Recomeço escrita por Rosa Scarcela


Capítulo 13
"Não estou dizendo que nunca vou perdoá-lo"




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[Bella]

Eu sentia como se tivesse renascido. Não no sentido literal da palavra, mas bem próximo a um recomeço. Edward ainda precisaria reconquistar minha confiança e eu tinha certeza que ele buscaria isso até o fim dos seus dias. Não que eu desejasse que esta data chegasse, porque, a menos que forças estranhas a nós tivessem algum envolvimento, eu sabia que não haveria um fim. Teríamos a eternidade para sempre.

Seu beijo ainda era como eu me lembrava, seu abraço tão apertado quanto sempre foi, cada detalhe de seu corpo ainda estava lá para que eu pudesse admirar como fizera desde o momento em que o vira pela primeira vez, logo que me mudara para Forks há anos.

A intensidade de seu olhar ainda me tirava o fôlego. Seu cheiro me inebriaria enquanto eu vivesse. O toque de sua pele continuava causando deliciosas reações no meu corpo e mente. Ali, eu tinha certeza que nunca mais poderia abrir mão do homem que eu amava.

Edward interrompeu o beijo e me fitou. Eu jamais me acostumaria com seu lindo sorriso. – O que foi?

Sorri de volta e puxei seu rosto de encontro ao meu, como se jamais eu conseguisse recuperar o tempo perdido longe dele.

Poucas horas depois, Edward afastou-se de mim e deitou-se ao meu lado. Apoiei minha cabeça sobre seu peito aconchegante.

- Me perdoa? – ele sussurrou, passando os dedos entre meus cabelos.

Ergui meu rosto para encará-lo. Eu sabia que eu não poderia perdoá-lo. Não ainda. Mas um dia talvez. E eu teria de ser sincera com ele. Deitei-me no travesseiro e virei em sua direção, de modo que eu pudesse olhá-lo de perto. O cheiro doce de sua respiração ainda tinha o mesmo efeito em mim, como se eu ainda fosse humana.

- Não posso. Não agora. Ainda me dói muito lembrar que você poderia ter evitado, mas não o fez. – Ele ameaçou falar e eu cobri seus lábios com minha mão. Senti seu sorriso embaixo de minha pele. – Não estou dizendo que nunca vou perdoá-lo. Sei que vou, só não é muito fácil.

Ele pôs a mão por cima da minha, entrelaçou nossos dedos e afastou de sua boca para falar. – Eu juro que vou merecer o seu perdão, Bella. Você vai poder confiar em mim plenamente como sempre foi.

- Eu confio em você, senão não estaria aqui, agora – eu garanti.

Edward abaixou o olhar.

- Está tudo bem? – preocupei-me.

Ele apenas assentiu e encostou sua testa na minha, fechando os olhos. Eu o contemplei até o momento que ouvi a aproximação de nossa filha. Ela praticamente arrastava os pés. Imagino que pensando em quanto tempo teria de esperar para saber da minha conversa com o pai dela. AO mesmo tempo em que seu cheiro chegou até mim, Edward abriu os olhos.

- Renesmee está chegando – disse com preguiça. – Como vai ser?

- Não sei.

Ele esperava que eu dissesse que o queria de volta, que o aceitaria depois de tudo, mas eu ainda não tinha esta certeza. Sabia que não poderia viver sem ele, que o queria como um humano desejaria água após andar dias no deserto, mas seria o suficiente? Eu ainda não tinha uma resposta e não o tinha perdoado.

Diante da minha resposta, Edward afastou-se e sentou na beirada da cama. Eu não queria vê-lo sofrendo daquela maneira. Renesmee perceberia também. Ajoelhei-me atrás dele e beijei seu ombro direito. Edward esticou a mão para acariciar meu rosto. – Eu te amo – sussurrei em seu ouvido.

Ele me olhou, surpreso, e me beijou. – É o suficiente por agora – ele disse nos meus lábios. Quando ouvimos a porta da sala ser aberta, Edward esperou que eu falasse alguma coisa. Desta vez eu tinha a resposta que ele queria.

- Ela vai ficar feliz em te ver. Vai lá.

Edward vestiu rapidamente a calça e olhou para os pedaços da camisa perto de um dos pés da cama. Sorriu e saiu do quarto, fechando a porta em seguida.

- Pai! – ouvi Renesmee gritar e correr para Edward.

- Oi, lindeza.

Em silêncio, prestei atenção nas reações de Renesmee.

- Ela vai sair em um minuto. Você quer comer alguma coisa? – Edward estava respondendo às perguntas silenciosas de nossa filha. – Não sei.

Eu conhecia Renesmee tão bem que poderia até apostar que ela queria saber se o pai ficaria conosco. – Com certeza. – Foi o que Edward disse e poderia ser uma resposta à mim, não somente a Nessie. Estava na hora de eu me juntar aos dois. Me vesti rapidamente.

- Do que vocês estão falando? – eu disse, satisfeita com meu timing, ao parar ao lado das duas pessoas mais importantes de minha existência.

