Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 16
Capítulo 06 - Parte um


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui são de autoria de Masashi Kishimoto. A história pertence a minha querida amiga que eu gosto muito Rafa. Repetindo, a história não é minha, só estou postando-a



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AP. O6 – STIGMATIZED

Só podia estar maluca, completamente e desesperadamente insana. O que eu diria? Se, de fato, chegar em sua frente e olhar em seus olhos, serei capaz de contar o que sinto ou serei covarde? Tudo se resumia a ele. Já não conseguia mais pensar com clareza, não conseguia ligar os pontos, me manter sóbria ou mesmo controlar meu coração de palpitar toda vez que me pegara pensando nele. Porque ele exercia tanto poder, tanto magnetismo sob mim? Como pude me apaixonar JUSTO pela pessoa que diz não ligar para mim. Eu sou mesmo uma tola. E o que esperar dele? O que eu podia esperar de Sasuke? Afinal, nós nunca tivemos nada mais além de uma relação ódio-recíproco, como eu chegaria à sua frente e diria ‘Sasuke estou completamente apaixonada por você’. Impossível, eu não iria conseguir, fato. Mas, eu poderia ter uma abordagem mais indireta, algo tipo ‘Hey Sasuke, se um coco caí em uma ladeira rola ou não rola?’ ai, péssimo. E o mais simples e mais objetivo, chego na beca dou uma encarada de cima a baixo e digo: 'How you doing?’ com uma voz sensual. Meu Deus! Ajudem-me! Estou assistindo muitos filmes água-com-açúcar! Isso NUNCA funcionaria na vida real, ainda mais com Sasuke Uchiha. Preciso de uma conselheira sentimental. MÃE!

Tenho que ter coragem, tenho que ter coragem, tenho que ter coragem’ – ia repetindo isso a mim mesma enquanto chegava ao meu quarto, já era quase noite, e eu tinha que me arrumar, que me preparar, me benzer, qualquer coisa que me ajudasse vale. O jantar de despedida começa às 8, então eu tenho que esperar até pelo menos a metade, para não ficar muito na cara.

Vou esperar até às 9, pronto. Depois disso, não sei se a noite vai terminar com um final feliz, unicórnios cor de rosa e neve caindo de uma maneira de conto de fadas, ou com o resultado que meu pai sempre esperou que um dia acontecesse, uma camisa de força e uma estadia na prisão mais próxima, com direito à cama de papelão e quase-assédio por um preso ninfomaníaco – meu pai não é o máximo? Somos TÃO unidos, sabe? Espero que ele um dia – se meus pedidos forem realizados – bata a cabeça numa pedra BEM grande e esqueça de que um dia fui sua filha – mas de um jeito ou de outro a noite vai acabar. Bem ou mal.

Como eu vou? Como? Devo usar algo mais ousado ou mais elegante? – fazia trinta minutos que procurava o que usar nesse maldito jantar, lá só haveria grandes empresários ricaços e loiras que pareciam a boneca barbie, eu não podia chegar lá parecendo uma sei lá, pessoa normal? Credo.

Já sei, vou usar algo simples e colocar os brincos de prata que eram da minha avó que pesavam vinte toneladas – cada – não vou parecer uma impostora e nem ficar igual a eles. Hora de me arrumar.

Pensei em ensaiar o que dizer. Mas logo desisti e me toquei que essa era a idéia mais tosca e bocó que um dia eu poderia ter, afinal, quando - ou se – eu tiver coragem de falar com aquela calota polar, tudo vai sair como sempre acontece quando fico nervosa – gaguejando, titubeando, me enrolando e distorcendo as palavras – então, pra que ensaiar? Desastres ficam melhorem quando são improvisados.

Enfim, eu e meu companheiro – nervoso – fomos até a varanda, e ficamos sentados lá um pouco. Daí eu disse para o nervoso que ele era um puta pé no saco, que não agüentava mais ele no meu pé e que queria que ele fosse embora – trocadilho infame e sem graça – então, por um minuto ele foi embora, e eu me senti bem, com um conforto e segurança. Mas foi só piscar que a faca escorregou e cortou o dedinho. Ele voltou e continuou a me atazanar. Nervoso é o maior chiclete que existe no mundo.

