Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 15
Capítulo 05 - Última parte.


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui pertecem á Masashi Kishimoto. A história pertence no entanto a minha amiga Rafa que meu deu autorização para poder posta-la !Boa leitura x3



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— GODOFREDO, VOCÊ É UM GÊNIO!

— Me diz algo que eu não sei, Sakurete.

— Tá já deu. Subconsciente gay of.
Voltando a situação antes de pensamentos comigo mesma. Será?

— E então? – perguntei com medo – será que você está bem? Pois é verdade!

— Você gosta de mim, Sakura? – ele perguntou, parecia incrédulo. Mas meu inútil subconsciente me deu uma boa chance de escapar daquilo.

— Inútil é? – Godofredo invadindo.

— Depois a gente conversa – saindo de pensamentos de novo.

— Claro – disse para Sasuke – quando você não está perdendo meu tempinho sendo um idiota, você até parece ser normal.

— Puxa, obrigado – ele respondeu cético.

— Calma, nem terminei ainda – eu cortei seus pensamentos mais uma vez há – e quando você não está sendo o Sasuke chato, controlador, impulsivo, insensível...

— Ca-ham! – ele tossiu. Perdi o raciocínio...

— Anh, enfim... quando não está sendo tudo aquilo que eu disse... você é alguém que gosto muito, que posso até chamar de... amigo – HÁ, matei a questão!

— Hn – ele ficou digerindo aquilo por uns segundos – entendo.

— E?

— Não estou nem aí.

Imaginem uma bomba caindo na minha cabeça.

— Oh, ótimo – respondi cantando – Sasuke, você é um saco. Sasuke você é um saco. ♪

— Anda vamos embora – ele disse. Viu, tá sendo mandão de novo!

E eu fui com ele, cantando minha alegre musiquinha.
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— Ai não acredito nisso, que garoto mais estúpido! – grunhi comigo mesma, caminhando sozinha enquanto voltava ao hotel, porque? Bom, tudo porque eu estava suja, parecendo uma louca perdida, e tudo culpa daquele moleque preguiçoso e idiota.

Entrei no corredor da recepção e pedi a minha chave à mulher que trabalhava lá. Ele me olhava com uma cara tão espalhafatosa e espantada que me deu vontade de socá-la, até a morte. Ela nunca tinha visto alguém com algumas folhas secas no cabelo? Nunca? Aquela mulher presunçosa estava procurando a morte.

Subi até o meu quarto e logo me dirigi ao banheiro para me acalmar tomando um bom banho e voltando a parecer com alguém sociável novamente.

Ainda tinha tanta coisa a fazer. Amanhã era o último dia que tinha no hotel e hoje simplesmente foi uma bosta. Nada faria isso mudar. Tudo deu errado. Isso porque a idiota aqui concordou em ir para um luau com as outras malucas, só pra acabar se enfurnando na floresta pra brincar de salada mista. E por fim, o que foi mais que mais, aquele demônio do Shikamaru me deu lição de moral – já que ele é a pessoa mais indicada pra fazer isso, me poupe – e ainda me agarrou como se eu fosse uma garota de programa – e se fosse, ele fugiria sem pagar – aquele filho de uma puta vai me pagar, com certeza isso não vai ficar assim. Mas tem que ser uma coisa que vai deixar ele com vontade de virar homossexual ou então que o faça subir numa torre BEM alta e se jogar de lá. Só assim vou ficar satisfeita. Não aceito, não aceito.

E eu vou planejar minha vingança com alguém que entenda muito bem disso, e que vai me ajudar a transformar a vida dele um inferno completo.

E eu já sei quem é a pessoa mais indicada para esse servicinho – ri comigo mesma embaixo do chuveiro – então vou terminar logo isso, porque preciso fazer uma ligação urgente.

Enrolei-me na toalha e saí molhando tudo, não importava. Porque o troco para o preguiçoso estava chegando, e ele iria se arrepender.
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— Tudo bem, agora eu tenho que ir é sério – ri enquanto Naruto me abraçava mais uma vez – alguém pode chegar.

— Tudo bem, dessa vez eu vou deixar você ir – ele riu junto e me apertou mais – eu já estou soltando é sério, agorinha mesmo eu estou te soltando.

Ele roçou os lábios em meu pescoço o que me causou um arrepio, me soltou vagarosamente e me acompanhou em direção à porta.

— Então, eu já vou indo, Naruto-kun – falei, chegando com a mão perto da maçaneta, mas antes disso ele me puxou de novo – o que foi?

