O Recomeço escrita por Lost Satellite


Capítulo 3
Perdendo a Calma




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Ela já estava quase fora de vista quando voltou para ver o que acontecia, por qual razão ele gritava por ela. As pessoas que estavam próximas estranharam a cena, por sinal uma cena que se não estivessem vendo com seus próprios olhos e ouvindo com seus próprios ouvidos jamais acreditariam se alguém lhes dissesse que Draco Malfoy, o todo poderoso ex-comensal de você sabe quem, estava gritando por ninguém menos que Hermione Granger a metida a sabe tudo com a qual sempre esteve em pé de guerra por durante todos os anos escolares.

 

“O que você quer agora?”

***

“Eu preciso dizer... preciso falar para você que...” Droga, estou perdendo a coragem, vamos Draco coragem. “Preciso saber se você... vai contatar alguém responsável, pois somos monitores chefes e é o nosso dever contatar a alguém sobre o que aconteceu.” Droga perdi a coragem, eu sou um fraco, covarde! Ele sentia-se como se tivesse levado um soco no estomago.

 

Hermione esperou ansiosamente o que tanto ele tinha para lhe dizer, pois ele enrolou tanto. Simplesmente respondeu:

 

“É obvio que sim, já estava indo, se quiser me acompanhar.”

 

“Mas é claro que não vou acompanhá-la, você acha mesmo que eu andaria em sua companhia? Não se engane Granger, vou esperar por ele aqui.”

 

“Faça como quiser, tanto faz.” E continuou andando indiferente.

 

Ele sentia-se um idiota às vezes por ser assim com as pessoas, mas era esse tom de indiferença dela que o feria, era como se acabasse de ter sido estuporado por muitas pessoas ao mesmo tempo. Não que gostasse dela, ele não poderia, não suportaria, era impossível, ele jamais admitiria para ninguém, nem mesmo para si mesmo.

 

Ele sentou-se no chão perto da janela quebrada, havia pedaços de vidro em toda parte, mas ele não se importava, apenas queria sentar e tentar entender o porquê de tudo que estava fazendo, primeiro seguindo a sangue-ruim, depois a salvando, preocupando-se com ela, ele gostaria de simplesmente poder ignorá-la e fingir que ela não existe, não tinha vontade de provocá-la, apenas era um hábito que havia adquirido com o tempo e que não conseguia parar. Tudo o que sabia era que algo havia mudado dentro dele e o fez crescer, amadurecer. Não era mais um garoto que fazia birra quando queria algo, ou fazia provocações para se divertir. Desde que teve que assumir sua família, ele não era mais o mesmo. Seu pai foi preso em Azkaban, logo após o fim da guerra, sua mãe por pouco não foi também, graças ao depoimento de Harry Potter o ministério havia lhe dado outra oportunidade. Ele também foi salvo em seu julgamento. Queria recomeçar tudo em sua vida, mas havia certas coisas que ele simplesmente não queria deixar para trás.

 

Hermione foi apressadamente em direção a cabine, estava tão apressada e distraída que acabou dando de encontrão com Gina no corredor.

 

“Ah, por Merlin me desculpe Gina, nem havia percebido...”

 

“Calma Mione foi só um encontrão, está tudo bem?”

 

“Mas é claro, por que não estaria?”

 

“Eu não sei, você me parece meio agitada.”

 

“Não há nada para se preocupar, nenhum problema, tudo sob controle...”

 

“Sabia que você mente muito mal? Mas deixa pra lá, quando quiser me contar sabe onde me encontrar.”

 

“Obrigada, agora tenho mesmo que ir, depois nos falamos. Até logo.”

 

“Até.”

 

Hermione procurou em todos os lugares, mas não encontrou ninguém, como era possível que deixassem os alunos sozinhos no expresso, e se acontecesse uma emergência, na verdade era uma emergência. Mas o que podia fazer além de esperar? Apenas se trocar porque já estavam quase chegando.

 

Draco perdeu a noção de quanto tempo ficou sentado ali, Hermione ainda não havia voltado, nem mesmo ninguém apareceu para ver o que havia acontecido. Quando finalmente sentiu que podia levantar-se, lembrou que precisava ir se trocar, já estava quase chegando a Hogwarts. E foi para sua cabine onde estava seu amigo Blaise Zabini e Pansy Parkinson.

 

“Draco onde esteve? Achei que ia apenas comprar um doce.”

 

“Eu encontrei, é deixa pra lá, eu estava ocupado Pansy.”

 

“Sei, ocupado demais se cortando. É realmente o tipo de coisa que leva tempo meu amigo.”

 

“Do que está falando Blaise?”

 

“Ora sua mão está sangrando, caso ainda não tenha percebido.”

 

“Ah Draquinho esta se sentindo bem? Acho melhor chamar alguém, um medi-bruxo...”

 

“Pansy pare com isso e não me chame assim, sabe o quanto eu odeio, Blaise nem reparei acredita?!” Draco pegou sua varinha e conjurou um feitiço cicatrizante para sua mão, não era um corte grave apenas um arranhão.

 

A noite estava caindo quando finalmente o trem parou. Hermione procurou Hagrid antes mesmo de todos os outros.