Desculpem pelo parágrafo totalmente sem noção, idiota, sem nenhuma função ou importância, que fazem vocês se perguntarem porque lêem isso. Só é uma maneira desesperada de demorar mais tempo antes de fazer declarações embaraçosas. Sorry.

Showtime. Hora da verdade. Estava pronta, estava preparada, estava com coragem e prestes a me embebedar para não ter que lembrar NADA do que eu fizer esta noite. Vamos lá então.

Fui até o quarto da Hinata – novidade – perguntei como eu estava, e chamei ela pra descer comigo – novidade – ela disse que descia comigo sim, mas que iria sair no meio do jantar para olhar a queima de fogos na praia - NOVIDADE! Ela não me disse NADA sobre ir para a praia, nem me chamou, estou sendo excluída lenta e dolorosamente? Oh God. Mas até que me ajudaria a fazer a mesma coisa e sair no meio do jantar para resolver meus assuntos pendentes – é assim que se chama agora? – e isso não me faria deixá-la sozinha.

Descemos, conversamos sobre coisas sem importância e assim que chegamos ao saguão - aquele lugar todo chique, exuberante e indecoroso. Ai, que vontade de vomitar – respiramos fundo, e eu acho que nós já tínhamos tomado vacina contra riquinhos metidos e grosseiros, então no problem. Procuramos um lugar meio escondidinho para nos sentarmos e ficamos apenas olhando o movimento. Quer dizer, a Hinata estava olhando o movimento, eu estava era procurando a minha presa – credo, isso foi horrível – mas não a encontrava em lugar algum daquele lugar imenso e incrivelmente – e inapropriadamente – lotado.

Os minutos foram passando – junto com a minha determinação – não tinha visto aquela criatura alienígena em lugar algum, e minha paciência é menor do que pavio japonês.

— Sakura?

— SAKURA! – Hinata me deu um chute por baixo da mesa, cochichando impaciente, e me espantei – dá pra você me escutar por um momento?

— Desculpa, Hinata... – cochichei choramingando, esfregando o local onde ela chutou com a mão – o que foi?

— Já deu a minha hora – ela dizia olhando para a bolsa, onde estava seu celular – tenho que ir para a praia, não quero perder a queima de fogos, você vai ficar aqui mesmo?

Vou, vou sim – respondi sem graça – não to muito à fim de ir ver os fogos na praia, e pra te falar a verdade, eu vou para o quarto, estou com uma dor de cabeça filha da mãe.

— Sakura! – ela me repreendia revirando os olhos – olha o seu palavreado aqui, pelo amor de Deus.

— Tudo bem... – respondi entediada – estou com uma exulceração na minha região cranial e me retirarei até o meu aposento para recompor-me – há, paga pra ver. Eles pensam que só eles sabem falar palavrinhas difíceis.

Hinata ficou P-A-S-M-A, coisa que era merecida tirar uma foto e guardar para sempre. Porque as pessoas continuam se surpreendendo com a minha inteligência? Eu acho que nunca dei a entender que eu sou uma garota desprovida de massa cinzenta ou bocó mesmo – eu acho...

— Entendi... – ela falou consigo mesma – então, dicionário Michaelis, já estou indo, te vejo amanhã cedo pra gente viajar.

— Ok, senhorita ‘Sarcasmo é a minha praia’ – respondi tentando ser mais sarcástica do que ela – te vejo amanhã, divirta-se.

— Obrigada, beijinho.

Enfim só. Hora de procurar aquele Vampiro dos Narcóticos – é o Sasuke, só pra constar.

Levantei-me e percorri toda a área daquele salão, nadica de nada. Será que ele sabia que eu estava atrás dele e estava se escondendo de mim? NÃO, claro. É a cara do Sasuke brincar de esconde-esconde comigo sua vizinha favorita.

