estar na hora para ver a cara que o Sasuke vai fazer... Vai ser hilário!

Saí do depósito e ia em direção do elevador, quando quase que por um segundo perco o controle e grito em alto e bom som o que se transformaria em uma tragédia “FUDEU!”, gritei em minha mente, e escondi-me atrás de uma das colunas que ficavam ao lado das escadas.

 — “Mas o que o Sasuke faz aqui? Isso com certeza não estava nos planos... – Coloquei a ponta da unha na boca, e uma gota de suor desceu por minha testa – Preciso avisar a Sakura, agora!”

 — Droga, cadê o número da casa do Sasuke? Ele já entrou no elevador! Não vai dar tempo – Sussurrava nervosa enquanto tateava naquele maldito celular Touchscreen, eu sabia que a tecnologia ainda me levaria à perdição! – Achei! Atende logo Sakura, atende...

Graças a Deus, o telefone da casa do Sasuke tinha identificador de chamadas, e logo que ela viu meu número, ela atendeu.

 — Temari! Quase faço nas calças, pára de brincadeira! – Ela gritava com uma voz nervosa.

 — Então se prepara, porque vai ficar pior... – Eu disse nervosa.

 — O quê?

 — O Sasuke chegou aqui no prédio e já tá dentro do elevador – Eu tentei dizer devagar e suavemente para que ela não desmaiasse e a prova do crime ficasse lá estendida no chão para que ele visse.

 — MAS O QUÊ? – Ela deu um grito de espanto – E-ele não chegava mais tarde hoje? – Continuou com uma voz fraca.

 — Parece que hoje ele tem outros planos, sai já daí – Disse – Rápido.

 — É claro que eu vou sair! – Ela continuava gritando – Tchau, tchau!

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Só podia ser brincadeira! Porque raios o Sasuke sai justo hoje mais cedo do trabalho? Ser á que ele tem câmeras espalhadas por todo o apartamento e viu que eu e Temari estávamos aprontando? Ai, fudeu tudo agora.

Peguei minha bolsa, correndo mais que maratonista da São Silvestre (?) e abri a porta, com a chave reserva que tínhamos conseguido enganando o zelador eu fechei a porta e me virei para entrar no meu apartamento...

 — Sakura? – Meu Deus! Que seja um maníaco estuprador que quer abusar de mim e me matar... Mas que não seja o Sasuke.

Virei em câmera lenta, com uma expressão vazia e o coração na garganta. Era ele. Se bem que eu acertei na parte do maníaco estuprador... Fazer o que...

 — Hum? – Foi o máximo de socialização que eu consegui exprimir naquele momento.

 — O que você estava fazendo? – Ele perguntou, já que eu estava ainda bem perto da porta de seu apartamento, de um jeito que deu a notar que eu estava – ou pretendia estar – lá dentro.

 — Na verdade... – Aprendam... Quando uma pessoa diz “Na verdade”, ela quer arranjar algum tempo para inventar uma desculpa que seja tolerável. – Eu queria saber se minha echarpe azul ficou na sua casa; não a encontro em lugar algum e ela foi um presente da minha avó – Viu só? Aprendendo a enrolar a Professora Sakura. Meu Deus... Eu sou uma má influência... Pensamentos melancólicos.

 — Não, tudo que é seu eu já te entreguei, tenho certeza – Ele respondeu calmamente, mexendo nos cabelos daquele jeito, lindo e sensual, odeio ter namorados mais bonitos que eu.

 — Entendo... Devo ter deixado em outro lugar então... – Disse com uma cara pensativa – Vou perguntar para os meninos, acho que fui a casa deles com ela essa semana... Então, tchau né? – E eu já ia seguindo meu caminho, alegre e feliz para minha casinha segura de homicídios qualificados e ex namorados furiosos... Mas ele me chamou.

 — Espera... Vamos conversar – Meu Deus, ele tem câmeras em casa mesmo!

 — Não vai dar agora... Eu tenho que dar banho no meu gato sabe? – MAS EU NÃO TENHO GATO! SUA BURRA! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

 — Você não tem gato, Sakura – Ele disse arqueando uma sobrancelha e me olhando com a cara de desconfiado.

 — Não, você me entendeu errado... Não tem aquela velhinha que mora no andar de baixo? Pois é, ela tem um gatinho e...

 — Entra logo aqui.

 — Tá bom – SOU A PIOR MENTIROSA DO MUNDO! DO MUNDO!

Entrei e me senti como uma criminosa. Fiquei em pé, tensa. Não conseguia pensar direito, em como me safar da brincadeirinha que tinha feito – Tinha né, porque agora a responsabilidade era toda minha afinal, eu tinha prometido a Temari – Estava encurralada e não tinha nenhuma mentira a mais sobre gatos que eu poderia contar. Oh God.