— Não acredito que ia sair sem me dar sequer um beijo de boa noite – ele disse com uma cara desapontada – assim eu não agüento de saudade – ele então sorriu e me beijou, mas tudo sairia bem se não acontecesse o imprevisto. Alguém batia na porta.

TOC TOC TOC

— Naruto? Você tá aí né? – reconhecemos instantaneamente a voz, era do Shikamaru, problemas – porque fechou a porta? A recepcionista me disse que você chegou bem antes de mim – ele esperou mais uns segundos, mas nós dois ficamos sem nenhuma ação, paralisados e com rostos preocupados e assustados. Se ele entrasse, descobriria que estávamos juntos e ainda acabaria com o nosso plano. Depois de um tempo outras batidas foram ouvidas – abre essa porta logo cara! To cansadão aqui, droga.

— E agora Hinata? Estamos ferrados! – ele disse cochichando bem perto de mim.

— E você acha que eu não sei? – respondi no mesmo tom de voz – estou pensando.

— Se você não quiser abrir, vou ter que abrir a porta com o passe que ganhamos – a voz abafada de Shikamaru parecia irritada – você sabe que eu sei abrir portas assim, não sabe?

— Eu sei que ele sabe, Hinata! – cochichou Naruto desesperado – eu sei, eu sei sim, o que a gente faz? O que?

Belisquei ele de leve, só pra tentar mantê-lo com a cabeça no lugar.
— Desculpe – disse suspirando, uma gota de suor escorria por sua testa.

Um barulho foi percebido na porta. De fato, Shikamaru estava tentando arrombá-la.

— Eu avisei, e estou entrando – a voz disse – se estiver vendo pornografia, por favor, ao menos esteja de modo apresentável quando eu entrar.

Nós dois ficamos com uma cara muito sem graça. E veio à minha cabeça, Naruto ficava vendo pornografia nos canais de TV a cabo nos hotéis em que se hospedava? Ou será que TODOS os homens agem dessa maneira? Olhei para seu rosto, procurando explicações, mas ele parecia querer cavar um buraco e meter a cabeça dentro. Ele deu um riso nervoso.

— Se esconde! – falava Naruto comigo enquanto ele corria na ponta do pé de um lado para o outro do quarto, procurando prováveis esconderijos como: embaixo da cama, atrás da porta ou atrás da cortina. Resumindo: péssimos.

Quando notei que ele estava quase conseguindo abrir a porta corri e me escondi talvez no pior lugar de todos. O guarda-roupa. Me enfiei naquele negócio e me apertei, fechei a porta e escutei quando Shikamaru entrou no quarto bufando.

— Caralho, Naruto! – gritou – você tava fazendo o que mesmo?

— Eu tava... eu tava... eu tava separando as camisas sociais das camisas esporte! – ouvi Naruto gritar nervoso, só rezava para que ele parecesse convincente.
— Ah é? – disse Shikamaru arqueando uma sobrancelha – e o que é uma camisa social Naruto?

Não acredito! Como uma pessoa em sã consciência mente sobre algo que não faz a mínima idéia? Agora sim seriamos descobertos. Ai, meu útero tá doendo.

— Camisa social é aquela que tem mangas mais compridas e que geralmente são listradas ou lisas, usadas para festas ou eventos mais importantes – ele falou como um dicionário, certinho do jeito que devia ser, graças a Deus. Quando foi que ele se interessou em saber de camisas? Pergunta retórica.

— Puxa, e não é que você sabe? – Shikamaru disse surpreso – será que eu posso dar uma olhada nesse seu trabalho tão árduo? – ele disse rindo do que ele mesmo tinha dito. NÃO! Diz que não Naruto!

— NÃO! – ele gritou de uma maneira quase não suspeita e delatora.

— Porque não, oras?

— Porque se você abrir esse guarda roupa vai acabar com a surpresa – ele disse nervoso.

— Só em você ter arrumado alguma coisa eu já irei ficar assombrado quando for dormir, Naruto – ele respondeu suspirando – nada mais me surpreende hoje.

— Nem mesmo a Marge Simpson?

— A Marge Simpson tá no guarda roupa? – disse ele espantado.

— Não, mas tem algo ali, que tem uma coisa sobre ela que eu estava vendo, e que você não gostaria de ver, tenho certeza.

Por um momento o que ele tinha dito ficou no ar, e então com num susto Shikamaru disse com nojo.

— Não acredito! Você comprou uma playboy da Marge Simpson? Cara, que doente.