Olhei, olhei de novo e olhei mais uma vez, sério se ele estivesse ali, sei lá, ele deve ter raspado a cabeça – o que seria um pecado – engordado uns 30 quilos – o que seria um pecado MAIOR ainda – e estar usando acessórios extravagantes – o que seria a gota d’água, nossa, nesse momento imaginei o Sasuke como o homem mais feio que já vi, argh. Minha atração por ele foi lá pro Iraque e foi morta por forças terroristas.
Mas, então, me lembrei do porque eu estava atrás dele: O1- Ele é o homem mais gostoso que eu já vi na minha vida. FATO. O2 - Os cabelos dele são mais sedosos e brilhantes que os meus – Oh tragédia! – e tem um cheiro que dá vontade de usar como travesseiro. O3 – Ele tem uma boca, Oh Lord, help me, que parece dizer ‘Vem cá me beijar’. O4 – Ele tem aquele olhar. Aquele que quando te pega não sai mais da sua cabeça e que te deixa arrepiada aquele que te conquista e te deixa sem saber o que é galinha e o que é ovo (?). Ele foi o último ponto do jogo, o gol nos 44 do segundo tempo. O que foi necessário para me pegar, apenas um olhar – desculpa, eu babei um pouco.

Olhei no relógio que estava na recepção por um segundo. 9:45, essa era a hora que o relógio estava marcando.

— Boa Sakura! Vai se declarar pra quem agora? Pra foto do Robert Pattinson naquela revista para adolescentes de novo? – ótimo, meu fracasso estava completo. Godofredo from hell.

— Não é uma boa hora Godofredo – eu respondi chateada, quem mais era preciso além de mim mesma para me deixar na fossa? O Godofredo me deixaria na camada pré-sal – e naquele dia... eu não estava me declarando! Estava só... só...

— ... Se declarando! – ele riu da minha abstinência de palavras naquele momento – mas, hoje eu vou ser um subconsciente MUITO bonzinho e vou te ajudar.

— O QUE?

— Você ouviu! Não se faça de desentendida e nem me venha com aqueles seus ataques de sarcasmo e tiração de sarro comigo, porque eu sou SIM um subconsciente muito bom e que te ajuda muito! – ele gritou dentro da minha cabeça como se estivesse em um comício – escute o que tem que fazer...

— Você acordou de bom humor não é? – perguntei ainda incrédula com tanta colaboração por parte dele.

— Chega, se não deixar de ser tão incompreensiva comigo não te ajudar em nada. Tente me reconhecer uma vez na vida.

— Tudo bem, Godofredo vocêéumótimosubconscienteeeureconheçoasuaajuda – desespero gritando, gritando ALTO.

— Eu sei – viado convencido – mas o que tem que fazer é encontrar o Sasuke.

— WOW, você é mesmo um gênio, como não pensei nisso antes? – falei com todo o meu sarcasmo contido desde o início dessa conversa.

— Não entendeu cabelo de palito de fósforo – ele me respondeu mexendo no seu cabelo de cavalo ensebado – você não deve desistir de encontrá-lo, como está fazendo agora mesmo, se desistir hoje, não vai contar ao gostosinho o que sente nunca.

— Ora... ora, ora, ora... – não é que ele/ela disse algo que se aproveite? Corri até a porta do hotel e fiquei olhando para cima com os dedos cruzados, esperando que algo acontecesse.

— Que é minha filha? Tá rezando pra Santo Antonio fazer o Uchiha cair no seu colo agora? – perguntou ele sem entender mais nada.

— Não... – respondi cerrando os olhos por dois segundos – to rezando para que o mundo não acabe antes que eu fale com o Sasuke – sorri – já que você me deu um bom conselho, isso significa algo além da minha pobre concepção.

Ele ficou com aquele sorriso amarelo que a gente dá quando a pessoa faz uma piada sem graça sobre a nossa pessoa.

— Vai... antes que eu me revolte.

— Não precisa repetir – olhei para cima com um sorriso ainda no rosto – ei, Godofredo – antes de ele ir embora, o chamei para uma última frase, que eu sei que mais tarde me faria sofrer – obrigada por tudo.

E eu corri, meu Deus como eu corri. Só faltava uma placa no meu busto ‘Sasuke, where are you?’, eu fui a todos os lugares daquele maldito hotel, no campo de tênis, golfe, futebol de botão (?) e o diabo a quatro, nada. Será que ele tinha ido embora? Como eu ia encontrar algo que não podia ser encontrado? Ajuda-me ai, Santo protetor das vizinhas loucas.

