Recomeço escrita por Rosa Scarcela


Capítulo 8
Será que as coisas estavam se ajeitando?




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Meu pai beijou a minha bochecha. - Te amo, minha vida. - Depois caminhou em direção a mamãe e eu realmente não sabia o que ele ia fazer. Havia tantas opções. Ele olhou para mim e sorriu discretamente. Olhou para a mamãe.- Você vai ficar bem com Nessie?- Nem insinue uma coisa dessas, Edward! - ela quase rosnou - Ela é minha filha. Eu jamais a machucaria.Ela a beijou no rosto e partiu sem dizer mais nada.Assim que pude liguei para tia Alice para saber se o papai já havia chegado em casa e se estava bem... - Bom, Nessie, se o que você quer dizer com "chegou bem" é inteiro, então sim, ele chegou bem. Mas ele resolveu ficar na cabana por hoje...- Ah, tia... Cuida dele por mim, por favor - eu implorei.- Prometo que vou fazer o melhor.O resto da semana foi bem ruim. O fato de meu pai não estar on line todas as tardes para me ajudar com o dever como havia sido desde que deixamos Forks foi a confirmação de que tudo ia de mau a pior. Eu não tinha como fazer nada de longe (só torcer para que ele não fizesse nenhuma bobagem) e não podia pedir a mamãe que me levasse até lá, ou mesmo que deixasse vir me buscar no meio da semana. Não podia contar para ela o que eu tinha dito ao papai. Eu estava de mãos atadas, com a cabeça a mil e nenhuma boa ideia vinha em minha direção. Falei muito com os meus avós e meus tios sem a minha mãe saber... Eles me garantiram que estavam de olho no papai. Eu soube também que ele não tinha saído da cabana por nada, nem para caçar. Imaginei que seus olhos deveriam estar muito escuros.Demorou uma eternidade, mas a 6ª feira chegou. Eu sabia que era minha tia Alice quem viria me buscar para o final de semana, só não sabia que ela já estaria em casa quando eu chegasse da escola. Muito menos que a minha mãe já estivesse em casa junto com ela.Elas eram as melhores amigas apesar de a relação ter estremecido quando viemos embora para Seattle. Será que minha tia ia convencê-la a falar com o papai. Bom, eu não queria -e não podia - criar esperanças. Apenas entrei em casa e as vi no sofá.- Que bom que você já chegou, Nessie - tia Alice observou e veio me dar uma abraço.- Que bom que você já chegou, tia - eu a corrigi.- Tomei a liberdade de arrumar sua mochila. Está pronta para ir?Minha mãe a encarou, incrédula. - Alice-- Está tudo bem, Bella. Só preciso ir para casa mesmo - ela não estava se esforçando nenhum pouquinho para que a mentira saísse mais convincente. - Jazz e eu vamos caçar. Não quero me atrasar.Minha mãe respirou fundo e me abraçou.- Comporte-se - ela recomendou.- Sabe que não precisa me recomendar isso, né?- Sim, eu sei. Mas é bom não perder o hábito. - Sorrindo, ela continuou - Se precisar falar comigo durante o final de semana, ligue no meu celular, está bem?Estreitei meu olhar. - Por quê? Você vai passar dois dias fora? - acusei. - Você vai ficar com aquele vampiro, não vai?Ela não ia mentir para mim. Preferiu não responder. Tia Alice me puxou para fora. Eu estava muito chateada. Tanto que nem pude olhar de volta para minha mãe.Fiquei calada o caminho todo para Forks e tia Alice me entendeu. Não fez nenhuma pergunta. Ao chegarmos em casa, ela desvio da entrada e parou em frente a cabana.- Acho que você deveria vê-lo antes - tia Alice aconselhou.Peguei minha mochila e desci do carro. Tia Alice abaixou o vidro. Olhei para o carro estranhando tal atitude.