Recomeço escrita por Rosa Scarcela


Capítulo 16
Uma complicação?




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Tínhamos mais um tempo a sós enquanto nossa filha foi se arrumar para ir a escola e Edward não perdeu tempo. Me encurralou na parede e me beijou como há muito não fazia, sem temores, entregue. Correspondi como sabia que ele gostava. Percebemos a presença de Nessie na sala, mas não nos importamos até que senti Edward rindo em meus lábios.

- Vocês vão ficar se beijando aí o dia todo?

Sem soltar minhas mãos, Edward se afastou.

- O papai vai te deixar no colégio e a mim no escritório – expliquei.

- Depois eu vou para Forks pegar algumas roupas e o meu carro. Voltarei o mais rápido que eu conseguir, ok?

- Você me busca no colégio, pai?

- Claro, linda. Depois podemos encontrar a mamãe.

- Por mim tudo bem – beijei Edward rapidamente. – Vamos?

Depois de deixarmos nossa filha na escola, Edward e eu seguimos para o Centro de Seattle onde ficava o edifício em que eu trabalhava desde que me mudei para cá.

- Eu realmente queria te acompanhar até sua sala – Edward tentava me convencer.

- Amor, eu prefiro acertar as coisas do meu jeito e depois, sim, você poderá ir lá.

- Eu prometo que vou me comportar se encontrar o- - o calei com um beijo. Não foi um beijo qualquer. Edward estava ofegante quando eu me afastei de seus lábios, mas não de seu lindo rosto.

- Por favor, confie em mim - pedi. - Eu quero conversar com Robert a sós e evitar qualquer mal entendido.

- Vai dizer a ele que voltou a viver com o seu marido? – Edward permanecia de olhos fechados, com os lábios próximos aos meus, sem tocá-los.

Eu coloquei as mãos de cada lado de seu rosto. – Não. Vou dizer que meu marido voltou a viver comigo.

Ele sorriu e me beijou com carinho. – Você o conhece bem mesmo para me garantir que ele não terá uma reação violenta? – Edward estava preocupado.

- Amor, olha para mim – pedi. Enfim, ele abriu os olhos tomando alguns centímetros de distância. – Você acha que eu poria a mim ou quem quer que seja em risco? – questionei, passando meu polegar por seus lábios.

- Não, não poria.

Sorri e o beijei novamente até que eu mesma tivesse de buscar por ar.

– Comporte-se – recomendei descendo do carro. Assoprei um beijo antes de entrar no prédio.

Eu sabia que se subisse os 19 andares pelas escadas até minha sala chegaria mais rápido que o elevador, mas eu não tinha pressa para percorrer todo o caminho. Apertei o botão do 19º e esperei pacientemente enquanto o elevador parava em cada andar para que outras pessoas entrassem ou saíssem. Tive tempo suficiente para pensar em como diria a Robert que não poderia mais vê-lo.

A Edward mantive a fachada quanto as preocupações que eu deveria ter ou não sobre a reação de Robert. Pelo pouco que o conhecia, notei o quão civilizado ele era, mas não queria dizer nada, já que eu não o tinha visto aborrecido ou contrariado. Enquanto estivemos juntos ele fora um perfeito cavalheiro. Mas como se comportaria diante de um rompimento? Me confortava saber que eu nunca havia lhe dado esperanças de algo mais sério.

Ao entrar no escritório, notei que sua porta estava fechada e me perguntei por que, já que a sua porta era uma das únicas que sempre estava aberta. Fui até sua secretária, em pé perto de um armário arquivando várias pastas.

- Donna, onde está Robert?

- Ele precisou viajar de repente, doutora Cullen – ainda soava estranho quando as pessoas me chamavam de doutora, mas eu sabia que essa era eu agora. A doutora Isabella Cullen, advogada no maior escritório de Seattle.

- Algum problema? – mudei meu foco de volta a Robert.

- Não, senhora. Ao que parece um cliente o chamou no meio da noite – ela parecia desconfortável perto de mim.

