Eram quatro horas da tarde quando eu subi para meu quarto. Desabei na cama, meus olhos e meu corpo imploravam por descanso. Fechei meus olhos puxando o edredom por cima de mim.

Eu vi um campo florido que vagamente me lembrava felicidade, mas percebi que era a clareira em que eu e Jake nós beijamos, parecia mais um sonho, parecia fazer séculos quando na verdade só havia se passado apenas oito dias. O sonho foi ficando mais clara e se parecendo mais com a minha lembrança quando ELE apareceu do outro lado da clareira eu forcei meus olhos a se abrirem mais não consegui então fiquei ali inerte rezando para que eu acordasse antes do beijo.

Nada disso aconteceu provando mais uma vez que eu realmente sou algum tipo de demônio que Deus não sabe da existência ou ignora totalmente.

Ele se aproximou e quando senti aquele cheiro quente de mato e terra, eu já não era mais dona do meu corpo. Avancei sobre ele esmagando meus lábios nos dele, ele forçando sua língua minha boca adentro e eu me apertei contra ele como nunca havia feito. Eu fiquei ali durante apenas alguns segundos e senti tanto prazer e amor que não queria mais que o sonho acabasse. E mais uma vez provando que Deus realmente me achava um demônio merecedor de castigo eu acordei exatamente quando eu menos quis acordar.

Quis chorar mais as lágrimas não vieram ou eu as forcei não vir. Fiquei ali deitada tentando gravar na minha memória o prazer daquele momento, eu havia jurado que não queria mais nada com Jake, que assumiria uma atitude de mulher, mas mais uma vez eu banquei a retardada mental e me machuquei mais.

”Masoquista idiota, te odeio”

Mas o estranho é que mesmo todo o meu subconsciente sabendo que eu deveria odiar ele, foi só ele chegar perto de mim que perdi todas as forças de lutar e me entreguei totalmente sem nenhuma barreira.

Me levantei pra descobri que só havia se passado 5 minutos desde que me deitei.

Entrei no banheiro com pequenos passos me praticamente me arrastando até chuveiro, entrei debaixo dele e somente depois de abrir a ducha que percebi que ainda estava vestida e lentamente comecei a tirá-las e jogá-las para um lado.

A água caia na minha cabeça e fiquei ali por vários minutos tentando tirar de mim todas as tormentas que eu havia criado.

Sai de baixo do chuveiro e fui para o closet, ali vesti uma caça jeans preta, uma regata com flores coloridas e um casaco de tricô.

Desci as escadas vagarosamente e me sentei na escada da frente e ali fiquei olhando para o nada.

A dor voltava de vez em quando queimando sob minha pele, mas parecia mais fraca. Eu refleti e entendi que o fato de eu ter transformado a dor em raiva e direcionado para Jake fez com que eu fosse um pouco mais fria e por consequência a dor foi ignorada em parte.

De repente o ronco de um carro me fez despertar dos meus devaneios, um sorriso quase se formou no meu rosto quando vislumbrei Ashley quando ela fazia a manobra para estacionar perto da casa.

Ela desceu e me olhou incrédula como se estivesse vendo algum tipo de assombração.

“Você esta viva, é você mesmo Manu?” Ela disse correndo em minha direção.

“Sou eu sim, não vai se livrar de mim assim tão fácil.” Disse me levantando.

Eu a abracei e me senti confortável com isso, Ashley era uma ótima pessoa e eu a adorava mesmo que a conhecesse há pouco tempo ela já havia conquistado uma parte de mim.

“O que aconteceu com você? Você sumiu do nada e eu liguei nos últimos dias, já que não tava mais agüentando esperar e ninguém sabia de você.” Ela disse me fazendo ficar envergonhada por fazê-la ficar tão preocupada.

“Desculpe-me é que aconteceram muitas coisas nos últimos tempos, as coisas não foram nada fáceis pra mim. Mas vamos entrar para conversarmos melhor.” Eu disse tentando me desculpar.

Entramos e nos sentamos em um dos sofás brancos da sala, eu olhei em volta mais não vi nenhum sinal de nenhum dos Cullens. Procurei pela mente de Edward e quando a encontrei perguntei onde eles estavam.

“Queríamos te dar mais privacidade e também porque Ashley é... bem inteligente quanto a nós, por assim dizer.” Disse Edward por telepatia.

Ashley levantou-se rindo de repente e eu a olhei com no mínimo curiosidade para saber do que ela estava rindo.

“Edward me acha inteligente? É só que eu tenho uma percepção um pouco melhor do que os outros... tudo bem que o fato de eu poder captar pequenos fragmentos dos pensamentos das pessoas me da credito extra.” Disse ela ainda rindo.

“Como assim, você sabe ler pensamentos?” Disse boquiaberta e já entrando em pânico.

“Bom, não exatamente. Eu pego pequenos fragmentos de pensamentos. Mas ele é bastante útil às vezes. É assim que sei que os Cullens são vampiros e que você é metade lobisomem metade vampira.” Disse ela como se estivesse falando sobre o que tinha almoçado.

“C-como assim, você sabe?” Eu disse ficando histérica, nenhuma humana havia descoberto que eu não era humana.

“Não gasta surtar, eu não vou contar a ninguém e não vou surtar por isso também.” Ela disse calmamente, me deixando ainda mais nervosa.

Edward entrou e tentou parecer calmo, mas eu sabia que ele também estava histérico com aquela bomba e que ele não sabia de nada até agora.

“Ashley quando você descobriu isso? Porque nunca falou conosco sobre isso?” Ele disse tentando parecer calmo.

“Bem faz alguns meses, eu já vinha desconfiando que vocês não eram humanos a mais tempo ai quando juntei todas as peças do quebra cabeça descobri que vocês eram vampiros e ai depois quando a Manu chegou que ela era metade lobisomem e metade vampira.” Ela disse mais calma ainda.