Recomeço escrita por Rosa Scarcela


Capítulo 20
De volta a Forks


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal!



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[Edward]

Seguimos atrás de Bella até em casa e, em nem um momento, ela me permitiu alcançar seus pensamentos. Desde que eu vi sua fisionomia, não me saía da cabeça o quanto ela poderia estar brava. Eu sabia que eu tinha sido o culpado, mas mesmo assim, talvez não fosse para tanto.

- Pai, estou tão ansiosa para chegar em Forks – Renesmee quebrou a linha de meu raciocínio com sua empolgação e sorriso.

- Aposto que está – sorri de volta.

- Você acha que podemos chegar lá antes do jantar? A comida da vovó Esme é tão saborosa que eu não gostaria de ter que comer pelo caminho – minha filha estava alheia às minhas preocupações e eu não deixaria que ela desconfiasse disso.

- Nós podemos checar isso com a mamãe. O que você acha? – passei minha mão por seu rosto perfeito; metade Bella, metade eu.

Em mais alguns minutos, chegamos à casa de Bella e, ao estacionar na garagem, percebi que ela já passava pela porta de entrada. Antes de seguir em frente, Bella me deu uma olhada acusatória e liberou seu escudo.

- Precisamos conversar.

Assenti discretamente, apenas para que ela pudesse me ver, e dei a volta no Volvo para abrir a porta para minha princesinha. Ofereci minha mão para ela sair do carro e ganhei um abraço bem apertado em troca.

- Eu amo você, papai.

Eu não precisava de mais nada para sobreviver ao resto dos meus dias. Eu já tinha a coisa mais importante da minha vida comigo.

Levei Nessie no colo até seu quarto. – Tome um banho e se arrume enquanto eu vou conversar com a mamãe, ok?

Bella já me esperava no quarto, andando de um lado para o outro e com uma cara de poucos amigos. Assim que entrei, senti o peso de sua fúria na dureza das palavras. – O que vocês dois estão aprontando, Edward? – esbravejou tão baixo que apenas eu a ouviria.

- Do que você está falando, amor? – tentei ser amigável.

- Como você pôde-

A cortei aproximando-me repentinamente. – Espera! Não estamos fazendo nada. Juro! b

- Por que ela está tão animada? – Bella pareceu mais conformada com minha promessa explicações pela sua mudança de tom.

Eu teria que dizer que comprei um presente para ela. – Por quê? – hesitei. – Bem... Eu disse que comprei um presente para dar a você no final de semana e, aparentemente, ela ficou animada demais.

Bella se afastou de mim. – Você sabe que não deveria ter gasto dinheiro comigo. – Mas eu já sabia que esta batalha estava ganha.

- Eu sei disso – afirmei, puxando-a de volta para o meu abraço. – Mas eu estava com saudade de mimar você. – Aproximei meu rosto do seu e escovei nossos lábios. – Eu amo você – garanti, beijando-a com todo carinho.

Fomos interrompidos por uma risadinha vinda do corredor. Quando nos viramos, vimos nossa filha nos espiando.

- Que coisa feia, senhorita Cullen – Bella advertiu, tranquilamente. – Espiando o papai e a mamãe?

Nessie apareceu no quarto, envergonhada, mas sem perder o sorriso, e providenciou um abraço duplo segurando nossa cintura ao mesmo tempo. Não era necessária nenhuma palavra.

Logo que chegamos à mansão da minha família, fomos recepcionados por uma Alice saltitante, uma Esme emocionada e um Carlisle orgulhoso. Mal parei o carro e minha filha já tinha saltado para os braços da avó, dedicando apenas alguns segundos para os beijos no avô e na tia.

- Que saudade, vovó! – Renesmee enrolou os braços e as pernas em torno de minha mãe e as duas sumiram de nossas vistas. Nessie mostrava a Esme o quanto estava faminta e que o cheiro de comida que vinha da cozinha a estava deixando animada.

Eu ri comigo mesmo e Carlisle, Alice e Bella ficaram curiosos. – Agora ela está na fase de amar alimentos humanos – dei de ombros e puxei minha mulher para os meus braços.