 — Vai ficar aí em pé como se fosse a segurança da minha casa, Sakura – Ele perguntou me encarando com um olhar estranho de novo, óbvio que ele estava suspeitando, eu só não disfarço melhor porque um travesti prostituta perde é feio pra mim! – Anda senta aqui – Ele disse sentando no sofá.

Eu fui como um robô que estava sendo controlado pela voz dele. Sentei e continuei pensando numa maneira de ir embora logo, tirar o pé dali e ir para o México. Cara, o México não é um lugar tão ruim! Qualquer coisa, eu faço papel numa novela lá e fico super famosa... Porque novela mexicana todo mundo assiste... Quero dizer... Todo mundo que é do México e que gosta de SBT (?)

Mas a maior razão do meu esconderijo ser o México é muito especial... Lá no México tem tortilhas cara, e eu AMO tortilhas.

Enfim, mas antes disso...

 — E aí, Sasuke o que quer? – Perguntei apressada – Sabe, não pode me dizer depois? Eu tenho que ir à casa dos meninos para pegar minha echarpe verde e...

 — Não era azul, Sakura? – Ele perguntou, já sabendo que tinha alguma coisa errada – Me diz, porque está querendo fugir?

 — Eu não estou querendo fugir! – Gritei envergonhada – Eu só... Eu só...

 — Eu só o quê? – Ele continuou o interrogatório.

Inventa uma boa agora pelo amor do Santo Protetor dos Péssimos Mentirosos.

 — Eu não quero mais ficar perto de você, ou não vou conseguir te esquecer! – Bom, não foi uma coisa que se diga lá surpreendente... Mas para minha situação, eu saí ganhando.

Ele ficou chocado por um momento. Reação esperada. Até porque ele podia querer colocar um ponto final de uma vez na nossa história agora mesmo. E eu estava dizendo coisas sem sentido... Bom, não muito sem sentido, porque no fim das contas eu ainda sentia algo por ele, verdade.

Por mais que as pessoas escondam, seu coração não consegue sufocar o sentimento. E por mais que seja inútil lutar contra ele, sempre tentamos fazer isso... O que posso dizer? Humanas são criaturas estranhas. Lutamos contra nossa vontade e queremos apagar o que foi cravado em chamas. Moldamos nosso destino como desejamos, mas nunca como nosso coração anseia.

 — Então, agora eu vou embora... – Eu disse levantando-me e indo relutante em direção à porta.

Ele me segurou. E me virou para ficarmos frente a frente.

 — Era sobre isso que eu queria falar... - Ele disse me olhando de um jeito... Como posso ser clara? Diferente (?). Diferente do que eu imaginava que seria... Pensei que ele estaria com 521 pedras para jogar e que falaria coisas maldosas para fazer me sentir mal. Mas nada... Ele estava me olhando como se quisesse me dizer algo.

 — O-o quê? – Eu senti um arrepio correr por todo meu corpo. Fazia muito tempo que não ficava assim tão perto dele. Sentia-me tola por ainda ficar assim quando ele me tocava, mas não era algo que eu pudesse controlar.

Ele segurou meus braços firmemente, me puxou com força para perto de si e me beijou. E eu me assustei claro. O que ele estava fazendo? Estávamos separados e ele ali me agarrando? Eu me senti bem, mas assim me expresso de maneira errada... Eu cheguei a pensar que era mentira, que minha mente estava apenas me pregando uma peça... Uma ilusão. Sentir o corpo dele junto ao meu novamente era tão... Nostálgico.

Ele me beijava com urgência, como se fosse algo que ele não podia mais agüentar. E eu não sabia o que fazer... Não conseguia ser racional quando ele fazia aquilo... Perdia totalmente o sentido. Queria que ele continuasse; que ele me beijasse até que eu perdesse o fôlego, até que meus pulmões incendiassem. Ele continuava, tocando por todo meu corpo, como se o tempo o tivesse feito esquecer como eu era. Sério, o negócio tava pegando fogo, hot, hot.

E eu não estava mais ligando para nada. Eu o queria, de todo meu corpo e alma. Eu queria ser dele, só dele. Eu almejava pelo toque dele, pelo seu beijo por tudo. E eu cheguei à conclusão de que ele também. Isso era bom, porque eu percebia que ele sentia minha falta, que ele gostava de mim e que ele ainda me queria.