- De nada – Nessie responder sem dar tempo para que o pai falasse qualquer coisa. Definitivamente ela estava aprontando uma. Edward também percebeu, pois olhou para ela.

Na cozinha, resolvi preparar o prato preferido de nossa filha. Ela merecia. Foi grande responsável por Edward e eu termos nos encontrado esta tarde – juntamente com Alice, mas ela eu agradeceria depois. Edward e Renesmee sentaram-se à mesa. O ar cheirava exatamente como deveria: uma mistura do cheiro de lilás, sol e mel de Edward em sintonia com o cheiro quente e doce de Renesmee. Era exatamente como eu me lembrava. Parecia que nada havia mudado.

- Mãe? – Nessie me chamou. Olhei para ela.

- Podemos caçar mais tarde? Nós três? – aquela cara de anjo não me enganava. A Edward tampouco.

Voltei a me concentrar na lasanha e respondi duvidosa. - Não sei, Nessie. Talvez outra hora.

Ela insistiu nos planos.– Ah, mãe... Faz tanto tempo que não caçamos juntos...

Senti que Edward estava tão ansioso quanto Renesmee por minha resposta. Talvez eles estivessem naquilo juntos. - Tudo bem... Mais tarde, depois que você comer, fizer seu dever, tomar um banho- - Renesmee chocou-se contra mim me abraçando.

- Por isso que eu te amo tanto. – Ela me beijou e saiu correndo.

- Onde você vai, Renesmee? – Edward perguntou e a resposta veio já do corredor.

- Vou trocar de roupa!

Enquanto eu colocava a lasanha no forno, ouvi música vindo do quarto de Nessie. Não só a do rádio, mas também na voz de minha filha. Olhei para Edward e ele movimentou os braços, para dizer que não sabia o que estava acontecendo. Agora eu ouvia Renesmee andando de um lado para o outro no quarto, sentando e levantando da cama, depois mexeu na colcha e afofou novamente seu travesseiro.

- Hummm, Bella... – Edward me chamou.

- Sim. – respondi sem olhar, fingindo acertar a temperatura do forno.

- Você está gostando do trabalho? – ele parecia apenas curioso.

Voltei-me em sua direção, encostando no fogão. - Você não pode imaginar o quanto, Edward.

- Eu poderia conhecer o lugar, algum dia? – agora ele parecia sondar.

Não respondi.

- Tem alguém que você não quer que eu conheça por lá?

- Na verdade tem sim... - Por que não ser sincera novamente? Ele já era adulto o suficiente para compreender.

Renesmee voltou antes que Edward continuasse com as perguntas encostando-se no peito de Edward, ao sentar na cadeira. Me lembrou quando ela era um bebê. Ela sempre se apoiava nele. Isso me fez olhá-la e reparar que ela continuava com a mesma roupa.

- Você não trocou de roupa, filha. – observei.

– Porque lembrei que vamos caçar. Não faz nenhum sentido colocar uma roupa limpa para isso. – O dom para parecer convincente quando estava mentindo ela herdou de Edward. Eu não era capaz de fazer isso. Edward bufou como se ouvisse meus pensamentos – ou os de Renesmee. Ele se levantou.

- Vou esperar por vocês na sala. – ele beijou a bochecha de Renesmee e saiu de perto. Ela ficou tensa com a reação do pai aos seus pensamentos. Eu sabia que não deveria me preocupar. Edward a censuraria se achasse que ela estava passando dos limites.

- Vou ficar com ele enquanto você termina aqui. Tudo bem? – remorso. Assenti sem olhá-la.

Deixei que os dois se entendessem sozinhos. Notei que o tom na voz de Edward mudou completamente com os pensamentos que ele lia de Renesmee. Eu não podia imaginar do que se tratava.

Dez minutos depois, os dois ainda estavam na sala e o jantar de Renesmee estava pronto.

Fui avisá-la a tempo de ver um discreto sorriso nos lábios de Edward.

- Sua lasanha está pronta, Renesmee. – eu disse séria. Isso a deixou preocupada, porque saiu sem dizer nada.

Edward encostou-se na lateral da lareira, admirando o fogo. Me aproximei lentamente e encostei a testa em seu ombro. - Desculpe por sua camisa.

- Tudo bem, eu já acabei com muitas roupas suas – Edward não me olhou.

- Mas eu sempre tinha outras por perto, o que não é o caso agora. – Tentei fazer piada.

– Bella, você acha que este é o maior dos meus problemas? – Edward se virou para me encarar. Não sei o que o fez mudar de humor tão drasticamente.

- Não, não é. Só que... – me interrompi. Eu poderia mudar seu estado de espírito. Eu queria ver o sorriso de alguns minutos atrás de volta. E eu queria que ele ficasse conosco. No momento, me ocorrei que eu poderia surpreendê-lo. O faria feliz, ficaria feliz e deixaria nossa filha feliz.– Fique aqui. Vou buscar alguma coisa para você vestir. – Disparei para a porta da frente.

- Onde você vai, Bella? – Edward estava confuso.


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