- Ela aceitou falar com ele no escritório na 2ª feira.Me enfiei na janela do carro, afoita. - O que você disse?- Aquela hora que você chegou... Eu estava falando com ela sobre ver o papai na 2ª feira. Ela pensou um bom tempo e depois disse que "sim". A essa hora ele já deve estar sabendo.Sorrindo, estiquei minha mão e encostei em seu ombro. "Obrigada, tia".Entrei correndo e a ouvi arrancar com o Porsche.- Pai! - ele veio ao meu encontro na sala com um sorriso no rosto que eu não via há muito tempo. Pulei em seus braços e ele me segurou firme. - Você ouviu a tia Alice? - perguntei antes de qualquer coisa.Ele me pôs no chão. - Primeiro, é muito bom te ver, linda. Você alegra minha vida - ele beijou minha testa. Eu esperei ansiosa. - Segundo... Sim, eu ouvi. E estou tão ou mais feliz que você.Me agarrei ao meu pai, sem ter vontade nenhuma de soltá-lo para sempre.- Mas se você não me soltar, como vamos caçar? - ele riu.Sem soltar, olhei para cima, para seu rosto. - Nós vamos caçar hoje? - ele realmente estava feliz.- Se você quiser. Mas antes nós vamos ver seus tios e seus avós. Tudo bem?- Perfeito para mim. "Te amo", pensei.- Eu também te amo muito, minha vida.Logo depois de visitarmos toda a família e que eles tivessem certeza de que meu pai estava melhor, pudemos sair para caçar. Ele me levou até o Canadá em suas costas. Eu nunca tinha ido tão longe. Foi incrível. Ele me ajudou a abater um urso, mas me deixou tomá-lo sozinha - fiquei satisfeita rapidamente.Esperei sentada em um tronco até que meu pai também pudesse se alimentar o suficiente. Não sei bem se era sede ou felicidade - ou os dois juntos, mas além de um urso maior que o meu, o vi abater um leão da montanha e dois alces.Ele sentou-se do meu lado e passou a mão por cima dos meus ombros.- Foi pelos dois, na verdade. Felicidade e sede - ele respondeu às minhas dúvidas silenciosas.Aproveitei e puxei assunto. - Você está bem sobre falar com a mamãe?Ele sorriu. - Você sabe que sou adulto, não?- Eu sei, pai... Não é isso-Ele meu cortou. - Estou apenas brincando. Era tudo o que eu queria, Nessie. Eu realmente preciso conversar com a mamãe a sós. Eu espero por isso desde o dia em que a vi partir com você. Então a resposta é "sim, estou bem."- Você percebeu uma coisa boa que aconteceu desde que mamãe e eu nos mudamos para Seattle?Ele me olhou incrédulo.- Apesar de eu ainda ser uma criança, nós tivemos várias conversas de adultos. Acho que você e a mamãe deixaram de me tratar como um bebê. Pelo menos eu sentia assim antes - confessei.- Em parte isso é verdade. Em parte - ele fez questão de destacar. - Você tem sido muito madura com relação a tudo o que aconteceu e você mudou um pouco também.Abaixei meu corpo sobre minhas pernas, peguei um graveto e comecei a rabiscar o chão enquanto olhava para baixo. - E teve a estória da menstruação também.Meu pai abaixou-se sobre minhas costas, beijou minha nuca e falou no meu ouvido. - Isso foi seu corpo dizendo que você não é mais uma menininha, mas não significa nada para mim e tenho certeza que para sua mãe também. Porém, seu amadurecimento mental nos mostra que podemos tratá-la de uma forma menos infantil.Sorri. - Menos infantil não quer dizer mais adulta, não é?- Você entendeu perfeitamente. - Ele levantou-se, rindo. - Vamos? - e esticou sua mão para que eu a pegasse.Foi um final de semana muito especial, todos notamos isso. O principal era que meu pai parecia outro e ficamos felizes porque ele estava feliz.


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