Sua mão percorria todo o contorno das minhas costas, levantando instantaneamente a minha camiseta. Ele parou os beijos... Então partiu para o queixo e deu uma pequena mordida, o que me fez gemer baixinho. Ele pareceu gostar da minha reação, então prolongou os beijos e mordidas por todo o meu pescoço, e eu estava indo à loucura, literalmente. Não dissemos nada. Palavras não eram necessárias – eu acho – nenhum dos dois eram bons com elas. Mas nós éramos bons em agir – Meu Deus, isso foi um pensamento muito pervertido! Chega de andar com a Ino... Ele me encostou na parede e continuou a me beijar, a me acariciar. Então ele pegou minhas pernas e as apoiou sobre si, me puxando com força para si. O momento, a necessidade um do outro, o desejo... Tudo estava misturado, todos os sentimentos passavam por uma montanha-russa de pensamentos, as respirações descompassadas, os corações acelerados e os nervos à flor da pele. Eu e ele. O mundo só se resumia a isso naquele momento.


Ele mexia em meus cabelos, me tocava e sussurrava meu nome. Eu estava à beira de explodir (?). Percebi que ele me desencostou da parede e começou a caminhar vagarosamente, sem nem por um momento tirar os olhos dos meus.
Ele me levava em direção ao quarto dele. Eu pude saber assim que ele cruzou o corredor e virou à direita.

Eu estava tão envolvida que nem pude ouvir a voz louca e angustiada do Godofredo gritando, berrando e se acabando dentro de mim mesma. Esse era o meu alarme para uma situação de perigo E. Era um E de ENORME!

PERAÍ? O QUARTO DELE?

Mas eu não quero ir ao quarto dele! – Essa deve ser a primeira vez na história da eternidade que uma garota quer se recusar a ir ao quarto do Uchiha mais gato e gostoso do mundo, fato. O problema é que são por razões de forças maiores. – Eu na posso ir ao quarto dele!

Ele entrou no quarto, que ainda estava igual ao que ele tivera deixado, mas ele não ligou muito para isso, nem prestou atenção lá nem nada. A atenção dele estava em outro lugar/pessoa se é que vocês me entendem {Tipo, todo mundo me entendeu, dã}. Quando ele topou na cabeceira da cama, eu já tinha bem em mente o que ele ia fazer, e eu chorava por dentro para que ele achasse o sofá da sala mais atraente, até a mesa da cozinha eu toparia sem nem pensar duas vezes; qualquer coisa menos a cama.

E então, quando ele nos deixou cair sobre sua cama, eu cerrei os olhos e fechei os punhos em suas costas, fato que cheguei a arranhá-lo. Só ouvi o barulho e cena.

Eu e Temari... Quero dizer EU, coloquei várias e várias sacolas de plumas embaixo do colchão da cama de Sasuke, em uma espécie de propulsor; assim que o propulsor sentisse pressão ele ejetaria automaticamente as plumas. Na verdade, eu que dei a idéia...

Foi mais um ataque dos Grandes Acessos Criativos de Haruno Sakura, pensei que quando ele caísse na cama com a Karin, as penas seriam um trocadilho muito bom. Mas, não foi muito legal quando aconteceu não.

Ficamos deitados lá, e eu ainda sem olhar para ele – que estava em cima de mim – Com medo, e com muita, mas muita vontade de sorrir dessa situação tão constrangedora. E no fundo, com muita raiva de mim mesma por ter estragado aquele momento... Que eu tanto queria que acontecesse. Sasuke ficou apoiado sobre o colchão, totalmente coberto por plumas e me olhou com uma cara indescritível. De tão engraçada... Não estava mais agüentando a vontade de sorrir.

 — Mas o quê...? Ele perguntou.



                                                                 Continua ~


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Notas finais do capítulo

EAE GALERINHA DUMAW... VAI NEM DEMOREI TANTO ASSIM CERTO COCOTINHAS ? Enfim enfim, primeiro post de 2011 uhul o/
Gostaria de desejar um Feliz ano novo - atrasado - Pra vocês, muitas felicidades, dinheiro, glamour e gatinhos pro cês.. E claro muitas fics da Rafa o/ ... quem sabe algum dia, uma minha ? foge*
Pois é.. briga curtinha essa deles hein ? xD
Espero que tenham gostado do capítulo ^_^
Apenas um olhar está na sua reta final.. foi feita para ser assim mesmo, um clichê adolescente bobinho e simples mas de certa forma muito prazeroso de se ler *-*
a nova fic da Rafa é mais como posso dizer... intensa. Mas claro não perdendo sua marca registrada que é o humor haha.
Arrisco-me dizer que " As a man " está ainda melhor que Apenas um olhar e quem sabe, quando eu terminar de postar essa e ela me autorizar eu não venha á postar ela aqui pra vocês ? O que cê's acham ? xD
Enfim enfim, falei muito e estou correndo, irei pra praia yay 8D
Mereço reviews ? Juro que no próximo capítulo tentarei responder todos..É UMA PROMESSA X_X
Beeeeeeeeeeeeijos cocotinhas nham