5 minutos, tudo o que eu preciso são de cinco minutos para descansar. Quem mandou deixar de ir à academia? Quem mandou? Agora eu vou ficar obesa e flácida precocemente porque eu sou preguiçosa. Bem feito. Ai, acho que eu estou com uma hérnia.

Sentei-me em uma das varandas do hotel, ela dava para a praia que ficava aos fundos, a que não era utilizada pelos moradores do hotel. Era deserta, então, ninguém ficava andando por lá. Onde estava era calmo, era tranqüilo – que é a mesma coisa que calmo, dã – e era lindo. Não sei porque ninguém ia lá. São bocós, não sabiam o que estavam perdendo. Respirei fundo, coloquei minhas pernas para o lado de fora da proteção da varanda e fiquei só admirando. Estava exausta, estava feia – pois a corrida me deixou suada e acabou com minha produção – e estava com muita raiva de não ter instalado um GPS na cueca do Sasuke.

Talvez eu devesse subir e ir para a cama, já que nada mais podia me acontecer aqui. E era o que eu iria fazer, se eu não começasse a sentir minha perna arder. Mas o que era isso?

Olhei para baixo, e dei um pulo.

— FORMIGAS! FORMIGAS, FORMIGAS... – tinha um batalhão de formigas subindo pela minha perna, e mordendo a minha perna, como dói isso, eu batia e me sacudia mas elas ficavam subindo. Meu Deus, essas formigas querem abusar de mim! – SAI, SAI, SAAAAAAAAI! 

Continuava batendo em minhas pernas e tentando tirar todas as formigas, nada. E quando fui tentar me virar para procurar alguma torneira – ou um exterminador de pragas – tropecei num jarro enorme e caí, pra completar a ponta do meu vestido ficou presa no jarro e ele rasgou. O que era um vestido formal longo tinha virado um mini-vestido de prostituta de beco de farmácia.

— AAH, SÓ FALTA CHOVER AGORA! – gritei me levantando do chão furiosa, depois de uns segundos olhei para cima e cerrei os olhos, cerrando para que meu desejo não se realizasse, mas com a minha sorte, iria chover pedra de gelo em cubos.

— DROGA DE VARANDA, DROGA DE JARRO, DROGA DE VESTIDO, DROGA DE FORMIGAS, DROGA DE VIDA! – saí pisando fundo e quando ia virar o corredor olha o que acontece, olha só, olha bem a minha sorte gritando.

— Mas o que...

Era ele... Sasuke em cores ou em preto em branco, não sei, não estava mais vendo nada quando vi aquele rosto na minha frente. Sim, era a minha sorte gritando, mas gritando um ‘Se vira otária, agora se ferrou!’

Ele ficou me olhando como se eu tivesse sido atropelada enterrada e depois saído dos meus 7 palmos de terra suja e molhada.

— QUE FOI, SASUKE? – agora também já não tinha mais paciência para nada.

— O que aconteceu?

— Ah, história longa, vestido curto... quero dizer! História longa, tempo curto! Com licença! – falei querendo sair logo dali e pegar a primeira carroça para a casa da minha mãe, chorar meses e tomar potes e potes de sorvete até morrer.

— Eu insisto... – ele disse se colocando em meu caminho.

— Você insiste? ÓTIMO! Então escuta... eu caí me esfolei mais uma vez, mas isso não deve ser novidade, rasguei meu lindo e vagabundo vestido num maldito jarro branco horrível, agora percebi que perdi o brinco de prata da minha avó e fui molestada por formigas ninfomaníacas! – pronto, agora eu ia falar TUDO o que tinha acontecido, já que nada mais podia acontecer comigo aquela noite amaldiçoada – e tudo porque? Quer saber PORQUE?

Olhei para ele e devia estar muito perturbada, porque ele me olhava com medo e preocupado em saber se essa era a hora de chamar um hospital ou um psicólogo — Todos esses acidentes terríveis aconteceram porque eu, como sou maluca, idiota, bocó, irracional e irresponsável decidi sair e te procurar! Pra que? Agora me pergunta pra que? – acho que ele ia perguntar mas eu não deixei – Porque eu, essa anta com problemas mentais aqui na sua frente queria dizer que TE AMA! Acredita? Queria te dizer que desde o dia que te viu pela primeira vez não conseguiu tirar você da cabeça, não conseguiu ficar longe de você e acabou se apaixonando! Justo por você, que me odeia tanto e a quem eu causo tantos problemas! Agora com licença, eu tenho que ir para o meu quarto, porque eu acho que as formigas sobreviventes estão subindo até os meus seios! A gente se vê, Sasuke.