— Então, acho que não vai querer ver, vai tomar seu banho, senhor não faço nada errado e incomum na vida, que eu vou escondê-la de você.

— Pode crer, você é muito, muito louco – ele continuou – Marge Simpson? Pensei que você era amarradão naquela garota que aparece no...

Ouvi um barulho de tapa do lado de fora.
— São águas passadas cara! Vai tomar a sua porcaria de banho que eu vou fazer aquilo que eu te disse – ele falou irritado – e você tinha prometido que não iria comentar isso nunca mais!

— Foi mal, foi mal, cara nervoso, eu hein – e ouvi os passos de alguém que devia ser Shikamaru indo em direção do banheiro.

Esperei mais uns segundos dentro do guarda roupa, só pra ter certeza de que seria seguro sair, quando ouvi a porta ser aberta e quase morro de susto.

— Naruto! – sussurrei espantada – vai assustar assim lá... – gaguejei nervosa.

— Sai daí agora que ele foi tomar banho – ele me ajudou a sair do armário – a gente se vê depois – ele abriu a porta do quarto e eu já estava do lado de fora, quase com o coração na boca – ei, e quanto à revista que ele comentou... – ele começou sem jeito – é que, não, na verdade, foi que... – ele ficou constrangido por ter falado naquilo na minha presença.

— Tudo bem, eu sei – disse dando um beijo na sua bochecha – tenho que ir, logo ele vai sair.

Já ia saindo quando ele me puxou de volta.

— Não tem tempo nem pra mais um beijinho? – ele disse sorrindo agora.

— Um beijinho? – eu perguntei sorrindo também.

— Só um.

— Pra UM beijo, acho que tenho tempo sim, mas é só pra um – eu disse com aquela expressão de quero mais.

Então ele me beijou, uma vez duas vezes, três vezes.

— Ei, era só um beijo seu trapaceiro! – eu dei um tapinha nele e sorri.

— Não pode esperar que eu queira só um beijo de você, não é? – ele falou com um sorriso de canto a canto.

— Agora eu vou de verdade, porque a não ser que o Shikamaru NUNCA na vida tenha tomado um banho, ele vai sair daqui a pouco, e se eu estiver aqui, teremos que explicar mais coisas, e vai ser complicado. Tchau.

— Hn – ele fez um biquinho, desapontado – tchau, eu te amo.

— Eu te amo também.

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Olá pessoas, vocês devem estar se dizendo: “Deus! A caminhada que o Sasuke e a Sakura fizeram durou quase um mês!” ou “Cara, tomara que eles não tenham morrido desidratados depois de tanto tempo” . Não se preocupem! Eu estou bem, viva, ótima e com a língua mais afiada do que nunca!

E ao contrário do que pensam, a minha caminhada só durou uns minutos, coisa rápida, mas muito sem graça. Vocês lembram que o Senhor Eu Sou Demais (Sasuke, dã) disse que não dava a mínima pra se eu queria ser amiga dele? Que caiu até bombinha na minha cabeça e que eu capotei no chão de raiva? Lembram né? Certo, peguem daí então, porque se o Sasukesinho não quer que eu seja amiga dele, é porque ele quer SOFRER, PERECER, DESMORONAR e DESFALECER em minhas pequenas e poderosas mãos. Ele me paga.

Chegando na entrada do hotel, Sasuke parecia cansado, e com vontade de se jogar na cama até acabar o fim de semana. Nem importava se ele perderia os dias no hotel, porque, como parece, ele é cheio do money e é também sócio das mil e trocentas coisas que eu não entendo porcaria nenhuma. Ele poderia vir aqui quando quisesse e passar dois anos na melhor suíte com as suas acompanhantes que cobram por hora de serviço. Por isso ele era mala daquele jeito, é que Sasuke era almofadinha, gente. Fortes revelações.

— Ei, Sasuke – chamei ele enquanto entrávamos na recepção. Parecendo que fomos assaltados, molestados e enterrados vivos. Mas acho que ninguém prestou atenção – além de todos os ricaços filhos de mamãe que ali estavam, ai que delícia. Humilhação pública, adoro.

— Hn? – responde que nem gente, filho de gata parida de cinco gatos vira latas no meio da estrada quente (?)

— Deixa ver se entendi bem... você não quer que eu seja sua amiga? – perguntei como quem não quer nada da vida. Jogando verde.

— Não me importo – boa, Sasuke. Meu Deus, que pessoa demente.

— Então quer que eu seja sua inimiga? – continuei, e se ele disser ‘Não me importo’, eu sufoco esse cara com ar de superioridade.

