Harry PDV

Após o banquete, um monitor nos guiou até a sala comunal da Grifinória. Demos algumas voltas e paramos em frente a um quadro de uma mulher magra. Quer dizer, magra é pouco, ela era esquelética. O retrato tinha uma aparência um tanto medonha. Era um lugar destruído, que irradiava escuridão.

Quando nos aproximamos ela berrou.

“NÃO CHEGUEM PERTO!”

Todos deram um passo atrás, assustados. O monitor se aproximou e falou alguma coisa inteligível. Assim que ele pronunciou o retrato se afastou para trás, abrindo a passagem pra uma bela sala quente com sofás e mesas.

“Bom pessoal, aqui é a sala comunal de vocês, subindo as escadas temos os dormitórios. O feminino do lado esquerdo e o masculino do lado direito. E aqui temos os banheiros.” – explicou-nos.

Ficamos na sala, conversando e cantando com um grupo animado que tinha um violão. Depois de algum tempo a sala foi ficando vazia, quase todos tinham ido dormir.

“Edward, eu vou dormir. Você vem?” – interrompi-o conversando com uma menina.

“Eu subo daqui a pouco, Harry.” – disse ele um pouco constrangido.

Os dormitórios eram cheios de camas e alguns guarda-roupas. Tinha um garoto arrumando a cama para deitar. Quando ele me viu, acenou e eu simplesmente dei um meio sorriso. Somente troquei de roupa e me deitei, esperando que tivesse uma boa noite de sono.

[...]

“ – NÃO! Por favor, meu filho não. Leve a mim! Por favor...

- Saia da minha frente! AGORA!

- NÃO...NÃO..HAAAARRYYYYYY!!”

[...]

 “Harry, Harry!”, ouvi alguém me chamar.

Acordei assustado. Que sonho mais estranho. De quem seriam aquelas vozes?

“Acorda cara. Você está bem? Vamos nos atrasar para a aula! Andaa” – Edward me chamava.

Levantei num salto e rapidamente me vesti para assistirmos a primeira aula. Perguntei a Edward de que era a aula.

“Poções.”

AI DROGA! Logo agora, poções? E ainda por cima com aquele professor macabro, que eu acho que se chamava Snape. Infelizmente, ele já estava na sala quando adentramos.

“Licença professor” – pediu Edward educadamente.

“Está atrasado, Sr. Potter. Por acaso está querendo chamar a atenção?” – perguntou ele se virando do quadro.

“Perdão?” – falei surpreso, parando no meio da sala.

“Chegando atrasado na aula...não pede licença para entrar...está querendo ser igual ao seu pai?”

“Mas é claro que não? Do que o senhor está falando?”

“Não se faça de desentendido menino. Agora sente-se e abra o livro na página 26 porque a aula já começou.” – disse e se virou de volta para o quadro.

Ignorei os olhares sobre mim e me sentei ao lado de Edward. Ele olhou para mim com uma cara de quem se divertia com a situação. Dei um soco no ombro dele e ele parou de rir rapidinho.

A aula correu bastante lenta e aborrecente. O professor nos mandou fazer uma porção. E algo hilário aconteceu. O caldeirão de alguém explodiu e todos se viraram para ver a garota baixinha de cabelos espetados, sorrir e dizer.

“Ops”

Não precisou de um segundo para as gargalhadas ecoarem na sala da masmorra.

Alice PDV

Primeira aula. OK. Está tudo bem. Eu posso superar isso. Basta ficar numa sala com várias pessoas desconhecidas e estranhas...de boa.

AAAAIIIII! Eu quero MORRER! Aonde eu vim parar?

Eu e Bella acordamos bem cedo, e chegamos na sala junto com o professor. Se é que aquilo pode ser chamado de professor. Parecia mais um comensal da morte, isso sim.

Após o episódio do *morcegão* com o misterioso aluno Harry Potter, começamos a fazer uma poção. Na qual, o meu caldeirão borbulhava e cheirava muito mal. Acho que eu fiz alguma coisa errada. A de Bella estava normal, não borbulhava e nem cheirava mal.

“Nossa Alice. O que você fez minha fia?” – sussurrou ela.

“Eu não sei. Eu coloquei os ingredientes tudo certinho...” – sussurrei.

Aproximei minha cabeça, para ver melhor de perto. Foi aí que aconteceu o inesperado. A poção explodiu e soltou uma fumaça preta bem na minha cara.

DROGA. Isso tinha que acontecer comigo?

Quando todos olharam para mim, querendo uma explicação, respondi um simples

“Ops”

Isso só serviu para as gargalhadas explodirem, e encherem de som a sala quieta e silenciosa da masmorra.

[...]