Empurrei-o com toda força e corri para as escadas, só queria chegar logo em meu quarto e esperar que esse dia acabasse.

Quando cheguei ao quarto, tirei os sapatos amarrei os cabelos num rabo de cavalo mal feito e tirei os pedaços de pano que me restavam do vestido, e comecei a chorar, não conseguia parar, porque eu era muito idiota, e porque com certeza o Sasuke agora estaria mandando seus advogados providenciarem uma ordem de restrição para que eu me mantesse à 1OO metros de distância dele. Quando ia ao banheiro, alguém bateu na porta.

E com toda a pouca alegria que tinha naquele momento eu fui atender.

— Olha, não quero nada ent... – tenso. Era o Sasuke. Paralisei, o que fazer? Fugir correndo? Chamá-lo para um café? Ou matá-lo agora que ele sabia a verdade?

Ele ficou me olhando e eu lá, sem reação, de repente ele parecia sem paciência.

— Não vai me chamar para entrar? – ele disse apressado.

Parei por três segundos e acordei para a realidade, num piscar de pestanas.

— Não, não vou convidar você para entrar, já comi todos os chocolates, vá pedir ao Naruto – no momento a última coisa que eu queria era ouvir ele brigar comigo. Então já estava tentando trancar a porta na cara dele.

— Bom, mas eu vou entrar do mesmo jeito – ele colocou o pé na porta e entrou de qualquer jeito.

— Porque perguntou então?

— Pra ser educado?

— Oh, ótimo então por gentileza, se não for muito incômodo, CAI FORA DAQUI, SASUKE!

— Não, não vou sair – ele respondeu sem titubear.

— Não vai? – perguntei, começando a ficar nervosa.

— Não.

— Então tá.

Corri para a sacada e tentei pular, para a morte, talvez, mas ele me segurou.

— Está louca? – ele me sacudiu enquanto me colocava à sua frente encostada na barra de proteção – se pulasse dali poderia morrer, são quase 7 metros!

— Ótimo! Então, eu me pouparia uma vida de muitos acidentes e dor, só estava antecedendo o que já iria acontecer naturalmente!

— Não seja idiota! – ele gritou comigo, e eu ainda estava chorando – não é porque em alguns dias...

— TODOS OS DIAS! – enfatizei.

— Que seja... não é porque algo de ruim acontece com você que tem que abrir mão de sua própria vida, não seja imprudente!

— Me solta... – desabei, não conseguia mais fazer nada, só queria chorar, sozinha.

— Não, temos que conversar... – ele falou agora mais calmo.

— Não quero.

— Você não tem escolha – ele me sentou na cadeira de descanso e ficou em pé – o que você disse antes...

If I give up on you I give up on me
If we fight what's true, will we ever be
Even if God himself and the faith I knew
Shouldn't hold me back, shouldn't keep me from you

Se eu desistir de você eu desisto de mim
Se lutarmos pela verdade, ficaremos juntos
Mesmo se Deus e a fé que eu conhecia
Não deveriam me prender aqui, não deveriam me manter longe de você

— Eu disse um monte de coisas... – tentava escapar daquela conversa.

— Você sabe do que eu estou falando – ele continuou, e eu ainda não olhava em seus olhos, simplesmente, não conseguia, não era capaz.

Tease me, by holding out your hand
Then leave me, or take me as I am
And live our lives, stigmatized

Me provoque, estendendo sua mão
Depois me deixe, ou me aceite como eu sou
E viveremos nossas vidas,estigmatizadas

— Das formigas que tentaram me molestar? – continuei soluçando.

— Sakura, por favor... – ele pegou meu queixo em dois dedos e levantou minha cabeça para que assim, ficássemos cara a cara – estava falando a verdade?

— Pra que quer saber? – perguntei olhando com uma cara cheia de interrogações – pra caçoar dos meus sentimentos e brigar comigo como sempre faz?