— Quero que me deixe em paz – ele disse sem paciência.

— Meu Deus, homem! Você é confuso!

Ele me olhou sem entender, enquanto eu revirava meus olhos, puta da vida com ele.

— Tem que escolher UM pelo menos. Porque eu te disse, de verdade, o que eu achava de você, mesmo sendo interrompida no meio da minha explanação, e nós temos os mesmos amigos, somos vizinhos, e ainda vamos nos ver MUITO nessa vida. E eu tenho que ter certeza de que eu vou ser normal contigo, ou se vou infernizar a tua vida. E isso ainda está implícito nessa conversa de uma via só – entramos no elevador e eu apertei o botão do meu andar e a música de fundo que dá vontade de se matar começou.

— Eu só quero que você fique um dia, um dia apenas, sem tropeçar, esbarrar, se esfolar, cortar, rolar escadas, quebrar costelas, ser atacada por um tarado ou cair em um buraco – ele disse, ele sabe tudo isso de cor? Nem precisou contar nos dedos, assustador. Sasuke, você não quer nada meu querido.

— Está pedindo para que o meu curso natural não aconteça, Sasuke – respondi com os olhos fechados e braços cruzados, a cabeça balançando negativamente.

— É o que parece.

— Você sabe ser legal, só tem que praticar um pouco, um pouquinho que seja – fiz um gesto com o dedo, e ele parecia não estar gostando do rumo da conversa.

— Agora você está pedindo que eu mude meu curso natural – ele respondeu se encostando na parede do elevador.

— É mais ou menos por aí – eu respondi com uma gota de suor e um sorriso nervoso. Touché.

Esse deve ser o elevador mais lerdo que já existiu. Caramba.

— Chato.

— Criança.

— Não dá pra conversar contigo, tenho vontade de te matar – eu disse suspirando.

— Então você sabe como me sinto, hã? – ele respondeu com um sorriso maligno.

Virei pra ver o rosto dele de canto de olho, e ele mantinha uma expressão sarcástica. Mostrei a língua pra ele e voltei meu rosto pra porta do elevador.

— Porque você insiste tanto em me mudar? – ele perguntou, agora parecendo mais sério.

— Porque eu sou assim.

— Hã?

— É, sou assim e pronto. Não me conformo com o seu jeito, não gosto de como você age e sendo assim, tenho que te mudar, senão serei mandada para a cadeia muito cedo por cometer homicídio qualificado, e você não vale à pena – disse com a voz dura. Estava chateada, encheu o saco.

— Se eu não valho a pena, porque me mudar ?, apenas me ignore – tá procurando, Sasuke. Fica quieto que eu to na minha, meleca.

— Porque eu não sou como você, que consegue só virar a cara e fingir que não está ouvindo, Sasuke. Se você é meu vizinho quero no mínimo te dizer bom dia, boa tarde e boa noite. Não sei ignorar pessoas, porque não foi o que me ensinaram.

Alguns segundos se passaram em silêncio, e eu estava com medo dele ter ficado com raiva, porque sabe como é né, eu sou forte, mas o Sasuke é praticamente um cavalo cheio de anabolizantes. Fato.

— Então, eu acho que esse caso vai servir pra você aprender a ignorar pessoas – ele disse com o tom de voz baixo e calmo.
Virei pra trás só um pouquinho – suficiente pra enfrentá-lo olho a olho – e disse:

— Duvido, Sasuke. Eu sou a pessoa mais teimosa que já existiu nesse mundo todinho - e sorri achando graça de mim mesma – e na hora mais que perfeita, o elevador abriu, ai alívio, sai quase correndo de lá e apertei para botão para descer.

— Sakura, NÃO! – ele gritou acho que um milésimo antes de eu apertar o botão. Sabia que ele ficava na cobertura, apertei o botão só de mal.

— Eu não desisto assim fácil, Sasuke – eu disse enquanto a porta fechava – você vai ter trabalho!

E quando a porta já estava a um fio de fechar, eu juro, mas eu JURO de pé junto e dedos cruzados, que eu vi o Sasuke sorrir, engraçado.

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O último dia, que tristeza, para nós pessoas de classe média baixa que não tem dinheiro para pagar nem o chocolate que vendem em um hotel como esse. O grande consolo de nós, pessoas que nasceram sem dinheiro, é que quando pessoas ricas morrem, elas não levam nada, nadinha, nem um dólar furado. Mas outro lado bom de não ser rico é que nós apreciamos as pequenas coisas da vida. Um pôr do sol, um dia de primavera, um bebê sorrindo... ai ai.