- Bom, me diga se souber algo mais, ok?

Ela assentiu e me dirigi a minha sala. Meu dia seria longo longe de Edward.

Assim que deixou Renesmee no colégio, Edward me telefonou. Eu sabia que ele iria a Forks buscar algumas roupas, mas não sabia como a família receberia a notícia de que ele ia sair de casa.

- Amor, eu não quero que você se preocupe com isso – ele tentara me tranquilizar. – para eles, o que importa é que sejamos felizes, mesmo que longe deles.

- Eu sei disso, Edward. Mas você está indo sozinho falar com eles – tentei argumentar. – Talvez fosse algo que devêssemos fazer juntos.

- Alice provavelmente já sabe e deve ter avisado aos outros. Você está fazendo uma tempestade em um copo d'água, Bella.

- Não vejo desta maneira.

- Por que não, amor? Eu nem estava mais morando na casa grande... estava meio afastado deles há um bom tempo. Então não vai mudar tanta coisa assim... Para eles. – senti o humor em suas palavras.

Foi como eu imaginava. Quando Edward contou a todos sobre nossa reconciliação eles me telefonaram na hora para saber porque eu não estava lá. Não importava o que Edward ou eu tentássemos justificar, eles estavam contrariados. Não de uma maneira ruim, porém eles queriam nos ver juntos e tivemos – na verdade eu tive - de prometer que passaria o final de semana em Forks.

Por um lado seria bom porque poderia visitar o meu pai e explicar tudo, já que ele tomou as minhas dores com relação ao que houve com Edward sem nem mesmo pestanejar. Por outro, eu teria de responder milhares de perguntas que viriam de todos os lados.

A cada movimento que fazia, Edward telefonava para me atualizar. Foi assim quando saiu da casa grande para ir para o chalé, depois quando voltou à casa grande para se despedir, quando pegou a estrada de volta para Seattle e quando foi buscar Renesmee no colégio.

- Edward, você percebeu quantas vezes já me ligou hoje? – perguntei na última ligação que ele fez.

- Estou te atrapalhando?

- Não é isso, meu amor. Só que não precisa me comunicar cada passo seu – tentei explicar.

- Hummm... – ele ficou em silêncio por um momento – Achei que você quisesse saber onde eu estava.

- E quero, mas não como um GPS. Basta que você me diga o que vai fazer. Um panorama geral já me deixaria feliz, entende? – de qualquer maneira, eu acabaria deixando-o chateado.

Seu tom de voz mudou completamente. Agora estava infeliz. – Eu te vejo mais tarde... Te amo.

Acabei ficando com peso na consciência. Depois teria de fazê-lo entender de uma maneira melhor. O meu ramal tocou.

- Doutora Cullen? – Donna confirmou.

- Sim, Donna – quem mais estaria atendendo o meu telefone? Enfim...

- A senhora me perguntou pela manhã sobre o doutor Marks. Ele está na linha. A senhora gostaria de falar com ele?

Eu pelo menos poderia saber quanto tempo teria para me preparar melhor para a conversa que teríamos de ter. – Sim, por favor. Robert?

- Oi, linda. A Donna disse que você queria saber onde eu estava... – ele estava bem-humorado. Isso ajudava bastante.

- Sim... Eu não sabia que você iria viajar. Quando você volta? – especulei.

- Acredito que no máximo em 10 dias eu esteja de volta. Lembra aquele cliente de Nova Iorque que eu falei que está sendo acusado de Sonegação? Bem, ele foi preso. Vamos ter que resolver tudo antes de voltarmos para Seattle.

- Vamos? – ele não estava sozinho.

- Sullivan e o Arnold também vieram comigo.

- Entendi. – Eu não tinha mais nada para falar naquele momento.

- Bella, você ainda não me disse porque estava me procurando.

- Só curiosidade mesmo. Não é nada com o que você deva se preocupar. Me ligue quando voltar, está bem?

- Claro, linda.- Urgh!


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