Ele me olhou por um tempo, depois respondeu...

— Não, não vou caçoar de você, só quero saber a verdade.

I can feel the blood rushing through my veins
When I hear your voice, driving me insane
Hour after hour day after day
Every lonely night that I sit and pray

Eu posso sentir o sangue correndo em minhas veias
Quando ouço sua voz, me deixando louco
Hora após hora dia após dia
Toda noite solitária que eu sento e rezo

— A verdade? – eu continuava falando baixo, quase um sussurro, as lágrimas ainda me atrapalhavam e me sentia tonta, como se estivesse preste a desmaiar.

— Sim, só isso.

— A verdade era o que eu havia dito antes, e que você ouviu muito bem, já que eu obviamente gritei.

— Entendo.

— Por favor, não me odeie – pedi enxugando as lágrimas com a palma da mão – não me odeie ainda mais.

We live our lives on different sides,
But we keep together you and I
Just live our lives, stigmatized

Vivemos nossas vidas de maneiras diferentes
Mas continuaremos juntos, você e eu
Apenas viva nossas vidas, estigmatizadas

— Sakura, eu não te odeio... – ele dizia tentando me reconfortar, Deus, eu devia estar deplorável, ele devia estar sentindo pena de mim.

— Claro que odeia, eu só faço atrapalhar a sua vida.

— Isso não é verdade, sabia? – ele respondeu sentando-se no chão à minha frente – lembra daquele dia que eu não tinha mais nenhum pacote de chá verde? Foi você quem me emprestou.

— Isso é ridículo, me faz sentir ainda pior – olhei-o com desgosto – Chá verde?

— Não fale assim! Não sei como eu viveria sem meu chá verde quando chego do trabalho.

— Não sei se sabe, mas isso soou mais gay impossível, Sasuke.

— Não importa, você me ajudou não é?

— Mas já te atrapalhei mais do que eu possa contar... – continuei sacudindo a cabeça negativamente – até quase te matei.

— Mas quase matar não é a mesma coisa que matar, sabia?

— Aonde quer chegar?

We'll live our lives, we'll take the punches everyday
We'll live our lives, I know we're gonna find our way


Viveremos nossas vidas, levaremos socos todos os dias
Viveremos nossas vidas eu sei que acharemos um jeito


— Bom, não sou bom nisso...

— Nisso o que? – certo, isso me espantou, ele estava legal, compreensivo e calmo, calmo DEMAIS.

— Vou te contar um segredo – FAIL, Sakura.

— O que é?

— Sabia que eu não morava lá no prédio?

— O que? Como assim?

— Eu morava numa casa própria em um bairro nobre da cidade, me mudei pra lá faz pouco tempo.

— Certo, ok Sasuke, se você só quer se vangloriar por ser rico e dono de vários imóveis, puxa que legal meus parabéns...

— Para de falar pelo amor de Deus e deixa-me terminar, por favor?

Depois dessa me calei – mas quem ainda fala ‘deixa-me’, século 21 chamando Sasuke!

— Obrigado. Bom, não se pergunta por que me mudei para o nosso prédio?

— Porque?

— Porque tinha alguma coisa que me deixava muito intrigado e que acabava me prendendo lá. Agora, me pergunte o que era.

— O que era?

Ele me olhou serenamente e sorriu.

— Você.

I believe in you
Even if noone understands
I believe in you, and I don't really give a damn
We're stigmatized
We live our lives on different sides
But we keep together, you and I
We live our lives on different sides


Eu acredito em você
Mesmo que ninguém entenda
Eu acredito em você, e não dou a mínima
Se estamos estigmatizados
Vivemos nossas vidas de maneiras diferentes
Mas continuaremos juntos, você e eu
Vivemos nossos amores de maneiras diferentes


— O que? Desculpa não entendi.

— O fato é que, desde o primeiro dia – o da sapatada com o All Star – eu também não parei de pensar em você, em como você age, como você é diferente e excêntrica.

— Di-diferente bom ou ruim? – tava me tremendo toda. Fato.

Ele sorriu mais uma vez, e eu me derreti todinha, como ela faz isso comigo? É até injusto.