— MENTIRAAAAAAAAAAAAAA! – Godofredo? Que é?

— Quem é pobre quer ser rico, quer ser podre de rico, porque ser pobre não tem nada de bom, ter que usar ticket não tem graça, ter que se espremer no metrô com um homem suado e fedorento é pior do que a morte, não poder ir a festas badaladas é um saco, viver sem privilégios e sem aqueles modelos gatos que saem com você apenas para aumentar sua publicidade, é muito ruim, sério.

— Calma, Godofredo, ser pobre não é tão ruim assim.

— NÃO É TÃO RUIM ASSIM? – gritou comigo, indignado – enquanto rico viaja para Mônaco, Veneza, Paris... pobre viaja pra Poços de Caldas e acha que tá podendo até demais!

— Tá Godofredo, mas as pessoas têm que aceitar o que elas têm , e tem que agradecer por suas vidas – respondi tentando ser sensata.

— Isso é conversa de pobre mal resolvido, minha querida.

— Quer saber, vai catar piranha na Rua Augusta e me deixa em paz, Godô! – quem não fica puto com uma conversa tão produtiva com um gay que consegue deixar até gangster machão com vontade de chupar dedo? Esse é o Godofredo!

— Como se eu gostasse de piranha não é Sakura? – ele respondeu sorrindo e arrumando o cabelo.

— Então vai procurar o que você quiser, onde você quiser, a hora que você quiser e faça o favor de só voltar quando descobrirem a cura para a chatice de um homossexual revoltado! – pirei completamente, mas é que o Godofredo é demais até para o meu tarja preta.

— Tá bom, calma. Nossas vocês heterossexuais têm realmente que aprender a curtir a vida – ele continuou – vocês não têm nenhum senso de humor, sério.

— Desculpe por ser do jeito que eu sou, e por não gostar de mulheres! – gritei com ele ficando com as veias à mostra.

— Fui!

Subconsciente off.

Eu juro que quando chegar em casa a PRIMEIRA coisa que eu vou fazer vai ser ligar para o melhor psicólogo que eu encontrar e marcar uma consulta, porque não é normal que o meu próprio subconsciente seja tão infiel a mim. Isso é a maior injustiça. Eu levo ele/ela comigo onde quer que eu vá e é assim que me agradece? Ora, quando não querer mais conversar com ele, aí sim ele vai aprender a me valorizar, aquele Godofredo coisa louca.

Enfim, acordei de muito bom humor para deixar que Godofredo e suas críticas malignas e de péssimas intenções me abalem. O que farei é bem simples, aproveitarei o meu último dia como não pude fazer ontem, já que, primeiro fui parar num jantar de filhinhos de papai, que ainda usam fralda e seus primeiros carros foram um Cadillac com seus nomes gravados em ouro, bancos de prata e detalhes em diamantes – adultos até demais para mim, vai ver os pais fizeram lavagem cerebral para eles deixarem de ser crianças, sinistro – depois a catástrofe de passeio na floresta, que não preciso nem explanar o que aconteceu não é pessoas mais afortunadas que eu? Ótimo, então agora vou descer e ver se consigo alguma coisa de interessante para se fazer.
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— Nossa, que bom, muito obrigada por me atender, de verdade – terminava minha ligação muito especial – então estamos combinadas?

— Sim, claro querida – a voz na outra linha respondia.

— Ótimo, até depois então – segurava as gargalhadas, mas era preciso me concentrar na missão, o Shikamaru estava TÃO ferrado, meus Deus!

— Até, já estou chegando – a ligação foi encerrada.

Nunca pensei que um dia eu poderia me superar tanto assim, estou tão feliz que poderia gritar! Mas não farei isso. Agora é que o Shikamaru vai ver quem é que está com o controle na mão.

Ele vai ficar com muita raiva... mas eu não me importo!

— Acho que vou sair um pouco pra tomar um ar fresco.

Saí do quarto e desci até a piscina, chegando lá vejo justamente quem eu queria ver, mastigado e cuspido.

— Ei, Shikamaru! – gritei do outro lado da piscina, ele estava sentado numa cadeira perto do bar. Cheguei onde ele estava e o cumprimentei.

— E aí, tudo bom?

Ele me encarou por uns segundos com uma cara tão hilária que juro que poderia rir muito daquilo, mas não o faria, não sou idiota. Será que eu sou uma pessoa tão ruim assim nos olhos de outras pessoas? Tudo bem, vamos combinar, eu não suporto o cabelo de alfinete, mas não quer dizer que eu esqueça os bons modos. Não era necessário tanto espanto por um simples tudo bom.