- Quantos dias vocês pretendem ficar? - Alice fingiu interesse.

- Até parece que você não sabe, baixinha – Bella riu.

Alice fez-se de desentendida. – Acontece que minhas visões são subjetivas, minha querida cunhada, e não quer dizer que, porque vocês decidiram-se por uma coisa inicialmente, não podem mudar de ideia.

Por mais que Alice escondesse seus pensamentos, estava escrito em sua cara que ela estava aprontando algo. Mas eu também tinha os meus planos para o final de semana e nada que minha pequena e irritante irmã fizesse mudaria as minhas decisões. Ela sabia disso muito bem.

Carlisle pôs as mãos sobre os ombros de Alice e a defendeu. – Todos achamos que dois dias é muito pouco para matarmos nossas saudades de vocês. É isso o que Alice quis dizer.

Até parece que alguém acreditou no que Carlisle disse. Nem ele teria acreditado se qualquer outra pessoa resolvesse explicar a excitação de Alice desta maneira.

Assim que chegamos à sala, a empolgação era geral por parte de Emmet que contava para Jasper e Rosalie uma lembrança humana de quando era caçador e teve de enfrentar um urso que acabava de sair da hibernação. E, pela descrição dos fatos, não era o mesmo que o atacou décadas atrás.

Sorri. Era bom estar de volta à normalidade. Eu me sentia tão leve que poderia flutuar. Minha família estava de volta ao lugar onde pertencia.

Imediatamente, Bella percebeu meu estado de felicidade. – De onde veio este sorriso estampado nos seus lábios? – parou na minha frente com as mãos de cada lado de minha cintura.

- É difícil adivinhar? – provoquei. – Não tem nada que eu quisesse mais do que ter minha família toda junta assim novamente. Acho que eu tenho o direito de sorrir desse jeito.

Bella sorriu de volta e depositou um leve beijo nos meus lábios, me deixando sozinho. Ainda envolto em minha bolha de felicidade, olhei para Carlisle quando ele me chamou em pensamento. "Podemos ir para o escritório?", perguntou-me.

Assenti e o segui até seu lugar preferido na mansão.

Não que o ambiente nos desse privacidade, já que isso não existe em uma casa onde há vampiros com super audição, leitores de mentes e videntes, mas ali seria um lugar mais tranquilo.

Após encostar a porta atrás de si, Carlisle fez suas observações. – Então está tudo bem entre vocês?

- Finalmente, Carlisle. Depois de tantos meses, eu posso dizer com certeza que minha vida está no rumo certo.

Ele me deu um forte abraço. – Que bom, filho. Você sabe que todos sofremos com vocês e esta notícia é a melhor dos últimos tempo. Temos que comemorar! – Carlisle empolgou-se.

- Eu seria insensível em dizer que já tenho planos? – perguntei, temeroso.

Carlisle abriu um largo sorriso. – Claro que não, Edward. Na verdade, é justo que você queira comemorar com sua própria família.

Eu estava tendo tanto cuidado para que Alice não desconfiasse de nada, que não poderia simplesmente acabar com meus planos agora que eu já estava quase lá.

Do escritório, seguimos para a cozinha onde as mulheres da casa estavam reunidas em torno de Renesmee que terminava sua refeição.

Bella estava sentada ao lado de nossa filha. Aproximei-me dela e descansei minhas mãos em seus ombros. – Prontas? – perguntei, olhando para Nessie.

- Papai, posso dormir aqui esta noite? Por favor? Hoje é a "Noite do Pijama".

Estreitei meus olhos para Alice, sabendo que a ideia tinha sido dela. Mas, no final das contas, seria melhor assim. Bella e eu não precisaríamos nos preocupar com qualquer barulho mais alto proveniente do nosso quarto. Porém, não disse nada. Deixei que Bella respondesse. Eu não estava preparado para tomar à frente das ordens, ainda.

- Amor, você precisa perguntar à mamãe. A decisão é dela.

Renesmee deu um lindo sorriso para Bella e esperou.

- Se estiver tudo bem para vocês... – Bella deu de ombros e Renesmee pulou em seus braços, de repente.