— Diferente bom.

— Ai meu Deus, você está brincando não está? Diz que está brincando...

— Não, não estou...

— Você ainda vai me causar um derrame, Sasuke.

— Essa frase é minha – ele riu de novo – mas você a empregou muito bem, tenho que admitir.

— E agora?

— Hm, e agora? Quer saber o que acontece?

— Óbvio.

— Bom, o que acontece agora é previsto, perigoso e impossível de se evitar.

Ele se levantou e ficou perto de mim – perto demais de mim – sentia sua respiração, seu hálito doce, seu cheiro. Estava embriagada.

— Os expectadores de uma novela sempre esperam pelo momento em que tudo parece valer a pena e que todos os momentos ruins são esquecidos, não é?

— É – respondi atordoada, se ele perguntasse qualquer outra coisa, minha próxima resposta em mente seria FEIJÃO!

— E que momento seria esse Sakura? Você sabe me responder?

— Acho melhor você falar...

— Tudo bem eu falo... o momento mais esperado – ele colocou a mão na maçã de meu rosto e a acariciou – e o momento principal de uma novela onde todos os expectadores cruzam os dedos e prendem a respiração... não seria... o momento do beijo? – falando isso ele sorriu mais uma vez.

— Eu creio que é... – sussurrei já virando uma paçoca, ele tava demorando demais!

— Então... – ele chegou perto e mais perto a milímetros da minha boca, e de repente, ele parou.

— Anda, por que não me beija?

— Para que o suspense aumente, e torne esse momento mais especial, tanto para os que assistem, quanto para aqueles que vivenciam... afinal, o que seria desse beijo, se eu não dissesse outra coisa que é clichê, mas é verdade?

— Eu sei, que não vivo mais um segundo sem você.


Pronto, não precisava mais dizer nada, eu já era dele, e foi com todo o suspense e toda emoção, que ele me beijou.

E não poderia parecer mais clichê do que isso, mas assim que aconteceu, os fogos começaram a explodir no céu, parecia magia, parecia sorte, parecia tudo, parecia amor.

We're gonna live our lives
Gotta live our lives
We're gonna live our lives
We're gonna live our lives, Gonna live our lives
Stigmatized

Vamos viver nossas vidas
Temos que viver nossas vidas
Vamos viver nossas vidas
Vamos viver nossas vidas, Temos que viver nossas vidas, Estigmatizados

Ele desgrudou a boca da minha, a contragosto e sorriu para mim, que sorri de volta.

— Anh, Sakura...

— O que?

— Pode colocar uma roupa? – ele disse olhando para a minha situação – realmente não está me fazendo bem te olhar assim.

Agora que me toquei, todo esse tempo estava só de calcinha e sutiã. Bafo. Dei um pulo e tentei cobrir o máximo que conseguia.

— Fica aí, que eu já volto.

Ele riu da minha situação e me respondeu.

— Com você aqui, pra onde acha que eu poderia ir?

                                                 ~      

                                                             Continua


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Notas finais do capítulo

Eu sei, podem me tacar pedras, me bater, esfolar, fazerem o diaboaquatro. Eu sei que eu mereço e pisei na bola com vocês ://
UMA SEMANA DE ATRASO, OMG, COMO PUDE DEIXAR ISSO ACONTECER ? Ç_Ç
Mas peço perdão e que me entendam, essa semana foi decisiva pra mim, foi a semana de provas finais :(
Acho que vocês sabem como é né ? Pois então, tava muito desgastada e tive que ficar estudando.. mexi bem pouco no pc e o tempo que fiquei nem daria pra postar a fanfic.
Bom mas agora já está tudo melhor.. Já estou passada em matemática, amém senhor *-* sou péssima nessa materia mas né QQ.
Então essa semana que vem só terei mais duas provinhas e talvez na outra semana já estarei de férias.. #oremos.
Próximo post : Quarta, prometo b29;
Se eu não postar é que algo aconteceu x_x
Ps: desculpa pelo cap curto, tô meio sem tempo :SS
Ps²: Espero que tenham gostado do cap.
Ps³: Viu a participação da linda da Rafs nos reviews do ultimo cap ? ela fez uma conta aqui só pra marcar presença awn. *-*