— Desculpa, acho que eu estou enganado – ele falou depois de engolir outro gole grande da bebida que ele segurava – ou então, você deve ter me confundido com outro alguém, é impossível que isso que estou vendo esteja realmente acontecendo diante de meus olhos mortais.

— É por isso que você é tão insuportável – eu disse revirando os olhos e me sentando ao seu lado – mas hoje estou de bom humor e não vou ligar para suas babaquices. Só pra você ver como sou uma pessoa boa.

— Aham, claro – ele me olhou com desconfiança, então apoiou seu queixo na costa da mão e me olhou mais uma vez, procurando algo que eu não sabia ao certo o que era – então... Temari...

— Hn? O que? – perguntei com a cara mais simples e despreocupada que pude fazer.

— Não está nem um pouco chateada pelo que aconteceu na floresta? – ele perguntou me analisando minuciosamente – nem um pouquinho sequer? É isso que quer me dizer?

— Sim, é isso que quero dizer – eu respondi sorrindo – eu entendo que estava muito estressada por estar perdendo meu tempo naquela floresta suja, e que acabei descontando todo o meu estresse acumulado em você, que foi a primeira pessoa que vi. Não teria sido diferente se fosse Naruto, Sasuke, Sakura ou qualquer outra pessoa. Minhas sinceras desculpas.

Eu o vi ficar branco, hilário simplesmente. Estava sem palavras e sem ação, justamente o que eu precisava. Não acreditava no que estava presenciando, talvez por me conhecer a tempos ou porque era fiel à sua idéia de que eu era uma riquinha mimada, egoísta e maquiavélica. Não posso culpá-lo. Na parte em que diz ‘maquiavélica, ele tem lá uma razão.

— Bom... – ele deu uma tossidela nervosa – e... pelo o que eu fiz? Você não se sente nem um pouco revoltada? Maluca? Irritada? Nada?
Olhei-o todo nervoso e sem jeito e fiz o mais provável e simples. Sorri como se fôssemos melhores amigos. Irmãos, camaradas.

— Não, claro que não – sorri como se estivesse sem graça – entendo que estava neurótica e que falei coisas desnecessárias. O beijo que aconteceu foi uma das suas tentativas de me fazer voltar à realidade, não há motivos para mágoas. Afinal, somos amigos.

Alguns segundos em silêncio se passaram e ele enfim respondeu:

— Bom, se é você que está dizendo... – ele sorriu – não há com o que se preocupar na verdade – que idiota! – fico mais tranqüilo, ao perceber que nós podemos lidar com isso como adultos – uma ova, otário – então, quer ir jogar baralho ou alguma outra coisa?

— Claro, seria ótimo! – mentira, eu simplesmente odiava jogar qualquer coisa com ele ou com Naruto, desde banco imobiliário até pedra papel ou tesoura. Eles são tão imaturos! Mas tenho que manter minha faceta de boa amiga – vamos pegar uma mesa próxima à sala de jogos?

Ele se levantou, e eu fiz o mesmo. Dei alguns passos e de repente ele se virou bruscamente, com uma cara paranóica e um sorriso muito estranho na face. Maluco. Depois de me parar como uma pessoa mentalmente incapaz, ele sorriu, me olhou nos olhos e disse:

— Quem acha que engana? – disse sorrindo sem parar – te conheço bem melhor do que você pensa.

— Do que está falando?

— Primeiro – ele apontou o dedo indicador na minha cara – você nunca, mas NUNCA iria me perdoar por dizer o que eu penso, já que a última palavra é sempre sua, princesa – eu o olhei com uma cara de quem não estava entendendo nada – segundo... EU TE AGARREI À FORÇA – ele deu ênfase à última frase, não falou alto, mas tenho certeza de que o garçom ouviu, e agora ouvia atenta e discretamente a nossa conversa – isso seria o mesmo que me jogar de um avião à 10.000 metros sem pára quedas, numa floresta de coníferas.
Você jamais deixaria algo como isso passar assim, pra você, se sentir controlada deve ser pior do que sofrer tortura física. Então não faça cena, nem tente me enganar. O que está tramando?

Incendiei-o com o olhar e esperei que ele queimasse em chamas negras até a morte, mas tudo que é bom demais nunca acontece.

— Não estou tramando NADA – respondi entre dentes, e sem paciência – estava tentando ser legal.