Tive que ir até a enfermaria para retirar a gosma preta que grudou em minha cara. Madame Pomfrey, teve que preparar uma poção para remover a gosma. Foi um processo bastante doloroso...mas ainda bem que a Bella estava comigo. Ela teve que agüentar meus gritos, choros e lamentações por toda a manhã. E ainda tiveram que chamar um médico pra usar uma lâmina para retirar o que não saia. Quando ele adentrou a sala, parou de súbito, ao olhar-me. Ué..eu tô tão feia assim?

Quando ele se aproximou, vi seus olhos cheios de lágrimas..táh, naum tô entendendo. Foi aí que ele me abraçou, e começou a falar coisas sem sentido, não sei o quê pois, minha cabeça parou de funcionar no instante em que ele falou.

"Minha filha...Alice..."

Bella PDV

“E aí Alice, está melhor agora?” – perguntei, já cansada de esperar.

“Err..bom acho que a dor passou....mas o pior está por vir...” – falou chorosa.

“O que pode ser pior do que ter a cara raspada, e a notícia que você recebeu agora?” – falei cética.

“O que você acha? Encarar os alunos né. Dããããã...”

“Ai Alice, pára de frescura, e vamos logo”

“Calma Bella...com quê que eu pareço?”

“Com a Alice...agora vamos” – falei puxando-a pelo braço.

Assim eu arrastei ela, de cabeça baixa, até a sala comunal. Em nenhum momento ela olhou para cima. Estava morrendo de vergonha.

“Caramba, anda direito mulher. Assim você está pagando mais mico do que se estivesse de cabeça levantada...”

“Nossa como você é chata, hein Bella...” – Alice resmungou.

“Eu não sou chata..estou falando isso para o seu bem!”

“Tá, tá. Eu sei que você só quer o meu bem. É por isso que você é minha BFF, ué.”

“Eu sou, é?” – perguntei intrigada.

“É claro! A partir de agora que você sabe meus segredos!”

“Aii que boom...obrigada.”

“Certo, agora vamos ver o que a gente perdeu esta manhã...”

Assim, fomos conversar com um grupo de garotas que estavam conversando num canto perto da lareira. Nós entramos devagarzinho e não pude deixar de ouvir as conversas.

“Olha, esse está sendo o melhor ano nessa escola!” – falou uma menina de cabelos castanhos.

“Pois é. Você viu a cara daquela baixinha quando ela ouviu o nome do Cullen? Foi bem estranho. Como ela não o conhece se eles têm o mesmo sobrenome?” – falou uma japonezinha, intrometida.

“Parecia até que ela não acreditava que o Cullen estivesse vivo...sei lá” – reafirmou outra garota.

“Mas não era pra estar? Eu mesma fiquei surpresa por exitir um, ainda mais uma outra. Achei que estavam extintos!” – falou a de cabelos castanhos.

Mas que METIDA!

Olhei de relance para Alice, ela as olhava cautelosa. Resolveu interromper o papo antes que ouvisse algo mais desagradável.

“Olá meninas! Desculpa me intrometer, mas é que eu só queria saber o que aconteceu de interessante nas aulas hoje.” – falou simpática.

Elas a olharam por um segundo até que a menina de cabelos castanhos resolveu tirar a Alice do vácuo.

“Bom querida. Você só perdeu o maior duelo que você poderia ver. Só isso.”

“Como assim, só isso? Um duelo? Que duelo? De quem?” – perguntei eufórica.

“Do Harry Potter com o Malfoy.”

“CARALHO, Alice! Eu vou te matar. Olha só o que a gente perdeu!!” –  falei, indignada.

“Aii tá bom. Não precisa aumentar mais meu tormento néh.” – falou, fazendo biquinho.

“Mas e aí como é que foi?” – perguntei às meninas.

“Bom, foi assim...a gente estava na aula de defesa contra as artes das trevas quando o professor pediu para duas pessoas se oferecerem para participar de uma aula prática...”

Malfoy PDV

“HAHAHA...vocês viram a cara do Potter? HAHAHA...” – consegui soltar entre as gargalhadas.

“RÁRÁRÁ...foi muito engraçado, mesmo!” – cuspiu Jane.

“Ele pareceu um peixe fora d’água...nem sabia o que fazer...” – falou Rosalie.

“Nossa, quase que eu consigo, se não fosse a professora...aquela vadia!” – estressei lembrando que eu já podia ter acabado com aquele Potter.

“Calma Draco. Tudo no seu tempo. Ainda temos o nosso plano, lembra?” – alertou-me Rosalie.

“Ah, é claro. O plano.” – falei, acalmando-me.

Fiquei com elas tempo suficiente para me acalmar. Logo depois teríamos mais aulas infernais.