- Mamãe, eu amo você.

Eu me sentia um homem completo cada vez que via com meus próprios olhos a linda família que construí. Chegava a ser difícil colocar em palavras o modo como eu me orgulhava de ter feito uma criança como Renesmee, principalmente porque nós todos achávamos que isso era impossível. Vê-la com Bella, com a mãe, era uma das melhores visões do mundo. Às vezes eu achava que até mesmo poderia explodir de tanta satisfação.

Cados, bella e eu seguimos no Volvo até nosso chalé. Nosso chalé. Onde eu tive os melhores momentos da minha vida de casado. Onde eu vi minha filha começar a andar e a falar. Onde minha mulher me deu amou de corpo e alma.

Meu lugar perfeito, maculado pelo pior dia da minha vida. O dia em que Bella me abandonou. E esta mancha não era apenas porque a vi fazer as malas ou qualquer reação ao que houve naquele dia.

Foi lá, naquela mesma sala cheia de lembranças boas, que eu me senti o pior lixo do mundo. Foi onde assumi para Bella que eu simplesmente não quis impedir o beijo de Tanya.

"- O QUE VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO, EDWARD? – Bella gritou comigo. – COMO VOCÊ QUER QUE EU O PERDOE SE VOCÊ MESMO ACABA DE ASSUMIR QUE TEVE CURIOSIDADE DE SABER COMO ERA?"

Eu podia ver a dor que eu causei a Bella apenas por seu olhar. O choro silencioso, a mágoa, a dor. Eu nunca vou me perdoar por ter sido o causador de tudo isso, mas eu trabalharia pela eternidade para obter seu perdão.

"- Eu simplesmente não posso continuar casada com alguém que não ache que eu sou suficiente. Eu não preciso passar por isso. Não quero viver meus dias achando que eu sou culpada. – Bella caiu ajoelhada no meio da sala, as mãos apertadas em seu rosto. Destruída."

Eu estava com nojo de mim mesmo por pensar que poderia "experimentar". Apenas um momento de dúvida. Foi o que Tanya precisou para me "atacar". Não a culpo. É claro que não. O único responsável sempre foi eu. Eu era casado. Eu tinha obrigações para com a minha mulher. Eu devia à ela respeito, acima de tudo.

"- Você acaba de nos afastar mais uma vez. Eu só espero que você não pense que eu continuo sendo aquela menina humana fraca, que quase morreu quando foi rejeitada pelo namorado. Aquela garota não existe mais, Edward! – E dizendo isso, Bella me deixou."

Eu sei que merecia muito mais do que apenas ela ter me deixado, mas Bella mostrou o quanto estava madura e jamais deixou que qualquer outra pessoa soubesse de nossa conversa ou do que assumi para ela.

Ela poderia ter feito todos ficarem contra mim, poderia ter afastado minha filha, poderia ter me destruído de tantas maneiras. Mas nunca o fez.

- Hey, onde estão seus pensamentos? – Bella chamou minha atenção carinhosamente enquanto nos afastávamos da mansão.

Sorri de volta. – Em você. Sempre em você. – Puxei sua mão para os meus lábios e beijei cada dedo. Já não havia uma aliança ali. Nem qualquer marca que mostrasse que um dia ela pertenceu a mim.

Assim que estacionei em frente ao chalé, dei a volta no carro para abrir a porta para que Bella descesse. De mãos dadas, paramos na varanda.

Bella contemplou o local. Infelizmente, eu não pude ler seus pensamentos. Ela não quis que eu soubesse de suas lembranças.

Abri a porta, subitamente, a ergui em meus braços, da mesma maneira que aconteceu quando entramos no chalé pela primeira vez, após a transformação de Bella.

Ela soltou uma linda gargalhada que me contagiou. – O que você está fazendo, Edward?

- Entrando com o pé direito. Deixa eu fazer isso certo, ok?

Rapidamente, a deitei sobre nossa cama. – Eu amo você. – confessei com toda a verdade que existia em meu ser, curvando-me por cima dela e a beijando demoradamente.


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