— Aham, acredito – ele sorriu e debochou do que eu disse – e eu sou o cara gordo de Borat depois da lipoaspiração – ele enxugou uma lágrima de riso do canto dos olhos e terminou dizendo – se quer jogar comigo, não vai conseguir o que quer. Eu sou o melhor adversário eu você nunca poderia imaginar – falando isso ele me deu um beijo na bochecha e saiu andando.

— VEREMOS! – filho de uma cabrita!

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— Hinata? – ouvi a voz de Sakura ao lado de fora do meu quarto – Hinata, você tá aí? – depois duas batidas na porta e um pé batendo compulsivamente no chão, impaciente.

— Calma! To indo! – gritei do banheiro onde ainda penteava o meu cabelo que estava todo embaraçado, haja condicionador no mundo!

Abri a porta e o furacão entrou dentro do meu quarto, Sakura, esse era o nome dele. Depois de entrar me dizer oi, me dar um abraço, ela começou a falar, como sempre, o assunto dela nunca acabava? E logo hoje, que eu e Naruto-kun planejamos de ir fazer um piquenique na praia? Isso não era justo, eu esperei MUITO por isso, então a Sakura vai me perdoar mas eu vou ser um pouco egoísta dessa vez e pensar mais em mim do que nos outros. Vou ver o Naruto-kun.

— Ei! O que você tá pensando? – ela passou a mão em frente aos meus olhos e eu pisquei rápido duas ou três vezes – tem alguma coisa que você ainda não me disse não é? Você tá pensativa até demais, e não finja que não aconteceu nada, porque eu sei muito bem que você saiu mais cedo do que todo mundo na floresta. O que você fez todo esse tempo? Hein?
Olhei para um lado e para o outro do quarto, procurando uma resposta. E tentando não ficar ofegante, para não ficar tão na cara que eu estava nervosa. Mas foi realmente um erro não tê-la procurado por todo esse tempo, deve ter percebido que não estava no meu quarto e nem me achava em lugar algum, era suspeito no mínimo eu diria. Essa história de namorar escondido já está me deixando com rugas; mas é que está tão bom do jeito que está...

— Hinata!

— Anh, o quê? – espantei-me.

— Viu só? – ela disse me encarando de pertinho com uma sobrancelha arqueada – você tava de novo com aquela cara de ‘Comi três potes de sorvete de chocolate’. O que aconteceu?

— Do que está falando? – respondi tentando permanecer calma.

— ‘Do que você está falando?’ – ela me repetiu em câmera lenta e uma voz fanha – é disso que eu estou falando! Você está diferente... VOCÊ FICOU COM ALGUÉM! – ela gritou apontando para mim com os olhos arregalados.

— O-o quê? NÃO – eu respondi com uma gota nervosa descendo pela testa – eu não fiquei com ninguém, Sakura. Por Deus, você parece uma maluca psicótica e está me assustando de verdade! Para!

Ela suspirou pesadamente e sentou-se na poltrona.

— Desculpe amiga, é que esse hotel me deixa confusa... – ela disse olhando para mim com uma cara de cachorro sem dono – eu acho que estou ficando maluca aqui... – isso é possível, maluquinha? Brincadeira.

— Tudo bem, agora respira e me diz o que aconteceu... – falei um tanto desanimada, já que é óbvio o lugar onde eu queria estar.

— Tá, escuta aí o que aconteceu depois que eu saí da floresta...

E 3O minutos – tortuosos – depois.

Já tinha dado um jeito de mandar uma mensagem de texto para Naruto-kun dizendo que o piquenique tinha furado, droga. E agora estava vegetando ouvindo as aventuras de amor de Sasuke e Sakura. Porque eles não admitem logo que se amam, se casam, tem 2 casais de filhos, se mudam para uma casa grande no campo, envelhecem juntos e me deixam fazer o que eu tanto espero há tanto tempo – namorar com o Naruto-kun ?  Injusto, é só isso que eu consigo dizer.

— E aí eu disse pra ele que eu era a pessoa mais teimosa do mundo, que não ia desistir e que eu ia definitivamente, mudar ele – ela contou gesticulando com as mãos, concentrada na história enquanto eu, comia o terceiro pacote de jujubas – o que você acha que eu devo fazer?

— Hn? – olhei para ela sem saber muito o que estava fazendo.

— O QUE EU DEVO FAZER? – ela disse, soletrando cada palavra.

— Sinceramente?

— Por favor – ela suspirou com os olhos fechados.