 

“Hagrid, preciso que verifiquem o bagageiro. Houve uma invasão, fomos atacados, e o invasor fugiu pela janela, não encontrei ninguém no trem que pudesse resolver. Como podem nos deixar sozinhos.”

 

“Ataque? Alguém se feriu? Estão todos bem?” Alarmou-se o gigante.

 

“Hagrid descrição, por favor, ninguém sabe. Sim foi um ataque. Não houve ferimentos graves, o Malfoy me ajudou, estão todos bem.”

 

“Oh graças a Merlin. Vou comunicar as autoridades agora, pode ficar tranquila, deixe isso para eles.”

 

“Certo, tenho que ir agora, foi bom revê-lo meu amigo. Muito bom mesmo.”

 

“Você também garota. Diga aos outros que estão todos convidados para um chá com bolinhos amanhã depois da aula na minha cabana.”

 

“Pode deixar eu aviso.”

 

 

Hermione encontrou-se com os amigos enquanto aguardavam para embarcarem em uma das carruagens.

 

“Mione, onde esteve? Você foi comprar uma tortinha e não voltou.” Rony perguntava com desconfiança.

 

“Ocupada Rony, ocupada. Tenho um recado do Hagrid, ele nos convidou para um chá na cabana dele amanhã depois da aula.”

 

“Que ótimo.”

 

“Granger precisa melhorar suas companhias para a hora do chá.” Malfoy não podia perder uma. “Por falar em hora, ninguém apareceu para resolver aquela questão. Pode me explicar por que não mandou ninguém até lá?”

 

“Com quem eu ando não é da sua conta Malfoy, quanto àquela questão não havia ninguém no momento que pudesse ajudar, mas já avisei Hagrid ele sabe o que fazer.”

 

“E quer que eu acredite que ele tem competência para resolver isso?”

 

Foi à gota d’água para ela agora. Aturar as suas grosserias com ela tudo bem, mas não com seus amigos. Pegou sua varinha e apontou para o babaca. Todos se assustaram com a rapidez com que aconteceram os fatos.

 

“O que foi agora vai me atacar?”

 

“Já chega Malfoy, caso tenha se esquecido foram pessoas competentes como Hagrid que salvaram essa sua cara de lesma e seus cabelos engordurados. Espero que se lembre sempre de que fomos nós, aqueles que você vive enchendo a paciência que salvaram você e seus amiguinhos, então vê se cresce um pouquinho que seja e tenha consciência disso, porque eu juro que se você não parar com essa palhaçada eu mesmo vou dar um jeito em você.”

 

“Hermione acho melhor se acalmar ok? Por que você não larga essa doninha quicante e vamos embora, nossa carruagem já chegou, não vale à pena lembra?” Harry tentou acalmar sua amiga.

 

“Eu já terminei aqui Harry não se preocupe, vamos.” Dizendo isso ela guardou sua varinha.

 

Draco sentia uma fúria lhe subir a cabeça. Já não sabia, mais o que estava fazendo.

 

“Isso mesmo Granger fuja agora, achei que coragem fosse uma característica de todo grifinório...”

 

Hermione não esperou mais nenhuma palavra virou-se enfurecida e acertou-lhe em cheio um tapa de estalar, deixando a marca dos dedos desenhadas no rosto dele.

 

“Como se atreve sua fedelha.”

 

Hermione ia pra cima dele quando seus amigos resolveram intervir.

 

“Soltem-me eu vou acabar com esse filhinho de mamãe.” Hermione acabando de perder o que restava do seu juízo.

 

“Pode vir, vamos lá quero ver você tentar, vamos.” Draco também era contido pelo seu amigo, ou então se sabe lá o que já teria acontecido entre eles.

 

“O que está havendo aqui?” Era Filch o zelador da escola.

 

“Foi essa sabe-tudo quem começou.”

 

“Foi você seu completo idiota.”

 

“Já chega os dois me acompanhem agora.”

 

Assim que os soltaram eles, o acompanharam até a escola. Ao se aproximarem puderam ver como estava. Ela continuava a mesma depois da reforma. Havia sido totalmente restaurada, cada centímetro inteiro, com apenas uma diferença, próxima a lápide do Professor Dumbledore, havia agora um monumento em homenagem a todos que foram mortos na batalha. Tratava-se de um prisma de vidro de três metros de altura cheio de água límpida, era magicamente modificado para refletir as cores do arco-íris de forma moderada, para que pudesse ser observado, até mesmo de noite quando não havia luz solar. E uma placa em ouro maciço onde podia se ler: Para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma aventura seguinte. Por Albus P. W. B. Dumbledore.

 

Eles adentraram a escola, e seguiram rumo à sala da diretora Minerva McGonagall. Subiram pela gárgula.

 

Filch ia bater a porta quando ouviram lá de dentro:

 

“Entrem, por favor.”

 

“Boa Noite Professora, esses dois aqui estavam brigando antes de entrarem na escola.”

 

“Boa noite, Filch pode deixá-los aqui, eu resolverei isso. De uma vez por todas senhores Granger e Malfoy.”


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram? Não? só vou saber se me disserem então é só deixar um Review, num vai cair a mão de ninguém e vão me fazer muito feliz!

PS: leitores fantasmas, o recadinho de cima também serve pra voc's!

Bj's a todos