— Se declare para o Sasuke logo – disse comendo uma jujuba de limão, minha preferida.

Ela, assim que eu disse isso, cuspiu um monte de jujuba de morango – a favorita dela - no tapete. E me olhou com uma cara de espanto.

— O QUÊ?

— Sakura...

— Nós já tivemos essa conversa uma vez Hinata, o que te faz ter a mínima concepção de que alguma coisa mudou de lá pra cá? – ela disse quase cuspindo e toda vermelha.

— Nada mudou Sakura – eu disse, tranqüila e espantada, MUITO espantada.

— Exato. Nada mudou.

— Nada mudou – repeti – apenas AUMENTOU – terminei, instantaneamente me cobri com a fronha da cama, esperando outro jato de jujuba vermelha na cara.

— O que quer dizer? – ela me olhou com uma cara chorosa – me diga de modo que eu não fique mais confusa do que já estou, por favor.

— Ok... – respirei fundo e comecei a falar devagar, para a pancada não ser tão forte – o que eu quero dizer é que, algo que você já sentia antes aumentou, mesmo que um pouco. O sentimento que você tinha por Sasuke antes de vir para o hotel são renovados, talvez porque você viu que ele não é uma pessoa tão ruim quanto você o fez parecer nessa sua cabeça cheia de conspirações. Ainda mantenho a minha opinião de que você o ama, mas se não quiser me escutar, não posso ajudar.

Ela ficou parada na cadeira por dois minutos, depois se levantou e disse:

— Você tem razão, Hinata – quase explodi de alegria – você NÃO pode me ajudar! – O QUE? Você entendeu TUDO errado, Sakura!

Então ela caminhou em direção à porta, abriu-a e foi embora.

— Eu mereço a Sakura Meu Deus? Mereço? Só espero que ela não vá fazer besteiras...

— Mas... agora, eu acho que vou... ligar para o Naruto-kun!

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Agora, eu caminhava na praia, descalça. Era bom pra pensar, colocar as idéias no lugar. E era justamente o que eu precisava. Estava tão confusa, e me sentia horrível por não saber o que fazer nesse momento. O que a Hinata disse, o que ela jogou na minha cara era que eu amava o Sasuke. Mas o pior de tudo é que, eu mesma não sabia se isso era verdade. Porque o Sasuke já me ajudou, isso é verdade, quando caí da escada por exemplo ou a procurar o colar do meu irmão... mas ele também já brigou muito comigo, aliás o MUITO de que eu estou falando é quase que uma dízima periódica. Na minha cabeça só tinha um monte de ‘mas’, e nunca tinha um ponto final. Uma decisão segura do que eu sentia. Talvez por que eu sentisse medo, medo dele não corresponder, ou medo de que isso não seja o que realmente estou sentindo. Essa era a última noite que eu tinha no hotel e, basicamente, minha estadia aqui se resumiu apenas a uma coisa, Uchiha Sasuke.

Sentei na areia e fiquei olhando o mar. Peguei meu colar, tirei-o do pescoço e fiquei olhando-o.

— Irmão... o que eu devo fazer? – sussurrei para o colar – estou confusa...

Fechei meus olhos e só o que ouvia eram as ondas do mar. Depois de alguns segundos eu pude ouvir a voz dele, a voz de Sakemaru.

Ouça a voz do seu coração.

— Irmão... – quando abri os olhos senti uma brisa em meu rosto e senti uma paz muito grande, sentia a presença dele comigo, e tudo ficou bem.

— Certo... – enxugava meus olhos marejados – então, é isso que vou fazer, ouvir meu coração.

Levantei-me de lá, e andei de volta até o hotel, onde eu iria fazer uma grande escolha, a maior que eu já teria de fazer até agora. Mas nada importava... porque de agora em diante... quem manda é o coração.

                                                   Fim do capítulo.


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Notas finais do capítulo

Ai está o capítulo como prometido. Espero que gostem ^^muito obrigada pelas reviews, leio e fico feliz com todas, adoro lê-las =DDessa vez tive tempo de responder rs ^^ Essa semana e a outra vai ser tenso por causa da escola, feira de ciências, Saresp, seminários, provas finais x_xMas em dezembro provavelmente já estarei de férias (?) e poderei postar tranquilamente, sem preocupações ^^vou tentar postar domingo ou segunda.. não sei, não é certesa.Por isso lhes peço paciência.. E me desejem sorte plis no seminário que irei apresentar e na feira de ciências, que será tudo sexta D:Ficaria muito feliz com reviews, sério